Na tentativa de preservar o que
restou da mata seca no Estado, a Associação Mineira de Defesa do Ambiente
(Amda) quer transformar a região Norte de Minas, onde há predominância desse
ecossistema no Estado, em área restrita à pesquisa, ao turismo e apoio às
comunidades já instaladas.
Com flora e fauna ricas e
igualmente incomuns, a mata seca, também chamada tecnicamente de Floresta
Estacional Decidual, abriga espécies como ipê, aroeira, pau-ferro e a mais
típica de todas, a barriguda, tipo de paineira caracterizada pela “barriga”
formada no tronco. Dentre os animais, onças, antas, anfíbios, jacus-estalos e
micos-leões-do-peito-amarelo, a maioria ameaçada de extinção.
“Sabemos que há grande pressão
econômica para a mata seca, mas buscamos uma política de desestímulo à ocupação
das regiões onde ela está presente e só o poder público pode fazer isso. A mata
seca em pé é muito mais interessante do que derrubada”, pontua Maria Dalce
Ricas, presidente da Amda.
Por se tratar de uma vegetação
pouco presente no Brasil, não é possível apontar, com exatidão, a extensão da
mata seca no país, mas estima-se que, em Minas Gerais, esteja
em apenas 3% do território total.
Em junho de 2010, esse
ecossistema esteve no centro de uma polêmica, quando o deputado estadual Gil
Pereira (PP) apresentou à Assembleia Legislativa do Estado um projeto para
desvincular a vegetação da lei que protege a mata atlântica. O Ministério
Público interveio e arguiu inconstitucionalidade. Quase dois anos depois,
porém, a mata seca permanece ameaçada pelas atividades carvoeira e agropecuária.
(Iêva Tatiana)
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