Há
cinco anos, a estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 18 anos, moradora
de São Paulo, estabeleceu uma meta: estudar na Universidade de Harvard, nos
Estados Unidos. De lá para cá, pegou firme nos estudos, foi destaque em
olimpíadas estudantis dentro e fora do Brasil e aprendeu a falar inglês. O
resultado oficial do esforço chegou na última quinta-feira (29), Tábata foi
aceita em Harvard e em outras cinco universidades americanas. São elas:
Caltech, Columbia, Princeton, Yale e Pennsylvania.
Harvard
é uma das universidades mais conceituadas do mundo e as outras cinco em que a
brasileira foi aceita também seguem entre as mais bem colocadas em ranking
mundial de reputação divulgado em 15 de março. A seleção é feita pelo
Scholastic Assessment Test (SAT, Teste de Avaliação Escolar), uma espécie de
'Enem americano,' que também é aplicado no Brasil aos interessados em disputar
vagas nos Estados Unidos. Para conquistar a vaga também é necessário fazer o
teste de proficiência em inglês, o Toefl (Test of English as a Foreign
Language).
"Quando
soube [da aprovação em Harvard] comecei a chorar muito, perguntava se podia
mudar o resultado. Eram duas da manhã, liguei para minha mãe, meu pai ficou
super emocionado. Chorei duas horas seguidas", diz Tábata. O aviso foi
feito via telefone por um representante da universidade, porém o resultado só
foi oficializado na última quinta-feira.
A
garota agradece ao fato de ter tido acesso ao resultado de Harvard antes do
previsto. Três dias depois que soube da aprovação, o pai morreu. Se soubesse
somente na última quinta-feira, não teria como ter contato a ele. "Foi
muita sorte. Ele acreditou em mim e eu cumpri minha promessa. Ele ficou muito
feliz, nem conseguiu mais dormir naquela noite. Que bom que deu tempo de falar,
de qualquer forma ele saberia do céu, mas foi bom contar", afirma.
A jovem foi
aluna do Colégio Etapa, em São Paulo, como bolsista. Como sua mãe que
trabalhava como vendedora de flores e o pai que era cobrador de ônibus não
tinham como arcar com suas despesas de transporte e alimentação, o Etapa passou
a custear um quarto em um hotel próximo à escola na Avenida Vergueiro, além de
pagar as refeições da estudante. Atualmente, como já concluiu o ensino médio
tornou-se funcionária do colégio: é professora de química e astronomia dos
alunos que participam de olimpíadas.
Para estudar nos
Estados Unidos também terá bolsa de estudos e ajuda de custo. Lá as bolsas são
distribuídas de acordo com as condições socioecônomicas do estudante aceito e
não por mérito, por isso a garota diz que não estar preocupada com a questão
financeira. (Vanessa Fajardo)
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