“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem... O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais – ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. Viver é um descuido prosseguido.” (João Guimarães Rosa)
NOS GROTÕES E BURGOS PODRES
Por Mara Narciso
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Por princípio, as nações evoluídas cuidam da infância e da velhice. O Brasil quer progredir, tanto que é Ordem e Progresso o lema da bandeira brasileira. Inebriados pela visão da festiva classe C, enaltecida pelos meios de comunicação, e bem-vinda ao consumo, os brasileiros em geral fazem de conta que o pior foi vencido. A nova classe C é gente que tem celular, internet, TV de plasma e viaja de avião.
Quando o inesquecível Tancredo Neves referia-se a locais atrasados, de pensamento político retrógrado, os depreciava dizendo tratar-se de grotões e burgos podres. Pois o nosso imenso país, ainda possui tais lugares, classificado assim pelo atraso de sua gente, independente do pensamento político, se é que possam ter esse luxo. Muitos nem imaginam como vivem essas pessoas. Ouvem-se piadas sobre as bolsas dadas a elas pelo Governo, e com deboche se fala em bolsa gás, bolsa táxi e até bolsa picolé. Minha gente – pedindo emprestadas as palavras a Fernando Collor - ainda há um Brasil que mal aparece. Não é um povo escasso, raro e pitoresco, pinçado por Marcelo Canellas, o jornalista da Rede Globo, para fazer reportagens premiadas sobre a Fome e envergonhar o país não. É um mundo verdadeiro, que bate na nossa cara, e como o lixo que bóia nas enchentes, o queremos longe das nossas vistas.
Com a ajuda da Prefeitura de origem, uma mãe consegue uma consulta com especialista na cidade pólo, e traz sua filha. Não sabe dizer o que a menina tem. Pergunta se no papel que trouxe não dizia. É uma mulher sem dentes, de vestimenta pobre, pele escura, cabelos em desalinho, suada e com ar cansado. Chegou a se deitar no sofá da sala de espera, devido ao mal estar dado pelos transtornos da viagem. Tem fala rude, de difícil compreensão. A comunicação é primitiva e dificultosa. É preciso chegar junto, para buscar uma conversa possível. Com um saca-rolhas, vai-se descobrindo o caso. Com três anos a criança, hoje mal completando nove, começou a desenvolver as mamas. A palavra pelo, para denominar pelagem na área genital, era desconhecida da mãe. Mas, enfim, foi possível deduzir que havia um desenvolvimento puberal, e uma menstruação, porém a mãe não sabia quando. Talvez há uns seis meses, mas era apenas uma hipótese. Trouxe a filha porque uma médica disse não ser normal. Será que era? Pelo menos não tinha se repetido.
Examinada, a criança estava bem formada, uma estrangeira dentro de um corpo arredondado de adolescente. Retraída, e muito assustada, possivelmente era a primeira vez que ia a uma cidade maior. Nascida e criada numa zona rural, um tanto afastada de uma pequena cidade sem recursos, a muito custo tinha conseguido chegar com a ajuda do poder público. A menina tinha 26 quilos e media 1,33 m . Era um caso de puberdade precoce, já sem condições de tratamento ideal pelo avançado da situação. O Governo fornece a injeção mensal, para bloquear a puberdade, cujo custo é em torno de R$500,00 por mês, porém até os nove anos de idade. O prazo já estava vencido. Também seria preciso fazer um mínimo de exames para afastar a possibilidade de tumor, embora, pela experiência, deveria ser a puberdade precoce verdadeira, que é o amadurecer antes da época. Os riscos eram todos: infância perdida, possibilidade de abuso sexual e gravidez e finalização do crescimento.
A mãe, com toda a dificuldade de comunicação, falou ter 47 anos, uma dúzia de filhos e não ter renda. Recebe R$125,00 do Governo a título de Bolsa Família. Abaixo da criança presente à consulta, havia outra, de seis anos. O tratamento já estava todo atrasado. Diante do impasse, como ajudar? Como resolver minimamente o problema dessa criança?
Pessoas assim existem mesmo, dentro de um mundo real e injusto. São brasileiros vivendo num estado de penúria inominável, sem acesso a informação ou a mínima condição de sobrevivência, higiene e dignidade. Não é um caso único ou curiosidade capturada no meio do nada. É uma gente com anseios, desejos e sofrimentos. Uma fictícia Bolsa Picolé talvez não vá resolver a situação, mas ainda assim, quem a tiver, que se ofereça para ajudar.
As notícias e comentários publicados por A Província, quando não assinados, têm como fontes: Extra Online, G1, Planeta Bizarro, Page Not Found, Hoje em Dia, agências nacionais e internacionais, pmonline, corpo de bombeiros e os próprios leitores.
Por Dirceu Cardoso Gonçalves ... Por tudo o que se tem dito nos últimos meses, o esquema de Carlinhos Cachoeira é uma insidiosa moléstia que acomete os escaninhos de diferentes instâncias do poder, em todo o território nacional. Extirpá-lo, punir severamente seus operadores e beneficiários e repor ao cofre público aquilo que de lá foi retirado indevidamente é o mínimo que a sociedade deseja. Mas, as primeiras movimentações da CPI que se instala no Congresso deixam muitas interrogações e a sensação de que poderemos ser mais uma vez enganados. Governistas querem blindar uns e acusar outros e oposicionistas pretendem descarregar tudo contra o governo. Errado: o que mais se espera é a apuração transparente e sem protecionismo e, principalmente, o fim da sangria ao erário tanto por esse quanto por outros possíveis esquemas do gênero. Os congressistas começam a CPI analisando os documentos produzidos pela Polícia Federal e hoje na posse do Judiciário. São denúncias graves. Mas que não justificam a montagem de um circense estado de crise. Como seus poderes são limitados, basta que verifiquem com a devida urgência o grau de envolvimento de cada detentor de mandato e se ele ofendeu ao decoro do cargo. Se ofendeu, casse-lhe o mandato, e pronto! Até porque, os crimes cometidos têm de ser julgados e punidos pelo Judiciário. Senador e deputado não podem mandar ninguém para a cadeia. Não venham os senhores deputados e senadores – governistas e oposicionistas – usar a apuração protelatória para esperar passarem as eleições, que ocorrem em outubro, e aí usarem a pirotecnia de uma medida radical (como a cassação do senador Demóstenes Torres, por exemplo) para todos posarem de faxineiros da nação. Para cumprirem suas obrigações, basta que cassem os mandatos de seus pares dolosamente envolvidos. O Executivo, também, nem precisa esperar os resultados da CPI. Os inquéritos da PF e processos do Judiciário dão elementos para afastar todos os funcionários e servidores comprometidos com o esquema, sem prejuízo daquilo que cada um tenha ainda de responder à justiça. E, por fim, o Judiciário, com o justo processo, que cumpra a sua tarefa e recoloque cada coisa em seu lugar, sem prejuízo de, também, administrativamente, punir seus próprios integrantes que estejam comprometidos no esquema criminoso. A população vive uma crônica descrença em relação à classe política e ao governo. É o resultado de escândalos e mais escândalos varridos para baixo do tapete. CPIs fajutas, apuradores duvidosos e o corporativismo levaram a classe a esse descrédito. Mas hoje o povo já sabe o que quer. Tanto que, bastou a presidenta Dilma acenar para a faxina e a moralidade administrativa, para ter seus índices de popularidade elevados como os de nenhum outro governante. Abaixo os corporativos enxugadores de gelo, ensacadores de fumaça e enganadores do povo. A sociedade exige seriedade e... solução.
PRA FRENTE É QUE SE ANDA
Por Mara Narciso ... Diante de uma tendência que contraria o que pensamos, entra o argumento: mas sempre foi assim; isso é uma tradição. Tempos atrás não havia redes sociais na internet. O relativamente novo não é bom? Não negando a história, e até mesmo por isso, destacando-a, pensa-se que é preciso aceitar novos costumes. Tragédia seria a estagnação. Vendo fotos da década de 1970, relembro que entre as moças havia duas maneiras de agir, no entanto a maior parte, às claras, sincera ou falsamente, ainda vivia como décadas antes, seguindo os ensinamentos das suas castradas mães. Estas, reprimidas pelas suas próprias mães, e em seguida pelos maridos ditadores, rezavam numa cartilha prá lá de insustentável, considerando, pelas palavras do meu bisavô, Jason Gero de Souza Lima, morto em 1931, que “mulher é estopa, homem é fogo e o capeta atiça”. Há 40 anos, em tese, nas boas famílias as moças não saiam à noite sozinhas, apenas com irmãos, tios ou pais (de alguma maneira lembra o Talibã). Uma mulher de bem, vestia-se com decência (toda escondida por panos), e não entrava sozinha numa festa. Ia e voltava acompanhada pela família. Tudo acontecia cedo da noite, iniciando 20 h, indo até a meia-noite, no máximo. No ambiente iluminado, não se via agarração e nem beijos. A dança era discreta. Após a permissão do pai, o namoro se dava na sala de visitas, na presença de alguém. As moças eram orientadas a não darem a mão aos namorados, pois senão eles iriam querer o restante. No cinema, à tarde, era necessário ao menos uma amiga para “segurar a vela”. Existiam as figuras da mulher fácil, da mulher falada, e a temida mulher desmoralizada, aquela que saia de carro com os rapazes, que iam a piqueniques e que não se davam ao respeito. A ordem era não beijar na boca antes de ser noiva de casamento marcado. Assim, estaria preservada a família. Sexo era obrigatório depois do casamento civil e religioso. Lembrar disso surpreende por se mostrar pintado com tintas do impossível. Seguir essa cartilha era para pessoas que acreditavam nos rigores da punição divina. Ou da punição paterna, geralmente homens falsos, que tinham mais de uma mulher a vida toda. Ainda assim, põe hipocrisia nisso, pois havia grupos de moças que se rebelavam, ainda que caladas, se negando a cumprir esse manual. O mais estranho é que a maioria das mulheres dessa geração se casou virgem. Mesmo quando permitiam algum “avanço do sinal”. Os rapazes seus contemporâneos eram levados por homens mais velhos, por volta dos 14 anos de idade, a uma zona boêmia, e não raro, as namoradas sabiam que depois do namoro, com direito a um ou outro beijinho, eles iam encontrar-se com prostitutas. Lá eram estimulados a chegarem ao prazer em dois minutos. E as suas futuras esposas a nunca ceder aos desejos, guardando-os para o futuro. Um dia o futuro chega, e então? O desencontro é a norma, e o aprendizado a dois uma dificuldade. Um com ejaculação precoce e a outra frígida. Como regular a temperatura? Alguns encontraram a paz na cama, mas essas pessoas, que hoje se encontram entre 50 e 60 anos, estão se separando como nunca. A relação interpessoal é importante, mas a questão sexual tem conta alta. O desacerto de décadas está cobrando juros caros. As mulheres que se livraram das amarras e saíram na frente, procuraram o que julgavam certo, sem escutar normas irreais. Foram buscar e estão felizes, viveram de forma natural, sem perseguir o impossível. Outras, castradas, foram mães e fingiram que não foram. Por ordens da família abandonaram seus filhos em orfanatos. Vergonha era ser mãe solteira, outra figura que existia então. Incentivadas pela família, o abandono não era tão condenável quanto o sexo, embora muitas ainda hoje se sintam culpadas, procurando às cegas pelo passado. Desmoralizadas? Balela. Todas se casaram, algumas mais de uma vez, formaram-se, serviram e servem a sociedade, são respeitadas, inclusive pelos hipócritas, aqueles que fizeram por ditar, mas jamais seguir os próprios ditames. Anos atrás, era impossível uma menina de menos de 15 anos namorar, ou um casal solteiro dormir junto, na casa dos pais. O pragmatismo tomou conta. Os pais que assim os permitem, acham melhor do que na rua. Alguns ainda consideram imoral o sexo fora do casamento. Outros acham a corrupção, a fome e as guerras bem piores. E estão aí na cara, ou até na casa de alguns.
AMOR NA ZONA
Por Alberto Sena
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Quem cobriu o setor de polícia para O Jornal de Montes Claros (1970/ 72) e Estado de Minas (1972/79) durante quase dez anos acumulou na vida prática tudo que advém de matérias acadêmicas cujas denominações terminam em ‘gia’: antropologia, sociologia, psicologia etc., além de olho clínico para dizer o que é e o que não é. Daí fazer aqui, com base na vivência cotidiana, um vaticínio sobre o livro Amor na Zona organizado por Geraldo Maurício, do qual ele próprio participa, juntamente com mais 17 outros autores: o livro corre sério risco de ser lido e trelido em todo o Brasil depois de lançado em Belo Horizonte, na noite de 1º de junho próximo, uma sexta-feira, no Hotel Liberdade, de Paulinho Boechat. O evento já tem até nome: “Uma festa na zona”.
A equipe organizadora do lançamento concluiu que, se não mais existe aquela zona boêmia romântica e folclórica como antigamente, reconstruir o ambiente em “mise-en-scéne” de cinema poderia se encaixar bem naquela expressão: “A emenda saiu pior do que o soneto”. As zonas boêmias dos dias atuais têm outras características e se resumem em motéis, boates de show e danças. “É justamente isto que queremos mostrar”, disse Geraldo Maurício.
Amor na Zona foi organizado com base numa certa cronologia. Os textos, todos contendo narrativas do tempo em que lá em Montes Claros e de resto em todo o território nacional, a maioria dos homens iniciou vida sexual em zonas boêmias, estas existiam em profusão em determinadas regiões brasileiras, numas mais e noutras menos. Em Montes Claros havia na época contextualizada, verdadeiro “amor de zona”. Havia certo romantismo, glamour até.
O livro a ser lançado será lido tanto quanto por quem vivenciou experiências semelhantes na época retratada, 1960/70 e até antes, como pelas gerações atuais. Despretensiosamente, o livro traça uma linha do tempo e por meio dele quem não conheceu poderá conhecer agora e comparar os avanços em relação ao sexo, antes considerado tabu e hoje banalizado. Tão banalizado que as zonas boemias tão desancadas em épocas passadas perderam a razão de existir, e se existir ainda alguma deve estar restrita aos rincões do Brasil.
