quarta-feira, maio 25, 2011

PASSAM BEM GÊMEOS E MÃE DE ÚTEROS DIFERENTES

Três Pontas, no Sul de Minas, ganhou notoriedade no país inteiro, após o nascimento de gêmeos gerados em úteros diferentes de uma mesma mulher. Jucéia Maria de Andrade, de 38 anos, tem dois órgãos – o que a medicina chama de “útero didelfo”. Cada bebê cresceu em um deles.
As crianças foram recebidas como um milagre pela família e como uma vitória para médicos que acompanharam a mãe desde o anúncio da gravidez, em outubro do ano passado. A gestação, considerada de alto risco, transcorreu sem maiores sobressaltos. Mas a médica Márcia Andrade Mesquita decidiu antecipar o parto, previsto para 10 de junho. “Os três chegaram bem até aqui e decidimos não esperar mais”, justificou.
Jucéia foi submetida a uma cesariana na Santa Casa São Francisco de Assis. O primeiro bebê, Mateus, nasceu às 9h04, com 2,2 quilos e 43 centímetros. Três minutos depois veio Isabella, com 2,8 quilos e 45 centímetros. Mãe e filhos passam bem.
O pai dos gêmeos, Agnaldo de Paulo Leopoldo, e a irmã de Jucéia, Fátima Andrade Martins, acompanharam cada momento, desde a internação.
Emocionado, o pai disse que sempre acreditou que os herdeiros nasceriam bem, mas não conteve as lágrimas ao ouvir o primeiro choro. “Só tenho a agradecer a Deus e à equipe que cuida deles. Estamos muito felizes”.
Segundo Agnaldo, Jucéia descobriu que tinha dois úteros quando estava grávida da primeira filha do casal, Bianca, hoje com 7 anos. Na época, o nascimento da primogênita já surpreendeu os médicos, pois a presença de dois órgãos poderia acarretar má-formação do feto ou impedir que a gestação chegasse ao fim.
Como os especialistas disseram que a anomalia impediria Jucéia de ter outros filhos, o casal abriu mão de usar métodos contraceptivos. A médica Márcia Andrade Mesquita acredita que os óvulos  foram fecundados no mesmo dia, e que a paciente tenha tido uma dupla ovulação, pois gerou bebês de sexos diferentes. Só há notícias de outros dois nascimentos semelhantes no mundo: na Inglaterra, em 2005, e nos Estados Unidos, em 2009. (Margarida Hallacoc)

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