“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem... O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais – ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. Viver é um descuido prosseguido.” (João Guimarães Rosa)
NOS GROTÕES E BURGOS PODRES
Por Mara Narciso
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Por princípio, as nações evoluídas cuidam da infância e da velhice. O Brasil quer progredir, tanto que é Ordem e Progresso o lema da bandeira brasileira. Inebriados pela visão da festiva classe C, enaltecida pelos meios de comunicação, e bem-vinda ao consumo, os brasileiros em geral fazem de conta que o pior foi vencido. A nova classe C é gente que tem celular, internet, TV de plasma e viaja de avião.
Quando o inesquecível Tancredo Neves referia-se a locais atrasados, de pensamento político retrógrado, os depreciava dizendo tratar-se de grotões e burgos podres. Pois o nosso imenso país, ainda possui tais lugares, classificado assim pelo atraso de sua gente, independente do pensamento político, se é que possam ter esse luxo. Muitos nem imaginam como vivem essas pessoas. Ouvem-se piadas sobre as bolsas dadas a elas pelo Governo, e com deboche se fala em bolsa gás, bolsa táxi e até bolsa picolé. Minha gente – pedindo emprestadas as palavras a Fernando Collor - ainda há um Brasil que mal aparece. Não é um povo escasso, raro e pitoresco, pinçado por Marcelo Canellas, o jornalista da Rede Globo, para fazer reportagens premiadas sobre a Fome e envergonhar o país não. É um mundo verdadeiro, que bate na nossa cara, e como o lixo que bóia nas enchentes, o queremos longe das nossas vistas.
Com a ajuda da Prefeitura de origem, uma mãe consegue uma consulta com especialista na cidade pólo, e traz sua filha. Não sabe dizer o que a menina tem. Pergunta se no papel que trouxe não dizia. É uma mulher sem dentes, de vestimenta pobre, pele escura, cabelos em desalinho, suada e com ar cansado. Chegou a se deitar no sofá da sala de espera, devido ao mal estar dado pelos transtornos da viagem. Tem fala rude, de difícil compreensão. A comunicação é primitiva e dificultosa. É preciso chegar junto, para buscar uma conversa possível. Com um saca-rolhas, vai-se descobrindo o caso. Com três anos a criança, hoje mal completando nove, começou a desenvolver as mamas. A palavra pelo, para denominar pelagem na área genital, era desconhecida da mãe. Mas, enfim, foi possível deduzir que havia um desenvolvimento puberal, e uma menstruação, porém a mãe não sabia quando. Talvez há uns seis meses, mas era apenas uma hipótese. Trouxe a filha porque uma médica disse não ser normal. Será que era? Pelo menos não tinha se repetido.
Examinada, a criança estava bem formada, uma estrangeira dentro de um corpo arredondado de adolescente. Retraída, e muito assustada, possivelmente era a primeira vez que ia a uma cidade maior. Nascida e criada numa zona rural, um tanto afastada de uma pequena cidade sem recursos, a muito custo tinha conseguido chegar com a ajuda do poder público. A menina tinha 26 quilos e media 1,33 m . Era um caso de puberdade precoce, já sem condições de tratamento ideal pelo avançado da situação. O Governo fornece a injeção mensal, para bloquear a puberdade, cujo custo é em torno de R$500,00 por mês, porém até os nove anos de idade. O prazo já estava vencido. Também seria preciso fazer um mínimo de exames para afastar a possibilidade de tumor, embora, pela experiência, deveria ser a puberdade precoce verdadeira, que é o amadurecer antes da época. Os riscos eram todos: infância perdida, possibilidade de abuso sexual e gravidez e finalização do crescimento.
A mãe, com toda a dificuldade de comunicação, falou ter 47 anos, uma dúzia de filhos e não ter renda. Recebe R$125,00 do Governo a título de Bolsa Família. Abaixo da criança presente à consulta, havia outra, de seis anos. O tratamento já estava todo atrasado. Diante do impasse, como ajudar? Como resolver minimamente o problema dessa criança?
Pessoas assim existem mesmo, dentro de um mundo real e injusto. São brasileiros vivendo num estado de penúria inominável, sem acesso a informação ou a mínima condição de sobrevivência, higiene e dignidade. Não é um caso único ou curiosidade capturada no meio do nada. É uma gente com anseios, desejos e sofrimentos. Uma fictícia Bolsa Picolé talvez não vá resolver a situação, mas ainda assim, quem a tiver, que se ofereça para ajudar.
As notícias e comentários publicados por A Província, quando não assinados, têm como fontes: Extra Online, G1, Planeta Bizarro, Page Not Found, Hoje em Dia, agências nacionais e internacionais, pmonline, corpo de bombeiros e os próprios leitores.
Por Dirceu Cardoso Gonçalves ... Por tudo o que se tem dito nos últimos meses, o esquema de Carlinhos Cachoeira é uma insidiosa moléstia que acomete os escaninhos de diferentes instâncias do poder, em todo o território nacional. Extirpá-lo, punir severamente seus operadores e beneficiários e repor ao cofre público aquilo que de lá foi retirado indevidamente é o mínimo que a sociedade deseja. Mas, as primeiras movimentações da CPI que se instala no Congresso deixam muitas interrogações e a sensação de que poderemos ser mais uma vez enganados. Governistas querem blindar uns e acusar outros e oposicionistas pretendem descarregar tudo contra o governo. Errado: o que mais se espera é a apuração transparente e sem protecionismo e, principalmente, o fim da sangria ao erário tanto por esse quanto por outros possíveis esquemas do gênero. Os congressistas começam a CPI analisando os documentos produzidos pela Polícia Federal e hoje na posse do Judiciário. São denúncias graves. Mas que não justificam a montagem de um circense estado de crise. Como seus poderes são limitados, basta que verifiquem com a devida urgência o grau de envolvimento de cada detentor de mandato e se ele ofendeu ao decoro do cargo. Se ofendeu, casse-lhe o mandato, e pronto! Até porque, os crimes cometidos têm de ser julgados e punidos pelo Judiciário. Senador e deputado não podem mandar ninguém para a cadeia. Não venham os senhores deputados e senadores – governistas e oposicionistas – usar a apuração protelatória para esperar passarem as eleições, que ocorrem em outubro, e aí usarem a pirotecnia de uma medida radical (como a cassação do senador Demóstenes Torres, por exemplo) para todos posarem de faxineiros da nação. Para cumprirem suas obrigações, basta que cassem os mandatos de seus pares dolosamente envolvidos. O Executivo, também, nem precisa esperar os resultados da CPI. Os inquéritos da PF e processos do Judiciário dão elementos para afastar todos os funcionários e servidores comprometidos com o esquema, sem prejuízo daquilo que cada um tenha ainda de responder à justiça. E, por fim, o Judiciário, com o justo processo, que cumpra a sua tarefa e recoloque cada coisa em seu lugar, sem prejuízo de, também, administrativamente, punir seus próprios integrantes que estejam comprometidos no esquema criminoso. A população vive uma crônica descrença em relação à classe política e ao governo. É o resultado de escândalos e mais escândalos varridos para baixo do tapete. CPIs fajutas, apuradores duvidosos e o corporativismo levaram a classe a esse descrédito. Mas hoje o povo já sabe o que quer. Tanto que, bastou a presidenta Dilma acenar para a faxina e a moralidade administrativa, para ter seus índices de popularidade elevados como os de nenhum outro governante. Abaixo os corporativos enxugadores de gelo, ensacadores de fumaça e enganadores do povo. A sociedade exige seriedade e... solução.
PRA FRENTE É QUE SE ANDA
Por Mara Narciso ... Diante de uma tendência que contraria o que pensamos, entra o argumento: mas sempre foi assim; isso é uma tradição. Tempos atrás não havia redes sociais na internet. O relativamente novo não é bom? Não negando a história, e até mesmo por isso, destacando-a, pensa-se que é preciso aceitar novos costumes. Tragédia seria a estagnação. Vendo fotos da década de 1970, relembro que entre as moças havia duas maneiras de agir, no entanto a maior parte, às claras, sincera ou falsamente, ainda vivia como décadas antes, seguindo os ensinamentos das suas castradas mães. Estas, reprimidas pelas suas próprias mães, e em seguida pelos maridos ditadores, rezavam numa cartilha prá lá de insustentável, considerando, pelas palavras do meu bisavô, Jason Gero de Souza Lima, morto em 1931, que “mulher é estopa, homem é fogo e o capeta atiça”. Há 40 anos, em tese, nas boas famílias as moças não saiam à noite sozinhas, apenas com irmãos, tios ou pais (de alguma maneira lembra o Talibã). Uma mulher de bem, vestia-se com decência (toda escondida por panos), e não entrava sozinha numa festa. Ia e voltava acompanhada pela família. Tudo acontecia cedo da noite, iniciando 20 h, indo até a meia-noite, no máximo. No ambiente iluminado, não se via agarração e nem beijos. A dança era discreta. Após a permissão do pai, o namoro se dava na sala de visitas, na presença de alguém. As moças eram orientadas a não darem a mão aos namorados, pois senão eles iriam querer o restante. No cinema, à tarde, era necessário ao menos uma amiga para “segurar a vela”. Existiam as figuras da mulher fácil, da mulher falada, e a temida mulher desmoralizada, aquela que saia de carro com os rapazes, que iam a piqueniques e que não se davam ao respeito. A ordem era não beijar na boca antes de ser noiva de casamento marcado. Assim, estaria preservada a família. Sexo era obrigatório depois do casamento civil e religioso. Lembrar disso surpreende por se mostrar pintado com tintas do impossível. Seguir essa cartilha era para pessoas que acreditavam nos rigores da punição divina. Ou da punição paterna, geralmente homens falsos, que tinham mais de uma mulher a vida toda. Ainda assim, põe hipocrisia nisso, pois havia grupos de moças que se rebelavam, ainda que caladas, se negando a cumprir esse manual. O mais estranho é que a maioria das mulheres dessa geração se casou virgem. Mesmo quando permitiam algum “avanço do sinal”. Os rapazes seus contemporâneos eram levados por homens mais velhos, por volta dos 14 anos de idade, a uma zona boêmia, e não raro, as namoradas sabiam que depois do namoro, com direito a um ou outro beijinho, eles iam encontrar-se com prostitutas. Lá eram estimulados a chegarem ao prazer em dois minutos. E as suas futuras esposas a nunca ceder aos desejos, guardando-os para o futuro. Um dia o futuro chega, e então? O desencontro é a norma, e o aprendizado a dois uma dificuldade. Um com ejaculação precoce e a outra frígida. Como regular a temperatura? Alguns encontraram a paz na cama, mas essas pessoas, que hoje se encontram entre 50 e 60 anos, estão se separando como nunca. A relação interpessoal é importante, mas a questão sexual tem conta alta. O desacerto de décadas está cobrando juros caros. As mulheres que se livraram das amarras e saíram na frente, procuraram o que julgavam certo, sem escutar normas irreais. Foram buscar e estão felizes, viveram de forma natural, sem perseguir o impossível. Outras, castradas, foram mães e fingiram que não foram. Por ordens da família abandonaram seus filhos em orfanatos. Vergonha era ser mãe solteira, outra figura que existia então. Incentivadas pela família, o abandono não era tão condenável quanto o sexo, embora muitas ainda hoje se sintam culpadas, procurando às cegas pelo passado. Desmoralizadas? Balela. Todas se casaram, algumas mais de uma vez, formaram-se, serviram e servem a sociedade, são respeitadas, inclusive pelos hipócritas, aqueles que fizeram por ditar, mas jamais seguir os próprios ditames. Anos atrás, era impossível uma menina de menos de 15 anos namorar, ou um casal solteiro dormir junto, na casa dos pais. O pragmatismo tomou conta. Os pais que assim os permitem, acham melhor do que na rua. Alguns ainda consideram imoral o sexo fora do casamento. Outros acham a corrupção, a fome e as guerras bem piores. E estão aí na cara, ou até na casa de alguns.
AMOR NA ZONA
Por Alberto Sena
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Quem cobriu o setor de polícia para O Jornal de Montes Claros (1970/ 72) e Estado de Minas (1972/79) durante quase dez anos acumulou na vida prática tudo que advém de matérias acadêmicas cujas denominações terminam em ‘gia’: antropologia, sociologia, psicologia etc., além de olho clínico para dizer o que é e o que não é. Daí fazer aqui, com base na vivência cotidiana, um vaticínio sobre o livro Amor na Zona organizado por Geraldo Maurício, do qual ele próprio participa, juntamente com mais 17 outros autores: o livro corre sério risco de ser lido e trelido em todo o Brasil depois de lançado em Belo Horizonte, na noite de 1º de junho próximo, uma sexta-feira, no Hotel Liberdade, de Paulinho Boechat. O evento já tem até nome: “Uma festa na zona”.
A equipe organizadora do lançamento concluiu que, se não mais existe aquela zona boêmia romântica e folclórica como antigamente, reconstruir o ambiente em “mise-en-scéne” de cinema poderia se encaixar bem naquela expressão: “A emenda saiu pior do que o soneto”. As zonas boêmias dos dias atuais têm outras características e se resumem em motéis, boates de show e danças. “É justamente isto que queremos mostrar”, disse Geraldo Maurício.
Amor na Zona foi organizado com base numa certa cronologia. Os textos, todos contendo narrativas do tempo em que lá em Montes Claros e de resto em todo o território nacional, a maioria dos homens iniciou vida sexual em zonas boêmias, estas existiam em profusão em determinadas regiões brasileiras, numas mais e noutras menos. Em Montes Claros havia na época contextualizada, verdadeiro “amor de zona”. Havia certo romantismo, glamour até.
O livro a ser lançado será lido tanto quanto por quem vivenciou experiências semelhantes na época retratada, 1960/70 e até antes, como pelas gerações atuais. Despretensiosamente, o livro traça uma linha do tempo e por meio dele quem não conheceu poderá conhecer agora e comparar os avanços em relação ao sexo, antes considerado tabu e hoje banalizado. Tão banalizado que as zonas boemias tão desancadas em épocas passadas perderam a razão de existir, e se existir ainda alguma deve estar restrita aos rincões do Brasil.
O leitor vai perceber, naquele tempo em que se namorava de mãos dadas, beijos fortuitos eram roubados, abraços, e quando muito em alguns casos se conseguia “um sarro”, como se dizia na época, ao contrário de hoje, tudo pode acontecer entre os namorados logo no primeiro encontro. A diferença é que naquelas décadas perdidas no tempo, amor de zona tinha romantismo também. Havia, inclusive, casos de pessoas “bem-casadas” da sociedade montes-clarense que mantinham mulheres na zona boêmia. Diziam: “Não mexa com aquela ali não porque ela é mulher de fulano...”
