“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem... O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais – ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. Viver é um descuido prosseguido.” (João Guimarães Rosa)
NOS GROTÕES E BURGOS PODRES
Por Mara Narciso
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Por princípio, as nações evoluídas cuidam da infância e da velhice. O Brasil quer progredir, tanto que é Ordem e Progresso o lema da bandeira brasileira. Inebriados pela visão da festiva classe C, enaltecida pelos meios de comunicação, e bem-vinda ao consumo, os brasileiros em geral fazem de conta que o pior foi vencido. A nova classe C é gente que tem celular, internet, TV de plasma e viaja de avião.
Quando o inesquecível Tancredo Neves referia-se a locais atrasados, de pensamento político retrógrado, os depreciava dizendo tratar-se de grotões e burgos podres. Pois o nosso imenso país, ainda possui tais lugares, classificado assim pelo atraso de sua gente, independente do pensamento político, se é que possam ter esse luxo. Muitos nem imaginam como vivem essas pessoas. Ouvem-se piadas sobre as bolsas dadas a elas pelo Governo, e com deboche se fala em bolsa gás, bolsa táxi e até bolsa picolé. Minha gente – pedindo emprestadas as palavras a Fernando Collor - ainda há um Brasil que mal aparece. Não é um povo escasso, raro e pitoresco, pinçado por Marcelo Canellas, o jornalista da Rede Globo, para fazer reportagens premiadas sobre a Fome e envergonhar o país não. É um mundo verdadeiro, que bate na nossa cara, e como o lixo que bóia nas enchentes, o queremos longe das nossas vistas.
Com a ajuda da Prefeitura de origem, uma mãe consegue uma consulta com especialista na cidade pólo, e traz sua filha. Não sabe dizer o que a menina tem. Pergunta se no papel que trouxe não dizia. É uma mulher sem dentes, de vestimenta pobre, pele escura, cabelos em desalinho, suada e com ar cansado. Chegou a se deitar no sofá da sala de espera, devido ao mal estar dado pelos transtornos da viagem. Tem fala rude, de difícil compreensão. A comunicação é primitiva e dificultosa. É preciso chegar junto, para buscar uma conversa possível. Com um saca-rolhas, vai-se descobrindo o caso. Com três anos a criança, hoje mal completando nove, começou a desenvolver as mamas. A palavra pelo, para denominar pelagem na área genital, era desconhecida da mãe. Mas, enfim, foi possível deduzir que havia um desenvolvimento puberal, e uma menstruação, porém a mãe não sabia quando. Talvez há uns seis meses, mas era apenas uma hipótese. Trouxe a filha porque uma médica disse não ser normal. Será que era? Pelo menos não tinha se repetido.
Examinada, a criança estava bem formada, uma estrangeira dentro de um corpo arredondado de adolescente. Retraída, e muito assustada, possivelmente era a primeira vez que ia a uma cidade maior. Nascida e criada numa zona rural, um tanto afastada de uma pequena cidade sem recursos, a muito custo tinha conseguido chegar com a ajuda do poder público. A menina tinha 26 quilos e media 1,33 m . Era um caso de puberdade precoce, já sem condições de tratamento ideal pelo avançado da situação. O Governo fornece a injeção mensal, para bloquear a puberdade, cujo custo é em torno de R$500,00 por mês, porém até os nove anos de idade. O prazo já estava vencido. Também seria preciso fazer um mínimo de exames para afastar a possibilidade de tumor, embora, pela experiência, deveria ser a puberdade precoce verdadeira, que é o amadurecer antes da época. Os riscos eram todos: infância perdida, possibilidade de abuso sexual e gravidez e finalização do crescimento.
A mãe, com toda a dificuldade de comunicação, falou ter 47 anos, uma dúzia de filhos e não ter renda. Recebe R$125,00 do Governo a título de Bolsa Família. Abaixo da criança presente à consulta, havia outra, de seis anos. O tratamento já estava todo atrasado. Diante do impasse, como ajudar? Como resolver minimamente o problema dessa criança?
Pessoas assim existem mesmo, dentro de um mundo real e injusto. São brasileiros vivendo num estado de penúria inominável, sem acesso a informação ou a mínima condição de sobrevivência, higiene e dignidade. Não é um caso único ou curiosidade capturada no meio do nada. É uma gente com anseios, desejos e sofrimentos. Uma fictícia Bolsa Picolé talvez não vá resolver a situação, mas ainda assim, quem a tiver, que se ofereça para ajudar.
