terça-feira, maio 29, 2012

A última postagem d'A PROVÍNCIA

quinta-feira, maio 24, 2012

UM LEGADO QUE NOS CONFORTA


Ainda fazia o colegial no Prisma, quando nosso professor de redação nos lançou um desafio. Aqueles alunos que conseguissem ter seu texto publicado em um jornal de ampla circulação teriam alguns pontos extras no boletim final.

Já naquela época eu dedicava quase que diariamente alguns trocados à compra dos periódicos da cidade. Dentre os quais, O Norte sempre me suscitava mais simpatia. Foi naturalmente instintiva, então, minha iniciativa de escrever um artigo de opinião e endereçá-lo à edição de alguns dos jornais de Montes Claros. Mais natural ainda foi apelar ao meu, digamos, jornal preferido, cujo editor eu ainda nunca havia tido o prazer de conhecer.

Escrito o texto, telefonei para a edição de O Norte, sem qualquer expectativa de me tornar um jovem metido a articulista da noite para o dia. Do outro lado da linha, um homem simpático e atencioso, cujo nome eu sequer sabia, orientou-me que eu lhe enviasse meu artigo, de modo que ele fosse avaliado pela equipe editorial. Apesar de não garantir qualquer incremento no meu boletim, talvez aquele mero telefonema já me teria valido muito à pena na condição de exemplo: enquanto eu esperava o descaso, ou até mesmo, o escárnio involuntariamente dispensados a um jovem atrevido, na candura dos seus 16 anos, eu havia sido atendido com respeito e atenção. Claro que aquilo também não significava a aprovação do meu texto. “A educação e a compreensão muitas vezes traduzem o sentimento de piedade”, pensei logo comigo...rsrsrsrs...

Acontece que no dia seguinte, após passar em uma banca enquanto voltava da aula, fui tomado pela surpresa!!!... Lá estava o meu texto, que, se não me trai a memória, associava sob perspectiva marxista – mas ainda amadora, confesso – a violência urbana à desigualdade e à exclusão sociais. Foi sim um dia singular aquele para mim, a dita era tamanha que já nem me corria na telha o que a princípio me havia motivado a me envolver naquilo. E mal sabia aquele senhor editor-chefe, com quem eu conversara no dia anterior, que ele havia acabado de recrudescer o gosto pela escrita em mim, um incipiente amante das palavras. Hoje acredito que aquele artigo quiçá nem estivesse à altura do publicável, e que naquele dia prevalecera aposta de um jornalista experiente, que havia conseguido notar o brilho nos meus olhos mesmo por detrás do telefone.

Dali, corri para casa, levando comigo ainda minha ânsia pueril e meu jornal debaixo do braço. Era preciso mostrar aos presentes a minha façanha! Mais tarde, passada a catatonia, telefonaria ao meu eleito-editor-preferido e, mal sabia eu, futuro mestre. Ao telefone, logo percebi sua intenção em relativizar a minha surpresa, como se do lado de cá da linha falasse um Nelson Rodrigues, um Reginauro Silva ou qualquer outro letrado de experiência similar. Além disso, depois de muito me exaltar o texto, sugeriu-me que eu lhe enviasse outros nos próximos dias. Semanas depois já viria a escrever semanalmente para O Norte, até o dia em que deixei a Princesa do Norte.

O que mais me encantava no companheiro Regi era o seu profissionalismo. Apesar dos desafios à imprensa que se verificam em quaisquer cidades de médio a pequeno porte, onde muitas vezes o gosto pela leitura é pouco disseminado e as pressões políticas beiram o inevitável, Reginauro conseguia sempre primar pela responsabilidade, pelo jornalismo sério e pela liberdade de expressão. Desse tempo, levo comigo muito aprendizado e ótimas histórias. Uma delas foi quando troquei sucessivas cartas-abertas com o ex-reitor da UNIMONTES, Paulo César Gonçalves, após ter apontado inúmeras falhas em sua gestão capenga. Nesse episódio, Regi confirmou o seu profissionalismo ao publicá-las sem lançar mão de qualquer censura ou tomar partido no imbróglio, apesar da disparidade entre as forças envolvidas nele. Outra experiência de que me lembro com mais pesar ainda foi quando viajamos juntos a fim de entrevistar José Aguiar, um historiador são-franciscano que havia escrito um livro sobre Lampião. Nele, Aguiar tentava provar, sem muito sucesso, a tese de que o cangaceiro morrera em São Francisco, foragido da polícia coronelista nordestina.

Ontem, enquanto vagava pela Internet, percebi, por acaso, sucessivas atualizações no perfil social de Reginauro. Ao acessá-lo, logo me dei conta de que a infeliz e indesejável já se apresentara àquele mestre. Nessas horas, é natural sermos tomado pela tristeza, pelo pesar. Acontece que no caso de grandes homens como Regi, apesar do inevitável esmorecimento que nos abala, somos tomados também por um certo alento, que, acredito, deriva da história e do legado deixados por eles. À medida que descia os olhos na página, tentando obter mais informações a respeito do que ocorrera com o velho amigo, deparava-me com inúmeras mensagens de conforto, mas, sobretudo, com experiências e relatos sinceros que reiteravam aquilo que tentei transmitir ao longo de todo este texto: a nobre pessoa que foi Reginauro Silva.
 
Yago Cavalcante

Montes Claros perde mais um filho

Montes Claros perde um dos seus maiores nomes do teatro, do jornalismo e também podemos dizer, do roteiro. Perdemos hoje o amigo Reginauro Silva, Regi como era chamado por muitos. Montes Claros está de luto. Quem não conheceu pessoalmente Reginauro Silva está de luto. Quem nem sabe do falecimento do Reginauro Silva também está de luto. 

Reginauro era dessas pessoas que, nasceu pra brilhar mesmo que o caos vez ou outra teimasse em reinar. Reginauro foi acima de tudo, acima de jornalista, acima de escritor e autor, acima de pensador, Reginauro foi um herói. São heróis todos os vencedores. Regi era daquelas pessoas que, mesmo sem pronunciar uma palavra, dizia tudo pelos olhos miúdos. Regi era de pouca fala mas deixava tudo sempre as claras. Me lembro do Regi quando ele foi pra Bahia, se exilar e se renascer. E renasceu. 

Durante uma viagem que iria fazer, reencontrei com o Regi lindo, com uma energia e empolgação única, numa manhã de domingo de pouco sol. Eu indo para Sampa e ele retornava a Bahia depois de passar alguns dias em Montes Claros. Voltou para Montes Claros algum tempo depois desfigurado daquele Reginauro Silva do Sibéria e reconfigurado como grande homem que sempre foi. 
Isso a 15 anos aproximadamente. Pouco mais, pouco menos. 

Reginauro Silva sempre foi o meu arquétipo de inteligente. Foram de Reginauro Silva os olhos pequenos mais holísticos que já vi. No seu jeito silencioso de homem inteligente, seus olhos se fechavam ainda mais para observar os arredores ou para finalizar algum assunto. Um artista, Montes Claros perdeu mais um artista. Reginauro Silva faleceu e não lhe devolvi o livro "Gota D'água" do Paulo Pontes e Chico Buarque, que ele me emprestou em julho 1993. A culpa é do Luiz professor de química que pegou comigo e não me devolveu. Assim como não montei "Como fazer amor em família" também não montei "Fale-me como a chuva e deixe que eu ouça..." de Tennessee Williams, que também me presenteou com um roteiro. Fui mestre em furar com o Regi. Com o Regi também. 

A última vez que o encontrei, estava acompanhado da sua bela Denise Bicalho, foi se não me falha a memória, no dia do show do Osvaldo Montenegro, ano passado. Reginauro Silva deixou legado para o jornalismo de Montes Claro. Reginauro Silva deixou legado ao teatro de Montes Claros. 