Amor na Zona tem prefácio do escritor, ex-juiz de direito, roedor contumaz de pequi, Augusto Vieira, que atende pelo epíteto de Bala-Doce. O livro traz textos de Darcy Ribeiro, João Valle Maurício, Mario Ribeiro Filho e de gente muito viva como Ademir Fialho, Augusto Vieira, Alberto Sena, Armênio Graça Filho, Alvarez, Haroldo Tourinho, Hildeberto Mendes, Geraldo Maurício, Marcos A. Pereira, Mazinho Silva, Murilo Antunes, Paulo Henrique Souto, Raphael Reys, Tininho Silva e Virgínia de Paula.
O lançamento do livro acontecerá na véspera do Dia Internacional das Prostitutas (dois de junho). A data veio a calhar, porque estão previstos vários eventos em Belo Horizonte neste ano. Esse foi o gancho que a equipe organizadora do lançamento precisava para promover o evento, que é do interesse de homens e mulheres, profissionais de psicologia, antropologia, sociologia, sexologia, literatura, intelectuais/jornalistas e quem mais se interessar possa.
Como escreveu em 2008, Letícia Barreto, autora de uma tese sobre a prostituição em Belo Horizonte, nas cercanias da Rua Guaicurus, “zona boêmia pode também ser uma coisa séria”. E era mesmo, pelo menos lá em Montes Claros. Naquela época, zona boêmia era tão séria que “as pessoas de bem” davam voltas para não passar próximas do local. Para as crianças então, zona boêmia era a mesma coisa que “casa do capeta”. Mal sabiam esses meninos que logo estariam fazendo diabruras por lá.
NUNCA DUVIDEM DAS MINHAS CERTEZAS, NEM DAS MINHAS CASMURRICES
Por Mara Narciso
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Não se enganem os aficionados pela literatura. Gosto de dar meus trinados opinativos, porém não tenho conhecimento para fazer crítica literária. Quem tem, e se preparou bastante, dando uma aula técnica impecável sobre Dom Casmurro, a obra prima de Machado de Assis, foi Miriam Carvalho, escritora, poetisa e mestra em Literatura.
Um erro dos que querem formar leitores é obrigar meninos e meninas adolescentes a ler Dom Casmurro. A leitura é possível, porém, pela densidade do tema, o natural é afugentar. O adulto interessado pode chegar e desvendar a alma de Bento e sua visão do caráter de Maria Capitolina. Conheça Capitu, a mulher dos olhos de ressaca, aqueles que atraem como vagalhões, as ondas violentas, cuja força traga o banhista para o fundo do mar.
A nona reunião do Clube de Leitura Ateliê/Galeria Felicidade Patrocínio foi numa noite de domingo, na qual mais de duas dúzias de leitores apaixonados discutiram não o sexo dos anjos, mas a narrativa de Bentinho, onipresente, onisciente, sabedor dos pensamentos e sentimentos das personagens que desfilaram no Rio de Janeiro após 1857. Miriam Carvalho observa que o autor se explica, enquanto o leitor constrói sua ideia. É como se fosse autobiográfico, memorialista, ou confessional. Para ela, os acontecimentos não são autênticos. Diz que não existe uma terceira pessoa que atuaria como intermediador. No inquérito não há separação entre narrador e protagonista, sendo Bentinho ao mesmo tempo vítima e juiz.
A palestrante falou que “Capitu tem olhos que puxam e arrastam, e num esforço de descrevê-la de forma isenta, o narrador devassa a sua interioridade”. Quando é pega em situação de desalinho, se recompõe num ímpeto, o que prova falsidade. Miriam relata que após o casamento e o aumento do ciúme, Capitu, uma mulher decidida e admirável, vai se apagando, e com as insinuações maldosas fica uma quase desaparecida. A cegueira do ciúme faz a curiosidade dela ser outra característica de infidelidade. E detalha: “quando Bentinho vê Capitu olhando o cadáver do amigo Escobar, entende a cena como confissão de culpa, fala do que vê como se fosse com isenção, como se tratasse da veracidade dos fatos. Mas a intenção é acusar a esposa e conquistar a credibilidade do leitor.” Analisa assim: “O narrador introjeta na narrativa o auditor, tanto quando afirma, como quando nega. É sagaz quando atrai o leitor. A mediação de quem lê é chamada para angariar sua adesão”.
Quando Ezequiel, o filho do casal, mostra semelhanças físicas com Escobar, a racionalidade foge, e Bentinho planeja a própria morte, sendo que depois passa a planejar a morte do filho. “Há um abismo entre os valores éticos do narrador e os do leitor”, diz Miriam. Bentinho é sincero na sua decisão de matar o filho, porém quer o leitor ao seu lado. Acontece que “a narrativa tem estrutura cíclica, vai e volta, e Capitu é a primeira a sugerir o fato da semelhança. São interpretações ambivalentes. Mostra não temer, ou seria astúcia para encobrir a prova?”, questiona a palestrante.
Não se joga Capitu aos leões de forma inconsequente, assim como não se trava o jogo de ciúmes impunemente. Na intertextualidade surgem em cena Otelo , Desdêmona e Iago, formando um triângulo amoroso. Alguém vai morrer, e no final, sob o veneno de Iago, morre Desdêmona em Shakespeare e vai exilada Capitu em Machado. Antes , porém, Bentinho sofre o ciúme mortal, aquele do qual não se pode escapar. A certeza se dá em todas as partes do livro, desde o baile, dos braços nus, até o homem tendo ciúmes do mar, para o qual olha sua esposa. Todos os gestos dela levam a mais certezas por parte do marido. Miriam Carvalho dissecou cada célula da personalidade do narrador, dizendo que Bentinho tem ódio no seu ciúme desvairado, querendo domar os “olhos de cigana obliqua e dissimulada”. Ele “descreve a esposa como possuidora de pupilas vagas, boca entreaberta, toda parada. Capitu olhava para si, mas ainda assim a atitude era vista com suspeita”, anota Miriam Carvalho.
Na segunda metade do século 19, há a figura da inviolabilidade materna. Escobar, na ocasião colega de seminário, ajuda Bentinho a escapar do juramento que fez Dona Glória, sua mãe, de torná-lo padre. Essa ajuda, para um homem que já estava apaixonado por Capitu tem um preço alto: a desconfiança patológica. Escobar se casa com Sancha, a melhor amiga de Capitu. O casal está sempre junto. Começam as insinuações. A certeza do adultério é inconsistente, por falta de provas alheias a sua mente. Avançando, Miriam passeia pelas personagens: “José Dias, o agregado da família, é o limite, é o muro que separa o que é aceito do que é proibido. Rompe o impasse da interdição. É confidente, conselheiro, sendo o arrimo para afastá-lo do seminário. Evita melindrar Capitu. Sancha é a hipótese da transgressão. Já Escobar é a certeza. Ezequiel é o confessor, sendo a foto do amigo, idêntica ao filho, a confissão pura.”
Após a morte da esposa na Europa, o filho adulto retorna, e é tão igual ao amigo morto, que é como se ele ressuscitasse, em carne, pois estava da idade deles da época do seminário. “Como fazer para o leitor aceitar a inconsistência da narrativa? O livro transige com as suspeitas, instiga o leitor a reinterpretar. Diz o autor que nem tudo na vida é claro, e assim também são os livros.”
A palestrante informou que a obra acaba de maneira não fechada e muitas conclusões podem ser tiradas. Então, “é preciso ler por detrás do texto. A verdade relativa mata a realidade. A doença do ciúme destroi. Na ocasião do lançamento, ano de 1900, a opinião pública condenou Capitu, mas permanece a dubiedade e a ambigüidade”, relata Miriam. Vinte passagens foram destacadas pela palestrante, e lidas para comprovar o passo a passo. Também comentou sobre a admirável capacidade de Machado de Assis abordar aspectos psicológicos dos personagens, com descrições ricas e hipnóticas. É considerado um gênio literário, que fala ao pé do ouvido do leitor.
Ao fim, Bentinho, como narrador da sua história, é tão envolvente quanto Capitu, pois conta de forma sedutora a sua convicção. Sendo uma obra não terminada, leva a acusações apaixonadas dos homens e defesas monumentais das mulheres. Para a apresentadora, importa pouco se Capitu traiu ou não Bentinho. O mais charmoso da história é não deixar ninguém indiferente, e haver poucas brechas para a defesa da mulher.
Muito se esmiuçou Dom Casmurro, desnudando a obra, no entanto, não basta, pois persiste suscitando paixões descabeladas. Para o escritor Wanderlino Arruda, uma pessoa nunca relê o mesmo livro, pois este modifica o leitor, que numa releitura não é mais o mesmo, e sim outro, assim como o livro, que, já sendo conhecido não é mais aquele da primeira vez. Ao final da apresentação, uma leitora não resistiu, e no calor da discussão sobre a provável traição de Capitu, exaltada, correu à frente para defendê-la. Após a instigante apresentação, Felicidade Patrocínio disse que “a análise de Miriam Carvalho foi um acréscimo ao Clube de Leitura, pois fez um verdadeiro tratado, nos levando a nadar nas palavras do escritor.” E que o mar não esteja em ressaca.
INIMIGOS ATÉ QUANDO?
Por Mara Narciso ... Há quem gaste mais tempo com os inimigos do que com os amigos. Pensa mais naqueles do que nestes. E acha que vale a pena. A inimizade – aversão, má-querença, falta de amizade -, costuma ser mais marcante que seu oposto, porque tem data de início. Não existe inimizade entre desconhecidos. Apenas amigos viram inimigos. Em determinada hora, o sentimento muda, tomando feições de aversão em seus vários graus, iniciado na sequência de palavras ásperas, faladas ou escritas, ou atitudes condenáveis. Dois ditos populares sobre a inimizade: não se deve convidar para a mesma mesa os que são inimigos; onde dois inimigos se encontram não nasce nem capim. A inimizade pode começar após discussão em que cada qual se sente o vencedor e, ainda assim, injustiçado. Costuma se vangloriar por ter dito isso ou aquilo, por ter ofendido, humilhado, desprezado, sido o mais cruel com as palavras. Quando se conhecem de tempos antes, buscam no passado fatos desagradáveis do outro, para usar como arma. Utiliza-se de todos os golpes baixos, iniciando-se aí uma inimizade. Ferrenha é um adjetivo que vem junto. O mundo fica menor, pois inimigos, antes amigos, costumam ter hábitos comuns, como por exemplo, frequentar os mesmos lugares. Os horizontes se fecham por um tempo. Há um luto que pode durar ou não. Depois, a dificuldade poderá ser superada, podendo voltar a se suportar na mesma roda. Ou o mundo fica pequeno para sempre. Quando a briga foi feia – como se existisse briga bonita -, passam a evitar encontros, perdendo oportunidades. Alguns conhecidos fomentam a inimizade levando e trazendo recados e impressões. É o diz-que-diz. Nisto, podem ter um vigor invejável. Os que cultuam um drama vão tecendo as dezenas de defeitos de caráter do inimigo. Pessoas rancorosas deixam a raiva na geladeira para poder tirá-la de lá e comê-la fresquinha, sempre que julgar necessário. Tornados irreconciliáveis inimigos, daí surgem mentiras, maledicências, invencionices. São as tais calúnia e difamação. O outro é visto pelos olhos do ódio, do despeito, o que o faz ainda maior. Em tempos de internet, isso poderá acontecer nas redes sociais, mesmo com as incipientes leis. Os caluniadores poderão ser encontrados, mas fakes existem para dificultar o trabalho da justiça. Quem ganha com isso? Por outro lado, não faltam pacifistas para ajudar a contornar o mal-estar e o constrangimento advindos dos reencontros, na vida real, que mais parecem trombadas. Por força das circunstâncias, há quem, sincero ou não, estenda a mão, e esta é deixada no ar, o cúmulo da falta de educação. Odioso presenciar isso. Nas novelas os inimigos se encontram a todo o instante travando batalhas verbais ou mesmo com acréscimos físicos. Aproximam-se do comportamento animal em disputa de território. Isso eleva o IBOPE, divertindo a audiência que toma um lado para torcer, de acordo com as instruções do autor. A ficção, em todas as suas formas, acha nas desavenças o combustível para suas tramas, afinal, sem intrigas não existe enredo. Sem inimigos, como os heróis vão mostrar suas virtudes e crescer? Na vida real, melhor desejar não ter inimigos. Cultuar a raiva serve a quem? Quando for inevitável o afastamento de alguém que nos feriu, passado o período necessário a cada caso, é melhor perdoar, ausentar-se em definitivo ou não, e se possível esquecer. Como diz o ditado: ter ódio é tomar veneno e esperar que o inimigo morra. Quem se suicida é o escorpião, em sua própria peçonha. Por outro lado, o inimigo estaria sempre errado? Inimizade é sentimento ruim no varejo. É o mal-estar individual, mas quando coletivo causa guerras.
MASTURBAÇÃO VIRTUAL
Por Reginauro Silva
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A paz do seu sorriso pode ser letra de música interpretada por Roberto Carlos mas, muito mais do que isso, é tudo aquilo que impregna o meu viver quando contemplo seu olhar de menina. E é ao som melodioso dessa canção que recrudesce a história dos nossos nãos, e me torço e contorço nos incontáveis sins que nos uniram na desunião e nos separam no reencontro.
Esses enleios que me atiram de volta a seus braços virtuais - já que impossibilitados pela matéria vigente - são os mesmos que teimam em transformar em realidade um passado que não é destino, muito menos ancoradouro de uma paixão insolúvel. E, assim como passado não é destino, futuro também deixa de sê-lo na medida em que confinamos o presente em nossos devaneios celulares. E dentro de cada célula sonho o sugar compulsivo do prazer que é ter você, ainda que à distância, ainda que sob a frieza quente de um gozo virtual.
Afinal, não são enleios nem entremeios nem galanteios nem caminhões de emeios que vão cicatrizar as feridas de dois trêfegos pisoteados por seres que se colocaram no mundo de amores desalmados, namoros incandescentes, junções tempestuosas que só se revelariam deletérias com o avançar do intercurso incolor, da interatividade inodora, da convivência insípida. Em outras palavras, relacionamento que – passados sofregamente os anos – resultaria numa verdadeira água. Sem cheiro, sem cor, sem sabor. Uma tragédia liquefeita.