O leitor vai perceber, naquele tempo em que se namorava de mãos dadas, beijos fortuitos eram roubados, abraços, e quando muito em alguns casos se conseguia “um sarro”, como se dizia na época, ao contrário de hoje, tudo pode acontecer entre os namorados logo no primeiro encontro. A diferença é que naquelas décadas perdidas no tempo, amor de zona tinha romantismo também. Havia, inclusive, casos de pessoas “bem-casadas” da sociedade montes-clarense que mantinham mulheres na zona boêmia. Diziam: “Não mexa com aquela ali não porque ela é mulher de fulano...”
Amor na Zona tem prefácio do escritor, ex-juiz de direito, roedor contumaz de pequi, Augusto Vieira, que atende pelo epíteto de Bala-Doce. O livro traz textos de Darcy Ribeiro, João Valle Maurício, Mario Ribeiro Filho e de gente muito viva como Ademir Fialho, Augusto Vieira, Alberto Sena, Armênio Graça Filho, Alvarez, Haroldo Tourinho, Hildeberto Mendes, Geraldo Maurício, Marcos A. Pereira, Mazinho Silva, Murilo Antunes, Paulo Henrique Souto, Raphael Reys, Tininho Silva e Virgínia de Paula.
O lançamento do livro acontecerá na véspera do Dia Internacional das Prostitutas (dois de junho). A data veio a calhar, porque estão previstos vários eventos em Belo Horizonte neste ano. Esse foi o gancho que a equipe organizadora do lançamento precisava para promover o evento, que é do interesse de homens e mulheres, profissionais de psicologia, antropologia, sociologia, sexologia, literatura, intelectuais/jornalistas e quem mais se interessar possa.
Como escreveu em 2008, Letícia Barreto, autora de uma tese sobre a prostituição em Belo Horizonte, nas cercanias da Rua Guaicurus, “zona boêmia pode também ser uma coisa séria”. E era mesmo, pelo menos lá em Montes Claros. Naquela época, zona boêmia era tão séria que “as pessoas de bem” davam voltas para não passar próximas do local. Para as crianças então, zona boêmia era a mesma coisa que “casa do capeta”. Mal sabiam esses meninos que logo estariam fazendo diabruras por lá.
NUNCA DUVIDEM DAS MINHAS CERTEZAS, NEM DAS MINHAS CASMURRICES
Por Mara Narciso
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Não se enganem os aficionados pela literatura. Gosto de dar meus trinados opinativos, porém não tenho conhecimento para fazer crítica literária. Quem tem, e se preparou bastante, dando uma aula técnica impecável sobre Dom Casmurro, a obra prima de Machado de Assis, foi Miriam Carvalho, escritora, poetisa e mestra em Literatura.
Um erro dos que querem formar leitores é obrigar meninos e meninas adolescentes a ler Dom Casmurro. A leitura é possível, porém, pela densidade do tema, o natural é afugentar. O adulto interessado pode chegar e desvendar a alma de Bento e sua visão do caráter de Maria Capitolina. Conheça Capitu, a mulher dos olhos de ressaca, aqueles que atraem como vagalhões, as ondas violentas, cuja força traga o banhista para o fundo do mar.
A nona reunião do Clube de Leitura Ateliê/Galeria Felicidade Patrocínio foi numa noite de domingo, na qual mais de duas dúzias de leitores apaixonados discutiram não o sexo dos anjos, mas a narrativa de Bentinho, onipresente, onisciente, sabedor dos pensamentos e sentimentos das personagens que desfilaram no Rio de Janeiro após 1857. Miriam Carvalho observa que o autor se explica, enquanto o leitor constrói sua ideia. É como se fosse autobiográfico, memorialista, ou confessional. Para ela, os acontecimentos não são autênticos. Diz que não existe uma terceira pessoa que atuaria como intermediador. No inquérito não há separação entre narrador e protagonista, sendo Bentinho ao mesmo tempo vítima e juiz.
A palestrante falou que “Capitu tem olhos que puxam e arrastam, e num esforço de descrevê-la de forma isenta, o narrador devassa a sua interioridade”. Quando é pega em situação de desalinho, se recompõe num ímpeto, o que prova falsidade. Miriam relata que após o casamento e o aumento do ciúme, Capitu, uma mulher decidida e admirável, vai se apagando, e com as insinuações maldosas fica uma quase desaparecida. A cegueira do ciúme faz a curiosidade dela ser outra característica de infidelidade. E detalha: “quando Bentinho vê Capitu olhando o cadáver do amigo Escobar, entende a cena como confissão de culpa, fala do que vê como se fosse com isenção, como se tratasse da veracidade dos fatos. Mas a intenção é acusar a esposa e conquistar a credibilidade do leitor.” Analisa assim: “O narrador introjeta na narrativa o auditor, tanto quando afirma, como quando nega. É sagaz quando atrai o leitor. A mediação de quem lê é chamada para angariar sua adesão”.
Quando Ezequiel, o filho do casal, mostra semelhanças físicas com Escobar, a racionalidade foge, e Bentinho planeja a própria morte, sendo que depois passa a planejar a morte do filho. “Há um abismo entre os valores éticos do narrador e os do leitor”, diz Miriam. Bentinho é sincero na sua decisão de matar o filho, porém quer o leitor ao seu lado. Acontece que “a narrativa tem estrutura cíclica, vai e volta, e Capitu é a primeira a sugerir o fato da semelhança. São interpretações ambivalentes. Mostra não temer, ou seria astúcia para encobrir a prova?”, questiona a palestrante.
Não se joga Capitu aos leões de forma inconsequente, assim como não se trava o jogo de ciúmes impunemente. Na intertextualidade surgem em cena Otelo , Desdêmona e Iago, formando um triângulo amoroso. Alguém vai morrer, e no final, sob o veneno de Iago, morre Desdêmona em Shakespeare e vai exilada Capitu em Machado. Antes , porém, Bentinho sofre o ciúme mortal, aquele do qual não se pode escapar. A certeza se dá em todas as partes do livro, desde o baile, dos braços nus, até o homem tendo ciúmes do mar, para o qual olha sua esposa. Todos os gestos dela levam a mais certezas por parte do marido. Miriam Carvalho dissecou cada célula da personalidade do narrador, dizendo que Bentinho tem ódio no seu ciúme desvairado, querendo domar os “olhos de cigana obliqua e dissimulada”. Ele “descreve a esposa como possuidora de pupilas vagas, boca entreaberta, toda parada. Capitu olhava para si, mas ainda assim a atitude era vista com suspeita”, anota Miriam Carvalho.
Na segunda metade do século 19, há a figura da inviolabilidade materna. Escobar, na ocasião colega de seminário, ajuda Bentinho a escapar do juramento que fez Dona Glória, sua mãe, de torná-lo padre. Essa ajuda, para um homem que já estava apaixonado por Capitu tem um preço alto: a desconfiança patológica. Escobar se casa com Sancha, a melhor amiga de Capitu. O casal está sempre junto. Começam as insinuações. A certeza do adultério é inconsistente, por falta de provas alheias a sua mente. Avançando, Miriam passeia pelas personagens: “José Dias, o agregado da família, é o limite, é o muro que separa o que é aceito do que é proibido. Rompe o impasse da interdição. É confidente, conselheiro, sendo o arrimo para afastá-lo do seminário. Evita melindrar Capitu. Sancha é a hipótese da transgressão. Já Escobar é a certeza. Ezequiel é o confessor, sendo a foto do amigo, idêntica ao filho, a confissão pura.”
Após a morte da esposa na Europa, o filho adulto retorna, e é tão igual ao amigo morto, que é como se ele ressuscitasse, em carne, pois estava da idade deles da época do seminário. “Como fazer para o leitor aceitar a inconsistência da narrativa? O livro transige com as suspeitas, instiga o leitor a reinterpretar. Diz o autor que nem tudo na vida é claro, e assim também são os livros.”
A palestrante informou que a obra acaba de maneira não fechada e muitas conclusões podem ser tiradas. Então, “é preciso ler por detrás do texto. A verdade relativa mata a realidade. A doença do ciúme destroi. Na ocasião do lançamento, ano de 1900, a opinião pública condenou Capitu, mas permanece a dubiedade e a ambigüidade”, relata Miriam. Vinte passagens foram destacadas pela palestrante, e lidas para comprovar o passo a passo. Também comentou sobre a admirável capacidade de Machado de Assis abordar aspectos psicológicos dos personagens, com descrições ricas e hipnóticas. É considerado um gênio literário, que fala ao pé do ouvido do leitor.
Ao fim, Bentinho, como narrador da sua história, é tão envolvente quanto Capitu, pois conta de forma sedutora a sua convicção. Sendo uma obra não terminada, leva a acusações apaixonadas dos homens e defesas monumentais das mulheres. Para a apresentadora, importa pouco se Capitu traiu ou não Bentinho. O mais charmoso da história é não deixar ninguém indiferente, e haver poucas brechas para a defesa da mulher.
Muito se esmiuçou Dom Casmurro, desnudando a obra, no entanto, não basta, pois persiste suscitando paixões descabeladas. Para o escritor Wanderlino Arruda, uma pessoa nunca relê o mesmo livro, pois este modifica o leitor, que numa releitura não é mais o mesmo, e sim outro, assim como o livro, que, já sendo conhecido não é mais aquele da primeira vez. Ao final da apresentação, uma leitora não resistiu, e no calor da discussão sobre a provável traição de Capitu, exaltada, correu à frente para defendê-la. Após a instigante apresentação, Felicidade Patrocínio disse que “a análise de Miriam Carvalho foi um acréscimo ao Clube de Leitura, pois fez um verdadeiro tratado, nos levando a nadar nas palavras do escritor.” E que o mar não esteja em ressaca.
INIMIGOS ATÉ QUANDO?
Por Mara Narciso ... Há quem gaste mais tempo com os inimigos do que com os amigos. Pensa mais naqueles do que nestes. E acha que vale a pena. A inimizade – aversão, má-querença, falta de amizade -, costuma ser mais marcante que seu oposto, porque tem data de início. Não existe inimizade entre desconhecidos. Apenas amigos viram inimigos. Em determinada hora, o sentimento muda, tomando feições de aversão em seus vários graus, iniciado na sequência de palavras ásperas, faladas ou escritas, ou atitudes condenáveis. Dois ditos populares sobre a inimizade: não se deve convidar para a mesma mesa os que são inimigos; onde dois inimigos se encontram não nasce nem capim. A inimizade pode começar após discussão em que cada qual se sente o vencedor e, ainda assim, injustiçado. Costuma se vangloriar por ter dito isso ou aquilo, por ter ofendido, humilhado, desprezado, sido o mais cruel com as palavras. Quando se conhecem de tempos antes, buscam no passado fatos desagradáveis do outro, para usar como arma. Utiliza-se de todos os golpes baixos, iniciando-se aí uma inimizade. Ferrenha é um adjetivo que vem junto. O mundo fica menor, pois inimigos, antes amigos, costumam ter hábitos comuns, como por exemplo, frequentar os mesmos lugares. Os horizontes se fecham por um tempo. Há um luto que pode durar ou não. Depois, a dificuldade poderá ser superada, podendo voltar a se suportar na mesma roda. Ou o mundo fica pequeno para sempre. Quando a briga foi feia – como se existisse briga bonita -, passam a evitar encontros, perdendo oportunidades. Alguns conhecidos fomentam a inimizade levando e trazendo recados e impressões. É o diz-que-diz. Nisto, podem ter um vigor invejável. Os que cultuam um drama vão tecendo as dezenas de defeitos de caráter do inimigo. Pessoas rancorosas deixam a raiva na geladeira para poder tirá-la de lá e comê-la fresquinha, sempre que julgar necessário. Tornados irreconciliáveis inimigos, daí surgem mentiras, maledicências, invencionices. São as tais calúnia e difamação. O outro é visto pelos olhos do ódio, do despeito, o que o faz ainda maior. Em tempos de internet, isso poderá acontecer nas redes sociais, mesmo com as incipientes leis. Os caluniadores poderão ser encontrados, mas fakes existem para dificultar o trabalho da justiça. Quem ganha com isso? Por outro lado, não faltam pacifistas para ajudar a contornar o mal-estar e o constrangimento advindos dos reencontros, na vida real, que mais parecem trombadas. Por força das circunstâncias, há quem, sincero ou não, estenda a mão, e esta é deixada no ar, o cúmulo da falta de educação. Odioso presenciar isso. Nas novelas os inimigos se encontram a todo o instante travando batalhas verbais ou mesmo com acréscimos físicos. Aproximam-se do comportamento animal em disputa de território. Isso eleva o IBOPE, divertindo a audiência que toma um lado para torcer, de acordo com as instruções do autor. A ficção, em todas as suas formas, acha nas desavenças o combustível para suas tramas, afinal, sem intrigas não existe enredo. Sem inimigos, como os heróis vão mostrar suas virtudes e crescer? Na vida real, melhor desejar não ter inimigos. Cultuar a raiva serve a quem? Quando for inevitável o afastamento de alguém que nos feriu, passado o período necessário a cada caso, é melhor perdoar, ausentar-se em definitivo ou não, e se possível esquecer. Como diz o ditado: ter ódio é tomar veneno e esperar que o inimigo morra. Quem se suicida é o escorpião, em sua própria peçonha. Por outro lado, o inimigo estaria sempre errado? Inimizade é sentimento ruim no varejo. É o mal-estar individual, mas quando coletivo causa guerras.
MASTURBAÇÃO VIRTUAL
Por Reginauro Silva
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A paz do seu sorriso pode ser letra de música interpretada por Roberto Carlos mas, muito mais do que isso, é tudo aquilo que impregna o meu viver quando contemplo seu olhar de menina. E é ao som melodioso dessa canção que recrudesce a história dos nossos nãos, e me torço e contorço nos incontáveis sins que nos uniram na desunião e nos separam no reencontro.
Esses enleios que me atiram de volta a seus braços virtuais - já que impossibilitados pela matéria vigente - são os mesmos que teimam em transformar em realidade um passado que não é destino, muito menos ancoradouro de uma paixão insolúvel. E, assim como passado não é destino, futuro também deixa de sê-lo na medida em que confinamos o presente em nossos devaneios celulares. E dentro de cada célula sonho o sugar compulsivo do prazer que é ter você, ainda que à distância, ainda que sob a frieza quente de um gozo virtual.