As notícias e comentários publicados por A Província, quando não assinados, têm como fontes: Extra Online, G1, Planeta Bizarro, Page Not Found, Hoje em Dia, agências nacionais e internacionais, pmonline, corpo de bombeiros e os próprios leitores.
Por Dirceu Cardoso Gonçalves ... Por tudo o que se tem dito nos últimos meses, o esquema de Carlinhos Cachoeira é uma insidiosa moléstia que acomete os escaninhos de diferentes instâncias do poder, em todo o território nacional. Extirpá-lo, punir severamente seus operadores e beneficiários e repor ao cofre público aquilo que de lá foi retirado indevidamente é o mínimo que a sociedade deseja. Mas, as primeiras movimentações da CPI que se instala no Congresso deixam muitas interrogações e a sensação de que poderemos ser mais uma vez enganados. Governistas querem blindar uns e acusar outros e oposicionistas pretendem descarregar tudo contra o governo. Errado: o que mais se espera é a apuração transparente e sem protecionismo e, principalmente, o fim da sangria ao erário tanto por esse quanto por outros possíveis esquemas do gênero. Os congressistas começam a CPI analisando os documentos produzidos pela Polícia Federal e hoje na posse do Judiciário. São denúncias graves. Mas que não justificam a montagem de um circense estado de crise. Como seus poderes são limitados, basta que verifiquem com a devida urgência o grau de envolvimento de cada detentor de mandato e se ele ofendeu ao decoro do cargo. Se ofendeu, casse-lhe o mandato, e pronto! Até porque, os crimes cometidos têm de ser julgados e punidos pelo Judiciário. Senador e deputado não podem mandar ninguém para a cadeia. Não venham os senhores deputados e senadores – governistas e oposicionistas – usar a apuração protelatória para esperar passarem as eleições, que ocorrem em outubro, e aí usarem a pirotecnia de uma medida radical (como a cassação do senador Demóstenes Torres, por exemplo) para todos posarem de faxineiros da nação. Para cumprirem suas obrigações, basta que cassem os mandatos de seus pares dolosamente envolvidos. O Executivo, também, nem precisa esperar os resultados da CPI. Os inquéritos da PF e processos do Judiciário dão elementos para afastar todos os funcionários e servidores comprometidos com o esquema, sem prejuízo daquilo que cada um tenha ainda de responder à justiça. E, por fim, o Judiciário, com o justo processo, que cumpra a sua tarefa e recoloque cada coisa em seu lugar, sem prejuízo de, também, administrativamente, punir seus próprios integrantes que estejam comprometidos no esquema criminoso. A população vive uma crônica descrença em relação à classe política e ao governo. É o resultado de escândalos e mais escândalos varridos para baixo do tapete. CPIs fajutas, apuradores duvidosos e o corporativismo levaram a classe a esse descrédito. Mas hoje o povo já sabe o que quer. Tanto que, bastou a presidenta Dilma acenar para a faxina e a moralidade administrativa, para ter seus índices de popularidade elevados como os de nenhum outro governante. Abaixo os corporativos enxugadores de gelo, ensacadores de fumaça e enganadores do povo. A sociedade exige seriedade e... solução.
PRA FRENTE É QUE SE ANDA
Por Mara Narciso ... Diante de uma tendência que contraria o que pensamos, entra o argumento: mas sempre foi assim; isso é uma tradição. Tempos atrás não havia redes sociais na internet. O relativamente novo não é bom? Não negando a história, e até mesmo por isso, destacando-a, pensa-se que é preciso aceitar novos costumes. Tragédia seria a estagnação. Vendo fotos da década de 1970, relembro que entre as moças havia duas maneiras de agir, no entanto a maior parte, às claras, sincera ou falsamente, ainda vivia como décadas antes, seguindo os ensinamentos das suas castradas mães. Estas, reprimidas pelas suas próprias mães, e em seguida pelos maridos ditadores, rezavam numa cartilha prá lá de insustentável, considerando, pelas palavras do meu bisavô, Jason Gero de Souza Lima, morto em 1931, que “mulher é estopa, homem é fogo e o capeta atiça”. Há 40 anos, em tese, nas boas famílias as moças não saiam à noite sozinhas, apenas com irmãos, tios ou pais (de alguma maneira lembra o Talibã). Uma mulher de bem, vestia-se com decência (toda escondida por panos), e não entrava sozinha numa festa. Ia e voltava acompanhada pela família. Tudo acontecia cedo da noite, iniciando 20 h, indo até a meia-noite, no máximo. No ambiente