Verdades se revelariam mentiras, juras se desmanchariam como pó, afinidades afundariam naturalmente beijo pós beijo, cheiro pós cheiro, carinho pós carinho, afago pós afago, encanto pós desencanto, até desfazer-se na proibição total das intimidades que um dia se despiram nuinhas diante de olhos safados, porém apaixonados, de mãos bobas, mas acolhedoras, passes de dança sequenciados de frente para a parede do mijo compartilhado.
E, hoje, tal como o poste que urina no cachorro, a mesma santinha (minha doce santinha) meiga, tênue, sensual, companheira, amiga e sem vergonha que balbuciava “é sua”, quase parte para as vias de fato quando indagada de quem é aquela coisinha linda que tanto orgasmo solfejou nos gritos e gemidos de assustar vizinhos:
- É minha! – grita com raiva não mais a moiçola conivente das brincadeiras de alcova, mas a proprietária protegida pela mata densa, obscura e espinhenta há tanto tempo desusada.
Estranho, muito estranho, mas dolorosamente real: depois de mil e um entranhamentos, hoje somos apenas estranhos... Nada mais?
Acho que não. Mas de que adiantaria um achismo agora, um francesismo que seja, se a realidade nos chama de volta, se as fotos postadas no orkut destruído já não refletem a mesma sensibilidade do dia em que foram produzidas, apesar da mesmice do cenário e das pessoas que nos rodeiam na pose pretérita? Mesmo o banner escondido debaixo da cama já não reflete o assanhamento do flagrante instantâneo daqueles flashes captados ora por uma câmera digital, outras vezes por um fotógrafo analógico. Que dizer, então, dos poemas arquivados naquela cibernética pasta dois-em-um? Agora são simples palavras jogadas umas contra as outras e não umas com as outras, não mais entrelaçadas ao ritmo rimado da alma esfogueada, não mais adocicadas pelo romantismo da jovem guarda que um dia fomos, e que se fizeram dois corações de papel despedaçados pelo cantor dito brega.
E – assim, deste jeito, desta maneira - vou relendo adjetivos substantivados pela aurora de nosso entardecer precoce: Inteligente/boa(bom)/carinhosa(o)/esforçada(o)/determinada(o)/forte/corajosa(o)/paciente/coompanheira(o)/amiga(o)/alegre/responsável/comprometida(o)/asseada(o)/cheirosa(o)/empreendedor(a)/arrojada(o)/honesta(o)/prestativa(o)/amorosa(o)/sensível/atenciosa(o)/disciplinada(o).
Eu sou você sabendo que você me é...
PALAVRÃO É APENAS UMA PALAVRA
Por Reginauro Silva ...
Lendo ou escrevendo, não se deve ter medo das palavras. Não se pode cultuar o dom da escrita temendo o que vai produzir sua mente laboriosa. Então, minha cara telespectadora, a melhor forma de fazer aflorar exatamente o que você pensa neste momento é jogar a palavra contra a tela e não esperar, jamais, que ela se volte contra quem a escreveu. Nada de efeito bumerangue na imaginação libertária dos autores brasileiros.
Já pensou se Clarice Lispector tivesse medo de (***)? Sem apelar para a forma erudita boceta, que nada quer dizer no romance erótico? Só que a (***) de Clarice, da forma com que é concebida, é uma (***) poética, carinhosa, cheia de charme. Uma (***) literária, diria eu. Neste sentido, qualquer (***) ganha leveza e ganha ternura no remelexo das coxas de uma ninfeta ensopada pela lascívia de um príncipe encantado e seu (***) enrijecido, bem no finzinho do capítulo e na chamada da vinheta.
Nada de susto. (***) enrijecido são apenas três sílabas soltas em um plano americano. Nada mais.
Pode consultar a semântica, a filologia, a hermenêutica, todos os compêndios gramaticais, enunciados e pronunciados. Em nenhuma dessas praias você encontrará uma (**) tão gostosa como a descrita por Jorge Amado em suas andanças pelo litoral baiano. Assim como dificilmente se defrontará com o (*) de Plínio Marcos em seus textos teatrais elaborados no desvario da paulicéia. Só que o (*) dos dois perdidos numa noite suja é bem mais limpo e cheiroso que o (**) conservador dos censores da ditadura de 64, que se escondiam sob o manto de um 69 de caserna para tesourar a força criadora de monstros sagrados como Nelson Rodrigues e sua (***) enrabando a doma do lotação; Roberto Drummond e a suruba da Guaicurus na (***) de Hilda Furacão; Vander Piroli e o pinto do menino; Chico Buarque e sanha ninfomaníaca da megera Geni; Aguinaldo Silva e a premonição da aids no câncer da vingança de Amelina Chaves; Dias Gomes e a Tara de Odorico Bem Amado por Juju e suas irmãs de sacanagem; Bendito Rui Barbosa e a sanha de Ritinha no recanto do riacho.
Como se vê, nem a ditadura, por mais dura que fosse, conseguiria amolecer o tesão embutido na veia novelesca do povo brasileiro e suas esporradas televisivas. É ejaculação solitária de uma orgia coletiva, dia e noite se ligando em você.
Verdade é que pessoas que nunca tiveram medo das palavras souberam, com argúcia e sagacidade, driblar os guardiãs da ordem constituída, mandando o status quo pra (**) que o pariu, com a mesma tranquilidade de quem se estrebucha comendo o parceiro ou a parceira entre uivos e gemidos de uma tomada de TV desencapada.
Na realidade, Denise, o que quero dizer é que o falso moralismo inibe a espontaneidade de promissoras revelações da escrita, em nome não se sabe de quê. Melhor seria que defendesse outras bandeiras, deixando passar a parada vocabular da cultura nacional. Não seria uma (***), um (**), um peito ou outra (**) qualquer que iria balançar as estruturas montadas sobre falsos pedestais, em defesa de uma camada podre por si mesma, degenerada no mais sórdido de suas falcatruas, suas corrupções, seus estupros e seus incestos mercantilistas. Isto, sim, é que é pecado. No mais, como diria Martha Suplicy, é relaxar e gozar...
E viva a novela das oito!
O Rio de Janeiro já tem novos Rei Momo e Rainha para o carnaval de 2010. Após meses de expectativa, o bancário Milton Rodrigues da Silva, de 30 anos, e a atriz Shayene Cesário Vieira, de 24, foram coroados na noite desta sexta-feira (9), na Cidade do Samba, na Zona Portuária. Milton conquistou o título pelo segundo ano seguido.
Nem mesmo a chuva e o atraso de quase duas horas tiraram o entusiasmo dos oito concorrentes ao posto de Rei Momo e das dez candidatas ao título de Rainha. Os ritimistas do grupo “Rio Samba Show” foram os responsáveis pela trilha sonora. O mau tempo, aliás, não intimidou o público, que compareceu em peso.
“Para quem gosta de samba e de carnaval não há programa melhor. Pode chover, cair um temporal, mas estamos aqui para torcer. Isso é a amizade, e o carnaval tem esse poder, de unir as pessoas”, disse a funcionária pública Maria Martins de 66 anos.
A noite era de festa. Luzes, torcidas, convidados especiais e, claro, muito samba. Nada faltou na grande final. Pela segunda vez na Cidade do Samba, o concurso de Rei Momo e Rainha do carnaval reuniu, ainda, representantes das 12 escolas do Grupo Especial. Mas o resultado que todos esperavam nada tinha a ver com as agremiações. “A partir de hoje o Rio conhecerá sua nova corte do carnaval”, disse o apresentador Jorge Perlingeiro.
Para o título de Rainha, as passistas, com idades entre 18 e 28 anos e altura mínima de 1,60m, tiveram que dominar a arte de sambar com saltos com média de 15 cm. Já para Rei Momo as exigências foram: idade entre 18 e 50 anos e altura mínima de 1,70m. Como acontece desde 2004, o quesito “peso” não foi obrigatório. Em ambos os casos, só puderam participar os candidatos que morassem na capital há pelo menos dois anos e com o primeiro grau completo.
Se a moda pega, muita gente pode se dar mal na internet: um jovem chinês acaba de pagar uma indenização para sua ex-namorada por publicar na web as cartas de amor que ela havia mandado enquanto ainda estavam juntos. O rapaz indiscreto foi considerado culpado pela justiça de Guangdong e foi obrigado a desembolsar 5 mil yuanes, o equivalente a R$ 1.275. O rapaz da cidade de Shunde, que foi identificado pelo jornal “China Daily” apenas pelo sobrenome Liu, havia namorado a garota por mais de um ano. Há alguns meses, ela decidiu romper o relacionamento, deixando o rapaz desconsolado. Em vez de seguir em frente, ele começou a ligar para a casa da ex, insistindo para ser aceito de volta. Quando a tática não deu certo, ele resolveu partir para a vingança.
Liu pegou as cartas de amor da ex-namorada e publicou vários trechos na internet, numa tentativa de difamar a “ingrata”. A garota não gostou nada da brincadeira e entrou na Justiça, exigindo não apenas uma indenização, como também um pedido oficial de desculpas. Liu pagou e ainda teve de pedir desculpas em público por ofender os princípios morais da ex-namorada, já que as cartas eram um assunto pessoal e deveriam ter sido tratadas apenas como lembrança dos bons tempos juntos.
Oscar Wrigley é um menino inglês de 2 anos. E daí? Bom, a criança simplesmente tem o mesmo QI de personalidades da ciência como Albert Einstein e Stephen Hawking: 160. Oscar se tornou o mais jovem menino britânico a ser aceito na exclusivíssima Mensa, sociedade que reúne pessoas com altos quocientes de inteligência do mundo (clique para conhecer).
"Recentemente, Oscar falou à minha esposa sobre o ciclo reprodutivo do pinguins", contou Joe Wrigley, pai de Oscar. "Todos os pais acreditam que os seus filhos são especiais, mas nós sabíamos que havia algo notável em Oscar. Estou esperando o dia em que ele vai se virar e dizer que sou um idiota", acrescentou. A mãe, Hannah, fica fascinada com as habilidades do filho, que mora em Reading. "O vocabulário dele é impressionante. Ele é capaz de construir sentenças complexas." Peter Congdon, que acompanha o desenvolvimento de Oscar: "Ele é uma criança com uma inteligência muito superior. Suas habilidades se encaixam no que costumamos atribuir a pessoas bem-dotadas intelectualmente."
QUEM É Corretor de imóveis, de 32 anos, contratado pela Cetro, uma das empresas terceirizadas pelo MEC para a impressão do Enem. O serviço era feito na gráfica Plural
O QUE FEZ Afirma que recebeu uma cópia da prova de um conhecido e, com outro colega, tentou vendê-la para a imprensa. Acabou indiciado pela Polícia Federal
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O corretor de imóveis Felipe Pradella parece não ter noção da gravidade da situação em que se envolveu. Indiciado pela Polícia Federal como um dos cinco responsáveis pelo vazamento e roubo da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Pradella diz que estava tentando ajudar milhões de estudantes. “Um monte de gente ia passar por uma fraude”, afirma. “Consegui delatar, mas eu queria ter ganhado o mérito.” Nervoso, Pradella só aceitou dar entrevista na madrugada da sexta-feira dia 9, ao lado da advogada. Durante uma hora, contou como eram as condições de segurança na preparação do exame, como aconteceu o vazamento e falou sobre a tentativa de vender a prova para a imprensa. Ele deu a seguinte entrevista à revista Época, que A Província reproduz na íntegra:
ÉPOCA – Qual era sua função na gráfica que imprimia o Enem? Felipe Pradella – Fui contratado como conferente, mas não tinha uma função específica. A gente embalava caixas, conferia mercadoria, retirava pallets, que é onde ficam as provas lacradas.
ÉPOCA – Quantas pessoas faziam isso? Pradella – Trinta ou 40, sem função definida.
ÉPOCA – Todos tinham acesso à prova? Pradella – Todo mundo tinha acesso à prova. A gente não tinha um local específico para ficar e para trabalhar. Só na impressão a gente nem passava perto.
ÉPOCA – As provas já vinham lacradas dentro de um envelope? Pradella – Não, vinham num papel com a capa. Depois, no final, para levar as provas para as escolas, é que estavam lacrando e colocando nas caixas.
ÉPOCA – Quais eram as instruções de segurança? Pradella – Não podia entrar com celular e bolsa. No dia em que o rapaz contratou a gente, disse:“Não pode falar em bares e lanchonetes, não pode divulgar o que vocês estão trabalhando”. Fui saber no segundo ou terceiro dia que era o Enem.
ÉPOCA – Onde ficavam bolsa e celular? Pradella – Deixava no carro. A instrução é que não podia entrar com celular. E muitas vezes eu mesmo esqueci e entrei, atendia lá dentro, normal. Às vezes, eu até falava (para colegas) que não era para ficar atendendo celular toda hora. Mas todo mundo atendia namorada, esposa, filho. Não tinha alguém que vigiasse.
ÉPOCA – Faziam revista? Os funcionários eram revistados na entrada e na saída? Pradella – Nunca teve.
ÉPOCA – Não havia seguranças? Pradella – Tinha pessoas que eu não sei dizer se eram da Polícia Federal ou Civil. Eu conversei com um que é policial civil. Eram cinco, que trocavam de turno, ficavam sentados, olhando se tinha alguém mexendo na provas.
ÉPOCA – Quando você percebeu que a prova poderia ser vazada? Pradella – Na hora em que ela chegou na minha mão e contei para o meu amigo, o Gregory (o DJ Gregory Camillo). Ele falou: “Como arrumou?”. Eu falei: “Foi o moleque que trabalha lá (Felipe Ribeiro) que me deu”. Ele disse: “Isso dá o maior furo jornalístico, vamos divulgar”. Eu falei: “Se está comigo, com quantas pessoas não está? Vamos fazer uma denúncia”. “Vamos, dá até para ganhar um dinheiro.”
ÉPOCA – Como foi o vazamento? Pradella – Não sei. Recebi a prova no carro, indo embora do serviço. Como o Felipe (Ribeiro) pegou, não perguntei. Eu estava quase para descer do carro, e ele falou: “Estou com a prova aqui”. Ela estava meio fechada, dei uma olhadinha. Ele falou: “Fica a prova aí com você”. Eu guardei na bolsa. Isso foi dia 23 ou 24.
ÉPOCA – A polícia disse que a prova vazou no dia 21 de setembro. Ela ficou com o Felipe esse tempo todo? Pradella – Não sei.