Afinal, não são enleios nem entremeios nem galanteios nem caminhões de emeios que vão cicatrizar as feridas de dois trêfegos pisoteados por seres que se colocaram no mundo de amores desalmados, namoros incandescentes, junções tempestuosas que só se revelariam deletérias com o avançar do intercurso incolor, da interatividade inodora, da convivência insípida. Em outras palavras, relacionamento que – passados sofregamente os anos – resultaria numa verdadeira água. Sem cheiro, sem cor, sem sabor. Uma tragédia liquefeita.
Verdades se revelariam mentiras, juras se desmanchariam como pó, afinidades afundariam naturalmente beijo pós beijo, cheiro pós cheiro, carinho pós carinho, afago pós afago, encanto pós desencanto, até desfazer-se na proibição total das intimidades que um dia se despiram nuinhas diante de olhos safados, porém apaixonados, de mãos bobas, mas acolhedoras, passes de dança sequenciados de frente para a parede do mijo compartilhado.
E, hoje, tal como o poste que urina no cachorro, a mesma santinha (minha doce santinha) meiga, tênue, sensual, companheira, amiga e sem vergonha que balbuciava “é sua”, quase parte para as vias de fato quando indagada de quem é aquela coisinha linda que tanto orgasmo solfejou nos gritos e gemidos de assustar vizinhos:
- É minha! – grita com raiva não mais a moiçola conivente das brincadeiras de alcova, mas a proprietária protegida pela mata densa, obscura e espinhenta há tanto tempo desusada.
Estranho, muito estranho, mas dolorosamente real: depois de mil e um entranhamentos, hoje somos apenas estranhos... Nada mais?
Acho que não. Mas de que adiantaria um achismo agora, um francesismo que seja, se a realidade nos chama de volta, se as fotos postadas no orkut destruído já não refletem a mesma sensibilidade do dia em que foram produzidas, apesar da mesmice do cenário e das pessoas que nos rodeiam na pose pretérita? Mesmo o banner escondido debaixo da cama já não reflete o assanhamento do flagrante instantâneo daqueles flashes captados ora por uma câmera digital, outras vezes por um fotógrafo analógico. Que dizer, então, dos poemas arquivados naquela cibernética pasta dois-em-um? Agora são simples palavras jogadas umas contra as outras e não umas com as outras, não mais entrelaçadas ao ritmo rimado da alma esfogueada, não mais adocicadas pelo romantismo da jovem guarda que um dia fomos, e que se fizeram dois corações de papel despedaçados pelo cantor dito brega.
E – assim, deste jeito, desta maneira - vou relendo adjetivos substantivados pela aurora de nosso entardecer precoce: Inteligente/boa(bom)/carinhosa(o)/esforçada(o)/determinada(o)/forte/corajosa(o)/paciente/coompanheira(o)/amiga(o)/alegre/responsável/comprometida(o)/asseada(o)/cheirosa(o)/empreendedor(a)/arrojada(o)/honesta(o)/prestativa(o)/amorosa(o)/sensível/atenciosa(o)/disciplinada(o).
Eu sou você sabendo que você me é...
PALAVRÃO É APENAS UMA PALAVRA
Por Reginauro Silva ...
Lendo ou escrevendo, não se deve ter medo das palavras. Não se pode cultuar o dom da escrita temendo o que vai produzir sua mente laboriosa. Então, minha cara telespectadora, a melhor forma de fazer aflorar exatamente o que você pensa neste momento é jogar a palavra contra a tela e não esperar, jamais, que ela se volte contra quem a escreveu. Nada de efeito bumerangue na imaginação libertária dos autores brasileiros.
Já pensou se Clarice Lispector tivesse medo de (***)? Sem apelar para a forma erudita boceta, que nada quer dizer no romance erótico? Só que a (***) de Clarice, da forma com que é concebida, é uma (***) poética, carinhosa, cheia de charme. Uma (***) literária, diria eu. Neste sentido, qualquer (***) ganha leveza e ganha ternura no remelexo das coxas de uma ninfeta ensopada pela lascívia de um príncipe encantado e seu (***) enrijecido, bem no finzinho do capítulo e na chamada da vinheta.
Nada de susto. (***) enrijecido são apenas três sílabas soltas em um plano americano. Nada mais.
Pode consultar a semântica, a filologia, a hermenêutica, todos os compêndios gramaticais, enunciados e pronunciados. Em nenhuma dessas praias você encontrará uma (**) tão gostosa como a descrita por Jorge Amado em suas andanças pelo litoral baiano. Assim como dificilmente se defrontará com o (*) de Plínio Marcos em seus textos teatrais elaborados no desvario da paulicéia. Só que o (*) dos dois perdidos numa noite suja é bem mais limpo e cheiroso que o (**) conservador dos censores da ditadura de 64, que se escondiam sob o manto de um 69 de caserna para tesourar a força criadora de monstros sagrados como Nelson Rodrigues e sua (***) enrabando a doma do lotação; Roberto Drummond e a suruba da Guaicurus na (***) de Hilda Furacão; Vander Piroli e o pinto do menino; Chico Buarque e sanha ninfomaníaca da megera Geni; Aguinaldo Silva e a premonição da aids no câncer da vingança de Amelina Chaves; Dias Gomes e a Tara de Odorico Bem Amado por Juju e suas irmãs de sacanagem; Bendito Rui Barbosa e a sanha de Ritinha no recanto do riacho.
Como se vê, nem a ditadura, por mais dura que fosse, conseguiria amolecer o tesão embutido na veia novelesca do povo brasileiro e suas esporradas televisivas. É ejaculação solitária de uma orgia coletiva, dia e noite se ligando em você.
Verdade é que pessoas que nunca tiveram medo das palavras souberam, com argúcia e sagacidade, driblar os guardiãs da ordem constituída, mandando o status quo pra (**) que o pariu, com a mesma tranquilidade de quem se estrebucha comendo o parceiro ou a parceira entre uivos e gemidos de uma tomada de TV desencapada.
Na realidade, Denise, o que quero dizer é que o falso moralismo inibe a espontaneidade de promissoras revelações da escrita, em nome não se sabe de quê. Melhor seria que defendesse outras bandeiras, deixando passar a parada vocabular da cultura nacional. Não seria uma (***), um (**), um peito ou outra (**) qualquer que iria balançar as estruturas montadas sobre falsos pedestais, em defesa de uma camada podre por si mesma, degenerada no mais sórdido de suas falcatruas, suas corrupções, seus estupros e seus incestos mercantilistas. Isto, sim, é que é pecado. No mais, como diria Martha Suplicy, é relaxar e gozar...
E viva a novela das oito!
Nada de mesas e cadeiras. No Bedtaste (“gosto de cama”, um trocadilho com a expressão em inglês bad taste, mau gosto), restaurante alemão flutuante, as pessoas comem deitadas em confortáveis camas. O barco navega pelo rio Rhine, na cidade de Düsseldorf, enquanto os clientes podem aproveitar refeições em um clima aconchegante e sexy, com direito a DJ tocando música eletrônica.
Quem já sonhou em ser um recordista? Provavelmente, a maioria. Mas algumas pessoas têm exagerado e tentam estabelecer marcas em provas bastante curiosas. Abaixo, a lista de dez exemplos de recordes esquisitos. Fica até difícil encontrar alguém que queira superá-los.
O adolescente Fin Keleher, de 11 anos, quebrou em maio deste ano o recorde mundial ao colocar 43 caracóis em seu rosto. O menino, que mora no estado de Utah (EUA), manteve os moluscos em sua face por dez segundos, cinco a mais do que o recorde anterior.
O mexicano Jorge Castro ficou pendurado em agosto deste ano, na Cidade do México, por duas horas e 50 minutos com ganchos nas costas e quebrou seu próprio recorde. Em 2007, ele tinha permanecido pendurado por duas horas e 40 minutos.
O chinês Liu Zhenyu, de 19 anos, aguentou um caminhão de 16 toneladas sobre o peito, em agosto, em Jilin, na China. Praticante de artes marciais desde criança, Zhenyu espera entrar para o Guinness, livro dos recordes, com sua performance.
Dezessete pessoas permaneceram em chamas simultaneamente por 43,9 segundos, no dia 19 de setembro, em South Russell, no estado de Ohio (EUA), e bateram o recorde mundial.
O britânico Charlie Bell, de 35 anos, estabeleceu novo recorde ao transportar em maio deste ano 17 quilos de larvas com a boca. Ele tinha que levar as larvas de um recipiente para outro. Após o recorde, Bell disse ao jornal 'The Sun' que a sensação foi 'horrível'.
Em fevereiro deste ano, o australiano John Allwood superou seu próprio recorde mundial ao esmagar 47 melancias com a cabeça em apenas um minuto, no festival de melancia e melão de Chinchilla (Austrália).
Os australianos Jack Tsonis, à esquerda, e Lindsay Morrison tentam nesta segmana em Sydney, na Austrália, quebrar o recorde de aperto de mão mais longo. A dupla apertou as mãos por 12 horas, 34 minutos e 56 segundos .
Em maio, a atriz pornô Sexy Cora - nome verdadeiro Carolin Berger -, de 21 anos, falhou na tentativa de quebrar o recorde mundial de sexo oral, em Hamburgo (Alemanha), após passar mal. Ela pretendia fazer sexo oral com 200 homens, mas foi forçada a parar quando teve um mal-estar.
O nepalês Rohit Timilsina quebrou no dia 23 de agosto deste ano o recorde mundial ao segurar o maior número de bolas de tênis com apenas uma mão por mais tempo. Ele segurou 21 bolas por cerca de 14 segundos.
Depois de anos brigando com os responsáveis pela publicação do livro dos recordes, a stripper Maxi Mounds finalmente conseguiu colocar seus dois seios - cada um pesando 9 kg - no Guinness no ano passado. Ela foi listada na nova categoria 'os maiores seios aumentados por cirurgia'.
A Mineração Riacho dos Machados, subsidiária do grupo canadense Carpathian Gold, assinou ontem protocolo de intenções com o governo mineiro para realizar investimento de US$ 250 milhões na extração de ouro em Minas Gerais. A lavra será instalada em Riacho dos Machados, a 155 km de Montes Claros. Segundo o diretor de operações da mineradora, Daniel Kivari, já estão sendo desenvolvidos estudos para detecção de novas jazidas do metal. - O Norte de Minas está se consolidando como um novo quadrilátero ferrífero e o governo mineiro continuará a apoiar a iniciativa privada, principalmente quando ela promover investimentos em regiões carentes do estado – diz o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso. A afirmação foi feita durante assinatura de protocolo de intenções com a empresa Mineração Riacho dos Machados, subsidiária da canadense Carpathian Gold INC, com matriz em Toronto, para a extração de ouro na região. O investimento no valor de R$ 250 milhões em Minas foi assinado com o diretor-presidente da Caparthian, Dino Titaro, e com o presidente de Operações da empresa no Brasil, Daniel Kivari. São também signatárias as secretarias de estado da Fazenda, Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri, São Mateus e do Norte de Minas. O projeto prevê a implantação de uma unidade industrial no município de Riacho dos Machados, destinada à produção de ouro em barras e processamento do minério. Em uma primeira fase, a mineração será a céu aberto e, na etapa seguinte, subterrânea. A empresa trabalha com a expectativa de produzir 2,2 milhões de toneladas por ano de minério, o que gerará 102 mil onças de ouro (produto final) por ano, o equivalente a 310 quilos do metal. O faturamento previsto para 2011 é de R$ 100 milhões, enquanto de 2012 em diante o valor deve subir para R$ 160 milhões. A previsão é de 10 anos de exploração, mas a empresa anunciou que este é apenas o primeiro projeto para produzir ouro no Brasil. O protocolo de intenções prevê a contratação de 400 trabalhadores diretos e de mais 800 indiretos. Segundo o representante da mineradora, a empresa empregará mão-de-obra local. Informou também que a implantação dos equipamentos está planejada para 2010 e o início da produção para 2011. Entre os compromissos assumidos pela Mineração Riacho dos Machados no protocolo assinado com o governo de Minas está o de apresentar um plano de assistência social ao município e ainda apoiar o sistema de segurança e infraestrutura da comunidade, assim como a elaboração do Plano diretor municipal.
Lamentavelmente, quase seis minutos do Programa do Jô foram vetados, por seu conteúdo ser considerado de conotação política, o que envergonha o povo brasileiro. Como se vê no vídeo acima, são palavras saídas da boca de um dos mais honoráveis brasileiros, Carlos Vereza, e ninguém poderá contestar o que foi colocado, partindo de quem partiu.
Para quem não sabe ou queira pesquisar, Vereza é a honradez, a honorabilidade, a retidão, a formação espiritual, a ética, o valor de um ser humano personificados.
Longe de ser um insuflador, um crítico gratuito do comportamento desse governo que está aí... Mas ficamos acuados e obrigados a nos curvarmos diante da razão, do incontestável, do inadmissível.
Desafortunadamente, não nos resta outra saída que não seja a de pedir que seja divulgada essa matéria amordaçada pelo comprometimento, onde a liberdade de expressão de um cidadão torna-se inconveniente em ser levada a público. Então, façamo-lo por ele.
Nunca diga que você já viu tudo quando o assunto é leilão na internet. Um sujeito está leiloando no eBay um nugget coma forma de um pênis... O quitute de frango tem cerca de 7 centímetros. Segundo o vendedor, que garante não ter havido qualquer manipulação do nugget, trata-se de uma peça única para se degustar. Se você quiser dar um lance, clique aqui.
Uma imagem publicada no site de uma imobiliária de Helsinque está provocando grande discussão na web. Para muitos, não há dúvida: é a mão de um ET abrindo a porta do quarto na capital da Finlândia. Pela foto da Oikotie, a tal mão estranha se parece com a garra de uma águia e tem três dedos. O mistério fez disparar uma série de teorias, entre elas uma afirmando que é a prova cabal de que os alienígenas chegaram à Escandinávia.
Para outros, trata-se do pé de uma galinha gigante. Os mais engraçadinhos estão fazendo piadas. Será que o ET finalmente encontrou sua casa?
O título pode causar uma confusão, mas explica-se: Julia Grovenburg voltou a engravidar duas semanas e meia depois de ter iniciado a primeira gravidez. Os dois bebês estão sendo gerados lado a lado no útero da americana do Arkansas. ”Quando a paciente passou pelo primeiro ultrassom, os médicos notaram o desenvolvimento de um bebê. Mas então eles perceberam que havia um segundo coração batendo em um feto que apresentava menor desenvolvimento”, disse à ABC a médica Karen Boyle, de Baltimore. Trata-se de um caso raro de dupla gestação com intervalo de concepção (ou seja, não são gêmeos). A ocorrência pode ser problemática para o bebê mais jovem, que pode ter que nascer prematuramente e apresentar problemas nos pulmões. Os bebês já têm nome: o primeiro se chamará Jillian, esperado para o fim de 2009, e o segundo, Hudson, que, se forem respeitados os nove meses de gestação, só chegará ao mundo no início de 2010.