iluminado, não se via agarração e nem beijos. A dança era discreta. Após a permissão do pai, o namoro se dava na sala de visitas, na presença de alguém. As moças eram orientadas a não darem a mão aos namorados, pois senão eles iriam querer o restante. No cinema, à tarde, era necessário ao menos uma amiga para “segurar a vela”. Existiam as figuras da mulher fácil, da mulher falada, e a temida mulher desmoralizada, aquela que saia de carro com os rapazes, que iam a piqueniques e que não se davam ao respeito. A ordem era não beijar na boca antes de ser noiva de casamento marcado. Assim, estaria preservada a família. Sexo era obrigatório depois do casamento civil e religioso. Lembrar disso surpreende por se mostrar pintado com tintas do impossível. Seguir essa cartilha era para pessoas que acreditavam nos rigores da punição divina. Ou da punição paterna, geralmente homens falsos, que tinham mais de uma mulher a vida toda. Ainda assim, põe hipocrisia nisso, pois havia grupos de moças que se rebelavam, ainda que caladas, se negando a cumprir esse manual. O mais estranho é que a maioria das mulheres dessa geração se casou virgem. Mesmo quando permitiam algum “avanço do sinal”. Os rapazes seus contemporâneos eram levados por homens mais velhos, por volta dos 14 anos de idade, a uma zona boêmia, e não raro, as namoradas sabiam que depois do namoro, com direito a um ou outro beijinho, eles iam encontrar-se com prostitutas. Lá eram estimulados a chegarem ao prazer em dois minutos. E as suas futuras esposas a nunca ceder aos desejos, guardando-os para o futuro. Um dia o futuro chega, e então? O desencontro é a norma, e o aprendizado a dois uma dificuldade. Um com ejaculação precoce e a outra frígida. Como regular a temperatura? Alguns encontraram a paz na cama, mas essas pessoas, que hoje se encontram entre 50 e 60 anos, estão se separando como nunca. A relação interpessoal é importante, mas a questão sexual tem conta alta. O desacerto de décadas está cobrando juros caros. As mulheres que se livraram das amarras e saíram na frente, procuraram o que julgavam certo, sem escutar normas irreais. Foram buscar e estão felizes, viveram de forma natural, sem perseguir o impossível. Outras, castradas, foram mães e fingiram que não foram. Por ordens da família abandonaram seus filhos em orfanatos. Vergonha era ser mãe solteira, outra figura que existia então. Incentivadas pela família, o abandono não era tão condenável quanto o sexo, embora muitas ainda hoje se sintam culpadas, procurando às cegas pelo passado. Desmoralizadas? Balela. Todas se casaram, algumas mais de uma vez, formaram-se, serviram e servem a sociedade, são respeitadas, inclusive pelos hipócritas, aqueles que fizeram por ditar, mas jamais seguir os próprios ditames. Anos atrás, era impossível uma menina de menos de 15 anos namorar, ou um casal solteiro dormir junto, na casa dos pais. O pragmatismo tomou conta. Os pais que assim os permitem, acham melhor do que na rua. Alguns ainda consideram imoral o sexo fora do casamento. Outros acham a corrupção, a fome e as guerras bem piores. E estão aí na cara, ou até na casa de alguns.
AMOR NA ZONA
Por Alberto Sena
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Quem cobriu o setor de polícia para O Jornal de Montes Claros (1970/ 72) e Estado de Minas (1972/79) durante quase dez anos acumulou na vida prática tudo que advém de matérias acadêmicas cujas denominações terminam em ‘gia’: antropologia, sociologia, psicologia etc., além de olho clínico para dizer o que é e o que não é. Daí fazer aqui, com base na vivência cotidiana, um vaticínio sobre o livro Amor na Zona organizado por Geraldo Maurício, do qual ele próprio participa, juntamente com mais 17 outros autores: o livro corre sério risco de ser lido e trelido em todo o Brasil depois de lançado em Belo Horizonte, na noite de 1º de junho próximo, uma sexta-feira, no Hotel Liberdade, de Paulinho Boechat. O evento já tem até nome: “Uma festa na zona”.
A equipe organizadora do lançamento concluiu que, se não mais existe aquela zona boêmia romântica e folclórica como antigamente, reconstruir o ambiente em “mise-en-scéne” de cinema poderia se encaixar bem naquela expressão: “A emenda saiu pior do que o soneto”. As zonas boêmias dos dias atuais têm outras características e se resumem em motéis, boates de show e danças. “É justamente isto que queremos mostrar”, disse Geraldo Maurício.