ÉPOCA – Você ficou sozinho com a prova? Pradella – A prova ficou na bolsa, eu fui para casa dormir. Na hora de ir trabalhar, peguei a bolsa, e ela ficou no carro. No outro dia, encontrei com esse meu amigo (Gregory, o DJ). Na hora em que ele ouviu do Enem, já cresceu o olho. Ele falou que conhecia umas pessoas que dava para divulgar. Pensei na segurança (da gráfica). Tem uma hora que para um ônibus, com gente que vem trabalhar duas ou três vezes por semana, e desce (sic) dois ônibus cheios, tudo entrando na gráfica. Pensei em quanta gente já devia ter essa prova.
ÉPOCA – Depois a prova ficou com quem? Pradella – Com ele (Gregory), que foi fazer os contatos. No dia seguinte, o Gregory falou que estava resolvendo. Aí ele foi me buscar. Disse que tinha um colega que ia auxiliar. Chegamos lá, era uma pizzaria desse rapaz (Luciano Rodrigues). Ele viu e falou: “O negócio é sério, dá para vocês fazerem um furo legal”. Ele ligou para um monte de gente. Acho que já ligou para a Renata (Cafardo, repórter de O Estado de S. Paulo, jornal que divulgou o vazamento da prova). Ele anotou um monte de telefones e deu na mão do Gregory.
ÉPOCA – Como surgiu a questão do dinheiro? Luciano teria parte no dinheiro? Pradella – Não, ele não falou a respeito.
ÉPOCA – O contato com a imprensa foi no dia seguinte? Pradella – Eu estava na casa da minha namorada, ele ligou e disse: “Vem para cá, a gente precisa conversar”. Já tinha entrevista com um fulano. A gente encontrou com três pessoas, até um rapaz da Globo (Editora Globo, um repórter de ÉPOCA). O primeiro contato foi com o rapaz da Record. Eu cheguei e eles (Gregory e o repórter) já estavam conversando. O cara estava falando: “R$ 500 mil é um negócio interessante, interessa para mim, vou entrar em contato”. O Gregory deu um telefone para ele.
ÉPOCA – Você já sabia quanto seria? Pradella – Não. Aí ele disse que tinha que ir porque já tinha marcado com o cara da ÉPOCA. No momento em que eu cheguei, ele (Gregory) falou para perguntar se interessava comprar matéria. Ele (repórter) falou: “O que vocês têm?”. Eu falei e disse que a Record acabou de oferecer R$ 500 mil. Aí o Gregory chegou e perguntou se interessava. Fui saindo, não sei, ele (o repórter) falou que a Globo não comprava.
ÉPOCA – E depois? Pradella – Estava quase no horário da entrevista com a Renata. Chegamos, e o Gregory falou que ia estacionar. Num primeiro momento, não vi os dois (jornalistas do Estado de S. Paulo). Peguei meu celular porque ele (Gregory) demorou, e fui lá fora ligar. Foi a hora da foto do jornal. Deu um minuto, ele apareceu. Ela (a repórter) falou: “E aí, o que vocês têm?”. Gregory falou: “Tô com o Enem, é um furo, a gente quer vender”. Ela falou: “Quanto é?”. Ele falou: “O cara da Record ofereceu R$ 500 mil”. O Sérgio (Pompeu, o outro repórter de O Estado de S. Paulo) se interessou. Esse cara falou: “A gente se interessa, mas a gente quer exclusividade e preciso ligar para o meu diretor”. Ela pediu para dar uma olhada na prova. Acho que os dois ficaram meio abismados. Falaram: “Até as 11 horas eu ligo para o Gregory”.
ÉPOCA – Como foi sua reação quando saiu a primeira reportagem? Pradella – Acordei cedo na minha namorada, 8 horas, passou no jornal, na TV. Eu estava tomando café, quase engoli o copo. “Vazou informação...” “Dois rapazes...” Quase morri do coração. Primeiro, fiquei revoltado, passou na TV que melou o Enem e eu vi minha foto. Pensei: “Meu Deus, eles falaram que iam comprar uma informação, não entendi”. Liguei para o Gregory e falei: “Meu, você viu o que ela fez?”. E ele disse: “Depois te ligo, não posso falar no telefone”. Desligou. Liguei à tarde, ele não atendeu mais.
ÉPOCA – Como foi sua reação quando soube que o Enem havia sido cancelado? Pradella – Consegui o que eu queria, delatar o fato ocorrido. Mas eu queria ter ganhado o mérito. O que apareceu foi o contrário. Queria ter aparecido como o cara que fez uma denúncia, que salvou um monte de alunos.
ÉPOCA – Você achou que estava ajudando? Pradella – Achei não, eu ajudei os alunos. Se fosse depois da prova, do que ia adiantar? Um monte de gente ia passar por uma fraude. Mas não foi esse o mérito que eu ganhei.
Você conhece a cantora alemã Nena? Certamente quem viveu a adolescência nos anos 80 deve se lembrar do sucesso “99 Red Balloons” (assista ao clipe). Bom, o fato é que Nena é mais uma alma fisgada por uma bizarra seita de origem italiana, que tem centenas de adeptos. A Damanhur - fundada em 1975 por Oberto Airaudi, de 59 anos - tem o seu quartel-general na pequena Piedmont, nas proximidades de Turim. O local "sagrado" é chamado de "Cidade da Luz". E o que faz dessa seita algo diferente? Bem, Airaudi diz ter uma máquina do tempo, que pode ser usada pelos membros da seita para voltar ao passado. Mas tem um detalhe: não é possível entrar na máquina de roupa. Sim, o aparelho só transporta pelados ao passado! O advogado de uma ex-integrante da seita disse que as mulheres da Damanhur s]ao sexualmente viciadas em Airaudi. - O culto faz as pessoas psicologicamente dependentes” - disse Pietro Coticoni, segundo o "Bild".Nena está tão fascinada pela Damanhur que colocou o símbolo do grupo na capa do seu último álbum. Eu não sabia que ela ainda cantava... Recentemente a alemã passou dois dias enclausurada na fortaleza de Airaudi, que tem a sua própria moeda. Vai ver ela anda voltando para a década de 80, quando ainda era conhecida - mas de roupa.
O líder cubano Fidel Castro afirmou, em um artigo publicado neste sábado (10), que a atribuição do prêmio Nobel da Paz ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , é uma “medida positiva” destinada a criticar “a política genocida” de muitos de seus predecessores. “Nem sempre compartilho das posições dessa instituição (o comitê Nobel), mas me vejo obrigado a reconhecer que neste instante foi, ao meu juízo, uma medida positiva”, escreveu o ex-presidente cubano, de 83 anos, em um artigo publicado na página da web cubadebate.cu. Fidel escreveu ainda que o prêmio, que Obama afirmou que irá doar para a caridade, é quase um consolo por Chicago ter perdido o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro. “Compensa o revés que sofreu Obama em Copenhague, ao ser designado o Rio de Janeiro, e não Chicago, como sede das Olimpíadas de 2016, o que provocou irados ataques de seus adversários de extrema direita”, acrescentou. Considerando que “muitos opinaram que (Obama) não ganhou o direito a receber tal distinção”, Fidel disse querer “ver na decisão ‘mais que um prêmio’ ao presidente dos Estados Unidos, mas uma crítica à política genocida que seguiram não poucos presidentes desse país, os quais conduziram o mundo à encruzilhada onde hoje se encontra; uma exaltação à paz e a busca de soluções que conduzam a sobrevivência da espécie”.
Não importa se ele é espesso, ralo, descolorido, com pouco ou muito volume. Manter um bigode pode aumentar as chances de conseguir um emprego com salário mais alto, diz um recente estudo feito nos Estados Unidos. De acordo com o levantamento conduzido pela consultoria de serviços financeiros Quicken em parceria com – acredite! – o Instituto Norte-americano do Bigode, os norte-americanos que cultivam a ramificação de pelos abaixo do nariz têm salários 8,2% maior se comparado aos que têm barba e chegam a ganhar 4,3% a mais que os homens de cara pelada.
O estudo, intitulado “Padrões de gastos e economia dos norte-americanos com Bigode”, foi realizado durante os primeiros seis meses deste ano com uma amostra de seis mil homens – número dividido igualmente entre norte-americanos com bigode, barbudos e sem barba.
Os resultados da pesquisa, porém, não são 100% bons para os bigodudos. Segundo o estudo, esse segmento gasta 11% a mais e economiza 3% a menos que seus colegas. Para os consultores da pesquisa, os homens de bigode podem mudar os maus hábitos na gestão de seus gastos em curto prazo. “É muito provável que os investimentos feitos por homens de bigode nos próximos quatro ou cinco anos superem os de ‘cara limpa’”, disse um pesquisador em entrevista a agência Reuters.
Com base nos resultados, foi constado que a maioria deles torra os seus rendimentos com artigos de higiene pessoal (10%), bebidas alcoólicas (11%), vestuário, música e filmes –preferencialmente estrelados por atores, vejam só, que mantinham ou interpretavam personagens com bigode.
Capitão Hansen ontem na redação: pane no sistema Olho vivo não passa de especulação.
NOTA À IMPRENSA OLHO VIVO FUNCIONA 24 HORAS
Por ocasião de matéria publicada, no dia 09 de outubro de 2009, Estaria morto o Olho Vivo?, neste valioso Jornal de grande circulação na região Norte Mineira, o comando do 10º Batalhão de Polícia Militar, manifesta-se da seguinte forma: * Com o estágio operacional dos soldados alunos que estão em formação nesta unidade policial houve um incremento das ações policiais na cidade, inclusive na região central, de maneira que o policiamento a pé foi intensificado como estratégia para a prevenção dos delitos. Ao contrário do que foi divulgado, não tivemos nenhum aumento de criminalidade na região central, e sim uma redução de 8% dos crimes violentos, comparando-se com o mesmo período do ano anterior. * O Olho Vivo é uma ferramenta importantíssima para a prevenção da criminalidade na região monitorada, nesse sentido, é prioridade a sua manutenção e funcionamento, sendo que quando uma câmera apresenta problema, a empresa prestadora de serviço tem o prazo de 24 horas para repará-la. Destarte, estamos com as 36 câmeras em funcionamento normal, operadas pelos Guardas Municipais que auxiliam a Polícia Militar no acompanhamento das imagens. Ressaltamos ainda, que a Assessoria de Comunicação Organizacional do 10º BPM encontra-se a disposição para esclarecimentos sempre quando for necessário, pelo que solicitamos que antes da divulgação de matérias que levem informações não apuradas sobre a Polícia Militar, que entrem em contato com o telefone 3201-0309, até as 18h e, após esse horário, para o celular cadastrado junto a este jornal.
Quem vê os retratos feitos pelo australiano Tim Patch não imagina qual a técnica que ele utiliza para produzi-los. O artista, também conhecido como “Pricasso”, pinta quadros com o seu pênis. Patch é um dos destaques da 15ª Erótika Fair, que acontece de 9 a 12 de outubro em São Paulo, com exposição (que tem obras de cerca de R$ 10 mil à venda) e performances ao vivo.O artista já foi notícia em todo mundo por fazer retratos de líderes como George W. Bush e da Rainha da Inglaterra e preparou um quadro de Luis Inácio Lula da Silva em sua visita ao Brasil. A obra que está na mostra dedicada ao artista no espaço aberto ao público do evento, deve ser enviada como presente a Lula. Além da exposição com cerca de 30 trabalhos de Patch, algumas novidades desta edição e que podem ser conferidas gratuitamente são os itens eróticos de luxo, embalados como joias, um estande dedicado a fetiches e a coleção de verão 2010 da grife Daspu. Voltada a comerciantes do mercado erótico e ao público em geral, a Erótika Fair é realizada em pavilhão onde cerca de 30 expositores apresentam seus produtos e oferecem performances, shows e brincadeiras. Com ingresso a R$ 30 para as mulheres e R$ 50 para os homens é possível ver shows de strippers, apresentações fetichistas e DJs seminus no pavilhão das atrações. Há ainda atrações como um labirinto que recebeu o nome de "Castelo dos Prazeres", 40 performers interagem fisicamente com os visitantes. Quem não tiver disposição para ao evento, pode ver como Tim Patch realiza suas pinturas em vídeos disponibilizados no site do artista.
Por enquanto, são apenas suspeitas, mas sua confirmação poderá resultar em verdadeiro pandemônio para quem transita pelo Centro de Montes Claros. Conforme informações de uma fonte, estaria em pane o sistema Olho vivo, que monitora o Centro comercial. Sabedores dessa deficiência, bandidos teriam intensificado sua ação nesse quadrilátero, praticando assaltos principalmente em frente a agências bancárias, aparentemente sem dar importância à vigilância virtual. Indicadores disso seria o aumento do número de policiais militares nas principais ruas, bem como o retorno da guarita da PM em frente ao Shopping popular, na Praça Dr. Carlos. Na tarde/noite de ontem, ninguém no 10º BPM confirmou nem desmentiu a informação, mas uma equipe deverá ser destacada ainda hoje para observar cada uma das 36 câmeras do Olho vivo.
O Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares (LCROSS, na sigla em inglês) se chocou nesta sexta-feira (9) na cratera Cabeus, no polo sul da Lua. O objetivo é checar a existência de água depositada em crateras nos polos da Lua, onde o Sol nunca bate. Cabeus é uma cratera com alta concentração de hidrogênio – e as chances de ser água são muito grandes. Foi escolhida porque tem o fundo relativamente plano e não tem rochas em seu interior que pudessem impedir o choque do Centauro diretamente no fundo da cratera. A busca de água na Lua é para viabilizar bases permanentes de pesquisa e exploração lunar.
Um casal foi preso em San Anselmo, na Califórnia (EUA), depois de beber demais durante o jantar e colocar um adolescente de 13 anos para dirigir de volta para casa. De acordo com reportagem da emissora de TV "CBS", Heather Choulos, de 32 anos, e o namorado dela, Donald Hughes, de 29, já tinham sido detidos algumas vezes por dirigirem embriagados. Na noite de domingo (4), o casal foi jantar em uma pizzaria com o filho de Heather. Depois de alguns copos a mais, eles decidiram que o adolescente deveria voltar para casa dirigindo o Land Rover. Segundo o policial Rob Schneider, o casal estava se beijando no banco de trás do veículo quando o carro foi abordado. O adolescente, que nunca tinha dirigido, estava em pânico. Ele parou o carro no meio da rua e acabou chamando a atenção dos policiais.