Os últimos acontecimentos envolvendo Kléber podem determinar sua saída do Cruzeiro. O jogador está incomodado com o clima de hostilidade da torcida, mais especificamente da maior organizada do clube, a Máfia Azul, que não perdoou o fato do atacante ter participado de uma festa da Mancha Alviverde, no último fim de semana.
Nesta quinta-feira, antes do embarque para São Paulo, onde o Cruzeiro enfrenta o Grêmio Barueri, sábado, Kléber assumiu o descontentamento e sugeriu que o melhor seria deixar o clube. "Não é questão de deixar o Cruzeiro. Eu tenho contrato com o Cruzeiro. Eu não posso ficar num lugar que não queiram que eu fique", afirmou o atacante. "A gente tem que entender que são 7 milhões de torcedores. Não tem como fugir disso. O torcedor faz parte do clube e se o torcedor não quer que eu fique no Cruzeiro...", completou.
O atacante teria pedido oficialmente à diretoria para deixar o clube, revoltado com hostilidades e supostas ameaças sofrida por sua esposa na saída do Mineirão, após a derrota em casa por 2 a 1 para o Palmeiras. O argumento de pessoas próximas é que não há clima para ele permanecer em Belo Horizonte.
"Vaia todo jogador recebe, mas o que eu estou ouvindo aí é integridade física", disse à Agência Estado o agente do atacante, Giuseppe Dioguardi. "Ele sabe que o clima está ruim e eu não vou ser hipócrita de dizer que o clima não está ruim. Agora, a gente entende que está ruim por uma bobagem".
Um homem de 50 anos (foto) foi preso pela polícia militar de Ponto Chique, entre Brasília de Minas e São Francisco, acusado de manter relações sexuais com a enteada de 11 anos. A mãe de J.G., 11 anos, solicitou a presença da PM e informou que mora junto com João Nascimento dos Santos, 50 anos, há aproximadamente seis anos.
Segundo a mãe, há alguns meses ela começou a perceber qeu sua filha passou a ter um comportamento estranho e sempre estava triste. A mãe da criança começou a ter conversas com a filha frequentemente, e descobriu que João Nascimento molestava J.G. na sua ausência.
Sempre que a mãe saía para trabalhar, João mantinha relações sexuais com a criança e só parava porque ela sentia fortes dores e começava a chorar.
J.G. contou aos militares que era ameaçada de morte pelo padrasto caso contasse alguma coisa a alguém.
No último dia 21, a mãe flagrou João tendo relação sexual com a criança e chamou a PM. Ele foi preso em flagrante e levado para a delegacia de polícia da cidade de Brasília de Minas, onde está à disposição da justiça.
A assessoria de comunicação do 30º Batalhão da PM em Januária divulgou nota nos seguintes termos: “Todo crime hediondo causa repulsa a todo ser humano, no entanto, o estupro, pela forma, pela violência e pela barbárie é, dentre tais crimes, o que maior aversão provoca. Rouba a inocência, desmoraliza a sociedade, desagrega famílias e abala as estruturas emocionais da vítima. Devemos todos denunciar sempre: a pedofilia, estupros e toda espécie de abuso sexual.”
O local que abrigava fogos de artifício que explodiu e matou ao menos 2 pessoas em Santo André, no ABC, nesta quinta-feira (24), não tinha alvará de funcionamento.
Em coletiva realizada na região da explosão, prefeitura e bombeiros revisaram o número de mortos e feridos já confirmados. Inicialmente, tanto a assessoria da prefeitura quanto o tenente Palumbo informaram 11 mortos. Pouco antes das 15h, o prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB) e o coronel Luiz Humberto Navarro, comandante do Corpo de Bombeiros, disseram que há dois mortos, três procurados e três feridos.
A informação de que o estabelecimento funcionava irregularmente é da Secretaria de Habitação de Santo André. Proprietários do local chegaram a fazer o pedido, mas ele foi indeferido pela prefeitura no meio deste mês.
A loja ficava em uma área residencial.
Quinze equipes do resgate dos bombeiros da capital paulista auxiliam nas buscas de vítimas sob os escombros com ajuda de cães farejadores. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, há cerca de 170 bombeiros trabalhando no local.
Os bombeiros foram acionados às 12h39 para atender a ocorrência, na Rua Américo Guazelli. As equipes de resgate informaram que, além do depósito, carros foram destruídos e imóveis vizinhos foram afetados. Quatro quarteirões tiveram de ser interditados.
O quarteirão inteiro onde houve a explosão foi isolado, assim como as ruas do entorno. Carros ficaram destruídos, alguns a 200 metros do epicentro da explosão mudaram de local devido ao impacto.
O trabalho dos bombeiros consiste em procurar possíveis novas vítimas e acabar com o incêndio. Segundo os bombeiros há muita fumaça no local, que fica próximo ao Estádio Bruno José Daniel.
O museu de Birmingham e autoridades locais do condado de Staffordshire anunciaram nesta quinta-feira (24) a descoberta de um tesouro arqueológico que pode ser o mais importante já encontrado pertencente à civilização anglo-saxônica, um povo germânico que habitou a Inglaterra entre o século 5 e o ano de 1066. O aspecto inusitado é que a descoberta não foi feita por uma equipe de especialistas, mas sim por Terry Herbert, um desempregado de 55 anos de Burntwood, em Staffordshire. Segundo o jornal britânico The Times, Herbert é um caçador de tesouros há 18 anos e encontrou os objetos em uma fazenda perto de sua casa. São mais de 1,5 mil peças militares, como capacetes e adornos de espadas e escudos, que aparentemente foram fruto de um saque ocorrido após uma grande batalha. No total, são 5 quilos de ouro e 2,5 quilos de prata. O processo de avaliação das peças, feito por uma Comissão de Avaliação Tesouro, deve demorar pelo menos um ano para ser encerrada. Depois disso elas serão colocadas à venda e o dinheiro deve ser repartido entre Herbert e o dono da fazenda.
De acordo com o jornal, 5 quilos de ouro valem atualmente cerca de £ 100 mil (ou R$ 288 mil), mas se for considerado o valor histórico dos objetos, a bolada que Herbert vai receber deve ser muito maior. Em 2007, afirma o jornal, o Museu Britânico pagou £ 125 mil (R$ 360 mil) por um único conjunto de peças semelhantes e da mesma época das encontradas por Herbert. Segundo Michael Lewis, diretor do departamento de Antiguidades Portáteis do Museu Britânico, alguns dos itens achados são únicos e não podem nem ser comparados em termos de valor a outros objetos achados anteriormente.
Aparentemente o valor dos objetos será muito alto, e por isso o museu de Birmingham, o museu Potteries e o condado de Staffordshire estão considerando comprar as peças em conjunto.
Terry Herbert disse que encontrar estava em seu destino encontrar as peças. "Eu sempre digo quando vou começar as buscas: 'espíritos do passado, me levem para onde as moedas aparecem', mas naquele dia eu troquei moedas por ouro", afirmou. "Não sei porque disse aquilo, mas talvez havia alguém ouvindo e me levou para lá. Ou talvez isso tinha que acontecer e meu nome estava escrito naquele ouro. Não sei", afirmou.
Uma vacina contra Aids conseguiu pela primeira vez passar com sucesso por um teste importante com humanos. Os resultados de três anos de acompanhamento foram divulgados às 3 horas da madrugada (hora de Brasília) desta quinta-feira (24) na Tailândia pelos parceiros da iniciativa: o Exército dos EUA, o Ministério da Saúde Pública tailandês, o laboratório francês Sanofi-Pasteur, a Global Solutions for Infectious Diseases e o Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas dos EUA. Com cautela, a Organização Mundial da Saúde saudou a iniciativa como promissora.
A vacina RV 144 combina dois imunizantes que não tinham funcionado. O que é curioso, justamente, é que a combinação de dois fracassos (um da Sanofi-Pasteur e outro da Global Solutions) tenha resultado em um sucesso, mesmo que ainda bastante modesto.
Modesto porque o resultado foi o seguinte: metade dos 16.402 voluntários recebeu seis doses das duas vacinas em 2006 e metade recebeu placebo (substância sem efeito). A partir de então, fizeram testes regulares para verificar a presença do HIV durante três anos. Do grupo que tomou placebo, 74 pessoas foram infectadas. Do grupo que tomou vacina, 51.
Na avaliação do coronel Jerome Kim, médico que gerencia o programa da vacina contra o HIV no exército americano, ainda que a diferença seja pequena, é estatisticamente significativa e quer dizer que a vacina foi 31,2% efetiva.
Para Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas, dificilmente um cientista consideraria tentar licenciar uma vacina que não seja 70% ou 80% efetiva. Mas acrescentou que "se você tem um produto, ainda que pouco protetor, você vai observar as amostras de sangue, compreender que tipo de resposta particular foi efetiva e direcionar pesquisas para isso".
Uma das duas substâncias que foram combinadas para criar a RV 144 foi a Alvac-HIV, da Sanofi-Pasteur, um vírus em que foram embutidos três genes do HIV. Variações da Alvac foram testadas na França, Tailândia, Uganda e Estados Unidos: eram seguras, mas geravam pouca resposta imunológica.
A outra, Aidsvax, é uma versão criada por bioengenharia de uma proteína localizada na superfície do vírus da Aids. Foi testada entre usuários de drogas tailandeses em 2003 e entre homossexuais dos Estados Unidos e da Europa. O resultado foi que a Aidsvax simplesmente não protegia da infecção.
A Alvac foi concebida para criar anticorpos. A Aidsvax, para alertar leucócitos. Se foram um fiasco sozinhas, parece que a dupla consegue algum sucesso no combate ao HIV.
Entrevista a Reginauro Silva e Yago Cavalcante – Fotos Bel Montalvão
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Nos últimos 17 anos, o fotógrafo José Geraldo Aguiar, 59 anos, de São Francisco, tem se afastado parcialmente de seu estúdio e se dedicado à coleta de dados e documentos que comprovassem sua tese histórica: a de que o legendário Lampião, não teria sido assassinado em emboscada promovida pelas forças policiais em 28 de julho de 1938, na localidade de Angico, município de Poço Redondo, no estado de Sergipe. Segundo o fotógrafo-pesquisador, o esquartejamento de Lampião e outros jagunços não passava de uma farsa, pois o verdadeiro cangaceiro teria desistido do ofício antes da emboscada, deixando de ser Virgulino Ferreira da Silva para, juntamente com Maria Bonita e outros seguidores, fugir para a cidade de Paulo Afonso e, de lá, para o Norte de Minas, num roteiro que inclui Manga, Itacarambi, Missões, povoados de Brejo do Amparo, São Joaquim e Tijuco, em Januária, Pedras de Maria da Cruz, Matias Cardoso, Burarama, hoje Capitão Enéas, Arinos, Urucuia, São Francisco e finalmente Buritis, onde faleceu em 1993.
Após reunir as provas, Geraldo revelou-as em seu livro Lampião, o invencível: duas vidas, duas mortes, que está sendo lançado em várias cidades do Nordeste, em Brasília-DF e em Montes Claros.
Por meio dessa revelação bombástica e fundamentada em provas, Geraldo Aguiar poderá remodelar significativamente a história oficial brasileira do período da República Velha. Além de já ter recebido, até mesmo, um convite para produzir um filme a respeito do assunto.
Em São Francisco, ele concedeu, com exclusividade, a seguinte entrevista:
- Sem dúvida, Lampião é um dos mais importantes personagens na composição da história do Brasil. De acordo com a versão defendida pelo senhor, em que pontos a história oficial se faz fiel à realidade ou se distancia dela?
- Lampião foi o mais importante cangaceiro brasileiro e, diante de acirradas perseguições a ele no Nordeste, o cangaceiro planejou fugir desapercebidamente daquela região, e assim o fez. O tenente Bezerra, que se diz matador de Lampião, já era conhecido na região sertaneja como um oficial corrupto, pois mantinha uma relação amistosa com o cangaceiro, chegando até mesmo a jogar cartas nas horas vagas. Além disso, é sabido também que Bezerra fornecia armas e munições a Lampião. Logo, isso já sugere uma grande incógnita – ele teria mesmo matado o rei do cangaço?
- Se lampião não foi morto em emboscada em 1938, no sertão de Sergipe, outro grupo de cangaceiros teria sido confundido com o de Lampião ou tudo não passou de uma farsa dos policiais para se verem livres da missão que lhes foi proposta?
- Houve a emboscada, no entanto, não se sabe quem de fato estava nela. Conforme Lampião já havia planejado, ele se ausentou desse ocorrido e fugiu antes dele.
- Há quem defenda que, durante a suposta emboscada, um dos “macacos”, como Lampião gostava de se referir aos policiais, teria lhe desferido uma coronhada de fuzil no rosto, o que lhe causou desfiguração facial, contribuindo para a ideia de que ele não fora morto. Como o senhor interpreta essa versão?
- Como se sabe, a história de Lampião é repleta de versões e esta existe, mas sem qualquer confirmação baseada em provas. Mantive contato, certo tempo, com o ex-cangaceiro Sebastião Santos Vieira, que menciono no livro, e ele, aos 86 anos, me afirmou ter presenciado a emboscada de 1938, chamando de “cabra mentiroso” quem diz ter matado Lampião. Ele confessa ainda ter sido preso naquele dia e que o rei do cangaço não se encontrava ali.
- O senhor garante que, após deixar o Nordeste, Lampião teria fugido para o Norte de Minas. Em que cidade ele passou a residir?
- Ao sair de Angico, Lampião procurou um porto seguro no Piauí, o único estado que ele nunca havia atacado. Lá, ele viveu por alguns anos, depois passou a residir na Bahia e, gradativamente, veio descendo pelas bordas do Rio São Francisco, até chegar em Minas Gerais. Aqui, ele esteve em inúmeras cidades, sendo Manga a primeira delas, onde teve seu filho primogênito.