Amor na Zona foi organizado com base numa certa cronologia. Os textos, todos contendo narrativas do tempo em que lá em Montes Claros e de resto em todo o território nacional, a maioria dos homens iniciou vida sexual em zonas boêmias, estas existiam em profusão em determinadas regiões brasileiras, numas mais e noutras menos. Em Montes Claros havia na época contextualizada, verdadeiro “amor de zona”. Havia certo romantismo, glamour até.
O livro a ser lançado será lido tanto quanto por quem vivenciou experiências semelhantes na época retratada, 1960/70 e até antes, como pelas gerações atuais. Despretensiosamente, o livro traça uma linha do tempo e por meio dele quem não conheceu poderá conhecer agora e comparar os avanços em relação ao sexo, antes considerado tabu e hoje banalizado. Tão banalizado que as zonas boemias tão desancadas em épocas passadas perderam a razão de existir, e se existir ainda alguma deve estar restrita aos rincões do Brasil.
O leitor vai perceber, naquele tempo em que se namorava de mãos dadas, beijos fortuitos eram roubados, abraços, e quando muito em alguns casos se conseguia “um sarro”, como se dizia na época, ao contrário de hoje, tudo pode acontecer entre os namorados logo no primeiro encontro. A diferença é que naquelas décadas perdidas no tempo, amor de zona tinha romantismo também. Havia, inclusive, casos de pessoas “bem-casadas” da sociedade montes-clarense que mantinham mulheres na zona boêmia. Diziam: “Não mexa com aquela ali não porque ela é mulher de fulano...”
Amor na Zona tem prefácio do escritor, ex-juiz de direito, roedor contumaz de pequi, Augusto Vieira, que atende pelo epíteto de Bala-Doce. O livro traz textos de Darcy Ribeiro, João Valle Maurício, Mario Ribeiro Filho e de gente muito viva como Ademir Fialho, Augusto Vieira, Alberto Sena, Armênio Graça Filho, Alvarez, Haroldo Tourinho, Hildeberto Mendes, Geraldo Maurício, Marcos A. Pereira, Mazinho Silva, Murilo Antunes, Paulo Henrique Souto, Raphael Reys, Tininho Silva e Virgínia de Paula.
O lançamento do livro acontecerá na véspera do Dia Internacional das Prostitutas (dois de junho). A data veio a calhar, porque estão previstos vários eventos em Belo Horizonte neste ano. Esse foi o gancho que a equipe organizadora do lançamento precisava para promover o evento, que é do interesse de homens e mulheres, profissionais de psicologia, antropologia, sociologia, sexologia, literatura, intelectuais/jornalistas e quem mais se interessar possa.
Como escreveu em 2008, Letícia Barreto, autora de uma tese sobre a prostituição em Belo Horizonte, nas cercanias da Rua Guaicurus, “zona boêmia pode também ser uma coisa séria”. E era mesmo, pelo menos lá em Montes Claros. Naquela época, zona boêmia era tão séria que “as pessoas de bem” davam voltas para não passar próximas do local. Para as crianças então, zona boêmia era a mesma coisa que “casa do capeta”. Mal sabiam esses meninos que logo estariam fazendo diabruras por lá.
NUNCA DUVIDEM DAS MINHAS CERTEZAS, NEM DAS MINHAS CASMURRICES
Por Mara Narciso
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Não se enganem os aficionados pela literatura. Gosto de dar meus trinados opinativos, porém não tenho conhecimento para fazer crítica literária. Quem tem, e se preparou bastante, dando uma aula técnica impecável sobre Dom Casmurro, a obra prima de Machado de Assis, foi Miriam Carvalho, escritora, poetisa e mestra em Literatura.
Um erro dos que querem formar leitores é obrigar meninos e meninas adolescentes a ler Dom Casmurro. A leitura é possível, porém, pela densidade do tema, o natural é afugentar. O adulto interessado pode chegar e desvendar a alma de Bento e sua visão do caráter de Maria Capitolina. Conheça Capitu, a mulher dos olhos de ressaca, aqueles que atraem como vagalhões, as ondas violentas, cuja força traga o banhista para o fundo do mar.
A nona reunião do Clube de Leitura Ateliê/Galeria Felicidade Patrocínio foi numa noite de domingo, na qual mais de duas dúzias de leitores apaixonados discutiram não o sexo dos anjos, mas a narrativa de Bentinho, onipresente, onisciente, sabedor dos pensamentos e sentimentos das personagens que desfilaram no Rio de Janeiro após 1857. Miriam Carvalho observa que o autor se explica, enquanto o leitor constrói sua ideia. É como se fosse autobiográfico, memorialista, ou confessional. Para ela, os acontecimentos não são autênticos. Diz que não existe uma terceira pessoa que atuaria como intermediador. No inquérito não há separação entre narrador e protagonista, sendo Bentinho ao mesmo tempo vítima e juiz.