O presidente dos EUA, Barack Obama, venceu o Prêmio Nobel da Paz na edição 2009. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (9), em Oslo, na Noruega, pelo comitê do Nobel. O prêmio foi dado por conta dos apelos do presidente pelo desarmamento nuclear e por seu trabalho pela paz mundial. "O comitê deu muita importância à visão e aos esforços de Obama na perspectiva de um mundo sem armas nucleares", disse o presidente do Comitê Nobel da Noruega, Thorbjoern Jagland. "Muito raramente uma pessoa com a influência de Obama capturou a atenção do mundo e deu às pessoas a esperança de um futuro melhor." O comitê também citou por os "esforços extraordinários" do democrata "para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos". O comitê não deu o telefonema tradicional para avisar Obama da premiação. Mas não adiantou: Obama foi acordado de madrugada por uma ligação do porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, com a notícia. Ele se disse “honrado” com a escola do comitê. Obama, que assumiu em 20 de janeiro deste ano, depois de um processo eleitoral histórico no ano anterior, chegou à Casa Branca com uma agenda internacional ambiciosa, além de enfrentar internamente os efeitos da crise financeira do ano anterior. Ele trabalhou desde o começo de sua gestão pelo desarmamento nuclear, também tentou recomeçar, ainda que sem sucesso imediato, o processo de paz no Oriente Médio, além de buscar levar a um final honroso as intervenções militares no Afeganistão e no Iraque, iniciadas após o 11 de Setembro por seu antecessor, o republicano George W. Bush. Em 24 de setembro, Obama presidiu uma reunião histórica do Conselho de Segurança da ONU, em que foi aprovada uma resolução pró-desarmamento nuclear. Ele tenta a via diplomática para resolver as questões nucleares do Irã e da Coreia do Norte, incluídos por Bush no chamado "eixo do mal". Primeiro afro-americano a assumir a presidência dos EUA, Obama irá receber um prêmio de dez milhões de coroas suecas, o equivalente a U$ 1,4 milhão (R$ 2,433 milhão). O prêmio será entregue em Oslo no próximo 10 de dezembro.
Thorbjorn Jagland, presidente do comitê do Nobel, anuncia Barack Obama como o laureado nesta sexta-feira (9), em Oslo, na Noruega.
Depois de anunciar que o atacante Kléber não seria operado na última quarta, o Cruzeiro voltou atrás. Após uma conversa com o Gladiador, o departamento médico do clube anunciou nesta quinta-feira que o jogador passará por uma cirurgia por causa das dores no púbis, na próxima quarta-feira, com o médico Joaquim Grava. A previsão de recuperação do atleta é de cerca de 45 dias e ele só deve voltar a jogar em 2010.
- A nossa intenção era que ficasse pelo menos até o fim do ano sem operar, para ele não perder o fim do campeonato. Mas quando o Kléber voltou para Belo Horizonte, conversamos e ele estava com uma preocupação muito grande. Com a ansiedade dele, acaba até atrapalhando uma evolução satisfatória e decidimos optar pela cirurgia, até para dar uma definição logo para a situação - explicou Sérgio Freire, chefe do departamento médico do Cruzeiro, por telefone.
Kléber vinha reclamando de dores no púbis desde a disputa da Taça Libertadores. Além disso, dos últimos oito jogos do Cruzeiro no Brasileirão, ficou fora de seis e já estava vetado por pelo menos mais dois.
- Essa dor me incomodava demais e me atrapalhava a apresentar o meu melhor futebol. Espero que, com essa cirurgia, isso se resolva. Minha intenção é começar 2010 totalmente recuperado, entrar firme nas competições e conquistar títulos importantes pelo Cruzeiro - disse o atacante ao site oficial do clube.
A Copasa - Companhia de saneamento de Minas Gerais e suas subsidiárias Águas Minerais de Minas S/A, Copanor - Copasa serviços de saneamento integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais S/A e Copasa serviços de irrigação S/A vão abrir inscrições para concurso público destinado ao provimento de 175 vagas de nível fundamental, médio, técnico e superior, e formação de cadastro de reserva, em todo o estado. As inscrições poderão ser feitas somente via internet, pelo endereço www.iadenet.com.br, no período de 09/11 a 30/11/2009. Os editais com informações completas sobre os processos de seleção externa da companhia e de suas subsidiárias foram publicados na edição de 6 de outubro de 2009, do jornal “Minas Gerais”, estando disponíveis, também, nos sites da Copasa (www.copasa.com.br) e do IADE (www.iadenet.com.br) – instituição contratada para a realização do concurso.
O ensaio completo de Jéssica para o Paparazzo, realizado na última terça-feira, 06, em um iate na Marina da Glória, no Rio, você só vai ver no próximo sábado. Mas A Província antecipa um aperitivo... Entre um clique e outro, a terceira colocada de "No Limite" confidenciou que não descarta a possibildade de posar nua e que o namorado, Rafão, apoiaria sua decisão. "Só dependeria do cachê. O Rafão me dá a maior força, diz que eu tenho que aproveitar, que eu sou linda", disse.
Jéssica é clicada por Marcos Serra Lima para o Paparazzo.
Mas se engana quem pensa que seria o primeiro convite para tirar a roupa de Jéssica. Quando ainda era comissária da TAM, a paulista foi contactada pela revista" Playboy", mas não aceitou fazer o ensaio com outras onze comissãrias por questões profissionais. "Na época, achei que não valia a pena porque ainda não era conhecida e teria que escolher entre o ensaio e o meu emprego. Preferi ficar com o emprego", contou.
A bordo do iate Pink Fleet, a terceira colocada de "No Limite" diz que não descarta ensaio nu.
Um menino de 7 anos ficou queimada durante um incêndio provocado pelo padrasto, em Belo Jardim (PE), na tarde desta quinta-feira (8). A criança foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife, onde está internada em estado grave. A vítima corre o risco de morrer. Segundo o Corpo de Bombeiros, o padrasto, de 24 anos, foi visto pelos vizinhos jogando álcool na porta da casa antes de atear fogo. O crime teria ocorrido após a separação do casal. O padrasto da criança teria pedido que ex-mulher voltasse para a casa dele. Inconformado com a separação, ele resolveu destruir o imóvel. O rapaz foi preso e levado para a carceragem da delegacia da cidade.
Imagens gravadas pelas câmeras de segurança de um banco ajudaram a polícia de Botucatu, a 238 km de São Paulo, a prender um homem suspeito de tentar estuprar uma adolescente de 16 anos. A menina foi abordada em uma praça no centro da cidade quando voltava sozinha de uma festa.
Ela tentou fugir, mas foi agarrada pelo homem. "Ele perguntou se eu sabia andar de moto. Dai eu fui meio que andando assim. Daí eu peguei o celular e deixei discado o 190. Eu ia tipo discar assim, chamar. Daí ele roubou o celular da minha mão. Daí ele me levou", contou a jovem.
A adolescente chegou a acenar para um motorista, mas ninguém a socorreu. As imagens foram gravadas pela câmera de um banco, operada por um segurança. Segundo os funcionários da agência bancária, o segurança ligou para a polícia assim que percebeu a ação. Entretanto, durante os 25 minutos de gravação, nenhum carro da Polícia Militar foi visto.
“A viatura até compareceu nas imediações, mas não foi gravado. A policia se deparou com um individuo com as mesmas características, o levou para a delegacia, mas não era a pessoa que a PM estava procurando naquela ocasião”, contou o capitão da PM José Semensati.
De acordo com o boletim de ocorrência, apesar do abuso, não houve o ato sexual. “Atos libidinosos contra a vitima já configuram por si só a pratica do crime de estupro. E ainda com a qualificadora de a vítima ser menor de 18 anos”, explicou a delegada Simone Sampaio
O suspeito de 32 anos foi preso. Ele tem passagem por vários crimes, entre eles estupro. Por ter levado o celular da vítima, também vai responder por roubo. Se condenado, pode ficar preso por até 22 anos.
Uma "prova de amor" levou o casal Carlos Antônio da Silva Veronez e Elisângela Vieira Laje a ser preso na última segunda-feira (5) em Resende, no Sul Fluminense. Os dois são acusados de matar a tiros a vizinha Kelly Pereira Soares, de 24 anos. “Eles acabaram confessando que mataram Kelly porque ela era amante de Carlos. Foi uma jura de amor do marido em troca de uma reconciliação, depois que a esposa exigiu que ele desse cabo da vida da amante, que foi morta de forma cruel, com quatro tiros na nuca, ajoelhada”, contou o delegado Michel Floroschk, da 89ª DP (Resende).
A investigação começou quando a família de Kelly pediu ajuda após seu desaparecimento.
“Achamos estranho porque sua bolsa foi deixada, com cartão, dinheiro e documentos, o que é atípico num caso de sequestro-relâmpago ou extorsão mediante sequestro. A polícia foi investigar e viu o casal chegando em casa com um carro igual ao relatado pelas vítimas e sujos de barro. Pressionados, eles confessaram”, explicou o delegado.
Sara Burden decidiu fazer um giro de 180 graus e mudar radicalmente de vida. Para isso, a artista inglesa resolveu pôr a vida à venda. Tudo o que faz parte da vida dela. Ou melhor, quase tudo. Sara deixou fora da promoção o filho de 4 anos, os brinquedos e o peixe de estimação dele e uma pequena mala com objetos pessoais. O restante - mais de 40 mil itens - estão à venda: 1 libra esterlina (cerca de 3 reais) por cada artigo.
Estão disponíveis para compra no projeto Tudo ou nada obras de arte, um carro Volkswagen Polo, joias da avó de Sara, móveis, e outras peças menos atraentes, como cotonetes (não-usados) e moedas com valor inferior a 1 libra. - O meu trabalho de artista é ser sempre criativa. Não estou fazendo isso por dinheiro. Se estivesse, venderia cada coisa por 10 libras - contou Sara ao "Daily Mail".
- As pessoas costumam ter os seus bens perto delas e eles definem cada modo de vida. Eu quero ver como é não tê-los. A vida é sobre experiências e não sobre ter coisas - acrescentou a mulher, que vive em Derby e tem um projeto voltado para o uso da arte por deficientes mentais.
Os interessados estão postando as ofertas no site de Sara (clique aqui) até o fim de dezembro, quando ela anunciará os compradores
O nome do evento é Naked Brunch (uma refeição que combina café da manhã e almoço) e é a grande novidade do cenário alternativo de Melbourne. A artista Natalie Bak teve a ideia quando fazia refeição em um quentíssimo dia de verão:
- Por que todos não se despem para comer mais confortavelmente?
Natalie, de 33 anos, convenceu então o dono de um restaurante - o Fitzroy - a ceder o local. - Sempre fui interessado em ultrapassar fronteiras - comentou Stuart Lucca-Pope, dono da "praia de naturismo urbana". Juntamente com outros 20 artistas mais liberais, Natalie se despiu e convidou alguns performáticos a se apresentarem para a plateia de comilões peladões. Um deles, Anthony Cleave mostrou suas habilidades na pole dance.
- Não sou uma nudista, apenas estou me confrontando - disse Natalie, segundo o "Daily Telegraph" da Austrália. A artista pretende agora levar o conceito moderninho a outras cidades da Austrália e aportar no Festival de Comédia de Edimburgo, na Escócia.
Numa demonstração da vulnerabilidade pública e da falta de comando da administração municipal, fiscais continuam abusando do poder e esbofeteando os princípios do marketing. A penúltima contraria uma prática comum às campanhas político-eleitorais do prefeito: durante todo o dia de ontem, quarta-feira, servidores da prefeitura obrigavam vendedores ambulantes a se desvestirem de uma camisa com o nome do chefe, na qual estava escrito: Tadeu Leite, somos trabalhadores, não somos marginais.
A verdade é que, solidários com o vendedor ambulante Wesley Souza Melo, 17 anos, que teve um revólver apontado na cabeça na tarde da última quinta-feira, 02, diversos trabalhadores vestiram a camisa, mas foram informados pelos fiscais de que poderiam ficar na área central, desde que nus da cintura para cima...
Caso não respeitassem a ordem, seus carrinhos de fruta seriam levados para não se sabe onde. Só os ambulantes que respeitassem o pedido poderiam ficar. Então, raciocinaram os vendedores (alguns, nem todos): melhor tirar a camisa de Tadeu...
Silicone e lipoaspiração não são polêmica entre as candidatas de um concurso de beleza diferente realizado na Hungria. O Miss Plastic Hungry 2009, cuja final será nesta sexta-feira (9), em Budapeste, foi feito exclusivamente para mulheres que passaram por cirurgias plásticas.
De acordo com o site da competição, a proposta é mostrar que as cirurgias plásticas não são "trabalho do diabo" e que seu resultado pode parecer natural, "deixando a beleza perfeita ainda mais perfeita". Os jurados - que irão premiar os cirurgiões por seu trabalho manual - não precisam estudar apenas as informações pessoais das concorrentes, mas também seus registros médicos. As 18 finalistas têm entre 19 e 38 anos.
Uma mulher foi presa em Ocala, na Flórida (EUA), depois de abaixar as calças e se masturbar durante um jogo de futebol americano. De acordo com o registro policial, Venus Lewis, de 41 anos, estava assistindo à partida quando começou a perseguir dois garotos com menos de 16 anos na torcida, dizendo que ela faria sexo com eles se conseguisse alcançá-los. Venus teria abaixado as calças e colocado um absorvente interno na frente dos meninos. Depois, deitou em uma mesa de piquenique e começou a se masturbar. A mulher, que estaria sob efeito de álcool, foi presa com uma fiança de US$ 25 mil (mais de R$ 43 mil).
Luciana Gimenez ao lado do marido, Marcelo de Carvalho, vice-presidente da Rede TV!, e com o presidente da emissora, Amílcare Dallevo e sua mulher Daniela Albuquerque.
Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro com 14 gols, o atacante Diego Tardelli voltou a se envolver em encrenca. O jogador perdeu a carteira de habilitação por ter sido flagrado dirigindo alcoolizado, no Rio de Janeiro.
Por volta das 22h30 de segunda-feira, Tardelli, dirigindo um veículo Porsche Cayenne, foi parado pela blitz da Lei Seca, organizada pela secretaria estadual de governo, na Linha Amarela, sentido Centro, na altura de Jacarepaguá.
Submetido ao teste do bafômetro, ficou constatada a presença de 0,14 miligramas de álcool no sangue do atleta. A quantia é considerada de nível 2 e prevê a apreensão do carro e multa de R$ 957.
Como Tardelli estava acompanhado de uma outra pessoa não embriagada, o veículo acabou liberado. No entanto, a carteira de habilitação foi apreendida por 48h e só poderá ser resgatada apenas nesta quinta-feira pela manhã. Mesmo com o problema, o jogador se apresentou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na terça-feira, no horário marcado pela CBF (11h).
Guarda-roupa arrombado em uma das casas do condomínio do Panorama II.
