Esperei
62 anos anos para rever a minha mãe, é uma emoção muito grande. Agora eu quero
levá-la comigo”, disse a aposentada
Maria Rita de Almeida, de 87 anos, que viajou de Cuiabá, em Mato Grosso, e
reencontrou nesta sexta-feira (2) a mãe Maria Alexandrina, de 115 anos. As duas
não se viam desde que a filha mudou-se para o estado vizinho de Mato Grosso do
Sul depois de casar.
Acompanhada
por seis parentes, entre filhos e netos, Maria Rita saiu da cidade onde mora na
quarta-feira (7) e passou quase um dia na estrada. Eles desembarcaram em
Corumbá na tarde de quinta-feira (1º) e foram recepcionados por um tio e duas
primas da aposentada, que ela ainda não conhecia.
Como
não havia meios de transporte para continuar a viagem até Ladário, cidade
vizinha a Corumbá, o grupo ficou hospedado na casa dos parentes que haviam
encontrado e onde devem ficar até a partida de volta para o Mato Grosso na
segunda-feira (5).
A
busca por Maria Alexandrina terminou somente no dia seguinte, quando uma
viatura da Polícia Militar deu carona para Maria Rita até a casa de sua mãe e
elas enfim reencontraram-se. “Ela demorou para me reconhecer, mas passou um
tempinho e lembrou de mim. É um dia que eu nunca vou esquecer”, afirma.
Ela
diz ter aproveitado o momento de emoção para convidar a mãe a ir morar no
estado vizinho. “Ela respondeu com um sorriso que vai morar com a gente”, conta
a aposentada. Maria Rita conta que a família irá providenciar os documentos de
Maria Alexandrina, que foram perdidos após um incêndio há alguns anos e que
serão necessários para a viagem e para viver em uma nova cidade.
De
acordo com Antônio Almeida, filho de Maria Rita e neto da centenária, a alegria
em rever a avó fez com que todo o esforço da viagem que fez junto com a mãe
para reencontrá-la valesse a pena. “Foi uma vida inteira esperando o abraço da
minha avó. Nós a procuramos tanto, era uma família que não esperávamos conhecer”,
completa.
Maria
Rita foi para o Mato Grosso depois de seu casamento. Ela explica que na época
em que foi embora não tinha meio de comunicação para manter contato. “Cheguei
até a mandar carta, mas nunca obtive respostas. Me disseram uma vez que a minha
mãe e irmãos já tinham morrido e isso me abalou muito naquele momento. Mas não
desisti porque sempre tive a esperança de encontrá-los”, disse.
A
primeira tentativa para reunir mãe e filha foi de uma das filhas de Maria Rita,
neta da matriarca. Ela conseguiu o número de uma escola localizada no
assentamento onde Maria Alexandrina mora com a ajuda de uma equipe da Marinha
que vai até a região prestar uma série de atendimentos à população uma vez por
ano.
A
surpresa foi quando o telefone foi atendido por uma mulher que disse ser da
família, e relatou que também estava à procura dos parentes de MT. A partir de
então o encontro começou a ser planejado.
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