segunda-feira, março 01, 2010

POLÍCIA JÁ TEM PISTAS SOBRE O SUMIÇO DO DESPACHANTE CHIQUINHO, HÁ 60 DIAS

Há 60 dias do desaparecimento do despachante Francisco Santos Filho, conhecido por Chiquinho Despachante, a repórter Gissele Niza procurou seus familiares, o cabo Melo e a polícia civil, para saber o que há de concreto nas investigações e qual é a verdade sobre esse desaparecimento que intriga toda uma cidade.

Muito abalada com a situação, principalmente pela falta de respostas da polícia sobre o caso, a esposa, a mãe e irmãs de Chiquinho receberam a reportagem ontem à tarde, no Bairro Dr. João Alves, zona Sul de Montes Claros.

Segundo a esposa do despachante, Elenice Barbosa Santos, que esteve com o marido na manhã do dia do seu desaparecimento, ele saiu de casa após um telefonema onde combinou para receber um dinheiro.

- Ele falava ao telefone e antes de se despedir de mim disse que não demoraria e que eu planejasse onde passaríamos o reveillon. Iríamos viajar no mesmo dia, na quarta-feira (31 de dezembro), ou na quinta pela manhã. Às cinco da tarde, quando cheguei ao escritório, os funcionários me disseram que falaram com ele por volta de três da tarde e que ele havia dito que estava em Lagoinha para receber um dinheiro. Tentei falar com ele diversas vezes no celular e não consegui – diz Elenice.

Sobre pagamento de R$ 30 mil que Chiquinho teria recebido, Elenice afirma que sabia da venda de um veículo Pajero feita por Chiquinho ao cabo Melo, porém, não tinha detalhes.

- Sabia que ele saiu para receber o dinheiro, mas não tinha detalhes, fiquei de resolver para onde viajaríamos e, como ele não retornou nem atendeu os telefonemas, comecei a me preocupar, uma vez que, apesar da correria do trabalho, ele sabia que eu preservo muito que as festas de final de ano sejam passadas com a família. Todos os anos, mesmo quando tínhamos outros compromissos profissionais na virada do ano, quando eram 22 horas nós nos reuníamos. Isto era sagrado. Daí, passei a ter certeza que algo aconteceu. Agora precisamos, eu e a família, de uma resposta do que aconteceu e o por quê – afirma Elenice.


MINISTÉRIO PÚBLICO ACIONADO

A esposa de Chiquinho, Elenice Barbosa, informa que acionou o ministério público pedindo providencias para o caso.

A reportagem tentou contato com o MP, para saber quais providências foram tomadas sobre o caso, e foi informada de que o promotor Mário Henrique Faria Pereira recebeu a representação da família de Chiquinho e que o caso teria sido repassado ao promotor Flávio Márcio Lopes Pinheiro, que não foi localizado.

O delegado Alcides Costa, da Divisão de crimes contra a vida, afirma que, apesar do silêncio, que é necessário para o andamento das investigações, a polícia civil já tem uma linha de investigação sobre o que aconteceu com Chiquinho Despachante.

- O caso está sendo investigado sob sigilo, para que não atrapalhe as investigações. Mas posso afirmar que já temos uma linha única de investigação e estamos realizando diligências em outras cidades, para a conclusão do inquérito. Aguardamos também os resultados de exames solicitados para que, enfim, possamos dizer o que (e por que) aconteceu com Chiquinho Despachante. É preciso aguardar e evitar divulgar quaisquer nomes ou dados, para que a investigação não seja prejudicada – afirma Alcides.

O delegado deverá retornar a cidade nos próximos dias, quando apresentará à família a conclusão do caso.

QUEM É

Francisco Santos Filho é filho de Francisco Lúcio dos Santos e Laudir Lúcia Rabelo, casado com Elenice Barbosa, com quem tem três filhos. Ele tem sete irmãos e começou a trabalhar com o pai aos 10 anos de idade, em Francisco Dumond, onde nasceu. Trabalhou num escritório de contabilidade, no supermercado Q Barato e aprendeu a trabalhar como despachante.

Após trabalhar por um período sozinho, montou seu escritório com seu nome e, ultimamente, trabalhava com precatórias e era sócio de uma faculdade em Moc. Em 2004, candidatou-se a vereador pelo PMDB e conseguiu 935 votos.

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