Acreditando na promessa de que um condomínio teria todas as medidas de segurança possíveis e de diversão e tranquilidade para a família, a funcionária pública federal Maria Alcina da Silva, 52 anos, não teve dúvidas ao adquirir um imóvel no Condomínio Wilson Cunha, localizado no Bairro Jardim Panorama II, intermediado pela JF imóveis.
Porém, se ela imaginasse que o local iria se tornar um ninhode arrombadores, onde ladrões, possivelmente moradores da vizinha Vila Oliveira, jamais teria adquirido uma casa no famoso condomínio. Somente nos últimos seis meses, ela já teve sua residência arrombada quatro vezes; três nos últimos 20 dias.
Segundo Maria Alcina, na primeira vez que teve sua casa arrombada, em meados do mês de maio, os ladrões levaram cerca de R$ 15 mil em jóias, além de notebook, DVD, celular, violão e secador de cabelo, entre outros objetos.
Imaginando que fazer a própria segurança da casa intimidaria os bandidos, depois que ela teve a casa arrombada uma cerca elétrica foi colocada no local, contudo, os arrombadores fizeram um buraco no muro e continuaram em ação.
Ao tapar o buraco no muro e com a ausência da funcionária pública, os bandidos tiveram a astúcia de quebrar a cerca elétrica e continuar limpando a casa.
Na manhã de domingo, 04, os arrombadores estiveram no local e roubaram outro notebook e mais objetos.
O alarme da casa começou a apitar e, nervoso com o barulho, o ladrão quebrou a caixa do sistema. O vizinho mais próximo mora a cerca de cem metros da casa; ouvindo o barulho, acionou a polícia, que compareceu ao local e, durante rastreamento, apreendeu em flagrante o menor N.A.M., de 15 anos. Com o adolescente, os policiais encontraram o notebook, que o arrombador afirmou aos militares que havia roubado na casa da funcionária pública. Ele foi levado para a delegacia, onde Maria Alcina reconheceu o computador.
Ainda segunda ela, na época em que comprou o terreno, a JF Imóveis prometeu que o local seria um moderno condomínio com segurança 24 horas, playground e um lago.
- O condomínio está abandonado. A portaria é uma casinha abandonada onde não fica ninguém. Eles prometeram mudos e fundos e nada foi cumprido – diz.
A reportagem esteve no local e encontrou uma casa toda revirada pelos ladrões. Com o intuito de ser um local seguro, a reportagem comprovou que o muro que cerca o loteamento possui menos de dois metros de altura, o que facilita a entrada de bandidos. (Reportagem: Rubens Santana)
A Polícia Federal divulgou nesta terça-feira (6) imagens do circuito interno da Gráfica Plural, onde foram impressas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo a PF, as imagens revelam o momento em que o material foi furtado.
No círculo mais claro, aparecem os apontados pela PF como os responsáveis pelo furto. A sequência de imagens revela quando um dos indiciados aparece pegando a prova e, logo depois, entregando-a para um comparsa, que a coloca na blusa. Em seguida, eles saem em direção ao depósito.
A notícia de quebra do sigilo do exame, revelada pelo “O Estado de S.Paulo”, fez com que o Ministério da Educação (MEC) cancelasse, na quinta-feira (1º), a prova que seria aplicada no sábado (3) e no domingo (4) para mais de 4 milhões de estudantes. As novas datas foram marcadas para os dias 05 e 06 de dezembro.
A PF informou nesta terça que a investigação sobre o vazamento das provas foi encerrada. Cinco pessoas foram indiciadas criminalmente, mas nenhuma delas ficará presa.
Segundo o delegado da PF, Marcelo Sabadin Baltazar, os suspeitos de furtar a prova do Enem levaram dois dias para executar o crime.
Baltazar afirmou que, no dia 21 de setembro, Felipe Pradella, de 32 anos, apontado pela polícia como o mentor do crime, pediu a outro colega de trabalho da gráfica para que pegasse o caderno um. “Ele pôs na cueca e entregou ao Pradella.”
No dia seguinte, de acordo com o delegado, o próprio Pradella pegou a publicação. Desta vez, subtraiu o caderno dois. “No segundo dia, o próprio Pradella se sentiu mais confortável e pegou a prova”.
Segundo o delegado, o suposto mentor do crime teria ido até o estoque da gráfica e enrolado o exame na camisa de outro amigo, pedindo que este levasse a peça para seu carro.
A PF ressalta que “não há motivação política” no caso. “Eles assumiram que pegaram a prova, mas negam o interesse financeiro. Dizem que queriam dar um furo jornalístico”, contou ele, chamando o grupo de “amador”.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai ser aplicado nos dias 05 e 06 de dezembro. Essa data foi definida pelo Ministério da Educação e será apresentada para o ministro da Justiça, Tarso Genro, na tarde desta terça-feira (6). O ministro da Educação, Fernando Haddad (foto), quer a participação da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança na aplicação da nova prova do Enem. Haddad também vai pedir a Tarso que a PF avalie os procedimentos de segurança que serão utilizados.
Na segunda (5), o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, anunciou que o contrato com o Connasel, consórcio responsável pela aplicação do exame que vazou na semana passada, foi rompido bilateralmente.
O Cespe, da Universidade de Brasília, e a Fundação Cesgranrio, segundo Fernandes, já aceitaram participar conjuntamente da aplicação da prova.. Para tanto, deve ser assinado um contrato de emergência, sem licitação.
Ao todo, 68 universidades têm convênio com o MEC para usar os pontos do Enem no processo de seleção. O presidente da Andifes, Alan Barbiero, que representa instituições federais de ensino superior, disse que as universidades podem atrasar em 15 dias o início das aulas. Ele deixou claro, no entanto, que a decisão cabe a cada universidade.
Um médico está sendo julgado em Londres pela acusação de ter colocado remédios de efeito abortivo em várias bebidas de sua amante grávida.
Edward Erin, de 44 anos, e a enfermeira Bella Prowse, de 33, estavam mantendo um caso havia um mês quando ela descobriu a gravidez, em janeiro de 2008.
Erin, casado e com dois filhos, tentou convencer Prowse a fazer um aborto, que é legalizado na Grã-Bretanha.
Após sua recusa, segundo a enfermeira, ele então teria tentado forçar a interrupção da gravidez com drogas, o que ele nega.
PÓ AMARELO
Na primeira audiência do julgamento ontem, segunda-feira, Prowse disse à corte que começou a suspeitar logo que encontrou um pó amarelo no fundo de uma xícara de chá que o médico havia preparado para ela.
Ela afirmou ainda ter encontrado a mesma substância em uma xícara de café e em um copo de suco de laranja.
Prowse então levou os recipientes e amostras das bebidas para a polícia, que confirmou a contaminação com medicamentos com efeito abortivo.
"Ele me disse que não estava pronto para ter um bebê", contou a enfermeira na audiência. "Ele chorava e me implorava para eu fazer o aborto."
Prowse, que já tem uma filha de outro relacionamento, acabou dando à luz um bebê saudável.
Sandra Regina Martins: - Foi um amor louco, um amor bandido.
Um flerte nas escadarias da estação Sé do Metrô se transformou em “um amor bandido” vivido pela auxiliar administrativa Sandra Regina Martins, de 39 anos.
Narrada com detalhes, a epopeia pela qual passou Sandra é digna de romance policial misturado com comédia romântica dos anos de ouro de Hollywood e pitadas de aventura e mistério. Não faltaram nem mesmo caminhadas intermináveis, de dia e de noite, por várias regiões de São Paulo, passeios seguidos de Metrô e pernoites em hotéis fuleiros do Centro da capital. Sandra Regina desapareceu no último dia 29, uma terça-feira, e só reapareceu na noite de sábado (3). Nestes cinco dias, ela abandonou o emprego no qual ficou apenas um dia, a segunda-feira (28), deixou um carro com a bolsa dentro em pleno Largo São Francisco, no Centro, vendeu o celular para poder se alimentar e pagar um quarto onde pudesse passar a noite e até entregou o cartão do banco, com a respectiva senha, para uma pessoa que acabara de conhecer. Tudo para viver um grande amor.
“Quando o conheci, ele me disse que tinha lido a seguinte frase no Metrô: ‘O amor faz perder o fôlego, mas também faz perder o juízo’. Foi o que aconteceu comigo”, admitiu Sandra Regina, depois de passar a segunda-feira (5) prestando depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP) da Polícia Civil. O ‘ele’, no caso, ao qual ela se refere é Juan, que se apresentou, inicialmente, como médico da Santa Casa de Misericórdia, no Centro, virou assaltante de banco no desenrolar do romance e afirmou ser bacharel em Direito com condenações por vários artigos, incluindo latrocínio (roubo seguido de morte), do Código Penal Brasileiro, segundo afirmações do próprio a Sandra Regina. A princípio, ele alegou morar no Espírito Santo, mas foi cumprimentado por vários frequentadores do Centro, segundo ela, e a todo instante demonstrava temor de ser reconhecido por algum policial. Nada disso, no entanto, importou. Desde o início, Sandra Regina se encantou por Juan. “Me senti muito atraída. Ele é muito charmoso, muito gentil, muito cativante”, contou.
FLERTE FATAL
A história começou com um flerte no último dia 21 de setembro na Estação Sé do Metrô. “Nos encontramos ali, mas ele me seguiu até a estação Vergueiro. Ele desceu atrás de mim, me apontou e disse: ‘Foi por causa de você’. Percebi que ele me olhava muito”, disse. Depois da tradicional troca de telefones, mais um encontro no dia seguinte, uma terça-feira (22), e o consequente primeiro beijo, também na escadaria da estação do Metrô. Depois disso, apenas no sábado seguinte (26), ela recebeu notícias dele por meio de um torpedo de celular: “Esqueceu de mim!”, dizia a mensagem, segundo ela. A partir daí, a troca de mensagens foi incessante – e a vontade de reencontrá-lo, de permanecer junto, só crescia. “Ele me disse que era divorciado e que tinha um filho, que era um médico bem-sucedido, que morava em um apartamento de R$ 1 milhão no Espírito Santo e chegou a me mostrar um extrato bancário com um saldo de R$ 15 mil. Pensei comigo: ‘Será que ele está querendo me comprar’”, afirmou, ainda com um pé atrás em relação ao novo – e desconhecido – amor de sua vida. Com muitas gentilezas, cavalheirismo e histórias bem contadas, Juan, aos poucos, foi minando a pouca desconfiança que havia da parte de Sandra Regina. Em uma destas investidas, ele disse a ela que tinha vindo a São Paulo para tratar e operar um paciente na Santa Casa. Em um dos encontros, ele, inclusive, se ofereceu para fazer uma operação em uma mulher com uma grande cicatriz de queimadura no braço que havia acabado de conhecer tomando cerveja em um bar próximo do hospital. “Fiquei até emocionada quando ele se ofereceu para ajudá-la. Ninguém ajuda ninguém nesta cidade e ele se ofereceu em troca de nada”, narrou.
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MURO DE LAMENTAÇÕES
ESTES ESTÃO NA COLA
DIDU, ALGUMAS LEMBRANÇAS...
Por Haroldo Tourinho
...
"Ele, clarão de um meteoro iluminado/sem outro motivo a não ser sua/própria presença, se vai só a se extinguir."
MALLARMÉ, Sthéphane/sobre Rimbaud
...
Meu querido irmão Roberto, Didu para os amigos, muitos, faria em 28 de fevereiro último 60 anos. Peça rara, raríssima - consenso - se foi, precocemente, aos 37. Nas teias da vida chocou-se com uma locomotiva vinda em sentido oposto.
Quando menino, ainda no marista São José, sabia de cor e salteado todas aquelas coisas maçantes que quase ninguém sabia ou queria saber: biografias de santos, datas históricas e, cacete!, nomes de rios e mares e capitais mundo afora. Fazia análise sintática! De textos de Camões!, a quem não poucos odiavam e chamavam de o Caolho. Quando, em casa, dava-se a recitar poesias, meu pai ficava de queixo caído: "Esse menino é
um gênio!"
Desnecessário encaminhá-lo a testes vocacionais, o boletim escolar apontava-lhe o destino: em matemática, desenho (geométrico), educação física (não ia às aulas), ciências, música, caligrafia, ZERO; em história, geografia, português, inglês, francês, religião, DEZ.
Comportamento, idem. Só se dedicava ao que gostava, daí sua média mensal sempre baixa. Mas não chegou a tomar bomba no ginásio.
Na adolescência, como bons irmãos que éramos, começamos a divergir em alguns pontos. Ele, apaixonado, fanático por futebol, assinava a revista Placar e não deixava de ler um parágrafo sequer dos cadernos de esportes do Estado de Minas e do Jornal do Brasil. Seus novos santos eram agora jogadores. Dos favoritos sabia tudo: nome completo!, data e local de nascimento, prato e perfume prediletos, carreira - veio-de-onde, vai-pra-onde, valor do passe..., estado de saúde - está contundido, quebrou o braço, a perna, levou uma cotovelada no olho, operou os meniscos... Uma coisa! Eu criticava aquela inutilidade cultural e ele retrucava, marcando gol: "Uai, você não sabe a data de nascimento de cada um dos Beatles? Que Ringo Starr toma uísque com Coca-Cola? Que John, abandonado pela mãe separada do marido, foi viver com a tia Mimi?
Sua paixão futebolística tocou a trave da loucura ao resolver
pintar o quarto de vermelho e preto. Cores do seu adorado Flamengo, tricampeão carioca de 53-54-1955, feito que ele não cansava de repetir.
Nos outros times, com raras exceções, só havia pernas de pau, juízo que modificava quando passavam a ostentar a camisa do Mengo... Até curti a ideia de ver nosso quarto rubro-negro, mas mamãe vetou-a: "Aí é demais!" Minha bisavó Carlota, que morava conosco, veio a reboque: "Oh, meu filho, são cores do
demônio, do inferno, não faça isso, vou lhe mandar benzer."
Ele e vovó Carlota eram parceiros no jogo do bicho: ela financiava, ele ia ao apontador, o que para ela não ficava bem. Quando ganhavam dividiam o prêmio e eu ficava com uma ponta de inveja, mas acabava levando uns trocados.
Jogo, outra das paixões do Didu adolescente, fosse qual fosse,
lúdico ou contraproducente: damas, xadrez, ludo-real, dominó, varetas, banco imobiliário (o War viria mais tarde, mas ele ainda o alcançou), roleta, buraco em família, sete-e-meio, vinte-e-um, caixeta e pôquer com os amigos, esses últimos apostado. Para o pôquer - lembram os parceiros - paramentava-se com sua camisa-polo do Flamengo e acendia
uma vela sobre o aparador da sala de jantar. E entrava em campo para ganhar, frio, calculista, blefador.