- Como sabemos, Lampião não vivia sozinho. Qual foi o paradeiro dos outros membros do cangaço, inclusive o de Maria Bonita?
- Apesar de o cangaceiro Criança ter sido encontrado depois de muito tempo na cidade de Santos, no litoral paulista, a maioria deles se dirigiu para Minas Gerais. O cangaceiro Sabino, por exemplo, residiu em Bocaiuva. Moreno e Durvinha, ex-colegas de Lampião, residem em Belo Horizonte; Durvinha, infelizmente, já faleceu, mas Moreno ainda continua a manter um boa amizade comigo. Já Maria Bonita morreu em 1978, em Montes Claros, no hospital São Lucas, acometida por um câncer e está enterrada hoje na fazenda Contendas, próximo daqui.
- O senhor assegura que se encontrou com Lampião várias vezes em São Francisco. Como era Lampião?
- Lampião era um homem sério, alto, forte, tinha o olho direito problemático, falava pouco, nunca sorria e só respondia o necessário. Enfim, era um homem de poucas palavras.
- E Maria Bonita fazia jus ao nome?
- Com certeza. Ela era uma morena bem feita de corpo e de cabelos longos, apesar de já estar com seus 77 anos. Repetindo, cheguei a tirar uma foto dela, que se encontra no livro.
- Por que o senhor ão anunciou a sobrevivência do cangaceiro já naquela época?
- Eu já estava, há algum tempo, à procura de Lampião e, casualmente, eu o encontrei. Ele me pediu que mantivesse nossa relação em segredo. E eu, após captar tantas informações surpreendentes, estava certo de que elas já seriam suficientes para publicar um livro. Certo dia, disse a ele que queria filmá-lo e escrever sua história; mas ele me respondeu em alto e bom som: “Meu passado é muito problemático, não posso aparecer!”. É engraçado que todos os dias em que eu o visitava, ele me dizia: “Volte amanhã, cabra”. A partir do momento em que eu quis filmá-lo, nunca mais ele me pronunciou essa frese. No dia seguinte, quando retornei à sua casa, ele já havia ido embora para Buritis, onde faleceu.
- Você acredita que Lampião pudesse sofrer alguma punição mesmo após ter abandonado o cangaço há tanto tempo?
- Conforme a legislação brasileira, ele não tinha mais nada a pagar, já que os crimes prescrevem com 20 anos e ele já havia abandonado o cangaço há 54 anos.
- Que provas confirmam a presença do rei do cangaço no Norte de Minas nessa época?
- As provas são inúmeras, como fotos, documentos e fatos, e estão todas reveladas no livro. Um tenente daqui da região, que ainda está vivo, me enviou um recado solicitando que eu o procurasse. Assim o fiz. Ao encontrá-lo, ele me encorajou a continuar as pesquisas. Segundo ele, em 1961, constantes brigas ocorriam do outro lado do Rio São Francisco, nas quais sempre estava envolvido um homem que costumava agredir as pessoas por motivos quaisquer. Diante disso, alguém veio denunciá-lo na cidade. Daí, o delegado enviou uma intimação ao acusado que, friamente, amassou o documento e o jogou fora. Dias depois, o mesmo senhor que havia desconsiderado a intimação passava em frente à delegacia quando um dos soldados o reconheceu e lhe pediu que fosse conversar com o delegado. No diálogo, bastante tenso, o referido senhor chegou a dizer, batendo fortemente na mesa, que o delegado não era homem o suficiente para prendê-lo. Após relatar-me esse fato, o tenente me assegurou que não restava dúvida de que aquele homem era, na verdade, Lampião. Virgulino também vivia a trocar de nomes, chegando a adotar 13, dos quais 5 estão expostos no livro.
Outra incoerência da história oficial é o fato de a perícia da cabeça de Lampião ter sido feita pelo dentista Dr. José Lages Filho, em cujo laudo ele jamais afirma que aquele membro era de Virgulino; até mesmo porque o profissional não o conhecia.
Além dessas provas, há fotos inéditas que eu mesmo tirei de Lampião e de Maria Bonita no meu estúdio, em 1978 e que estão no livro. Inclusive, elas foram enviadas para o IML (Instituto Médico Legal) de Brasília-DF que, após examiná-las, classificou-as como fieis à pessoa de Lampião.
- A fim de dar maior veracidade às suas provas, o senhor tem solicitado, perante à justiça, a exumação do corpo de Lampião. Onde ele estaria enterrado hoje?
- Lampião está enterrado no cemitério da cidade de Buritis, no Noroeste de Minas.
- O senhor obteve sucesso nesse pedido de exumação do cadáver?
- Em 1996, eu entrei sim com um pedido de exumação, que foi indeferido. O indeferimento decorreu da petição errônea formulada pelo advogado, recém-formado, que eu havia contratado. Depois disso, preparei-me melhor para um novo pedido, munido de documentações e de procurações tanto de sua última esposa, quanto de alguns de seus filhos. Mas, como os outros familiares desaprovam a exumação, eu desisti dela. Para se ter ideia, estou sendo ameaçado de morte. Recebi um recado de que, caso eu lançasse o livro, alguém me mataria aqui em São Francisco. Inclusive, nunca disse nada a ninguém a respeito dessa ameaça, estou revelando de forma inédita a vocês. Diante dessa situação, decidi abrir mão da exumação, até mesmo porque ela não é imprescindível.
- Qual o caráter preponderante de seu livro?
- O livro Lampião, o invencível: duas vidas, duas mortes! tem caráter eminentemente investigativo. Já há 2.000 exemplares impressos. Nos próximos dias, haverá o lançamento em Crato, em Fortaleza-CE e Juazeiro do Norte, no Ceará, e em Brasília-DF. Certamente também haverá o lançamento em Montes Claros, dia 19 de novembro deste ano.
- Finalizado todo o processo de lançamento da obra, o senhor pensa em solicitar a reformulação da história oficial do cangaço perante os órgãos históricos competentes?
O fotógrafo e pesquisador José Geraldo Aguiar, o editor Reginauro Silva e o repórter Yago Cavalcante, em São Francisco: entrevista exclusiva.
O fotógrafo José Geraldo Aguiar, de São Francisco, participa na cidade de Crato-CE, a partir desta quarta-feira, do Congresso sobre o cangaço, quando fará o primeiro lançamento de seu livro Lampião, o Invencível: duas vidas, duas mortes, cujos trechos vêm sendo publicados aqui, com exclusividade.
Em entrevista concedida no último final de semana, Geraldo Aguiar conta detalhes da pesquisa que vem realizando há décadas e que prova que o legendário Lampião renunciou ao cangaço e fugiu para o Norte de Minas, juntamente com sua mulher Maria Bonita e com outros companheiros. Maria Bonita teria morrido de câncer no Hospital São Lucas, em Montes Claros, enquanto Lampião morreu em Buritis, já nonagenário.
As minúcias da entrevista, o leitor vai ler aqui n’A PROVÍNCIA nas próximas horas, na qual o autor narra as suas descobertas.
Uma mulher deu à luz em um hospital da Indonésia um bebê de 8,7 quilos e 62 centímetros, informou nesta quarta-feira (23) a imprensa local.
A criança, que nasceu saudável na segunda-feira - embora tenha tido que receber oxigênio, porque, a princípio, teve dificuldades para respirar -, veio ao mundo através de cesariana, por decisão dos médicos do hospital da cidade de Medan, onde a mulher foi atendida.
A mãe, que no momento do parto atravessava o nono mês de gestação, tem outros três filhos, todos eles nascidos com ajuda de uma parteira e mediante o método tradicional, segundo o jornal digital "Detik".
Mackenzie Phillips, filha de John Phillips (ambos nafoto), líder da banda norte-americana "The Mamas & The Papas", confessou que manteve relações sexuais com seu pai, e que ele a introduziu no mundo das drogas, segundo a revista People. Mackenzie, de 49 anos, antiga estrela adolescente da série "One day at a time", exibida de 1975 a 1984, e ex-viciada em drogas - presa em 2008 por posse de heroína e cocaína -, decidiu revelar o seu passado no livro "High on arrival” (sem tradução no Brasil), que chega nesta quarta-feira (23) nas livrarias dos Estados Unidos.
Em tom autobiográfico, Mackenzie relata sobre como seu pai, John , responsável por sucessos musicais dos anos 60 como "California dreamin'" e "Monday monday", abusou sexualmente dela quando ambos estavam sob a influência de drogas.
"Meu pai era um homem que não conhecia limites. Era cheio de amor e doente pelas drogas. Acordei uma noite após estar inconsciente pelas drogas e me surpreendi fazendo sexo com meu próprio pai", disse Mackenzie, que não sabe dizer quantas vezes isso se repetiu. Mackenzie perdeu o controle de sua vida em 1980, quando foi despedida do programa de TV pelo vício e chegou a frequentar um Centro de Reabilitação junto com seu pai. Durante esse período, o incesto era algo consentido. "Eu era um fragmento de pessoa e meu segredo me isolava”, escreveu ela no livro, no qual contou como seu pai propôs fugir para um país que aceitava tais práticas. "Talvez em Fiji", disse, em referência às palavras de seu pai, que ela afirma não odiar. Mackenzie declarou que teve relações sexuais com seu pai na noite da véspera de seu casamento, quando ela tinha 19 anos e estava noiva de Jeff Sessler, que estava em turnê com os Rolling Stones em 1979. A autora explicou ainda que foi seu pai que a apresentou ao mundo das drogas e foi quem injetou sua primeira dose de cocaína, segundo entrevista ao programa de Oprah Winfrey e que foi feita pelo site da revista US Weekly. Mackenzie também indicou que em sua juventude, o vocalista dos Rolling Stones Mick Jagger tentou seduzi-la. John Phillips morreu em 2001, aos 65 anos, vítima de um ataque cardíaco em Los Angeles.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, faz gesto de vitória nesta quarta-feira (23) na Embaixada do Brasil em Honduras, em Tegucigalpa.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, denunciou nesta quarta-feira (23) que o governo interino do país tem um plano para capturá-lo e assassiná-lo, o que incluiria uma invasão à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde ele se refugiou depois de voltar de surpresa ao país.
O governo interino já havia negado que tenha essa intenção.
A volta de Zelaya esta semana para tentar recuperar o poder em Honduras, quase três meses depois do golpe militar de 28 de junho, que teve apoio de políticos e de membros da elite econômica, gera temores de que haja uma escalada de violência no país centro-americano. Na terça-feira, policiais e militares reprimiram manifestações de seguidores dele.
"Hoje estamos sendo ameaçados... Hoje (quarta-feira) à noite vai-se tomar a embaixada do Brasil", disse Zelaya ao canal venezuelano de TV Telesur, citando informações que teriam sido passadas por uma jornalista desse próprio canal, ligado ao governo esquerdista de Hugo Chávez.
"Supostamente há um plano, seja de captura ou assassinato, (a jornalista) diz que já há até os legistas para declarar que é um suicídio", disse Zelaya.
O governo interino alertou que prenderá Zelaya se ele sair da missão diplomática do Brasil, que por sua vez garantiu a segurança do presidente deposto e alertou os líderes hondurenhos que não aceitará afrontas à sua embaixada. A comunidade internacional pediu calma.
"Advirto à comunidade internacional. Eu, Manuel Zelaya Rosales, filho de Hortênsia e José Manuel, não me suicido. Está vivo, lutando por seus princípios e por seus valores, com firmeza. E prefiro morrer firme que ajoelhado perante esta ditadura. E que isso fique muito claro perante esses tiranos que estão querendo governar este país pelas armas," acrescentou.
Centenas de soldados hondurenhos e policiais antimotim, alguns com máscaras e outros com armas automáticas, cercaram nesta quarta-feira o edifício da embaixada brasileira onde Zelaya se refugiou com sua família e um grupo de cerca de 40 simpatizantes.
O governo brasileiro pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que discuta a pior crise política na América Central em décadas.
O presidente interino, Roberto Micheletti, disse na terça-feira que Zelaya pode ficar na embaixada por "5 ou 10 anos, nós não vemos nenhum inconveniente de ele viver ali", sinalizando que está pronto para uma longa disputa.
Estados Unidos, União Europeia e a Organização dos Estados Americanos tentam o diálogo para restaurar o poder de Zelaya no país. O governo interino de Honduras se recusou a suavizar sua posição contra a tentativa de Zelaya de voltar ao poder.
Zelaya fez um pedido a comunidade internacional, nesta quarta-feira, para que a pressão que está exercendo sobre as autoridades realmente crie resoluções concretas.
A chuva chegou a Montes Claros logo no início do jogo amistoso entre Brasil e Estados Unidos e amenizou um pouco o calor que faz na cidade do norte mineiro. No entanto, dentro de quadra, nesta terça-feira (22.09), a temperatura era quente. Diante do ginásio poliesportivo Tancredo Neves lotado a seleção brasileira começou bem a série de cinco partidas diante dos norte-americanos e venceu por 3 sets a 1 (23/25, 25/18, 25/20 e 25/21). Nesta quarta-feira (23.09), as duas equipes se enfrentarão novamente, às 19h, no mesmo local.
Ciente de que os confrontos com os Estados Unidos serão de grande valia para a evolução de seus jogadores, o técnico Bernardinho analisou o confronto como positivo.
“Os dois times estavam bastante modificados. Estamos realizando testes e, por isso, acho que foi um bom desafio”, diz Bernardinho.
No primeiro set, o time brasileiro começou bem e logo abriu dois pontos de vantagem num ace do meio-de-rede Eder. No entanto, o ponto de saque, uma das maiores armas da equipe comandada pelo técnico Bernardinho, não foi repetido mais vezes.
Sem quebrar o passe norte-americano, o Brasil acabou enfrentando um adversário de bom nível técnico e que não estava disposto a vender fácil uma derrota. Os norte-americanos, comandados pelo levantador Winder e pelo ponteiro Salmon, endureceram o jogo e conseguiram virar o placar logo no primeiro tempo técnico: 8/7.
O time brasileiro melhorou na partida e voltou a comandar o marcador: 16/14. No entanto, os Estados Unidos estava ligado na partida e conseguiu empatar em 18/18, para depois virar e fechar a parcial: 25/23.
“Foi um começo difícil para nós. No primeiro set estávamos presos e sentimos um pouco a falta de ritmo. Aquela velha máxima de treino é treino, jogo é jogo é uma grande verdade”, analisa o líbero Mário Jr., que substituiu o titular Serginho, que sentiu dores nas costas e acabou ficando de fora do primeiro jogo contra os norte-americanos.