A palestrante falou que “Capitu tem olhos que puxam e arrastam, e num esforço de descrevê-la de forma isenta, o narrador devassa a sua interioridade”. Quando é pega em situação de desalinho, se recompõe num ímpeto, o que prova falsidade. Miriam relata que após o casamento e o aumento do ciúme, Capitu, uma mulher decidida e admirável, vai se apagando, e com as insinuações maldosas fica uma quase desaparecida. A cegueira do ciúme faz a curiosidade dela ser outra característica de infidelidade. E detalha: “quando Bentinho vê Capitu olhando o cadáver do amigo Escobar, entende a cena como confissão de culpa, fala do que vê como se fosse com isenção, como se tratasse da veracidade dos fatos. Mas a intenção é acusar a esposa e conquistar a credibilidade do leitor.” Analisa assim: “O narrador introjeta na narrativa o auditor, tanto quando afirma, como quando nega. É sagaz quando atrai o leitor. A mediação de quem lê é chamada para angariar sua adesão”.
Quando Ezequiel, o filho do casal, mostra semelhanças físicas com Escobar, a racionalidade foge, e Bentinho planeja a própria morte, sendo que depois passa a planejar a morte do filho. “Há um abismo entre os valores éticos do narrador e os do leitor”, diz Miriam. Bentinho é sincero na sua decisão de matar o filho, porém quer o leitor ao seu lado. Acontece que “a narrativa tem estrutura cíclica, vai e volta, e Capitu é a primeira a sugerir o fato da semelhança. São interpretações ambivalentes. Mostra não temer, ou seria astúcia para encobrir a prova?”, questiona a palestrante.
Não se joga Capitu aos leões de forma inconsequente, assim como não se trava o jogo de ciúmes impunemente. Na intertextualidade surgem em cena Otelo , Desdêmona e Iago, formando um triângulo amoroso. Alguém vai morrer, e no final, sob o veneno de Iago, morre Desdêmona em Shakespeare e vai exilada Capitu em Machado. Antes , porém, Bentinho sofre o ciúme mortal, aquele do qual não se pode escapar. A certeza se dá em todas as partes do livro, desde o baile, dos braços nus, até o homem tendo ciúmes do mar, para o qual olha sua esposa. Todos os gestos dela levam a mais certezas por parte do marido. Miriam Carvalho dissecou cada célula da personalidade do narrador, dizendo que Bentinho tem ódio no seu ciúme desvairado, querendo domar os “olhos de cigana obliqua e dissimulada”. Ele “descreve a esposa como possuidora de pupilas vagas, boca entreaberta, toda parada. Capitu olhava para si, mas ainda assim a atitude era vista com suspeita”, anota Miriam Carvalho.
Na segunda metade do século 19, há a figura da inviolabilidade materna. Escobar, na ocasião colega de seminário, ajuda Bentinho a escapar do juramento que fez Dona Glória, sua mãe, de torná-lo padre. Essa ajuda, para um homem que já estava apaixonado por Capitu tem um preço alto: a desconfiança patológica. Escobar se casa com Sancha, a melhor amiga de Capitu. O casal está sempre junto. Começam as insinuações. A certeza do adultério é inconsistente, por falta de provas alheias a sua mente. Avançando, Miriam passeia pelas personagens: “José Dias, o agregado da família, é o limite, é o muro que separa o que é aceito do que é proibido. Rompe o impasse da interdição. É confidente, conselheiro, sendo o arrimo para afastá-lo do seminário. Evita melindrar Capitu. Sancha é a hipótese da transgressão. Já Escobar é a certeza. Ezequiel é o confessor, sendo a foto do amigo, idêntica ao filho, a confissão pura.”
Após a morte da esposa na Europa, o filho adulto retorna, e é tão igual ao amigo morto, que é como se ele ressuscitasse, em carne, pois estava da idade deles da época do seminário. “Como fazer para o leitor aceitar a inconsistência da narrativa? O livro transige com as suspeitas, instiga o leitor a reinterpretar. Diz o autor que nem tudo na vida é claro, e assim também são os livros.”