Separamo-nos, enfim, de quarto. Fui para um outro com meus rocks, ele permaneceu no nosso com o seu futebol. Logo encontraria no meu irmão-de-leite Sérgio Deusdará um substituto. Nos fins de semana ouviam, num rádio portátil enorme, de seis ou oito pilhas, todos os jogos possíveis.
E não ficavam nisso. Encerradas as partidas, passavam aos comentários e mesas redondas, um saco! Eu ficava por ali, só, e os dois metidos no quarto com sucos e biscoitos. Devido ao avançado da hora, Sérgio acabava dormindo em minha antiga cama.
Seus pais, dr. Deusdará e Toinha, amigos dos meus, sabiam que, de sábado à tarde à noite de domingo, com o filho não podiam contar. Logo comecei a frequentar festinhas e não dava mais bola para eles.
Depois Didu mudou, por volta dos seus 14/15 anos. Continuou
Flamengo, sempre, mas encaixotou sua coleção de Placar e passou a lerRimbaud, Baudelaire, Mallarmé, Verlaine, Vinícius, Drummond..., poetas mais sérios dos que lia até então. E de mero espectador de cinema evoluiu para a categoria de cinéfilo, de carteirinha. Mesmo sem alcançá-los, que idade nem maturidade tinha para isso, só falava em Goddard, Glauber,
Welles, Pasolini, Antonioni, Fellini, e em nosso Carlos Alberto Prates, a quem chamava intimamente de Charles (ficaram amigos quando da filmagem local de Os marginais). John Ford, Howard Hawks? Apenas mestres do passado...
E assim como anotava em uma caderneta todos os livros lidos, com a sua cotação final, bom ou mau, abriu outra para os filmes. Ali se podia ver título, gênero, diretor, produtor, atores principais, coadjuvantes, enfim, tudo o que merecia créditos na película. Acrescentava o nome da sala que exibira a fita e o preço do ingresso! Finalmente, a sua cotação, que ia de uma a cinco estrelas.
Em Belo Horizonte, para onde foi pouco depois dessa época, tornou-se assinante dos Cahiers du Cinéma por algum tempo e consumidor de revistas e livros nacionais especializados que começavam a aparecer.
Em música, gostava das canções passadas - Billie Holiday, Louis Armstrong, Cole Porter, Chet Baker, Sinatra, Ray Charles, Elvis e outros -, do rock inglês que assolava a nação, mas tinha queda especial pela nascente bossa-nova, com João Gilberto, Tom, Vinícius, Toquinho, Chico, que amava.
Roberto ou Didu, como queiram, esteve pouco tempo entre nós, um cometa, mas deixou muitas outras lembranças. Viveu! Ficam essas para uma próxima oportunidade.
FRAGRÂNCIA MISTRAL
Por Antônio Augusto Souto ... Em livro acaso deixado em recanto escuso de prateleira, redescubro Gabriela Mistral, fragrância de mulher na poesia que suponho: América do Sal, do Sol e do Sul; Ameriquinha de sonho! Indiozinho que se recosta sobre a Terra, tambor que ainda contesta, em batida firme de ritmo certo que tange longe e tange perto. Sonido de trilhos e de festas. Nobel um dia dela e condores instigantes e perfume de roseiral andino: indiozinho de Gabriela, sonho dourado de menino. O que há é conformismo! Sem essa de destino! Dá-me tua mão, Mistral do mundo, e dançaremos. Dá-me tua mão e te amarei e esvoaçaremos sobre Andes, Aconcágua e Amazônia, sob a imensidão deste céu deslumbrantemente azul. Linda América do Sal, caliente América do Sol, inda inconsútil América do sul!
Por Antônio Augusto Souto ... Penso em noite enluarada, em suavíssimo violão e solo de flauta. Quero taças finíssimas de cristal e brindes moderados. Vou querer, amada, celebrar a tua longa e doce companhia. Penso em estrelas, no firmamento; nuanças de poesia e fragrâncias, no vento. Não direi palavras. Tu também, se assim quiseres, não o farás. Olhar-nos-emos, apenas. As marcas acaso deixadas pelo tempo nos remeterão ao passado que resiste, às coisas grandes da existência, às questões pequenas... Enlaçaremos as mãos e, a um tempo, recomeçaremos, libertados dos sobressaltos e das ocasionais dores. Sem os voos incertos do aprendizado, celebraremos o jardim que plantamos juntos. Quero que sejam tuas, exclusivamente tuas, as nossas flores. ... antonioaugusto@viamoc.com.br
360 DIAS DAS MÃES
Por Luiz Carlos Amorim
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Está chegando o Dia das Mães, um dia para lembrarmos que devemos reverenciar a mulher mais importante da nossa vida todos os dias, qualquer dia, sempre. Precisamos, antes de qualquer coisa, estarmos presentes, dar-lhe carinho, manifestar nosso respeito, nosso reconhecimento e nosso amor. Não apenas nesta data específica, nesta semana, mas sempre. Nada é mais importante do que a companhia, a presença tanto quanto possível, não interessa a idade que os filhos tenham.
Mas é tradição, para nós, filhos, darmos uma lembrança a ela, no seu dia, além de manifestar o sentimento que ela inspira em cada um. Comprar presente, sabemos, é uma questão de consumo, o comércio inventou essas datas comemorativas para vender mais. É que já virou tradição, já nos habituamos a dar um presente às Mães, no seu dia, tão bom quanto possamos dar. É uma outra maneira de dizer que ela é importante para nós, é uma maneira de homenageá-la, de provar que pensamos nela.
Outro dia, dizia eu a uma amiga que minha vida é e sempre foi povoada por mulheres maravilhosas. E ela me disse que eu agradecesse a Deus por isso, o que é mais do que justo. Tive avós fantásticas, até uma avó postiça que ganhei nessas lidas literárias que a vida me proporcionou, professoras, minha esposa, minhas filhas, minha mãe, mulheres maravilhosas que talvez eu nem merecesse.
Minha mãe, claro, é quem esteve mais presente, pois me acompanha a vida inteira. Acho que no dia dela, quem ganha o presente, na verdade, somos nós, os filhos, por tê-las. O que somos, temos que reconhecer, devemos a elas, pois é com elas que passamos o maior tempo de nossas infâncias e adolescências, são elas que nos ensinam o que devemos saber para enfrentar o mundo dos adultos.
Por tudo o que ela representa, deveríamos dar-lhe um grande, enorme presente. Mas se não pudermos comprar nenhum presente – e isso pode acontecer com muitos filhos – que presente então lhe dar, a não ser nosso respeito, todo carinho e amor e uma pequena flor, gigante como ela própria? Sim, uma flor – símbolo incontestável do sentimento maior que ela nos inspira, junto com o abraço forte e o beijo grande, repletos de carinho e emoção.
Mãe – a vida se repartindo, coração se avolumando, amor se multiplicando... Todos os dias são seus, toda a vida lhe pertence; a natureza, perfeita, é sua irmã gêmea. E nós te festejamos, hoje e todos os dias.
MAMÃE, E COM TODAS AS LETRAS
Por Marli Gonçalves
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Até mais alguns muitos dias nossos ouvidos ainda vão aguentar tudo quanto é tipo de apelo para consumir, comprar, presentear, oferecer, dar. Os caras aproveitam essas datas, bem comerciais, para associar mãe a cada tipo de coisa que vamos, venhamos e convenhamos...
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Mamãe: cinco letras que choram. Desde bem menina ouço essa frase e só agora me toquei que ela parafraseava uma música linda dos Anos 50, Adeus, adeus, adeus, composição de Silvino Neto, eternizada nas vozes de Francisco Alves e Orlando Silva. A minha mãe, como boa canceriana, sempre foi muito emotiva, gostava de fazer draminhas que me lembram até hoje os boleros. Falava muito nas tais letras choronas, e num tal padecer que não era em paraíso nenhum. Era normal dela ouvir, naqueles momentos que brigava comigo ou com meu irmão, quase ameaçadora, mas sempre premonitória: "Vocês vão ver. Quando eu não estiver mais aqui é que vocês vão me dar valor, sentir minha falta, lembrar que eu tinha razão".
Ah! Não me diga que você também ouve ou ouviu essa frase? Mãe é mesmo tudo igual. Só muda o endereço. E o que é pior: elas sempre têm razão mesmo. Na grande maioria das coisas.
Pois bem. Minha mãe me disse adeus há nove anos. E todos os dias, por uma coisa ou outra tenho mesmo saudades e me lembro de algumas das suas falas e feitos, que ela era bem danada. Baixinha, gordinha, mineira, minha bichinha era arretada. Não gostava e não levava desaforo para casa, de jeito algum, uma das características mais fortes que puxei dela, além do tamanho e do peso sempre a ser controlado.
Por exemplo, lembrei esses dias o quanto ela odiava essas palhaçadas, como chamava dia das mães, dia dos pais, dia do c... (a língua era afiada também): "Uma falsidade que só serve para deixar as pessoas tristes" "Dia das Mães tem de ser todo dia, porque o que a gente aguenta de malcriação dos filhos!...", resmungava. Pensando no mundo todo, porque a gente com ela sempre pisou bem miudinho.
Na verdade, esse monte de lembranças tem vindo à minha cabeça desde que há mais de um mês começaram as campanhas publicitárias chamando e convencendo o pessoal a gastar. É um tal de mãe linda abraçando bebê fofinho, frases de efeito para vender linguiça e cerveja em supermercados, jingles chatos martelando. Um tal de mãe é isso, mãe só tem uma, avó mãe da mãe. Compre um carro, uma blusinha, uma bolsa, sapato, celular, geladeira. Se for no shopping tal, e gastar gostoso, a partir de, pode até levar brilhantes. Claro, só se for sorteado um daqueles cupons infernais. O barato agora é mostrar as mães sempre jovens, lindas, cabelos ao vento, dentes brancos, sorridentes, ricas, magras, sem sofrimentos de parto, dinheiro para dar e vender, maridos apaixonados.
Coitadas das mães reais. Devem se sentir um lixo vendo aquilo. As mães reais têm mesmo pouco espaço na mídia. A não ser quando se manifestam por seus filhos assassinados ou desaparecidos.
A gente não vê muito aquelas que tiram da própria boca para alimentar os filhos, as mães que são "pais" e paus para toda a obra, as abandonadas, as que quiseram continuar solteiras, aquelas que não têm com quem nem onde deixar os filhos, as desesperadas porque os filhos seguiram direções contrárias, inclusive à lei. Mães que trabalham fora e passam o dia inteiro muito preocupadas ou se culpando por não ter tempo de dar atenção, as mães da dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho. As tantas mães prostitutas que vêm para a cidade grande para ganhar algum para mandar, em geral para a mãe que cuida de seus filhos lá bem longe.
Essas imagens não vendem perfumes. Entendo. Mas se o Dia é das Mães também não podem ser esquecidas, nem lembradas só na hora das bolsas-família que as transformam em verdadeiras parideiras de salários. A cada filho ganham um pouco mais - parece aquelas ofertas de Leve 3, pague 1. E toma sustentar o malandro, que comparece só para fazê-la ser mãe mais uma vez.
Enfim, por mais que você seja preparado, terapeutizado e psicanalizado, datas como essa do Dia das Mães que chegam acompanhadas do tremendo massacre das campanhas publicitárias só servem realmente para nos deixar tristes, muito tristes. Não só quem não tem mãe, ou perdeu a mãe. Também entristece a quem gostaria de poder dar à sua própria mãe todas aquelas coisas. Não há musiquinha doce nem brinde de sanduíche que console.
E o que é pior: se você quiser ir almoçar fora no tal domingo, e não tem mãe, melhor arrumar logo uma postiça, para pelo menos arranjar um lugar na fila. Se tem, já vá se preparando, porque nunca haverá comida igual a dela, quentinha, feita com amor, saborosa. E ela vai fazer você saber disso, resmungando, pondo defeito em tudo, inclusive reclamando do preço da conta e fazendo cálculos do que poderia ter comprado com aquele dinheiro.
Isso, claro, se for uma mãe real, não dessas de propaganda. Muito menos dessas propagandas ridículas que estão no ar.
A NOVA VIDA DE DONA NEGA
Por Michelle Martins ... Lágrimas... Não são lágrimas de tristeza, não são lágrimas de sofrer, são lágrimas de carinho, de lembranças. Lembranças de algo que se passou com o tempo e que nunca se apagarão. - Ei vovó, vim fazer comida para a senhora. - Me dá uma florzinha do jardim? Saudades da sua mãozinha sempre acariciando a minha quando estava perto. Mesmo na dor, o bom humor sempre reinava. Saudades do seu tempero, do seu cheiro gostoso, do seu olhar feliz! Nega... nossa neguinha. Mulher forte, lutadora e que construiu uma vida cheia de carinho, amor, dedicação aos 9 filhos, 36 (+1 eu) netos e 16 bisnetos. Essencial na vida de alguns, um anjo na vida de outros. Sempre tentando ajudar quem precisa. Oferecendo espaço nesse enorme coração a quem quer que se aproxime. Hoje está ao lado do amor de sua vida - Vovô Ryl -, outro eterno nas nossas vidas e que, tenho certeza, "mexeu seus pauzinhos" lá no céu e me re-apresentou o grande amor da minha vida, Frederico Santos e Silva, seu neto. Quem diria, não é vovó Nega, nasci para ser sua neta mesmo! Não vou dizer que a senhora nos deixou. Apenas está descansando para nos encontrarmos em um outro mundo que é completamente diferente deste, onde todo o carinho, amor e humildade estão sempre presentes, assim como estiveram em toda a sua jornada. Vá, Dona Maria Alves dos Santos, vá descansar! Pegue a sua "Ferrari" e, antes que encontre o senhor, jogue-a fora, porque sua alma está livre. Livre de enfermidades, livre de qualquer limitação. Dê um enorme abraço em minha avó Alaíde. E que Deus a acompanhe e te dê paz nessa nova jornada repleta de vida!