Que toda a Montes Claros conheça a vida e obra de Reginauro Silva. 

Um beijo Reginauro. Te encontro na esquina, depois do bosque.

Jurandir Barbosa Poeta

O último adeus a Reginauro Silva

Por: Equipe SECOM
Foi velado na manhã desta terça-feira (22/05) o corpo do jornalista Reginauro Silva. Ele faleceu aos 62 anos idade cumprindo o ofício de seu trabalho na Prefeitura de Montes Claros. Reginauro nasceu em Almenara/MG, mas foi no maior município do Norte de Minas onde escreveu uma vasta carreira profissional pautada pela criatividade, irreverência e paixão pelo Jornalismo. Formou-se em Direito em 1978. Foi ainda autor de peças de teatro e agitador cultural, autor da conhecida frase: “Montes Claros, Cidade da Arte e da Cultura”.
Amigos prestaram uma última e justa homenagem a Reginauro. Todos, unânimes diante de sua importância à imprensa e cultura montes-clarense. Leia alguns depoimentos:

Arthur Júnior, jornalista:
“Tive a oportunidade de dirigir uma peça teatral de Reginauro, ‘A Formiga que queria ser cidade e virou Princesa’, que foi uma segunda montagem em 1993 junto com Eduardo Brasil. Na área jornalística, foi um guru, sempre nos incentivando, criticando, apontando o que tinha que ser feito. Foi uma pessoa que tinha um texto primoroso, investigativo e que sabia brincar com as palavras, tanto na maneira de elaborar o texto quanto na área do Teatro. Deixa um legado de alegria. Seu último ato aconteceu na minha festa, no ‘Baião de Dois do Karoba’, último domingo, quando ficou a tarde toda alegre, confraternizando, rindo, brincando, como sempre foi. Eu quero guardar para mim esta imagem: do Reginauro alegre, companheiro, brigador e polêmico, que nunca se dobrou diante dos poderosos”.

Artur Leite, jornalista:
“Reginauro tinha uma dimensão nacional e não regional ou mesmo local. Ele pensava além do seu tempo. Uma das suas marcas principais era a inteligência rara, a percepção do cotidiano e a capacidade de polemizar. Seu maior legado é trabalho realizado no Teatro, na Literatura, no Jornalismo. Foi-se o homem polêmico, mas ficou o seu legado maior: o amor a Montes Claros”.

Décio Gonçalves, jornalista:
“Reginauro foi um dos repórteres mais brilhantes que eu tive no meu ‘Diário de Montes Claros’. Ele era pessoa correta e um profissional excelente. Como ninguém, perseguia a notícia, mas sempre com o foco na verdade. Esse era ele, um perseguidor implacável das notícias. Mas para ele, a verdade estava sempre acima de tudo”.

Dhiogo Revert, jornalista:
“Não só o Jornalismo, mas também a arte, a cultura e os cidadãos montes-clarenses perdem alguém que cobrava com irreverência e com pulso forte, tratando de assuntos que a população queria buscar seus direitos. E para quem começa a se enveredar no Jornalismo, é claro que perdemos um grande mestre. Fica a saudade”.

Fátima de Oliveira, jornalista:
“Com tristeza leio a nota sobre a morte de Reginauro, companheiro querido que nos recebeu na cidade com carinho e afeto, quando de nossa visita como diretora do Sindicato dos Jornalistas. Saibam , no entanto, que ele morreu praticando o ofício que mais amava, tanto que preferiu morrer no local de trabalho como quem diz: ‘Saio daqui direto para o céu’. Que os anjos aproveitem sua criação companheiro e lhe tratem bem. Meu carinho a todos de Moc, cidade que aprendi a amar por causa de nossa categoria”.

Felicidade Tupinambá, jornalista:
“Reginauro vai ser sempre uma referência de Jornalismo em Montes Claros e na região. Ele será para sempre meu editor, com quem aprendi muito. Sem dúvida, uma grande perda para todos nós. Mesmo tendo uma religião como alicerce, que nos garante a vida eterna, a dor é grande. Mas isso mostra a inexorabilidade da morte, que é inevitável. Uma das minhas muitas lembranças foi o ‘Conversa Fiada’ que fiz com ele e com diversos ex-colegas dele da Escola Normal, sobre o Grêmio Estudantil. Eu fiquei gratificada por ter promovido este encontro. Eles, embora homens feitos já, mostraram que ainda tinham e têm alma de criança. Outra lembrança importante: eu ingressei no impresso pelas mãos dele. À época, minha coluna não tinha título e foi ele quem criou o nome ‘Simplesmente’ para a coluna. E no último domingo (20/05), durante a festa do Karoba, ele me afirmou que tinha planos para retornar ao impresso e que gostaria que eu voltasse a escrever a minha coluna”.

Gal Bernardo, jornalista e turismóloga:
“Regi sai de cena como sempre gostou de viver: silencioso, comedido e sempre na dele. Um grande profissional que sempre soube separar a profissão de qualquer outra coisa que não a edificasse. Perdemos o grande mestre do Jornalismo sério e competente”.

Hamilton Trindade, secretário municipal de Comunicação e Cultura:
“Reginauro era um ícone da diversificação cultural de Montes Claros. Foi um dos principais jornalistas e repórteres investigativos que enriqueceram a imprensa mineira, pela profundidade das matérias que ele não só escrevia mas que eram objeto e fundamento para muitos dos fatos e acontecimentos que ocorreram em Montes Claros nas mais diversas áreas. Era um ser humano emblemático por causa dos seus amores, os mais múltiplos, e um pai único, universal para os filhos. Um amigo que não media consequências para gostar das pessoas. As pessoas tinham por ele amor ou ódio. E muitos pensavam também nutria amor ou ódio. Mas porque muitos, não o conheciam com profundidade para saber que este antagonismo, à primeira vista, era só movido por amor. Reginauro, convivemos juntos, principalmente na primeira administração do prefeito Luiz Tadeu Leite, e, junto comigo e com outros, como Charles Boavista, foi conosco o criador do ‘Circo dos Bairros’ em Montes Claros sob a inspiração do secretário de Cultura Bethoven, à época em Uberaba, foi conosco também o criador do projeto ‘Olá, Montes Claros’, que uniu todos os produtores culturais da cidade, denominou Montes Claros ‘Cidade da Arte e da Cultura’, juntos criamos a ‘Festa Nacional do Pequi’, ampliamos o ‘Festival Folclórico’, criamos o ‘Festival de Forró e Quadrilhas de Montes Claros’, mantivemos vivo o ‘Salão Arte Boi’ e descortinamos com as vivências nas madrugadas vários projetos para o engrandecimento da cultura e do artista de Montes Claros e norte-mineiro. E ontem, dia de seu falecimento, tive a oportunidade de ficar com ele até por volta de 12h30, quando conversamos sobre variados assuntos, e ele, talvez, tenha escrito o último ofício para que o prefeito encaminhasse ao governador de Minas, a solicitação urgente dos recursos para o Centro de Convenções a ser construído no Interlagos. E ele estava tranquilo, feliz, como sempre, com os ofícios que lhe eram pertinentes, como assessor especial do prefeito Luiz Tadeu Leite. O Brasil, Minas e Montes Claros, perdem um dos maiores criadores e inventores, insubordinado agente cultural e um jornalista de primeira grandeza. Nós, seus amigos, e com certeza a sua família, perdemos um grande amigo e um inquieto incentivador do amor a Montes Claros”.