A palestrante informou que a obra acaba de maneira não fechada e muitas conclusões podem ser tiradas. Então, “é preciso ler por detrás do texto. A verdade relativa mata a realidade. A doença do ciúme destroi. Na ocasião do lançamento, ano de 1900, a opinião pública condenou Capitu, mas permanece a dubiedade e a ambigüidade”, relata Miriam. Vinte passagens foram destacadas pela palestrante, e lidas para comprovar o passo a passo. Também comentou sobre a admirável capacidade de Machado de Assis abordar aspectos psicológicos dos personagens, com descrições ricas e hipnóticas. É considerado um gênio literário, que fala ao pé do ouvido do leitor.
Ao fim, Bentinho, como narrador da sua história, é tão envolvente quanto Capitu, pois conta de forma sedutora a sua convicção. Sendo uma obra não terminada, leva a acusações apaixonadas dos homens e defesas monumentais das mulheres. Para a apresentadora, importa pouco se Capitu traiu ou não Bentinho. O mais charmoso da história é não deixar ninguém indiferente, e haver poucas brechas para a defesa da mulher.
Muito se esmiuçou Dom Casmurro, desnudando a obra, no entanto, não basta, pois persiste suscitando paixões descabeladas. Para o escritor Wanderlino Arruda, uma pessoa nunca relê o mesmo livro, pois este modifica o leitor, que numa releitura não é mais o mesmo, e sim outro, assim como o livro, que, já sendo conhecido não é mais aquele da primeira vez. Ao final da apresentação, uma leitora não resistiu, e no calor da discussão sobre a provável traição de Capitu, exaltada, correu à frente para defendê-la. Após a instigante apresentação, Felicidade Patrocínio disse que “a análise de Miriam Carvalho foi um acréscimo ao Clube de Leitura, pois fez um verdadeiro tratado, nos levando a nadar nas palavras do escritor.” E que o mar não esteja em ressaca.
INIMIGOS ATÉ QUANDO?
Por Mara Narciso ... Há quem gaste mais tempo com os inimigos do que com os amigos. Pensa mais naqueles do que nestes. E acha que vale a pena. A inimizade – aversão, má-querença, falta de amizade -, costuma ser mais marcante que seu oposto, porque tem data de início. Não existe inimizade entre desconhecidos. Apenas amigos viram inimigos. Em determinada hora, o sentimento muda, tomando feições de aversão em seus vários graus, iniciado na sequência de palavras ásperas, faladas ou escritas, ou atitudes condenáveis. Dois ditos populares sobre a inimizade: não se deve convidar para a mesma mesa os que são inimigos; onde dois inimigos se encontram não nasce nem capim. A inimizade pode começar após discussão em que cada qual se sente o vencedor e, ainda assim, injustiçado. Costuma se vangloriar por ter dito isso ou aquilo, por ter ofendido, humilhado, desprezado, sido o mais cruel com as palavras. Quando se conhecem de tempos antes, buscam no passado fatos desagradáveis do outro, para usar como arma. Utiliza-se de todos os golpes baixos, iniciando-se aí uma inimizade. Ferrenha é um adjetivo que vem junto. O mundo fica menor, pois inimigos, antes amigos, costumam ter hábitos comuns, como por exemplo, frequentar os mesmos lugares. Os horizontes se fecham por um tempo. Há um luto que pode durar ou não. Depois, a dificuldade poderá ser superada, podendo voltar a se suportar na mesma roda. Ou o mundo fica pequeno para sempre. Quando a briga foi feia – como se existisse briga bonita -, passam a evitar encontros, perdendo oportunidades. Alguns conhecidos fomentam a inimizade levando e trazendo recados e impressões. É o diz-que-diz. Nisto, podem ter um vigor invejável. Os que cultuam um drama vão tecendo as dezenas de defeitos de caráter do inimigo. Pessoas rancorosas deixam a raiva na geladeira para poder tirá-la de lá e comê-la fresquinha, sempre que julgar necessário. Tornados irreconciliáveis inimigos, daí surgem mentiras, maledicências, invencionices. São as tais calúnia e difamação. O outro é visto pelos olhos do ódio, do despeito, o que o faz ainda maior. Em tempos de internet, isso poderá acontecer nas redes sociais, mesmo com as incipientes leis. Os caluniadores poderão ser encontrados, mas fakes existem para dificultar o trabalho da justiça. Quem ganha com isso? Por outro lado, não faltam pacifistas para ajudar a contornar o mal-estar e o constrangimento advindos dos reencontros, na vida real, que mais parecem trombadas. Por força das circunstâncias, há quem, sincero ou não, estenda a mão, e esta é deixada no ar, o cúmulo da falta de educação. Odioso presenciar isso. Nas novelas os inimigos se encontram a todo o instante travando batalhas verbais ou mesmo com acréscimos físicos. Aproximam-se do comportamento animal em disputa de território. Isso eleva o IBOPE, divertindo a audiência que toma um lado para torcer, de acordo com as instruções do autor. A ficção, em todas as suas formas, acha nas desavenças o combustível para suas tramas, afinal, sem intrigas não existe enredo. Sem inimigos, como os heróis vão mostrar suas virtudes e crescer? Na vida real, melhor desejar não ter inimigos. Cultuar a raiva serve a quem? Quando for inevitável o afastamento de alguém que nos feriu, passado o período necessário a cada caso, é melhor perdoar, ausentar-se em definitivo ou não, e se possível esquecer. Como diz o ditado: ter ódio é tomar veneno e esperar que o inimigo morra. Quem se suicida é o escorpião, em sua própria peçonha. Por outro lado, o inimigo estaria sempre errado? Inimizade é sentimento ruim no varejo. É o mal-estar individual, mas quando coletivo causa guerras.