No segundo set, os brasileiros, mesmo sem conseguir entrar com seus saques, melhoraram na partida. Esse fato, somado a queda de rendimento dos norte-americanos mudou o rumo da partida. O Brasil comandou toda a parcial e no segundo tempo técnico a vantagem era de dois pontos: 16/14.
Após a última parada técnica, a diferença no placar só fez aumentar e acabou terminando em sete pontos: 25/18.
A terceira parcial voltou a ser bastante equilibrada. As duas equipes trocavam pontos, mas o Brasil continuava dominando. Com muitos erros de saques dos dois lados, o set acabou se definindo nesse fundamento, mas com um acerto. Thiago Alves foi para o saque e acertou um torpedo em cima do ponteiro Salmon, que tentou defender e não conseguiu: 25/20 para os brasileiros.
No quarto e último set, o time brasileiro sacou bem e, assim, o bloqueio apareceu como trunfo para finalizar a partida. Desde o início comandando o placar, o Brasil abriu quatro pontos já no primeiro tempo técnico: 8/4. A diferença foi mantida até o final da parcial, quando o Brasil fechou em 25/21. (CBV)
Um homem na Vila de Satgharia, na Índia, apostou a própria filha de 18 anos em um jogo de cartas − e perdeu. A jovem teve que ir embora com o adversário e um grupo do vilarejo tenta levá-la de volta para casa, de acordo com informações do jornal "The Times of India". O homem de quase 40 anos perdeu todo o seu dinheiro jogando contra outro homem, de uma vila vizinha. Sem ter como voltar para a partida, ele apostou a própria filha. E perdeu novamente. Ao saber da história, segundo o jornal, o pai do apostador (e avô da jovem), o expulsou da casa da família. A polícia indiana informou que está investigando o caso.
Depois de comparecer a um evento organizado por torcedores do Palmeiras, em São Paulo, e ter jogado futebol com os mesmos, o atacante Kléber agora sofre a ira dos cruzeirenses. Na tarde desta terça-feira, 60 membros de uma facção da torcida do clube mineiro foram até a porta da Toca da Raposa II, o centro de treinamentos do clube, exigindo a saída do atacante. A intenção dos torcedores era abordar o Gladiador assim que ele chegasse ao CT. No entanto o jogador chegou minutos antes, de táxi.
Na opinião de um dos líderes da facção, Kléber "desrespeitou o clube, a torcida e "tem que ser homem para pedir para sair do Cruzeiro".
Guilherme Mendes, diretor de comunicação da Raposa, levou quatro torcedores para conversar com o atacante, mas as desculpas do Gladiador não foram aceitas.
A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu para 81%, segundo a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta terça-feira (22). Em junho, quando foi realizado o último levantamento, a avaliação do presidente da República era de 80%. A variação fica dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos percentuais.
Os dados mostram também que 69% dos brasileiros consideram o governo Lula ótimo ou bom, contra 68% na pesquisa de junho. Outros 22% consideram o governo regular e 9%, ruim ou péssimo.
A pesquisa foi realizada de 11 a 14 de setembro, com 2.002 entrevistados em 142 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Para o diretor de relações institucionais da CNI, Marco Antonio Guarita, a principal mensagem verificada na pesquisa é a de “melhora na percepção da sociedade sobre a recuperação da economima”. “Se mantêm bastante elevadas as avaliações do governo e do presidente Lula, que permanecem altas, com oscilações dentro da margem de erro”, avaliou.
A nota média que o governo Lula recebeu em agosto cresceu um décimo em relação a junho, atingindo a marca de 7,6, em uma escala de zero a dez. Dentre os entrevistados, 76% disseram confiar no presidente Lula, mesmo patamar verificado no último levantamento.
Já na comparação entre o primeiro e o segundo mandato de Lula, 44% da população considera a atual gestão melhor. Outros 40% acham que a atuação do presidente em ambos os mandatos se mantém igual, enquanto 14% dizem que o segundo mandato é pior.
Em todas as nove áreas pesquisadas, o governo Lula registrou melhoria na aprovação. No combate à fome e à pobreza, a aprovação chegou a 68%, oito pontos percentuais a mais que em junho. Já no combate ao desemprego, 55% avaliaram que a atuação do governo é eficaz, contra 50% na última pesquisa.
Os outros índices de aprovação do governo são de 55% em relação ao combate à inflação, 42% na área de segurança pública, 45% quanto à taxa de juros, 40% em relação aos impostos, 61% na gestão do meio ambiente, 44% sobre a atuação na área de saúde e 59% na gestão educacional.
“Esse clima de otimismo com o ambiente econômico certamente tem impacto nas avaliações setoriais, que mostram melhora na atuação do governo, em relação a várias áreas, como no combate ao desemprego”, destacou Marco Antonio Guarita.
A pequena Gruendau teve a tranquilidade abalada no último fim de semana. A cidade alemã, próxima de Frankfurt, sediou o Campeonato Mundial de Barba e Bigode. Figuras excêntricas de vários países desfilaram pela localidade. O evento teve a participação de 160 competidores, que ostentavam barbas e bigodes a estilos que iam do clássico húngaro ao Velho Oeste. O campeão da principal categoria foi o americano David Traver (foto ao lado), que vive no Alasca e modelou a barba ao estilo traçado artesanal.
O americano Walter Breuning, considerado o homem mais velho do mundo segundo o Livro Guinness dos Recordes, celebrou seu 113º aniversário ontem, segunda-feira, na casa de repouso onde mora em Great Falls, no estado americano de Montana. Breuning sucedeu o britânico Henry Allingham, que morreu em 18 de julho.
Um temporal atingiu a região metropolitana de Belo Horizonte na tarde desta segunda-feira (21). Além da capital, chuva e ventos fortes atingiram as cidades de Sete Lagoas, Matozinhos, Lagoa Santa, Vespasiano, Betim e Nova Lima. Em Belo Horizonte, houve problemas por toda a cidade. Duzentos funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tentam restabelecer o fornecimento de energia elétrica, que está interrompido em vários bairros. Segundo a Cemig, 290 mil consumidores ficaram sem energia elétrica. horas. O fornecimento para 50% desse total já havia sido restabelecido, às 18h. Ainda não há previsão de retorno da energia para os 145 mil consumidores que ainda estão afetados. Segundo a meteorologia, os ventos atingiram a velocidade de 72 quilômetros por hora. No bairro Sion, região centro-sul da capital, uma árvore caiu sobre o muro de uma casa. Parte da Avenida Raja Gabaglia alagou. Em outras ruas, bueiros transbordaram. O trânsito ficou engarrafado em várias regiões da cidade. PREVISÃO Há previsão de pancadas de chuva e ventos fortes pelo menos até quinta-feira (24). Nesta terça-feira (22), o tempo deve permanecer quente na região metropolitana, com os termômetros em torno dos 30ºC. No sul do estado e na Zona da Mata, deve chover a qualquer hora do dia. Nas outras áreas do estado, muito sol e chuva rápida.
Um empresário de 78 anos foi preso, nesta segunda-feira (21), em Curitiba, suspeito de abuso sexual e de manter mulheres em cárcere privado. De acordo com a Agência Estadual de Notícias do Paraná, as vítimas eram atraídas por anúncios de emprego e eram trancadas no apartamento do empresário, sem comunicação. Segundo as investigações, uma das vítimas teria ficado presa no apartamento por mais de 15 dias. “Várias mulheres nos procuraram com a mesma queixa. Eram atraídas por anúncios e, depois de empregadas, tinham os seus documentos tomados pelo empresário, que passava a assediá-las sexualmente. Além disso, ele trancava as vítimas no apartamento e muitas vezes as deixava sem comunicação”, disse à Agência a delegada Sâmia Cristina Coser, da Delegacia da Mulher. No apartamento do empresário, a polícia encontrou 12 carteiras de trabalho e três carteiras de identidade que seriam de mulheres vítimas do empresário, além de objetos eróticos. Uma mulher que estava no apartamento há dois dias foi libertada pela polícia e contou que além dos serviços domésticos já havia sido obrigada a fazer sexo oral no acusado. A jovem foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para exames. Após prestar depoimento, o empresário foi indiciado por cárcere privado e redução à condição análoga de escravo. Por força do mandado de prisão temporária, ele ficará preso por cinco dias, que podem ser prorrogados por mais cinco. A delegada vai requerer à Justiça a prisão preventiva do suspeito.
O presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, está na Embaixada do Brasil em Honduras, em Tegucigalpa, capital do país, confirmou nesta segunda-feira (21) em Nova York o chanceler brasileiro, Celso Amorim. Falando a jornalistas em Nova York, onde está para a Assembléia Geral da ONU, Amorim confirmou que falou por telefone com Zelaya. O presidente deposto chegou ao prédio da embaixada "por meios próprios e pacíficos", de acordo com o ministro. Segundo Amorim, a volta dele a Honduras representa "um novo passo" nas negociações para encerrar a crise política do país, iniciada com o golpe militar de 28 de junho e que colocou o poder interinamente nas mãos do presidente do Congresso, Roberto Micheletti. Fotógrafos das agências de notícias confirmaram a presença de Zelaya na embaixada. Ele estava acompanhado de assessores e de sua mulher, Xiomara Castro. Falando por telefone à agência EFE, ele agradeceu ao apoio do governo brasileiro e pediu a seus seguidores que se reúnam próximo ao prédio. Manifestantes pró-Zelaya haviam inicialmente cercado o prédio onde funcionam os escritórios das Nações Unidas em Tegucigalpa, achando que o presidente estava lá. A informação da presença de Zelaya na Embaixada do Brasil havia sido divulgada inicialmente pela mulher de Zelaya, Xiomara. O paradeiro de Zelaya foi centro de uma "guerra de versões" nesta segunda. O governo interino que o derrubou em 28 de junho tem uma ordem de prisão contra ele por crime de traição e prometeu prendê-lo caso ele voltasse ao país.
Manifestantes pró-Manuel Zelaya celebram nesta segunda-feira (21) em Tegucigalpa, capital de Honduras, a suposta volta do presidente deposto ao país.
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MURO DE LAMENTAÇÕES
ESTES ESTÃO NA COLA
DIDU, ALGUMAS LEMBRANÇAS...
Por Haroldo Tourinho
...
"Ele, clarão de um meteoro iluminado/sem outro motivo a não ser sua/própria presença, se vai só a se extinguir."
MALLARMÉ, Sthéphane/sobre Rimbaud
...
Meu querido irmão Roberto, Didu para os amigos, muitos, faria em 28 de fevereiro último 60 anos. Peça rara, raríssima - consenso - se foi, precocemente, aos 37. Nas teias da vida chocou-se com uma locomotiva vinda em sentido oposto.
Quando menino, ainda no marista São José, sabia de cor e salteado todas aquelas coisas maçantes que quase ninguém sabia ou queria saber: biografias de santos, datas históricas e, cacete!, nomes de rios e mares e capitais mundo afora. Fazia análise sintática! De textos de Camões!, a quem não poucos odiavam e chamavam de o Caolho. Quando, em casa, dava-se a recitar poesias, meu pai ficava de queixo caído: "Esse menino é
um gênio!"
Desnecessário encaminhá-lo a testes vocacionais, o boletim escolar apontava-lhe o destino: em matemática, desenho (geométrico), educação física (não ia às aulas), ciências, música, caligrafia, ZERO; em história, geografia, português, inglês, francês, religião, DEZ.
Comportamento, idem. Só se dedicava ao que gostava, daí sua média mensal sempre baixa. Mas não chegou a tomar bomba no ginásio.
Na adolescência, como bons irmãos que éramos, começamos a divergir em alguns pontos. Ele, apaixonado, fanático por futebol, assinava a revista Placar e não deixava de ler um parágrafo sequer dos cadernos de esportes do Estado de Minas e do Jornal do Brasil. Seus novos santos eram agora jogadores. Dos favoritos sabia tudo: nome completo!, data e local de nascimento, prato e perfume prediletos, carreira - veio-de-onde, vai-pra-onde, valor do passe..., estado de saúde - está contundido, quebrou o braço, a perna, levou uma cotovelada no olho, operou os meniscos... Uma coisa! Eu criticava aquela inutilidade cultural e ele retrucava, marcando gol: "Uai, você não sabe a data de nascimento de cada um dos Beatles? Que Ringo Starr toma uísque com Coca-Cola? Que John, abandonado pela mãe separada do marido, foi viver com a tia Mimi?
Sua paixão futebolística tocou a trave da loucura ao resolver
pintar o quarto de vermelho e preto. Cores do seu adorado Flamengo, tricampeão carioca de 53-54-1955, feito que ele não cansava de repetir.
Nos outros times, com raras exceções, só havia pernas de pau, juízo que modificava quando passavam a ostentar a camisa do Mengo... Até curti a ideia de ver nosso quarto rubro-negro, mas mamãe vetou-a: "Aí é demais!" Minha bisavó Carlota, que morava conosco, veio a reboque: "Oh, meu filho, são cores do
demônio, do inferno, não faça isso, vou lhe mandar benzer."
Ele e vovó Carlota eram parceiros no jogo do bicho: ela financiava, ele ia ao apontador, o que para ela não ficava bem. Quando ganhavam dividiam o prêmio e eu ficava com uma ponta de inveja, mas acabava levando uns trocados.
Jogo, outra das paixões do Didu adolescente, fosse qual fosse,
lúdico ou contraproducente: damas, xadrez, ludo-real, dominó, varetas, banco imobiliário (o War viria mais tarde, mas ele ainda o alcançou), roleta, buraco em família, sete-e-meio, vinte-e-um, caixeta e pôquer com os amigos, esses últimos apostado. Para o pôquer - lembram os parceiros - paramentava-se com sua camisa-polo do Flamengo e acendia
uma vela sobre o aparador da sala de jantar. E entrava em campo para ganhar, frio, calculista, blefador.
Separamo-nos, enfim, de quarto. Fui para um outro com meus rocks, ele permaneceu no nosso com o seu futebol. Logo encontraria no meu irmão-de-leite Sérgio Deusdará um substituto. Nos fins de semana ouviam, num rádio portátil enorme, de seis ou oito pilhas, todos os jogos possíveis.