José Wilson Santos, jornalista:
“Diazinho FDP, essa segunda-feira em que perdemos o companheiro Reginauro Silva, um dos mais brilhantes jornalista, advogado e teatrólogo desses Montes Claros, vitimado por uma parada cardiorrespiratória fulminante. O coração grande e generoso parou, depois de décadas batendo pela família, pelos amigos e pela cidade que tanto amou. É uma perda doída, porque sempre será doído perder referências, amigos tão intrinsecamente ligados às nossas vidas. Dizer que o jornalista Reginauro será por muito tempo um mestre para quantos têm humildade para aprender; que como teatrólogo foi o cara que impulsionou com a força de textos supimpas o bom teatro montes-clarense, é chover no molhado.

Regi era bom pra cacete em tudo que fazia. Em tudo mesmo, índio velho! Penso até que Paulo Francis se inspirou nele pra cunhar a pérola ‘Quando sou bom, sou bom; mas quando sou ruim sou melhor ainda’. Era ruim pra caramba pisar no calo dele. A verve irônica, debochada, era temida, certeira paulada na moleira do infeliz. Uma coisa, como diria o amigo Artur Leite. O bom e velho Regi realizou muito – a começar por bela família –, conquistou muito e viveu intensamente a vida. Pelo que, quem sabe, também inspirou Vinícius de Moraes a cantar com todas as letras que ‘A coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais...’ Acertou e errou como todos nós, pobres mortais. Mas acertou muito mais. Tanto que sua passagem, em que pese ser parte forçosa e a única certeza dessa vida, deixou-nos a todos de luto sentido, indignados com a perda, com a dor de um espaço vazio que não mais será preenchido. Foi-se o homem, o profissional, o pai de família, o amigo, mas ficou imenso legado, pelo que posso dizer com orgulho, índio velho: fui contemporâneo dele. E confessar: não é que o cara perdeu um tempão da “orra” – que felizmente não fez falta ao seu extraordinário curriculum – pra conseguir ensinar, pacientemente, ao degas aqui? E olha que paciência, definitivamente, não era o forte dele. Até qualquer dia desses, índio velho!”

Luís Alberto Caldeira, jornalista:
“O Regi foi meu mentor, meu padrinho profissional, assim como o de inúmeros colegas jornalistas que estavam começando na carreira, a quem o Reginauro acreditou e abriu as portas do Jornalismo. Foi um grande incentivador de novas ideias e descobridor de talentos. Perdemos uma pessoa com vasta experiência e criatividade, mas o que mais lamentamos é que perdemos um amigo. Deus reservou um lugar especial a ele. Vai fazer falta”.

Luiz Tadeu Leite, prefeito de Montes Claros:
“Reginauro foi o meu primeiro amigo na segunda fase de minha vida, logo depois que saí do seminário e passei a trabalhar na velha ZYD-7. Ele, como repórter do ‘O Jornal de Montes Claros’ e eu, começando na redação da Rádio Sociedade, cobrimos juntos o dia-dia da prefeitura. Colhíamos as notícias em especial junto ao Cel. Coelho, chefe de gabinete do então prefeito Pedro Santos. O Reginauro, do tempo das vacas magras, era uma figura esquálida, mas, desde cedo, chamava a atenção pela rapidez de raciocínio e pela sagacidade. Na escola de Oswaldo Antunes aperfeiçoou-se rápido no ofício do jornalismo investigativo tendo, inclusive, ganhado vários prêmios por excelentes coberturas jornalísticas.
Nossas vidas se cruzaram em diversas outras ocasiões, quando não andaram paralelas. Juntos, estudamos na mesma classe e nos formamos em Direito pela velha Fadir. Ele brilhou como jornalista enquanto eu caminhei pela senda política. Nos últimos anos, trabalhou na minha ante-sala no gabinete do prefeito e participou de um grupo seleto de companheiros, sempre pronto a opinar positivamente nas questões mais candentes que, juntos, enfrentamos. Vai-se o homem e fica o mito: a saga de um jovem de família pobre que, com esforço próprio, amealhou muito mais que bens terrenos, mas fartou-se e espalhou bens imorredouros, destes que o tempo jamais apagará. Minha família e eu estamos chorando por esta irreparável perda!”

Mestre Zanza:
“Eu estou muito sentido, porque Reginauro era amigo de muitos anos. Vai fazer muita falta, porque é uma perda grande. Mas precisamos confiar em Deus, confiar que ele faz o melhor para nós”.

Nágila Almeida, jornalista, assessora de imprensa:
“Acredito que o Norte de Minas perde um comunicador de peso. Regi era generoso, humilde e sabia como ninguém se expressar de todas as formas. Não era egoísta e sempre que solicitado dividia os seus conhecimentos principalmente com quem dava os primeiros passos na arte de informar. A imprensa e o teatro estão de luto”.

Nazareno Dias, jornalista:
“O jornalista Reginauro Silva foi um mestre na arte de ensinar a verdadeira arte da profissão, que, muitas vezes, a técnica aplicada na faculdade não mostra. Isto, ele fez através do jornal-laboratório “Opinião”, do O Norte, onde era o editor geral e nos orientava nas reportagens e redação dos textos. Certamente, uma grande perda para toda imprensa da cidade e região”.

Paulo César Gonçalves de Almeida, jornalista:
“Convivemos desde 1968. Começamos no mesmo jornal, o ‘Jornal de Montes Claros’. Reginauro foi, sob todos os aspectos, uma pessoa interessante, inteligentíssimo, com um talento irrefutável, texto brilhante, polêmico, irreverente, incompreendido muitas vezes, mas uma pessoa que deixou a sua marca. Pelo o que ele edificou na imprensa – quantos que aprenderam com ele e não foram poucos – ele merece ser enaltecido e lembrado como uma pessoa que fez historia. Não foi apenas espectador, foi personagem ativo da história”.

Railda Botelho, jornalista:
“Um grande conselheiro na arte de praticar o Jornalismo sério e competente. Sempre gostava de conversar com ele e aproveitar para pedir algumas dicas. Deixa uma lacuna na imprensa local”.

Rogeriano Cardoso, jornalista:
“Tive o grande prazer de trabalhar junto com ele. É uma perda para a imprensa mineira”.

Samuel Nunes, jornalista:
“Regis fará falta, muita falta mesmo. Estou com a consciência tranquila, pois ainda em vida, e por várias vezes, agradeci a ele pela oportunidade a mim concedida. Elogios, puxão de orelha, brincadeiras na redação. A despedida é um momento de tristeza , em que corações se preparam para viver uma saudade. Diz certo ditado, e a saudade bate forte no peito. As lágrimas já saíram em demasia, não querendo acreditar na morte do ícone do jornalismo local. Mas Deus nos concede a força necessária para enfrentarmos este momento triste. Montes Claros acorda triste nesta terça-feira (22/05), e o seu blog, ‘A Província’, que Reginauro tanto gostava não deu a noticia do falecimento do seu criador. É a vida... Aos parentes, que Deus os console, aos amigos fica o exemplo de um profissional dedicado à profissão, ousado e criativo. Enfim, o mais triste de uma despedida é a incerteza de uma volta. E mais: talvez o único fato que me dói mais que dizer adeus, é não ter tido a oportunidade de me despedir de você.

Wanda Gonçalves, jornalista:
“Perdemos um ícone do jornalismo. Regi era um profissional muito inteligente e dedicado. No teatro, ele fez história com as suas peças bem redigidas e encenadas com sucesso. Destaco ‘A Formiga que queria ser cidade e virou Princesa’ além do livro “As 78 mulheres que amei”.

Wanderlino Arruda, escritor:
“Reginauro é um ícone do conhecimento, da cultura. A ausência dele vai fazer muita falta à cidade e à região. De atividade constante, ele deixa um riquíssimo legado para a história de Montes Claros. E nós, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, tivemos a honra dele ter sido um dos fundadores”.

Zeca Aguiar, publicitário:
“Uma grande perda não só para Montes Claros mas para todo o Estado de Minas Gerais. Reginauro sempre foi um homem que procurou ajudar as pessoas, ensinar com a sua capacidade inegável. Foi sempre um estudioso. Tudo que ele fez, fez muito bem, no Jornalismo, no teatro. Nos ensinou muito”.