Por José Ponciano Neto ... No dia 19 de abril os montes-clarenses e espinosenses terão de comemorar, não só o dia do Exército Brasileiro e do índio, mas, a posse da primeira mulher a ocupar um alto cargo na corte do TSE. Trata-se de uma montes-clarense filha de uma família tradicional em Espinosa. Diante deste fato histórico, o Grupo Escolar Francisco Sá de Montes Claros também entra para história. Por quê? A Ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha estudou neste educandário de 1962 a 1965, numa época literalmente conturbada. Era a pré e pós revolução militar. A escola pública era de alto nível. Quando o aluno passava pela “admissão” (tipo um vestibular para ingressar no ginásio), os do Francisco Sá destacavam, como destacamos no Colégio São José. Tínhamos grandiosas professoras, entre elas, a linda Maria Alice, Geraldinha Figueiredo, Zorilda Madureira (brava!), Zildete Viana e outras que me esqueci. Agora, campeã era a nossa educada diretora Terezinha Meira. Sempre que aprontávamos na sala, ela nos orientava com tanta educação que era melhor tomar palmatória na mão. Além da Carmem Lúcia Antunes, tinha as gêmeas Mercês e Maria Edwiges, Laura, Marina, Fatinha, tinha uma colega da família de Armando Chaves que não lembro o nome. Entre os alunos, Ernani Meira (o mais quietinho), Mario Lúcio Araujo (hoje general do Exército e filho de Zé Amaro), Silvio, Francisco, Eduardo Brasil, Nem padinha, Milton, Elton do Correio, Manoel Oliveira, José Alfredo, Jadir (Café Galo) e seu irmão Jader. Os mais atentados eram transferidos para sala de Dona Zorilda Madureira, inclusive eu, que sempre dava trabalho. Saudades do mingau caramelado da cantineira dona Lia, da beleza das nossas colegas que sempre nos faziam sonhar durante a nossa privacidade. A ministra e presidenta do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, as professoras, diretoras e todos os alunos citados é um exemplo da escola pública do passado. Quem não formou o terceiro grau, pelo menos não marginalizaram. Parabéns para o Grupo Escolar Francisco Sá e também o Gonçalves Chaves do Marcos Darcy e do sobrinho Ucho, outra escola de exemplo. Pena que não sou jornalista para aprofundar mais na história dessa ministra.
Por Leonardo Álvares da Silva Campos ... Exatamente no casamento de Babi, o padre foi de uma infelicidade gritante, se bem que não sabia que na sua frente estava uma mulher de dupla personalidade, dissimulada, pecadora e que traía por compulsão, para quem importava tão-somente os prazeres carnais. O respeito ao sentimento do próximo não constava de sua cartilha. Mentir era o seu delito mais ameno. O religioso, achando estar concitando o casal a compartilhar a nova vida a dois como unha e carne, fazia um sermão alegando que no mistério do amor o que estragava tudo era a ideia de posse, posto que as flores não precisavam ser apanhadas nos jardins, elas se davam naturalmente, arrematando por condenar o matrimônio indissolúvel. Era o verbo que Babi melhor sabia conjugar: dar. Ela vinha de outra cidade, na qual levara uma vida de devassidão e abominações a tudo quanto fosse honesto e a Deus. Para ela, o Criador não passava de uma fanfarronice. A mulher se deitava com qualquer um, por dinheiro ou não, e não dispensava as drogas. Homens para acompanhá-la em sua vida desregrada e imunda não lhe faltavam, afinal era de uma beleza ímpar. Aquela aberração da espécie humana, verdadeira erva daninha, mas que entendia tudo da arte da sedução, acreditava piamente que a justiça consistia em se dar, no sentido carnal, a todos. Assim dava o seu o corpo até para os pobres, entendendo que assim ficava próxima de um projeto inicial de criação, em que pese o seu ateísmo. Não admitia que fosse acusada pela exclusão social dos menos bafejados pela sorte, pelo menos no concernente a sexo. No fundo, quando ajudamos o pobre, estamos na realidade devolvendo o que lhe pertence por direito e que um dia lhe foi roubado - pensava inteiramente convicta Babi. Quem criou as diferenças foi o próprio homem, ela concluía, assim partindo para a sua atividade sexual frenética sem nenhum drama de consciência. Detentora de um esplendoroso corpo, malhado, sarado, a terrível criatura, no entanto, preferia os ricos, assim nunca faltavam em sua alcova bebidas da melhor qualidade, drogas e um carro para facilitar as idas e vindas em busca de novas fantasias para pôr em prática. Seu íntimo era, assim, um verdadeiro covil para aquele espírito imundo e detestável. Sonhava, por outro lado, em encontrar um dia um marido com quem mantivesse um casamento aberto, cada um contando para o outro detalhes dos seus relacionamentos extraconjugais, e mesmo ambos partilhando com outro homem ou mulher a mesma suíte de motel. Como regra, o ciúme seria abolido, não haveria lugar para a ideia de posse a estragar tudo. Ela chegava mesmo a alimentar a fantasia de, já na lua de mel, entregar-se ao marido e a outro homem, ou ao marido e outra mulher. É que certa vez leu em algum lugar sobre Afrodite, ou Vênus para os romanos, a deusa do amor erótico e da beleza, que foi casada com Héfeso e era amante de vários deuses, mitologicamente sendo considerada a deusa que mais aceitava, compreendia e amava os homens. Passou então a acreditar na existência real de Vênus, tomando-a como fonte de admiração e inspiração. Daí que lhe surgiu a ideia de ter um marido liberal que não lhe limitasse a liberdade. Tinha que conseguir um casamento aberto, era o seu ideal inarredável, sem esquecer-se da inédita lua de mel. Assim ela se rejubilou intimamente quando o padre, exatamente em suas núpcias, condenou o matrimônio indissolúvel e proclamou que era a ideia de posse a estragar o mistério do amor. Ou seja, mesmo sem qualquer intenção, o religioso lançou a infeliz colocação, dando mais asa para a cobra vestida de noiva ali em pleno altar. Todavia, a pecadora e cria do demônio teve de abandonar a sua cidade natal por corrupção de menores - adolescentes de ambos os sexos eram por ela envolvidos, logo aprendendo até mesmo a furtar e a usar drogas, adquiridas com o dinheiro advindo daqueles pequenos furtos - drogas inaladas e mesmo lambidas em corpos suados cheirando a sexo. A mulher não chegou a ser presa, vez que fora informada por uma autoridade, que era um dos seus companheiros de orgias, a desaparecer. As famílias das vítimas optaram então por não formalizar uma queixa, preferindo evitar o escândalo. Na cidade distante para a qual se mudou, todos admirando aquela beleza, mas sem saber de tanta luxúria que carregava em seu íntimo, Babi, instalada há pouco tempo num hotel e pedindo a todos que fosse tratada por Bia, questão de cautela, viu-se certo dia surpreendida por uma chuva forte, refugiando-se por instantes num templo evangélico. No local, coincidência ou não, o pastor, enquanto agitava nervosamente a Bíblia em uma das mãos, vociferava acerca de uma passagem do Apocalipse sobre a destruição da grande meretriz, prostituta de reis da terra e que, com o vinho de sua devassidão, se embriagaram os seus habitantes. Quase gritando, continuou ressaltando que a grande meretriz tinha nas mãos um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícies da sua prostituição. Babi, agora Bia, ria interiormente daquela pregação que achava uma boçalidade, percebendo após que o pastor passou a ler a parte final do texto bíblico, dando à voz todo o ar dos seus pulmões. “ - Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos. Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo suas obras, e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela. Quando a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso em um só dia sobrevirão os seus flagelos, morte, pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor que a julgou. Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaça do seu incêndio, e, conservando-se de longe pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! ai! tu, grande cidade, Babilônia, tu poderosa cidade! pois em uma só hora chegou o teu juízo.” A mulher, que mais parecia uma égua de rodeio e diuturnamente no cio, só parou de achar graça interiormente ao ouvir a palavra Babilônia, já que o seu nome constava das quatro primeiras letras da cidade mencionada na Bíblia: Babi. Já quase não chovia, ela se retirou do templo. Uma vez na rua, balançando com arte a bunda perfeita, com toda a beleza e a delicadeza próprias de sua idade, tudo na mais perfeita consonância com a ideologia ocidental, Babi percebeu quando um homem, bastante simpático e educado, parou o carro ao seu lado e lhe ofereceu uma carona, que aceitou imediatamente. Era um engenheiro, pessoa honesta, temente a Deus e de família tradicional do lugar. Ingênuo, o moço era um bom e respeitado profissional. Um ano depois estava casando-se com Babi, embevecido pela sua formosura, nem chegou a perceber a personalidade malévola de sua futura consorte, que para ele se disfarçava de séria, porém não passava de um imbróglio. No ínterim de sua chegada ao lugar e a data de suas núpcias, Babi, ou Bia, já conseguira seduzir o proprietário do hotel, então transformado em seu amante e quem lhe conseguia drogas, além de não lhe cobrar a hospedagem nem a alimentação, presenteando-a ainda com as melhores roupas. O hoteleiro era um dos padrinhos do casamento, convite que lhe fora feito com antecedência. A mulher também não se esqueceu dos pobres; fornicava, sempre que possível, com um jardineiro assalariado, com um comerciante falido e um cobrador. Tudo no mais absoluto sigilo, sem cair na boca do povo. Se as coisas estavam dando certo para a maquiavélica mulher, por outro lado ela se sentia vazia e fracassada. Era que o futuro marido, ao contrário de ser liberal, nutria-lhe um ciúme doentio. Dizia-lhe mesmo que sexo só após o casamento. Com o tempo certamente ele estará como planejei o meu marido, mormente se ele passar a usar drogas comigo, pois a droga faz o macho baixar a guarda, perder o caráter, aceitar qualquer coisa numa bacanal - entabulava aquela mente satânica. Na cerimônia de casamento, o padre apregoava por conseguinte uma justiça igualitária, com distribuição dos bens entre todos. A mulher estava impecavelmente a rigor para a cerimônia: vestido longo e luvas brancas, véu e grinalda. Sentia um frescor subindo-lhe pelas pernas, pois nada vestia por baixo. Vez ou outra, fitava o hoteleiro seu amante e agora padrinho. Por outro lado, ostentava uma novidade: colocara um piercing no umbigo, que julgava ser o acessório feminino número um para agradar aos homens. O mais novo esposo da cidade não economizara com despesas na festa de recepção no clube com decoração suntuosa, arranjos florais em todos os cantos, se bem que Bia gostava realmente era das trepadeiras, lugar-comum em sua vida desregrada. Políticos, empresários, delegado de polícia, autoridades judiciárias e outros se faziam presentes, enfim toda a alta sociedade era vista na recepção. No clube trabalhava o jardineiro assalariado, que já vinha recebendo a caridade da mulher. A recepção, com certeza, vararia a madrugada. Enquanto a orquestra, famosa e trazida de longe, tocava, o padre, que como outros de destaque social se fazia presente, em determinado momento passou a ler para um dos convidados um trecho da Bíblia, atraindo a atenção de outros, inclusive do marido: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço, isso faço.” O religioso prosseguia em sua leitura sob os olhares atentos de quase todos. Foi quando a noiva deu um toque de longe para o hoteleiro acompanhá-la ao banheiro. Com a porta trancada por dentro e ainda com o vestido do casamento, que ergueu até a cintura, ela entregou-se ao amante. Durante o coito ainda divertiam-se olhando o ato no enorme espelho, adaptado para uma peça de mármore de Carrara e que, numa de suas saliências, tinha uma estátua de Amon-Ra, divindade egípcia representada por um homem com cabeça de carneiro, hoje jocosamente apontado como o deus dos chifrudos. Deu-se um orgasmo rápido e simultâneo. Os lascivos ainda escutavam a orquestra tocando do lado de fora enquanto faziam uma rápida limpeza. Voltaram ao salão sem despertar suspeitas. O padre, tomando refrigerante, continuava falando sobre temas bíblicos para alguns, porém novos grupos se formaram, alguns discutindo política, outros aproveitando o tempo tratando de negócios, em meio a bebidas caras, como o vinho Vega Sicilia e champanhe Laurent Perrier, e salgados, enquanto esperavam pelo jantar encomendado da capital. Havia ainda pares animados na pista de dança. A mulher, parecendo insatisfeita, foi até o jardim e, na relva úmida mesmo, foi possuída pelo jardineiro sob a proteção de uma baixa vegetação arbustiva. Ela retornou ao banheiro para nova limpeza, banho de passarinho, inclusive despindo-se para retirar pedaços de relva que ficaram grudados ao vestido. Retocou a maquiagem, passou batom novamente, perfumou-se e voltou para o salão. O marido estava numa das mesas com uns amigos mais íntimos, já levemente embriagado, parecendo não ter pressa na consumação do casamento pela primeira relação sexual. Os convivas prestaram novas reverências à noiva ao lado, mas nenhum deles teve a educação de oferecer-lhe uma cadeira. Babi parecia zangada diante da tranqüilidade daquele que seria teoricamente o seu companheiro para o resto da vida, mas nada deixou transparecer ao retirar-se. Ela se reuniu então a um grupo de mulheres, uma das quais, uma linda loira divorciada do tipo ariano, corpo bem feito que o longo vestido branco, um pouco transparente, desenhava com detalhes, passou a cobri-la de atenções e gentilezas. As duas se entenderam imediatamente. Levando suas taças de champanhe, seguiram até um reservado do clube, com total privacidade para conversas particulares, com enormes sofás, tapetes persas pelo chão e quadros de pintores famosos pelas paredes. Não demorou muito e as duas estavam nuas e entrelaçadas num dos sofás. Tinham pressa em variar as posições. Foi assim que uma bola de ouro do piercing da noiva soltou-se sem ser percebida quando ela levantava o rosto do meio das pernas da loura para buscar o seu rosto. Naquele frenesi sexual, a peça de ouro do piercing já desprovida de sua bola transfixou o clitóris da fêmea representante da raça ariana, lacerando a sua carne. Os gritos de dor vindos do reservado foram escutados no salão, mesmo com o som da orquestra. Foi o próprio delegado, de arma em punho já pensando numa tentativa de assassinato, a arrombar a porta, que não dada passagem a todos os convidados, entre curiosos e temerosos. Cena inusitada. Era inteiramente impossível desatrelar ali a noiva e a loira inteiramente nuas, o umbigo da primeira parecendo costurado ao clitóris da outra pelo fino e delicado fio de ouro do piercing, enquanto o sangue derramava das carnes dilaceradas. Só mesmo no hospital. A ambulância chegou rapidamente. Não chegou a haver separação, o casamento foi anulado mesmo por erro sobre a identidade de outro cônjuge, posto que o homem desposara mulher decaída sem que o soubesse, tomando conhecimento do seu baixo caráter e depravação de costumes somente quando das núpcias, situações antes encobertas. Bia, que abandonou de vez o seu nome de registro, ficou pela cidade mesmo, afinal não era caso de polícia, todos provando de sua luxúria e abominações, tanto os ricos quanto os pobres. Menos o ex-nubente, que continuou em sua vida metódica, mantendo sua honra e boa fama.
COMUNICADO
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