E não ficavam nisso. Encerradas as partidas, passavam aos comentários e mesas redondas, um saco! Eu ficava por ali, só, e os dois metidos no quarto com sucos e biscoitos. Devido ao avançado da hora, Sérgio acabava dormindo em minha antiga cama.
Seus pais, dr. Deusdará e Toinha, amigos dos meus, sabiam que, de sábado à tarde à noite de domingo, com o filho não podiam contar. Logo comecei a frequentar festinhas e não dava mais bola para eles.
Depois Didu mudou, por volta dos seus 14/15 anos. Continuou
Flamengo, sempre, mas encaixotou sua coleção de Placar e passou a lerRimbaud, Baudelaire, Mallarmé, Verlaine, Vinícius, Drummond..., poetas mais sérios dos que lia até então. E de mero espectador de cinema evoluiu para a categoria de cinéfilo, de carteirinha. Mesmo sem alcançá-los, que idade nem maturidade tinha para isso, só falava em Goddard, Glauber,
Welles, Pasolini, Antonioni, Fellini, e em nosso Carlos Alberto Prates, a quem chamava intimamente de Charles (ficaram amigos quando da filmagem local de Os marginais). John Ford, Howard Hawks? Apenas mestres do passado...
E assim como anotava em uma caderneta todos os livros lidos, com a sua cotação final, bom ou mau, abriu outra para os filmes. Ali se podia ver título, gênero, diretor, produtor, atores principais, coadjuvantes, enfim, tudo o que merecia créditos na película. Acrescentava o nome da sala que exibira a fita e o preço do ingresso! Finalmente, a sua cotação, que ia de uma a cinco estrelas.
Em Belo Horizonte, para onde foi pouco depois dessa época, tornou-se assinante dos Cahiers du Cinéma por algum tempo e consumidor de revistas e livros nacionais especializados que começavam a aparecer.
Em música, gostava das canções passadas - Billie Holiday, Louis Armstrong, Cole Porter, Chet Baker, Sinatra, Ray Charles, Elvis e outros -, do rock inglês que assolava a nação, mas tinha queda especial pela nascente bossa-nova, com João Gilberto, Tom, Vinícius, Toquinho, Chico, que amava.
Roberto ou Didu, como queiram, esteve pouco tempo entre nós, um cometa, mas deixou muitas outras lembranças. Viveu! Ficam essas para uma próxima oportunidade.
FRAGRÂNCIA MISTRAL
Por Antônio Augusto Souto ... Em livro acaso deixado em recanto escuso de prateleira, redescubro Gabriela Mistral, fragrância de mulher na poesia que suponho: América do Sal, do Sol e do Sul; Ameriquinha de sonho! Indiozinho que se recosta sobre a Terra, tambor que ainda contesta, em batida firme de ritmo certo que tange longe e tange perto. Sonido de trilhos e de festas. Nobel um dia dela e condores instigantes e perfume de roseiral andino: indiozinho de Gabriela, sonho dourado de menino. O que há é conformismo! Sem essa de destino! Dá-me tua mão, Mistral do mundo, e dançaremos. Dá-me tua mão e te amarei e esvoaçaremos sobre Andes, Aconcágua e Amazônia, sob a imensidão deste céu deslumbrantemente azul. Linda América do Sal, caliente América do Sol, inda inconsútil América do sul!
Por Antônio Augusto Souto ... Penso em noite enluarada, em suavíssimo violão e solo de flauta. Quero taças finíssimas de cristal e brindes moderados. Vou querer, amada, celebrar a tua longa e doce companhia. Penso em estrelas, no firmamento; nuanças de poesia e fragrâncias, no vento. Não direi palavras. Tu também, se assim quiseres, não o farás. Olhar-nos-emos, apenas. As marcas acaso deixadas pelo tempo nos remeterão ao passado que resiste, às coisas grandes da existência, às questões pequenas... Enlaçaremos as mãos e, a um tempo, recomeçaremos, libertados dos sobressaltos e das ocasionais dores. Sem os voos incertos do aprendizado, celebraremos o jardim que plantamos juntos. Quero que sejam tuas, exclusivamente tuas, as nossas flores. ... antonioaugusto@viamoc.com.br
360 DIAS DAS MÃES
Por Luiz Carlos Amorim
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Está chegando o Dia das Mães, um dia para lembrarmos que devemos reverenciar a mulher mais importante da nossa vida todos os dias, qualquer dia, sempre. Precisamos, antes de qualquer coisa, estarmos presentes, dar-lhe carinho, manifestar nosso respeito, nosso reconhecimento e nosso amor. Não apenas nesta data específica, nesta semana, mas sempre. Nada é mais importante do que a companhia, a presença tanto quanto possível, não interessa a idade que os filhos tenham.
Mas é tradição, para nós, filhos, darmos uma lembrança a ela, no seu dia, além de manifestar o sentimento que ela inspira em cada um. Comprar presente, sabemos, é uma questão de consumo, o comércio inventou essas datas comemorativas para vender mais. É que já virou tradição, já nos habituamos a dar um presente às Mães, no seu dia, tão bom quanto possamos dar. É uma outra maneira de dizer que ela é importante para nós, é uma maneira de homenageá-la, de provar que pensamos nela.
Outro dia, dizia eu a uma amiga que minha vida é e sempre foi povoada por mulheres maravilhosas. E ela me disse que eu agradecesse a Deus por isso, o que é mais do que justo. Tive avós fantásticas, até uma avó postiça que ganhei nessas lidas literárias que a vida me proporcionou, professoras, minha esposa, minhas filhas, minha mãe, mulheres maravilhosas que talvez eu nem merecesse.
Minha mãe, claro, é quem esteve mais presente, pois me acompanha a vida inteira. Acho que no dia dela, quem ganha o presente, na verdade, somos nós, os filhos, por tê-las. O que somos, temos que reconhecer, devemos a elas, pois é com elas que passamos o maior tempo de nossas infâncias e adolescências, são elas que nos ensinam o que devemos saber para enfrentar o mundo dos adultos.
Por tudo o que ela representa, deveríamos dar-lhe um grande, enorme presente. Mas se não pudermos comprar nenhum presente – e isso pode acontecer com muitos filhos – que presente então lhe dar, a não ser nosso respeito, todo carinho e amor e uma pequena flor, gigante como ela própria? Sim, uma flor – símbolo incontestável do sentimento maior que ela nos inspira, junto com o abraço forte e o beijo grande, repletos de carinho e emoção.
Mãe – a vida se repartindo, coração se avolumando, amor se multiplicando... Todos os dias são seus, toda a vida lhe pertence; a natureza, perfeita, é sua irmã gêmea. E nós te festejamos, hoje e todos os dias.
MAMÃE, E COM TODAS AS LETRAS
Por Marli Gonçalves
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Até mais alguns muitos dias nossos ouvidos ainda vão aguentar tudo quanto é tipo de apelo para consumir, comprar, presentear, oferecer, dar. Os caras aproveitam essas datas, bem comerciais, para associar mãe a cada tipo de coisa que vamos, venhamos e convenhamos...
...
Mamãe: cinco letras que choram. Desde bem menina ouço essa frase e só agora me toquei que ela parafraseava uma música linda dos Anos 50, Adeus, adeus, adeus, composição de Silvino Neto, eternizada nas vozes de Francisco Alves e Orlando Silva. A minha mãe, como boa canceriana, sempre foi muito emotiva, gostava de fazer draminhas que me lembram até hoje os boleros. Falava muito nas tais letras choronas, e num tal padecer que não era em paraíso nenhum. Era normal dela ouvir, naqueles momentos que brigava comigo ou com meu irmão, quase ameaçadora, mas sempre premonitória: "Vocês vão ver. Quando eu não estiver mais aqui é que vocês vão me dar valor, sentir minha falta, lembrar que eu tinha razão".
Ah! Não me diga que você também ouve ou ouviu essa frase? Mãe é mesmo tudo igual. Só muda o endereço. E o que é pior: elas sempre têm razão mesmo. Na grande maioria das coisas.
Pois bem. Minha mãe me disse adeus há nove anos. E todos os dias, por uma coisa ou outra tenho mesmo saudades e me lembro de algumas das suas falas e feitos, que ela era bem danada. Baixinha, gordinha, mineira, minha bichinha era arretada. Não gostava e não levava desaforo para casa, de jeito algum, uma das características mais fortes que puxei dela, além do tamanho e do peso sempre a ser controlado.
Por exemplo, lembrei esses dias o quanto ela odiava essas palhaçadas, como chamava dia das mães, dia dos pais, dia do c... (a língua era afiada também): "Uma falsidade que só serve para deixar as pessoas tristes" "Dia das Mães tem de ser todo dia, porque o que a gente aguenta de malcriação dos filhos!...", resmungava. Pensando no mundo todo, porque a gente com ela sempre pisou bem miudinho.
Na verdade, esse monte de lembranças tem vindo à minha cabeça desde que há mais de um mês começaram as campanhas publicitárias chamando e convencendo o pessoal a gastar. É um tal de mãe linda abraçando bebê fofinho, frases de efeito para vender linguiça e cerveja em supermercados, jingles chatos martelando. Um tal de mãe é isso, mãe só tem uma, avó mãe da mãe. Compre um carro, uma blusinha, uma bolsa, sapato, celular, geladeira. Se for no shopping tal, e gastar gostoso, a partir de, pode até levar brilhantes. Claro, só se for sorteado um daqueles cupons infernais. O barato agora é mostrar as mães sempre jovens, lindas, cabelos ao vento, dentes brancos, sorridentes, ricas, magras, sem sofrimentos de parto, dinheiro para dar e vender, maridos apaixonados.
Coitadas das mães reais. Devem se sentir um lixo vendo aquilo. As mães reais têm mesmo pouco espaço na mídia. A não ser quando se manifestam por seus filhos assassinados ou desaparecidos.
A gente não vê muito aquelas que tiram da própria boca para alimentar os filhos, as mães que são "pais" e paus para toda a obra, as abandonadas, as que quiseram continuar solteiras, aquelas que não têm com quem nem onde deixar os filhos, as desesperadas porque os filhos seguiram direções contrárias, inclusive à lei. Mães que trabalham fora e passam o dia inteiro muito preocupadas ou se culpando por não ter tempo de dar atenção, as mães da dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho. As tantas mães prostitutas que vêm para a cidade grande para ganhar algum para mandar, em geral para a mãe que cuida de seus filhos lá bem longe.
Essas imagens não vendem perfumes. Entendo. Mas se o Dia é das Mães também não podem ser esquecidas, nem lembradas só na hora das bolsas-família que as transformam em verdadeiras parideiras de salários. A cada filho ganham um pouco mais - parece aquelas ofertas de Leve 3, pague 1. E toma sustentar o malandro, que comparece só para fazê-la ser mãe mais uma vez.
Enfim, por mais que você seja preparado, terapeutizado e psicanalizado, datas como essa do Dia das Mães que chegam acompanhadas do tremendo massacre das campanhas publicitárias só servem realmente para nos deixar tristes, muito tristes. Não só quem não tem mãe, ou perdeu a mãe. Também entristece a quem gostaria de poder dar à sua própria mãe todas aquelas coisas. Não há musiquinha doce nem brinde de sanduíche que console.
E o que é pior: se você quiser ir almoçar fora no tal domingo, e não tem mãe, melhor arrumar logo uma postiça, para pelo menos arranjar um lugar na fila. Se tem, já vá se preparando, porque nunca haverá comida igual a dela, quentinha, feita com amor, saborosa. E ela vai fazer você saber disso, resmungando, pondo defeito em tudo, inclusive reclamando do preço da conta e fazendo cálculos do que poderia ter comprado com aquele dinheiro.
Isso, claro, se for uma mãe real, não dessas de propaganda. Muito menos dessas propagandas ridículas que estão no ar.
A NOVA VIDA DE DONA NEGA
Por Michelle Martins ... Lágrimas... Não são lágrimas de tristeza, não são lágrimas de sofrer, são lágrimas de carinho, de lembranças. Lembranças de algo que se passou com o tempo e que nunca se apagarão. - Ei vovó, vim fazer comida para a senhora. - Me dá uma florzinha do jardim? Saudades da sua mãozinha sempre acariciando a minha quando estava perto. Mesmo na dor, o bom humor sempre reinava. Saudades do seu tempero, do seu cheiro gostoso, do seu olhar feliz! Nega... nossa neguinha. Mulher forte, lutadora e que construiu uma vida cheia de carinho, amor, dedicação aos 9 filhos, 36 (+1 eu) netos e 16 bisnetos. Essencial na vida de alguns, um anjo na vida de outros. Sempre tentando ajudar quem precisa. Oferecendo espaço nesse enorme coração a quem quer que se aproxime. Hoje está ao lado do amor de sua vida - Vovô Ryl -, outro eterno nas nossas vidas e que, tenho certeza, "mexeu seus pauzinhos" lá no céu e me re-apresentou o grande amor da minha vida, Frederico Santos e Silva, seu neto. Quem diria, não é vovó Nega, nasci para ser sua neta mesmo! Não vou dizer que a senhora nos deixou. Apenas está descansando para nos encontrarmos em um outro mundo que é completamente diferente deste, onde todo o carinho, amor e humildade estão sempre presentes, assim como estiveram em toda a sua jornada. Vá, Dona Maria Alves dos Santos, vá descansar! Pegue a sua "Ferrari" e, antes que encontre o senhor, jogue-a fora, porque sua alma está livre. Livre de enfermidades, livre de qualquer limitação. Dê um enorme abraço em minha avó Alaíde. E que Deus a acompanhe e te dê paz nessa nova jornada repleta de vida!