Luto na imprensa montes-clarense



22/05/2012 - 08h23m
 
O espanto no rosto das pessoas, o pesar e as lágrimas que insistiam em pular fora. A sensação de perda misturada á de pesar. O impensável. Em uma fria tarde de segunda-feira, incomum demais por estes sertões, onde o calor é o companheiro diário e depois de um final de semana em que a mãe natureza sacudiu os cidadãos da Princesinha do Norte com um tremor, mostrando a nossa pequeneza diante da vida e da morte, chegou a notícia: a imprensa de Montes Claros acabara de perder um dos seus, porque não dizer, mestres.  Vítima de parada cardiorrespiratória fulminante falecia o jornalista, advogado e teatrólogo Reginauro Rodrigues da Silva, aos 62 anos de idade.

Quem e que sabe?

Nascido em Almenara, em 18 de janeiro de 1950, Reginauro Silva foi um dos mais profícuos profissionais da imprensa montes-clarense, cujo trabalho jornalístico norteou e continua a nortear muitos daqueles que tomaram para si a responsabilidade de bem informar e ajudar no progresso e desenvolvimento de nossa cidade. O vasto currículo é prova mais do que cabal da sua competência e amor pela profissão. Reginauro Silva foi repórter do O Jornal de Montes Claros e do Diário de Montes Claros, repórter e editor-chefe do Jornal do Norte, correspondente de O Globo na região, redator da Rádio Educadora de Montes Claros, repórter do Diário de Minas, editor-adjunto de polícia do Jornal Hoje em Dia, free-lancer da Revista Veja, O Indicador Rural, Agência Efe, Gazeta Mercantil, Revista IstoÉ. Recentemente, editou o Jornal O Norte de Minas. E foi fundador do Jornal do Povo, um mural com notícias diárias da cidade.
Como teatrólogo, Reginauro Silva ajudou a divulgar a arte de representar e brindou Montes Claros com um dos seus textos mais criativos, uma homenagem à cidade que tanto amou: Montes Claros, a Formiga que queria ser Cidade e virou Princesa.
Quem conheceu Reginauro sabia do seu amor pelas palavras, pela notícia, pelo jornalismo. Quem trabalhou com ele, não esquece os ensinamentos e por isso, o jornal O Norte, que teve a honra de tê-lo como Diretor de redação e editor faz uma justa e merecida homenagem, através dos depoimentos de quem conviveu com ele.

Eterno respeito
A vida nos prega peças. E a morte do jornalista Reginauro Silva me pegou de surpresa.
Os caminhos e descaminhos da vida nos fizeram parceiros na criação do jornal Opinião que logo depois se transformou no atual jornal O Norte. Naquela época, fizemos uma ideia virar realidade, fizemos história em Montes Claros.  Fomos protagonistas.  Temos muitas páginas escritas juntos. Muitas delas, cheias de criatividade e de ousadia. Aliás, estas duas características sempre sobravam em Reginauro. Foi por isso que o Jornal O Norte de Minas se solidificou como um dos melhores jornais do interior do estado, e certamente já faz parte da nossa história, que ele tão bem ajudou a escrever. O Jornal O Norte nasceu com a proposta de servir, ouvir e dar voz a comunidade. Por esse motivo escolhemos juntos, o slogan: “O jornal que escreve o que você gostaria de dizer”.
Apesar de estarmos distantes, politicamente, nos últimos tempos a nossa amizade permaneceu, o respeito mútuo também.
Por isso, vá em paz, caro amigo e obrigado pelo tempo que caminhamos juntos. Esse tempo ficará para sempre.
Ruy Muniz

A triste partida
A cidade de Montes Claros está de luto. Morreu o dramaturgo e crítico literário Reginauro Silva. Morreu o confrade que ocupava com méritos a Cadeira número onze do egrégio Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Ele tinha como patrono o ilustre jornalista Ary Oliveira. Na Revista do Instituto, volume VII, Reginauro Silva participou com o texto Encontro Cadavérico, quando foi muito elogiado pela imprensa local. Há um silêncio profundo na imprensa montes-clarense. Um silêncio de respeito e de gratidão.
Agora, choram os sinos; choram os hinos; choram os meninos. O palhaço tem o sorriso triste e a boca de palco sequer soletra uma única palavra. Na noite, um vulto perambula abatido, desmedido, bandido das horas mortas em busca da Viadagem. Reginauro Silva, num último suspiro de dor e saudade revela-nos a incerteza dos nossos projetos. A Formiga que queria ser cidade e virou princesa jamais pensaria num momento deste: de morrer. Certamente que as melhores lembranças deste grande homem ficarão para sempre gravadas na história de nossa cidade. Reginauro Silva foi um construtor da cidade de Montes Claros. Dinâmico jornalista, ele prestou os serviços mais importantes na imprensa local em beneficio de sua terra e de sua gente. Hoje ele nos deixa. Lágrimas, soluços e choros serão incontidos no momento de sua despedida. Adeus, amigo! Requiescat in pace!
Dário Cotrim

Mestre
Um mestre, um amigo e um jornalista espetacular. Neste momento as palavras somem, mas ficam marcados os momentos que tive o prazer de compartilhar ao seu lado, por quase dois anos, na editoria de O Norte.
Quanta correria para conseguirmos a melhor manchete e as madrugadas nas eleições. Mas o resultado valia a pena, quando no outro dia a edição se esgotava.
Tenho a certeza que Régis estará embalando, a partir de agora, as estrelas como quem embala um grande filho.
Mellissa Mendes

Singular
Reginauro, com certeza já garantiu  o seu espaço na história de Montes Claros. Ele contribuiu, de forma singular, para o crescimento da imprensa local e porque não dizer, regional, já que era uma pessoa voltada para os acontecimentos do Norte de Minas. Tristeza é grande, mas , um dia passa. Em seu lugar ficará  a saudade e com ela a imagem forte deste grande mineiro.Vai se juntar aos grandes, meu amigo.
Fabiana Carneiro

Planos
Reginauro Silva foi o meu Mestre. Regi, como eu gostava de chamá-lo, me incentivou a enveredar pelos caminhos do jornalismo. Foi meu editor nos cadernos de Opinião e no Jornal O Norte, cadernos que ele sempre editou com competência. Ainda acadêmica, comecei escrevendo para o Opinião. Logo depois, comecei a escrever matérias para as editorias de polícia, política, cidade e saúde para o Jornal O Norte, onde aprendi muito. Muitas dessas matérias, de cunho investigativo. Eu sempre brincava com Regi, dizendo que ele era o meu segundo pai. Na manhã desta segunda-feira, tomamos café juntos, na Rádio Unimontes. Falamos de seus planos para lançar o jornal on line -  A Provínia - em papel impresso. Mas, infelizmente, no meio da tarde fui surpreendida por esta triste notícia de seu falecimento.
Regi, onde quer que você esteja, saiba que sou grata a todos os seus ensinamentos. O principal deles, jamais esquecerei: aprofunde e apure a notícia que for divulgar porque a notícia crua todos dão. Faça o novo.
Gissele Niza