MASTURBAÇÃO VIRTUAL
Por Reginauro Silva
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A paz do seu sorriso pode ser letra de música interpretada por Roberto Carlos mas, muito mais do que isso, é tudo aquilo que impregna o meu viver quando contemplo seu olhar de menina. E é ao som melodioso dessa canção que recrudesce a história dos nossos nãos, e me torço e contorço nos incontáveis sins que nos uniram na desunião e nos separam no reencontro.
Esses enleios que me atiram de volta a seus braços virtuais - já que impossibilitados pela matéria vigente - são os mesmos que teimam em transformar em realidade um passado que não é destino, muito menos ancoradouro de uma paixão insolúvel. E, assim como passado não é destino, futuro também deixa de sê-lo na medida em que confinamos o presente em nossos devaneios celulares. E dentro de cada célula sonho o sugar compulsivo do prazer que é ter você, ainda que à distância, ainda que sob a frieza quente de um gozo virtual.
Afinal, não são enleios nem entremeios nem galanteios nem caminhões de emeios que vão cicatrizar as feridas de dois trêfegos pisoteados por seres que se colocaram no mundo de amores desalmados, namoros incandescentes, junções tempestuosas que só se revelariam deletérias com o avançar do intercurso incolor, da interatividade inodora, da convivência insípida. Em outras palavras, relacionamento que – passados sofregamente os anos – resultaria numa verdadeira água. Sem cheiro, sem cor, sem sabor. Uma tragédia liquefeita.
Verdades se revelariam mentiras, juras se desmanchariam como pó, afinidades afundariam naturalmente beijo pós beijo, cheiro pós cheiro, carinho pós carinho, afago pós afago, encanto pós desencanto, até desfazer-se na proibição total das intimidades que um dia se despiram nuinhas diante de olhos safados, porém apaixonados, de mãos bobas, mas acolhedoras, passes de dança sequenciados de frente para a parede do mijo compartilhado.
E, hoje, tal como o poste que urina no cachorro, a mesma santinha (minha doce santinha) meiga, tênue, sensual, companheira, amiga e sem vergonha que balbuciava “é sua”, quase parte para as vias de fato quando indagada de quem é aquela coisinha linda que tanto orgasmo solfejou nos gritos e gemidos de assustar vizinhos:
- É minha! – grita com raiva não mais a moiçola conivente das brincadeiras de alcova, mas a proprietária protegida pela mata densa, obscura e espinhenta há tanto tempo desusada.
Estranho, muito estranho, mas dolorosamente real: depois de mil e um entranhamentos, hoje somos apenas estranhos... Nada mais?
Acho que não. Mas de que adiantaria um achismo agora, um francesismo que seja, se a realidade nos chama de volta, se as fotos postadas no orkut destruído já não refletem a mesma sensibilidade do dia em que foram produzidas, apesar da mesmice do cenário e das pessoas que nos rodeiam na pose pretérita? Mesmo o banner escondido debaixo da cama já não reflete o assanhamento do flagrante instantâneo daqueles flashes captados ora por uma câmera digital, outras vezes por um fotógrafo analógico. Que dizer, então, dos poemas arquivados naquela cibernética pasta dois-em-um? Agora são simples palavras jogadas umas contra as outras e não umas com as outras, não mais entrelaçadas ao ritmo rimado da alma esfogueada, não mais adocicadas pelo romantismo da jovem guarda que um dia fomos, e que se fizeram dois corações de papel despedaçados pelo cantor dito brega.