Por José Ponciano Neto ... No dia 19 de abril os montes-clarenses e espinosenses terão de comemorar, não só o dia do Exército Brasileiro e do índio, mas, a posse da primeira mulher a ocupar um alto cargo na corte do TSE. Trata-se de uma montes-clarense filha de uma família tradicional em Espinosa. Diante deste fato histórico, o Grupo Escolar Francisco Sá de Montes Claros também entra para história. Por quê? A Ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha estudou neste educandário de 1962 a 1965, numa época literalmente conturbada. Era a pré e pós revolução militar. A escola pública era de alto nível. Quando o aluno passava pela “admissão” (tipo um vestibular para ingressar no ginásio), os do Francisco Sá destacavam, como destacamos no Colégio São José. Tínhamos grandiosas professoras, entre elas, a linda Maria Alice, Geraldinha Figueiredo, Zorilda Madureira (brava!), Zildete Viana e outras que me esqueci. Agora, campeã era a nossa educada diretora Terezinha Meira. Sempre que aprontávamos na sala, ela nos orientava com tanta educação que era melhor tomar palmatória na mão. Além da Carmem Lúcia Antunes, tinha as gêmeas Mercês e Maria Edwiges, Laura, Marina, Fatinha, tinha uma colega da família de Armando Chaves que não lembro o nome. Entre os alunos, Ernani Meira (o mais quietinho), Mario Lúcio Araujo (hoje general do Exército e filho de Zé Amaro), Silvio, Francisco, Eduardo Brasil, Nem padinha, Milton, Elton do Correio, Manoel Oliveira, José Alfredo, Jadir (Café Galo) e seu irmão Jader. Os mais atentados eram transferidos para sala de Dona Zorilda Madureira, inclusive eu, que sempre dava trabalho. Saudades do mingau caramelado da cantineira dona Lia, da beleza das nossas colegas que sempre nos faziam sonhar durante a nossa privacidade. A ministra e presidenta do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, as professoras, diretoras e todos os alunos citados é um exemplo da escola pública do passado. Quem não formou o terceiro grau, pelo menos não marginalizaram. Parabéns para o Grupo Escolar Francisco Sá e também o Gonçalves Chaves do Marcos Darcy e do sobrinho Ucho, outra escola de exemplo. Pena que não sou jornalista para aprofundar mais na história dessa ministra.
Por Leonardo Álvares da Silva Campos ... Exatamente no casamento de Babi, o padre foi de uma infelicidade gritante, se bem que não sabia que na sua frente estava uma mulher de dupla personalidade, dissimulada, pecadora e que traía por compulsão, para quem importava tão-somente os prazeres carnais. O respeito ao sentimento do próximo não constava de sua cartilha. Mentir era o seu delito mais ameno. O religioso, achando estar concitando o casal a compartilhar a nova vida a dois como unha e carne, fazia um sermão alegando que no mistério do amor o que estragava tudo era a ideia de posse, posto que as flores não precisavam ser apanhadas nos jardins, elas se davam naturalmente, arrematando por condenar o matrimônio indissolúvel. Era o verbo que Babi melhor sabia conjugar: dar. Ela vinha de outra cidade, na qual levara uma vida de devassidão e abominações a tudo quanto fosse honesto e a Deus. Para ela, o Criador não passava de uma fanfarronice. A mulher se deitava com qualquer um, por dinheiro ou não, e não dispensava as drogas. Homens para acompanhá-la em sua vida desregrada e imunda não lhe faltavam, afinal era de uma beleza ímpar. Aquela aberração da espécie humana, verdadeira erva daninha, mas que entendia tudo da arte da sedução, acreditava piamente que a justiça consistia em se dar, no sentido carnal, a todos. Assim dava o seu o corpo até para os pobres, entendendo que assim ficava próxima de um projeto inicial de criação, em que pese o seu ateísmo. Não admitia que fosse acusada pela exclusão social dos menos bafejados pela sorte, pelo menos no concernente a sexo. No fundo, quando ajudamos o pobre, estamos na realidade devolvendo o que lhe pertence por direito e que um dia lhe foi roubado - pensava inteiramente convicta Babi. Quem criou as diferenças foi o próprio homem, ela concluía, assim partindo para a sua atividade sexual frenética sem nenhum drama de consciência. Detentora de um esplendoroso corpo, malhado, sarado, a terrível criatura, no entanto, preferia os ricos, assim nunca faltavam em sua alcova bebidas da melhor qualidade, drogas e um carro para facilitar as idas e vindas em busca de novas fantasias para pôr em prática. Seu íntimo era, assim, um verdadeiro covil para aquele espírito imundo e detestável. Sonhava, por outro lado, em encontrar um dia um marido com quem mantivesse um casamento aberto, cada um contando para o outro detalhes dos seus relacionamentos extraconjugais, e mesmo ambos partilhando com outro homem ou mulher a mesma suíte de motel. Como regra, o ciúme seria abolido, não haveria lugar para a ideia de posse a estragar tudo. Ela chegava mesmo a alimentar a fantasia de, já na lua de mel, entregar-se ao marido e a outro homem, ou ao marido e outra mulher. É que certa vez leu em algum lugar sobre Afrodite, ou Vênus para os romanos, a deusa do amor erótico e da beleza, que foi casada com Héfeso e era amante de vários deuses, mitologicamente sendo considerada a deusa que mais aceitava, compreendia e amava os homens. Passou então a acreditar na existência real de Vênus, tomando-a como fonte de admiração e inspiração. Daí que lhe surgiu a ideia de ter um marido liberal que não lhe limitasse a liberdade. Tinha que conseguir um casamento aberto, era o seu ideal inarredável, sem esquecer-se da inédita lua de mel. Assim ela se rejubilou intimamente quando o padre, exatamente em suas núpcias, condenou o matrimônio indissolúvel e proclamou que era a ideia de posse a estragar o mistério do amor. Ou seja, mesmo sem qualquer intenção, o religioso lançou a infeliz colocação, dando mais asa para a cobra vestida de noiva ali em pleno altar. Todavia, a pecadora e cria do demônio teve de abandonar a sua cidade natal por corrupção de menores - adolescentes de ambos os sexos eram por ela envolvidos, logo aprendendo até mesmo a furtar e a usar drogas, adquiridas com o dinheiro advindo daqueles pequenos furtos - drogas inaladas e mesmo lambidas em corpos suados cheirando a sexo. A mulher não chegou a ser presa, vez que fora informada por uma autoridade, que era um dos seus companheiros de orgias, a desaparecer. As famílias das vítimas optaram então por não formalizar uma queixa, preferindo evitar o escândalo. Na cidade distante para a qual se mudou, todos admirando aquela beleza, mas sem saber de tanta luxúria que carregava em seu íntimo, Babi, instalada há pouco tempo num hotel e pedindo a todos que fosse tratada por Bia, questão de cautela, viu-se certo dia surpreendida por uma chuva forte, refugiando-se por instantes num templo evangélico. No local, coincidência ou não, o pastor, enquanto agitava nervosamente a Bíblia em uma das mãos, vociferava acerca de uma passagem do Apocalipse sobre a destruição da grande meretriz, prostituta de reis da terra e que, com o vinho de sua devassidão, se embriagaram os seus habitantes. Quase gritando, continuou ressaltando que a grande meretriz tinha nas mãos um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícies da sua prostituição. Babi, agora Bia, ria interiormente daquela pregação que achava uma boçalidade, percebendo após que o pastor passou a ler a parte final do texto bíblico, dando à voz todo o ar dos seus pulmões. “ - Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos. Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo suas obras, e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela. Quando a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso em um só dia sobrevirão os seus flagelos, morte, pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor que a julgou. Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaça do seu incêndio, e, conservando-se de longe pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! ai! tu, grande cidade, Babilônia, tu poderosa cidade! pois em uma só hora chegou o teu juízo.” A mulher, que mais parecia uma égua de rodeio e diuturnamente no cio, só parou de achar graça interiormente ao ouvir a palavra Babilônia, já que o seu nome constava das quatro primeiras letras da cidade mencionada na Bíblia: Babi. Já quase não chovia, ela se retirou do templo. Uma vez na rua, balançando com arte a bunda perfeita, com toda a beleza e a delicadeza próprias de sua idade, tudo na mais perfeita consonância com a ideologia ocidental, Babi percebeu quando um homem, bastante simpático e educado, parou o carro ao seu lado e lhe ofereceu uma carona, que aceitou imediatamente. Era um engenheiro, pessoa honesta, temente a Deus e de família tradicional do lugar. Ingênuo, o moço era um bom e respeitado profissional. Um ano depois estava casando-se com Babi, embevecido pela sua formosura, nem chegou a perceber a personalidade malévola de sua futura consorte, que para ele se disfarçava de séria, porém não passava de um imbróglio. No ínterim de sua chegada ao lugar e a data de suas núpcias, Babi, ou Bia, já conseguira seduzir o proprietário do hotel, então transformado em seu amante e quem lhe conseguia drogas, além de não lhe cobrar a hospedagem nem a alimentação, presenteando-a ainda com as melhores roupas. O hoteleiro era um dos padrinhos do casamento, convite que lhe fora feito com antecedência. A mulher também não se esqueceu dos pobres; fornicava, sempre que possível, com um jardineiro assalariado, com um comerciante falido e um cobrador. Tudo no mais absoluto sigilo, sem cair na boca do povo. Se as coisas estavam dando certo para a maquiavélica mulher, por outro lado ela se sentia vazia e fracassada. Era que o futuro marido, ao contrário de ser liberal, nutria-lhe um ciúme doentio. Dizia-lhe mesmo que sexo só após o casamento. Com o tempo certamente ele estará como planejei o meu marido, mormente se ele passar a usar drogas comigo, pois a droga faz o macho baixar a guarda, perder o caráter, aceitar qualquer coisa numa bacanal - entabulava aquela mente satânica. Na cerimônia de casamento, o padre apregoava por conseguinte uma justiça igualitária, com distribuição dos bens entre todos. A mulher estava impecavelmente a rigor para a cerimônia: vestido longo e luvas brancas, véu e grinalda. Sentia um frescor subindo-lhe pelas pernas, pois nada vestia por baixo. Vez ou outra, fitava o hoteleiro seu amante e agora padrinho. Por outro lado, ostentava uma novidade: colocara um piercing no umbigo, que julgava ser o acessório feminino número um para agradar aos homens. O mais novo esposo da cidade não economizara com despesas na festa de recepção no clube com decoração suntuosa, arranjos florais em todos os cantos, se bem que Bia gostava realmente era das trepadeiras, lugar-comum em sua vida desregrada. Políticos, empresários, delegado de polícia, autoridades judiciárias e outros se faziam presentes, enfim toda a alta sociedade era vista na recepção. No clube trabalhava o jardineiro assalariado, que já vinha recebendo a caridade da mulher. A recepção, com certeza, vararia a madrugada. Enquanto a orquestra, famosa e trazida de longe, tocava, o padre, que como outros de destaque social se fazia presente, em determinado momento passou a ler para um dos convidados um trecho da Bíblia, atraindo a atenção de outros, inclusive do marido: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço, isso faço.” O religioso prosseguia em sua leitura sob os olhares atentos de quase todos. Foi quando a noiva deu um toque de longe para o hoteleiro acompanhá-la ao banheiro. Com a porta trancada por dentro e ainda com o vestido do casamento, que ergueu até a cintura, ela entregou-se ao amante. Durante o coito ainda divertiam-se olhando o ato no enorme espelho, adaptado para uma peça de mármore de Carrara e que, numa de suas saliências, tinha uma estátua de Amon-Ra, divindade egípcia representada por um homem com cabeça de carneiro, hoje jocosamente apontado como o deus dos chifrudos. Deu-se um orgasmo rápido e simultâneo. Os lascivos ainda escutavam a orquestra tocando do lado de fora enquanto faziam uma rápida limpeza. Voltaram ao salão sem despertar suspeitas. O padre, tomando refrigerante, continuava falando sobre temas bíblicos para alguns, porém novos grupos se formaram, alguns discutindo política, outros aproveitando o tempo tratando de negócios, em meio a bebidas caras, como o vinho Vega Sicilia e champanhe Laurent Perrier, e salgados, enquanto esperavam pelo jantar encomendado da capital. Havia ainda pares animados na pista de dança. A mulher, parecendo insatisfeita, foi até o jardim e, na relva úmida mesmo, foi possuída pelo jardineiro sob a proteção de uma baixa vegetação arbustiva. Ela retornou ao banheiro para nova limpeza, banho de passarinho, inclusive despindo-se para retirar pedaços de relva que ficaram grudados ao vestido. Retocou a maquiagem, passou batom novamente, perfumou-se e voltou para o salão. O marido estava numa das mesas com uns amigos mais íntimos, já levemente embriagado, parecendo não ter pressa na consumação do casamento pela primeira relação sexual. Os convivas prestaram novas reverências à noiva ao lado, mas nenhum deles teve a educação de oferecer-lhe uma cadeira. Babi parecia zangada diante da tranqüilidade daquele que seria teoricamente o seu companheiro para o resto da vida, mas nada deixou transparecer ao retirar-se. Ela se reuniu então a um grupo de mulheres, uma das quais, uma linda loira divorciada do tipo ariano, corpo bem feito que o longo vestido branco, um pouco transparente, desenhava com detalhes, passou a cobri-la de atenções e gentilezas. As duas se entenderam imediatamente. Levando suas taças de champanhe, seguiram até um reservado do clube, com total privacidade para conversas particulares, com enormes sofás, tapetes persas pelo chão e quadros de pintores famosos pelas paredes. Não demorou muito e as duas estavam nuas e entrelaçadas num dos sofás. Tinham pressa em variar as posições. Foi assim que uma bola de ouro do piercing da noiva soltou-se sem ser percebida quando ela levantava o rosto do meio das pernas da loura para buscar o seu rosto. Naquele frenesi sexual, a peça de ouro do piercing já desprovida de sua bola transfixou o clitóris da fêmea representante da raça ariana, lacerando a sua carne. Os gritos de dor vindos do reservado foram escutados no salão, mesmo com o som da orquestra. Foi o próprio delegado, de arma em punho já pensando numa tentativa de assassinato, a arrombar a porta, que não dada passagem a todos os convidados, entre curiosos e temerosos. Cena inusitada. Era inteiramente impossível desatrelar ali a noiva e a loira inteiramente nuas, o umbigo da primeira parecendo costurado ao clitóris da outra pelo fino e delicado fio de ouro do piercing, enquanto o sangue derramava das carnes dilaceradas. Só mesmo no hospital. A ambulância chegou rapidamente. Não chegou a haver separação, o casamento foi anulado mesmo por erro sobre a identidade de outro cônjuge, posto que o homem desposara mulher decaída sem que o soubesse, tomando conhecimento do seu baixo caráter e depravação de costumes somente quando das núpcias, situações antes encobertas. Bia, que abandonou de vez o seu nome de registro, ficou pela cidade mesmo, afinal não era caso de polícia, todos provando de sua luxúria e abominações, tanto os ricos quanto os pobres. Menos o ex-nubente, que continuou em sua vida metódica, mantendo sua honra e boa fama.
COMUNICADO
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