O silêncio do Guerreiro
A morte é mesmo uma coisa estranha. Assistimos pela televisão a cenas trágicas, reais e fictícias, o tempo todo. Choramos e acalentamos o choro de pessoas que perderam entes queridos, mas nunca estamos preparados quando o dia fatídico chega para alguém próximo a nós.
A morte de Reginauro Silva me leva a essa reflexão. Não importa o plano que fazemos, o quanto evitamos situações de risco, se fazemos check-up ou não, nada adianta. Quando a hora chega, interrompe tudo, sem mais nem menos. Simplesmente põe fim a uma história. E é ainda mais difícil perder alguém cheio de energia, de vigor, de vida.
Na verdade, a morte é uma violência que açoita a alma. Por isso precisamos viver o desapego das coisas fúteis e inúteis, perdoando sempre, amando sempre.
Reginauro Silva foi uma pessoa determinante na minha profissão. Ao lado dele dei os primeiros passos no jornalismo, com ele aprendi a escrever minhas primeiras crônicas, a analisar criticamente o que só poderia ser visto nas entrelinhas.
Dele me despeço com pesar, mas com a certeza de que conheci um homem que escreveu uma grande história, e que me permitiu, em algum momento, fazer parte dela, o que muito me orgulha.
Aos familiares de Reginauro, meu desejo é que Deus lhes dê acalanto, força e proteção nesse momento difícil.
Com os colegas de imprensa compartilho o luto de quem perde um bravo guerreiro, numa batalha às vezes inglória, que é tecer diariamente o fio da história.
A Reginauro Silva, minha gratidão.
Jerúsia Arruda

Bagagem cultural
Conheci pessoalmente Reginauro Silva quando retornei a Montes Claros, em 2003, para ministrar aulas no curso de Jornalismo, da Funorte. Reginauro era responsável pela edição e coordenação do periódico de artigos, resenhas e críticas Opinião - que logo se transformou no jornal O Norte de Minas.
Convivemos no espaço da faculdade e nos encontrávamos nas reuniões e eventos jornalísticos da cidade - comemorações, discussões sindicais e encontros pela construção da Casa da Imprensa do Norte de Minas.
Dono de um texto limpo e direto, amparado pelo conhecimento da língua portuguesa e pela ampla bagagem cultural, Reginauro esteve sempre aberto para a participação dos estudantes de jornalismo nas páginas d’O Norte.
Posso afirmar que ele foi um dos mestres do jornalismo montesclarense.
Elpidio Rocha

Protagonista
A primeira vez que levei um texto para Reginauro Silva avaliar para uma possível publicação no jornal O Norte, fui tomado de surpresa quando ele, imediatamente o salvou e fez a proposta de inaugurar uma coluna minha sobre política.
Tenho tido sorte nessa vida quando se trata de pessoas que me deram oportunidades. E Régis, sem dúvida, foi o primeiro a valorizar aquilo que eu pensava, escrevia e queria, um dia, ver publicado.
Reginauro Silva foi um dos grandes jornalistas que essa cidade já conheceu, uma das melhores pessoas com as quais eu convivi nessa, que é uma luta inglória. O jornalismo não paga bem (não conheço jornalista rico), mas dá visibilidade ao seu nome, ao mesmo tempo que dá oportunidade para os que não gostam de você tentarem te difamar.
Com o nosso Régis, felizmente não foi assim. Respeitado e considerado por todos, nos deixa em um momento tão importante para a cidade e para a cultura, berço esse no qual foi um protagonista de primeira grandeza.
Recentemente encontrava-se muito feliz, pois adquirira uma casa financiada, isso depois de ter trabalhado tanto, de ter lutado tanto. A sua condição econômica é testemunha da sua lisura, do seu respeito e da sua conduta diante da vida.
Vai-se o homem, fica o seu legado.
Marcelo Valmor

Defensor da liberdade de imprensa
A busca contínua pela informação e o direito de informar pautou a vida do grande mestre do jornalismo, Reginauro Silva. Um lutador pela liberdade da imprensa. Foi um incentivador e descobridor de talentos, valorizando quem começava na carreira. Eu fui um destes. Foi ele quem me abriu as portas do jornal O Norte, apostando na nova ideia de transmitir as informações publicadas no impresso, também para a internet. Com ele tive a honra de trabalhar por 5 anos. Período de rico aprendizado. Criador da frase Quem é que sabe?, namorador, autor do livro As 74 mulheres que eu amei, até agosto de 1998, e todas as seguintes, teatrólogo, advogado, jornalista, amigo, parceiro. Deus reservou um lugar especial a ele. Vai fazer falta.
Guardo gratidão pelo incondicional apoio para o meu crescimento profissional. Meus sentimentos à família.
Regi, sem você será mais difícil, mas aceito dar continuidade à sua missão de lutar pelo bom jornalismo.
Luís Alberto Caldeira

Aplausos
Não queria escrever nada, absolutamente nada sobre a morte de Reginauro Silva. Neste momento, ainda zonzo com a notícia, estou de mal dele, do mesmo jeito que fico de mal de todos os que amo e que, de repente, sem explicação alguma, me abandonam e me deixam aqui, falando sozinho, neste vale de lágrimas.
Regim não tinha o direito de fazer isso comigo, com seus amores, com seus amigos e com os seus inimigos, ele que ainda era tão jovem pra fazer essa viagem. Prefiro lembrar-me de nós dois ainda jovens, esbeltos e bonitos, sem carregarmos a prata nos cabelos e as panças proeminentes de agora, entrevistando Chico Preto, o temido macumbeiro da cidade, (o que causaria sua demissão sumária do  Jornal de Montes Claros) e Manoel Quatrocentos, o Carlitos mais ensandecido e mais poético da nossa Montes Claros. Acabo de conversar com meus irmãos Tino Gomes e Eduardo Lima, que eram irmãos dele também e que estão também entristecidos em Belo Horizonte. A gente tenta se amparar e se consolar telefonicamente, mas a dor da ausência de Reginauro Silva é maior que nossos lamentos.
Kardec anda me ensinando muitas coisas nos últimos anos. A principal é a fé consoladora que me permite encarar e aplaudir Reginauro Silva na sua última encenação, agora que as cortinas se fecham, na boca de cena e no teatro que ele tanto amava não pra dizer-lhe adeus, mas, sim, um até breve. É só isso que consigo dizer agora porque sei, como Guimarães Rosa alertava, que a vida é um descuido prosseguido e mais cedo ou mais tarde, ao lado do anjo Olinella, Reginauro Silva haverá de nos aguardar, solidário e risonho na imensa, radiosa e monumental porta de Passagem.
Georgino Júnior

