À revista EGO, Carol contou como foi se assumir transexual.
- Como era sua vida antes de ser modelo?
- Sou jornalista de formação e trabalhava como produtora de moda até ser convidada para posar e desfilar por causa do meu rosto andrógeno, que tenho desde criança. Quando era pequena me tratavam como menina e minha mãe precisava dizer que eu era filho e não filha.
- Quando você assumiu que era transexual?
- Foi um processo muito doloroso. Não entendia o que era. Não era mulher, não era homem e sentia atração pelos namorados das minhas amigas. Só consegui ter minha primeira experiência sexual aos 22 anos. Antes, me apaixonei por um rapaz. O conheci num réveillon em Jurerê Internacional, mas não tive coragem de dizer quem eu era. Viajei até São Paulo para revelar a minha identidade e quando passamos por um lugar onde havia travestis, ele teve uma atitude tão preconceituosa contra eles que fui embora e sumi de sua vida.
- Ele trabalhava em quê?
- Ele é jogador de futebol e deve ter descoberto a minha identidade recentemente, quando comecei a aparecer na mídia. Desde então, me deletou do Facebook.
- Você tem vontade de fazer cirurgia de mudança de sexo?
- Tenho, mas ainda não tive tempo. Para falar a verdade, acho que ser mulher está além de uma vagina. É algo muito mais abrangente.
- Como seus pais encararam sua mudança?
- Meus pais são funcionários públicos federais. Me afastei deles para fazer a cirurgia de colocação do silicone nos seios (ela tem 240 ml) e nesse desfile foi a primeira vez que me viram como mulher. Estavam na plateia e só de lembrar tenho vontade de chorar, de tanta emoção. Enquanto todos pensavam que eu ia acabar numa esquina, me prostituindo, reverti o preconceito e hoje mostro que posso estar lá num outdoor de moda. (Luciana Tecidio)
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