De olho no comércio que precisa de troco, o Banco Central apela para que porquinhos sejam esvaziados. 'Os números são impressionantes', disse ontem o diretor de administração do BC, Altamir Lopes, ao apresentar os dados. Se o governo quisesse produzir as mais de 5 bilhões de moedas que deixaram de circular, teria de gastar R$ 1,1 bilhão. 'Isso é significativo para o País e o custo é pago pela sociedade'.
Um dos principais vilões do sumiço das moedas está em casa, parado sobre o armário ou na escrivaninha: o cofrinho. Aliás, eles nunca estiveram tão recheados. O dinheiro depositado atualmente neles daria para comprar mais de 20 mil carros populares ou 360 mil iPads 2. 'O cofrinho é um instrumento importantíssimo para a educação financeira, é uma das primeiras noções econômicas para passar aos filhos. Mas também é importante que os pais passem o dinheiro para o banco de tempos em tempos', sugere. 'A moeda no cofrinho não rende nada. Se estiver na poupança, rende'.
Apesar do apelo para o esvaziamento frequente dos cofrinhos, o BC diz que os porquinhos brasileiros são tão gordinhos como os norte-americanos: nos dois países, cerca de 5% de todas as moedas produzidas todo ano saem de circulação e são guardadas pela população.
A pesquisa divulgada ontem mostrou também que, entre as várias cédulas brasileiras, as de R$ 2 são as mais deterioradas: cerca de 30% estão em condição ruim de conservação ou têm algum tipo de avaria, como riscos, furos, fitas adesivas e grampos. Com as notas de R$ 5, o problema se repete e 22,4% estão inadequadas. 'As cédulas de menor valor são aquelas que circulam mais e acabam ficando mais tempo na economia sem chegar aos bancos. Já as de maior valor acabam sendo levadas ao banco para depósito', explica Altamir.
Entre as cédulas de maior valor - entre R$ 10 e R$ 100 - o porcentual de inadequadas é bem menor: 15%. Para melhorar a qualidade das notas em circulação, o diretor do BC pede ajuda aos comerciantes. 'Quem receber uma cédula que não está em bom estado, peço que troque nos bancos ou deposite. A rede bancária é obrigada a trocar ou aceitar essas cédulas.'
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