Meu eterno professor de jornalismo
É com extrema tristeza no coração que escrevo este, que sem dúvida, é o meu mais difícil texto para o jornal O Norte de Minas, desde o seu inicio. A morte do amigo, irmão e meu professor de jornalismo, Reginauro Silva, de 62 anos, pegou a todos nós de surpresa, na tarde de ontem (21). Estava em uma reunião de trabalho, quando recebo um telefonema do amigo- irmão jornalista, Luis Alberto Caldeira, que chorando me transmitiu a triste notícia do falecimento do amigo Regis Silva.
A notícia me fez voltar no tempo. Era o ano de 2002, e o professor e empresário Ruy Muniz apresentou aos acadêmicos das turmas de comunicação social – habilitação em jornalismo da Funorte, Reginauro Silva. A ideia inicial era criar um jornal laboratório. Foi quando surgiu o Opinião e Regis era o diretor de redação e editor do referido jornal, que oportunizava a acadêmicos da época, Samuel Nunes, Gissele Niza, Heberth Halley, Cínara Dreide, Fernando Abreu, Larissa Teixeira, Valeria Borborema, Samarone Xavier, Elisângela Santos e outros tantos, darem os primeiros passos no jornalismo impresso em Montes Claros.   
Um dia, este aprendiz de jornalismo, teve a iniciativa de procurar Reginauro Silva, quando  foi prontamente recebido e mais, sai do encontro com a oportunidade de ingressar no impresso. A primeira pauta a mim dada pelo Reginauro Silva foi em dezembro de 2002, matéria intitulada por ele:  Falta pouco para a abertura do shopping popular. Aquele foi um momento emocionante na minha vida. Vi ali, uma oportunidade de crescimento enquanto acadêmico. Mas, naquele tempo, eu não sabia nem mesmo ligar um computador. Sou de origem humilde e meus pais não tinham condições de adquirir um computador para facilitar minha vida na faculdade. Conversei com Reginauro e de maneira compreensiva, ele aceitou que eu entregasse esta e outras matérias escritas a mão mesmo.
- Vou receber as suas matérias no papel mesmo. Faz o texto que vou dando um jeito. Mas você tem que aprender logo a trabalhar com o computador, me aconselhou.
Segui seu conselho estritamente e só ganhei com isto.
E foram anos e anos de convivência diária no O Norte de Minas. Inicialmente Regis me colocou na editoria de Economia, depois Cidade e por último, Política, onde fiquei até dois anos atrás. Foi dele, inclusive, a ideia da minha coluna sobre Política.        
Regis fará falta, muita falta mesmo. Estou com a consciência tranquila, pois ainda em vida, e por várias vezes, agradeci a ele pela oportunidade a mim concedida. Elogios, puxão de orelha, brincadeiras na redação.
A despedida é um momento de tristeza , em que corações se preparam para viver uma saudade. Diz certo ditado, e a saudade, caro amigo leitor, bate forte no peito. As lágrimas já saíram em demasia, não querendo acreditar na morte do ícone do jornalismo local. Mas Deus nos concede a força necessária para enfrentarmos este momento triste.
Montes Claros acorda triste nesta terça-feira (22), e o seu blog, A Província, que Reginauro tanto gostava não deu a noticia do falecimento do seu criador. É a vida... 
Aos parentes, que Deus os console, aos amigos fica o exemplo de um profissional dedicado à profissão, ousado e criativo.
Enfim, o mais triste de uma despedida é a incerteza de uma volta. E mais: talvez o único fato que me dói mais que dizer adeus, é não ter tido a oportunidade de me despedir de você.
Samuel Nunes

Meu eterno editor
Reginauro  foi literalmente o Mestre do Jornalismo montes-clarense. Ele deixa um legado de repórteres lançado por ele, principalmente, em o jornal O Norte e no Opinião, onde ele foi o editor chefe. Foi sem dúvida, meu grande editor, da qual pude aprender muito.
Sabia escrever de uma forma genial. Era um jornalista respeitado por todos, sobretudo, pelo jeito de escrever. Era um dos poucos que sabia extrair de um fato pequeno, uma grande matéria. Sabia se expressar de forma sutil e falar nas entrelinhas, como poucos jornalistas. Não tinha medo de falar a verdade. Se tinha que colocar uma nota, fazia sem medo do que pudesse acontecer.
Na seção de homenagens da formatura da turma de jornalismo de 2007, recebeu inúmeros elogios do renomado jornalista Neumar Rodrigues, da TV Globo e Record.
Foi criador de várias frases, a mais marcante delas: Montes Claros - cidade da arte e da cultura. Só tenho a agradecer a Regi pelo carinho, ensinamentos, dedicação e atenção durante os sete anos e seis meses de convivência diária na redação do Jornal Opinião e O Norte.
Estou extremamente triste por saber que foi embora um grande amigo, que será pra sempre o verdadeiro mestre do jornalismo.
Que Deus te proteja mestre.
Fique em paz!
Heberth Halley

Ao mestre com carinho...
Assim eu defino esse grande homem que foi o jornalista Reginauro Silva. O mestre, como eu o chamava, sempre atento a tudo que acontecia, sobretudo, detalhes minuciosos sobre os bastidores da política local.
Regi foi, mas o carinho e  a atenção com que tratava seus colegas vão ficar imortalizados na memória daqueles que estiveram ao lado do grande jornalista. Ao seu lado, mesmo em tão pouco tempo, quando a vida e o destino cuidou de nos apresentarmos, vivi a  mais conceituada experiência do mundo jornalístico. Ele foi, mas sua lembrança vai ficar pra sempre na memória de todos. Que Deus conforte a família e amigos.
Rubens Santana

Desbravador
Reginauro foi um marco para a cultura de Montes Claros e para a história da imprensa. Ele foi um desbravador em nível de cultura, pois foi influenciado por esta veia artística que o prefeito Toninho Rabelo instalou o Centro Cultural em 1979. O centro cultural foi inaugurado com uma de suas primeiras peças teatrais A Formiga que virou Cidade que falava sobre a nossa história. Na imprensa, sua contribuição foi enorme. Foi ele quem ousou criar uma imprensa independente. Fez um trabalho grandioso e deixa uma lacuna. Tenho alegria de ter aprendido com ele. Regi lançou a geração nova de jornalistas. Quando fui para o Jornal O Norte, fui para somar. Tenho uma gratidão muito grande.
João Jorge

Vida de coragem
O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem... O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais – ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. Viver é um descuido prosseguido.
(João Guimarães Rosa)
Essa foi a última postagem do amigo jornalista Reginauro Silva, em seu blog  A Província. E ele viveu um descuido prosseguido. 
Um vez paramos para debater sobre alguns assuntos. Confesso que perdia de goleada para o Mestre Reginauro, homem de uma sabedoria ímpar. E me lembro que falávamos sobre mudanças. E o Reginauro me alertava que existe somente uma forma de o mundo mudar:  é nós mudarmos primeiro. Enquanto nos mantivermos na espera que o mundo mude, dizia ele, que as pessoas mudem,  que o governo mude, que os políticos mudem, que a esposa ou o marido mudem, que nosso filho cresça e mude, que nosso patrão mude, absolutamente nada vai mudar e  quando algo muda, quase sempre é em nosso prejuízo.Além disso, entre mudar o mundo e mudar a nós mesmos, evidente que é infinitamente mais fácil mudar a nós mesmos.  Assim, não seja tolo, se quiser mudanças em sua vida, mude você primeiro. (...)
Brincalhão e tremendamente espirituoso, Reginauro comentava que existe apenas um motivo pelo qual você é pobre: você não acredita que pode ficar rico. Desde a infância colocaram na minha cabeça tantas ideias erradas sobre o dinheiro que passei a acreditar que todo rico é ladrão ou que a riqueza é para bem poucos e infelizmente a gente não é um dos privilegiados, e que somente no reino dos céus terá vida boa. Assim você trabalha muito, reclama mais ainda e joga na loteria, cedendo lugar ao pensamento mágico, já que a realidade não te dá chances de realizar teus sonhos. Pois saiba que todos esses conceitos estão errados. O universo é abundante e a riqueza é para todos, sem exceção. Então a riqueza é para você e para mim também.
Pensamento cadenciado e objetivo, Reginauro finalizou o papo dizendo que o motivo principal pelo qual somos pobres, é que pensamos pobres. O grande problema, finalizou o Mestre, está na mente das pessoas, nas crenças que aos poucos se transformaram em paradigmas, impedindo que essas pessoas consigam pensar, arrancar a fórceps velhos paradigmas que impedem o desenvolvimento e substituí-los por outros mais adaptativos.
Neumar Rodrigues

Morre o jornalista Reginauro Silva

Nota de falecimento
Por: Equipe Secom

A Secretaria de Articulação Institucional e Comunicação (SECOM) cumpre a dolorosa obrigação de comunicar aos companheiros de imprensa e aos seus inúmeros amigos o falecimento do jornalista, advogado e teatrólogo Reginauro Rodrigues da Silva, aos 62 anos de idade, ocorrido nesta segunda-feira (21/05) à tarde em seu local de trabalho, na Prefeitura de Montes Claros, onde ocupava o cargo de Assessor especial de Gabinete. Reginauro sofreu uma parada cardiorrespiratória. Equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tentou a reanimação por cerca de 50 minutos, sem êxito.
Nascido em Almenara em 18 de janeiro de 1950, Reginauro Silva foi um dos mais profícuos profissionais da imprensa montes-clarense, cujo trabalho jornalístico norteou e continua a nortear muitos daqueles que tomaram para si a responsabilidade de bem informar e ajudar no progresso e desenvolvimento de nossa cidade.
Poucos companheiros de imprensa tiveram tão vasto curriculum. Reginauro Silva foi repórter do O Jornal de Montes Claros e do Diário de Montes Claros, repórter e editor-chefe do Jornal do Norte, correspondente de O Globo na região, redator da Rádio Educadora de Montes Claros, repórter do Diário de Minas, editor-adjunto de polícia do Jornal Hoje em Dia, free-lancer da Revista Veja, O Indicador Rural, Agência Efe, Gazeta Mercantil, Revista IstoÉ. Recentemente, editou o Jornal O Norte de Minas. E foi fundador do Jornal do Povo, um mural com notícias diárias da cidade.
Como teatrólogo, Reginauro Silva ajudou a divulgar a arte de representar e brindou Montes Claros com um dos seus textos mais criativos, uma homenagem à cidade que tanto amou: “Montes Claros, a Formiga que queria ser Cidade e virou Princesa”. Também é de sua lavra “Seu Marido Sabe que Você tem Outro Homem?”, primeiro trabalho do ator gorutubano Jackson Antunes antes de estrear na Rede Globo.
 

segunda-feira, maio 21, 2012

XUXA CONFESSA QUE FOI ABUSADA ATÉ OS 13 ANOS

Xuxa fez uma revelação surpreendente no quadro “O que vi da vida”, na noite de domingo (20), no “Fantástico”. Bastante emocionada, a apresentadora assumiu que foi abusada sexualmente até os 13 anos.
"Eu vivi isso na infância e na minha adolescência. Talvez pelo fato de eu ser grande. Eu fui abusada, eu sei o que é isso, a gente sente vergonha, a gente acha que é culpada. Eu sempre achei que eu estava fazendo alguma coisa, que era a minha roupa", contou.
Xuxa disse que os abusos foram cometidos por um amigo do seu pai que queria ser seu padrinho, um professor da escola e um ex-namorado de sua avó.
"Não foi uma pessoa, foram algumas pessoas em momentos diferentes da minha vida. Eu me sentia mal, suja, errada", afirmou.
A estrela disse ainda que nunca havia tornado o caso público porque não queria ser vista de maneira diferente pelas pessoas e nem que o público entendesse a confissão de maneira errada.
Em seguida, a “Rainha dos Baixinhos” afirmou que o fato de nunca ter se casado e ter dificuldade em manter um relacionamento pode estar relacionado aos abusos que sofreu quando era pequena.
Xuxa afirmou ainda que Ayrton Senna foi o grande amor de sua vida. A loira garantiu decidiu ir atrás do ex quando o piloto estava namorando Adriane Galisteu. “Ele morreu no domingo. No sábado, eu acordei decidida a ir atrás dele para saber se ele ainda sentia por mim tudo que eu sentia por ele. Perguntei onde ele estava e resolvi ir até lá. Não deu tempo”, contou.
A gaúcha falou sobre o início da carreira, a vida no subúrbio carioca, o preço da fama e seu namoro de seis anos com Pelé. “Ele queria mesmo era a Luiza Brunet, mas ela era casada”, lembrou.
A apresentadora contou ainda que recusou um convite de casamento feito por Michael Jackson e que o único homem com quem pensou em subir ao altar foi Senna. "A gente se completava, mas um dia vamos nos encontrar de novo."

PRESA POR TIRAR ROUPA E MOSTRAR PARTES ÍNTIMAS

Uma mulher de 43 anos foi presa acusada de provocar perturbação no condado de St. Johns, no estado da Flórida (EUA), depois que tirou a roupa e mostrou o bumbum para outra mulher e os seios para um vizinho.
Segundo o jornal "Sun-Sentinel", o incidente ocorreu no dia 8 de maio. Além de mostrar suas partes íntimas, Kelly Renee Saylor teria gritado xingamentos contra o vizinho.
Após serem chamados, os policiais constataram que a mulher estava alcoolizada. Quando um agente a questionou se estava armada, Kelly disse que não, mas, em seguida, levantou a blusa e expôs os seios para os policiais.

domingo, maio 20, 2012

CINCO NOVOS TREMORES; FAMILIARES DE LULA AFETADOS

 
Os familiares do ex-presidente Lula foram afetados pelos tremores de terra que atingiram a cidade de Montes Claros na noite de sábado e na madrugada e tarde deste domingo. Terezinha de Jesus Soares Silva (foto abaixo), de 53 anos, prima de Maria de Lourdes, mineira que foi a primeira esposa do ex-presidente, mora na rua Edna Lopes, Jardim Eldorado, no Grande Santos Reis. Ela contou à reportagem que achou que o mundo estava acabando quando ocorreu o primeiro tremor. Terezinha e o marido, Manoel Soares Silva, 62 anos, filhos e netos saíram da casa, porque pensaram que o imóvel estava desmoronando. Manoel, que faz salgados para sobreviver, fazia almoço quando sentiu o primeiro abalo no sábado. A família mora ao lado da fábrica de cimento Lafarge e, segundo Terezinha, é comum ouvir barulho na fábrica. Porém o número alto de tremores de terras, principalmente na parte da cidade onde mora, a deixa na expectativa de que Lula ajude a família a comprar uma casa longe dos problemas. 

NOVOS ABALOS PREOCUPAM A POPULAÇÃO
Cinco novos tremores de terras foram registrados nesta cidade, na noite de sábado e na madrugada e tarde de domingo, elevando para 32 o número de abalos desde 2008. Os moradores do Grande Santos Reis, o epicentro dos abalos, querem deixar o local, temendo ocorrências de maior impacto.
Os novos vos tremores foram registrados às 20h35 de sábado, na comunidade rural de Taboquinha, a 35 quilômetros da cidade; à meia-noite e às 3h de deste domingo, em toda a área de Grande Santos Reis, e às 5h30, que afetou toda a cidade, bem como o das 16h32. Como nos sismos de sábado de manhã e à tarde, nenhum dos casos foi registrado pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (OSIB).
Os novos tremores foram notificados pelo 7º Batalhão de Bombeiros Militares, que recebeu sete ligações de moradores. O Comando de Operações criado pelo governo do Estado, com técnicos da Defesa Civil Estadual e Municipal e Corpo de Bombeiros vistoriou as casas danificadas. O 7º Batalhão informou o número exato de ligações recebidas no sábado, 395; neste domingo, até o meio-dia, 40. Foram vistoriadas 34 casas e interditadas quatro, quatro pessoas foram levadas ao Abrigo Municipal e oito estão desabrigadas.
A Prefeitura de Montes Claros vai pedir ajuda ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) para ajudar a analisar as causas dos tremores. O major Walter Gonzada, diretor Logístico da Defesa Civil de Minas Gerais e chefe do Comando de Operações dos Tremores em Montes Claros, informou que há preocupação em não alarmar a população, pois o susto dos moradores na manhã de sábado, quando começaram os abalos, leva parte da população a entender como tremor de terra qualquer anormalidade.

O pânico que tomou conta dos moradores do Grande Santos Reis, principalmente da Vila Atlântica, se evidencia. A dona de casa Maria de Lourdes Santos quer sair do local, pois teme um desastre de maior proporção. Durante a noite, qualquer barulho a assustava. Na rua B2, não ocorreu nenhum caso grave, mas os seus vizinhos tiveram casas trincadas. Claudina Antunes também vive a sensação de insegurança, apesar de os bombeiros informaram que a sua casa tem boa estrutura.
O pedreiro Wedson Gomes e sua esposa Regina Pereira, cuja casa foi interditada pela Defesa Civil Municipal, dormiu dentro do seu carro, junto com a esposa. Ele abriu o banco traseiro e colocou alguns colchões, para aliviar o desconforto. Ele garante que acordou por volta das 3h com um pequeno tremor, que se repetiu por volta das 5h10. Wedson quer demolir a sua casa, que comprou há oito meses.
O viúvo Domingos Soares de Oliveira comemorou ontem 84 anos, mas em uma situação incômoda: teve de dormir na casa do genro, Tone, obrigado a sair da casa onde mora há mais de 40 anos. O imóvel foi interditado pela Defesa Civil Estadual, por causa das trincas em várias paredes.
GEÓLOGO PREVÊ OUTRAS OCORRÊNCIAS
O geólogo Paulo Alberto Alessandretti informou neste domingo que os tremores devem se repetir, consequência do abalo de maior magnitude ocorrido no sábado. Mas não soube precisar quando virão e a intensidade. O especialista, que estuda os tremores desde 2009, reivindicou estudos mais profundos sobre as ocorrências, como forma de prevenir uma tragédia e capacitar os moradores a enfrentar a situação. (Girleno Alencar)

RIHANNA SAI PARA JANTAR SEM CALCINHA. UMA GRACINHA!

Rihanna adora fazer o papel de "bad girl" devoradora de homens e não economiza na sensualidade. Muitas vezes a desinibida, nascida em Barbados, derrapa. Como nas fotos acima, em Santa Monica (Califórnia, EUA). A cantora de 24 anos saiu para jantar em um restaurante italiano usando uma saia de crochê sem calcinha, de acordo com o "Sun". Deu para ver alguma coisa? (Fernando Moreira)

OUTRO TREMOR TERIA OCORRIDO NA MADRUGADA DE HOJE

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros fazem, neste domingo (20), vistorias em imóveis que foram danificados pelos tremores de terra que atingiram Montes Claros. Equipes dos dois órgãos vieram de Belo Horizonte na noite deste ontem, sábado (19), para ajudar na realização dos trabalhos.
De acordo com os bombeiros, não há feridos e os abalos só trouxeram prejuízos materiais leves como rachaduras, vidros quebrados e danos em telhados. Um helicópetro do Corpo de Bombeiros da capital está em Montes Claros para ajudar nos trabalhos. A vistoria tem como objetivo avaliar a extensão dos danos causados pelos tremores e analisar se alguma família precisará ser removida.
O Corpo de Bombeiros não confirma, mas alguns moradores do bairro Cidade Industrial relataram que, neste domingo, por volta das 5h30, outro tremor teria ocorrido na cidade. Uma parte da imprensa local atestou o fato.
A reportagem tentou entrar em contato com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) para confirmar a informação, mas nenhum dos telefones atendeu (fixos e celulares).
Ontem, dois tremores foram confirmados pelo órgão. O mais forte foi registrado às 10h50, com duração de três segundos e intensidade entre 4 e 4,5 graus na escala Richter. O segundo tremor foi registrado às 13h40.

TRANSEXUAL PERDE MISS CANADÁ MAS GANHA SIMPATIA

A transexual Jenna Talackova joga um beijo ao ser eliminada do Miss Universo Canadá, em Toronto, na noite de ontem, sábado (19). 
Jenna ganhou o prêmio de Miss Simpatia, oferecido pelo Miss Universo Canadá. Ela foi a primeira transexual a participar desse concurso. A participação de Jenna chegou a ser suspensa, mas a organização do concurso reviu a decisão e permitiu que ela voltasse à competição.

A participante Biniaz vence a competição e é coroada Miss Universo Canadá pela vencedora do concurso em 2011, Chelsae Durocher.

TREMOR DE ONTEM FOI O MAIOR DA HISTÓRIA DE MINAS

Ao final do sábado, 19, Montes Claros apresentara três tremores de terra, sendo o de maior escala registrado às 10h47, que provocou pânico e correria entre os moradores. Não é a primeira vez que a cidade norte-mineira treme. Desde 2008, Montes Claros já registrou 25 abalos sísmicos. Ontem, sábado, conforme noticiou A Província em primeira mão, o primeiro tremor veio com um forte estrondo, tanto que os shoppings Popular e Ibituruna chegaram a ser evacuados pelo Corpo de Bombeiros. Na região de Grande Santos Reis, formado por vários bairros próximas a pedreiras, algumas casas sofreram rachaduras e quatro delas foram interditadas pela Comissão Municipal de Defesa Civil. Apesar do susto, ninguém se feriu.
De acordo com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), a intensidade do tremor ficou entre 3,8 e 4,2 graus na escala Richter. O professor Lucas Barros, chefe do Observatório, explicou que a magnitude exata não pôde ser medida no momento do fenômeno, e a avaliação foi feita com base em tremores anteriores e na descrição dos moradores da cidade. No dia 2 de abril, o Observatório Sismológico registrou uma série de quatro pequenos tremores de terra em Montes Claros, com magnitude máxima de 3 graus na escala Richter. O último tremor tinha ocorrido no dia 11 de maio.

De acordo com a Defesa Civil da cidade, o primeiro tremor ocorreu às 10h47 e foi de grande impacto, sentido em toda cidade e inclusive em cidades vizinhas. Porém, às 13h45, os moradores do bairro Santos Reis sentiram novo tremor e, às 14h20, a mesma situação. O coordenador municipal de Defesa Civil, Mattson Malveira explica que o tremor foi o de maior intensidade registrado em Montes Claros nos últimos anos, pois foi notado em toda cidade. Ele lembra que várias casas do bairro Vila Atlântica ficaram com danos e trincadas, algumas delas inclusive tiveram que ser interditadas. O maior problema foi registrado na área central de Montes Claros, onde 100 mil pessoas circulam durante o dia. No Shopping Popular o tremor provocou correria, com muitas pessoas temendo que o prédio desmoronasse. Rachaduras surgiram nas paredes externas da edificação.
As atividades da Defesa Civil Municipal foram concentradas na região de Grande Santos Reis, onde existem pedreiras e onde foram registrados tremores de terras nos últimos tempos. A casa do pedreito Wedson Gomes, na rua B2, na Vila Atlântica, teve de ser interditada, pois todas paredes ficaram rachadas. Ele mora no local com a esposa, filho e um irmão.
Na rua Eliane Vieira Gomes foram várias casas danificadas. A dona de casa Rosemary Ruas Veloso tinha chegado do centro da cidade, quando entrou na sua casa e viu o tremor. O reboco da laje da cozinha foi ao chão e por pouco a feriu. O seu armário de cozinha, que é afixado na parede, caiu. Ela saiu com o filho para a casa da sua mãe Josiane Veloso Ferreira, onde as paredes também ficaram trincadas. A vizinha Claudina Antunes, na mesma rua, viu o aparelho de televisão cair no chão, enquanto na casa de sua filha Sara umas telhas caíram.

O ditado de que um mesmo raio não cai na mesma casa duas vezes acabou por terra: o comerciante Bento Eustáquio Antunes teve sua casa e comércio na rua K, na Vila Atlântica, abaladas por um tremor no dia 4 de abril, que causou pequenas trincas. Nesta terça, o novo tremor causou maiores estragos. O local foi interditado.
No bairro Amazonas, Jaibe Alencar levou um susto: a sua filha Mackcine e o filho Breno estavam em casa, ela acessando a internet e ele brincando de videogame, quando ocorreu o primeiro tremor e o gesso da casa caiu, assim como o quarto da filha trincou. Todos saíram para a rua, temendo uma tragédia maior. O mesmo problema foi verificado na rua Francisco Muniz, que fica ao lado, onde várias casas mostraram trincas.
O Corpo de Bombeiros instalou em Montes Claros, no 7º Batalhão da corporação, um Posto de Comando de Operações para atendimento às demandas decorrentes do tremor de terra. As ações terão apoio do helicóptero da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). (Girleno Alencar)