E – assim, deste jeito, desta maneira - vou relendo adjetivos substantivados pela aurora de nosso entardecer precoce: Inteligente/boa(bom)/carinhosa(o)/esforçada(o)/determinada(o)/forte/corajosa(o)/paciente/coompanheira(o)/amiga(o)/alegre/responsável/comprometida(o)/asseada(o)/cheirosa(o)/empreendedor(a)/arrojada(o)/honesta(o)/prestativa(o)/amorosa(o)/sensível/atenciosa(o)/disciplinada(o).
Eu sou você sabendo que você me é...
PALAVRÃO É APENAS UMA PALAVRA
Por Reginauro Silva ...
Lendo ou escrevendo, não se deve ter medo das palavras. Não se pode cultuar o dom da escrita temendo o que vai produzir sua mente laboriosa. Então, minha cara telespectadora, a melhor forma de fazer aflorar exatamente o que você pensa neste momento é jogar a palavra contra a tela e não esperar, jamais, que ela se volte contra quem a escreveu. Nada de efeito bumerangue na imaginação libertária dos autores brasileiros.
Já pensou se Clarice Lispector tivesse medo de (***)? Sem apelar para a forma erudita boceta, que nada quer dizer no romance erótico? Só que a (***) de Clarice, da forma com que é concebida, é uma (***) poética, carinhosa, cheia de charme. Uma (***) literária, diria eu. Neste sentido, qualquer (***) ganha leveza e ganha ternura no remelexo das coxas de uma ninfeta ensopada pela lascívia de um príncipe encantado e seu (***) enrijecido, bem no finzinho do capítulo e na chamada da vinheta.
Nada de susto. (***) enrijecido são apenas três sílabas soltas em um plano americano. Nada mais.
Pode consultar a semântica, a filologia, a hermenêutica, todos os compêndios gramaticais, enunciados e pronunciados. Em nenhuma dessas praias você encontrará uma (**) tão gostosa como a descrita por Jorge Amado em suas andanças pelo litoral baiano. Assim como dificilmente se defrontará com o (*) de Plínio Marcos em seus textos teatrais elaborados no desvario da paulicéia. Só que o (*) dos dois perdidos numa noite suja é bem mais limpo e cheiroso que o (**) conservador dos censores da ditadura de 64, que se escondiam sob o manto de um 69 de caserna para tesourar a força criadora de monstros sagrados como Nelson Rodrigues e sua (***) enrabando a doma do lotação; Roberto Drummond e a suruba da Guaicurus na (***) de Hilda Furacão; Vander Piroli e o pinto do menino; Chico Buarque e sanha ninfomaníaca da megera Geni; Aguinaldo Silva e a premonição da aids no câncer da vingança de Amelina Chaves; Dias Gomes e a Tara de Odorico Bem Amado por Juju e suas irmãs de sacanagem; Bendito Rui Barbosa e a sanha de Ritinha no recanto do riacho.
Como se vê, nem a ditadura, por mais dura que fosse, conseguiria amolecer o tesão embutido na veia novelesca do povo brasileiro e suas esporradas televisivas. É ejaculação solitária de uma orgia coletiva, dia e noite se ligando em você.
Verdade é que pessoas que nunca tiveram medo das palavras souberam, com argúcia e sagacidade, driblar os guardiãs da ordem constituída, mandando o status quo pra (**) que o pariu, com a mesma tranquilidade de quem se estrebucha comendo o parceiro ou a parceira entre uivos e gemidos de uma tomada de TV desencapada.
Na realidade, Denise, o que quero dizer é que o falso moralismo inibe a espontaneidade de promissoras revelações da escrita, em nome não se sabe de quê. Melhor seria que defendesse outras bandeiras, deixando passar a parada vocabular da cultura nacional. Não seria uma (***), um (**), um peito ou outra (**) qualquer que iria balançar as estruturas montadas sobre falsos pedestais, em defesa de uma camada podre por si mesma, degenerada no mais sórdido de suas falcatruas, suas corrupções, seus estupros e seus incestos mercantilistas. Isto, sim, é que é pecado. No mais, como diria Martha Suplicy, é relaxar e gozar...
E viva a novela das oito!
Um caso na Nigéria está deixando a população estupefata. Sanusi Ibrahim garante que só evacua uma vez a cada sete semanas! Sim, o nigeriano de 46 anos diz só liberar excrementos praticamente a cada bimestre, de acordo com reportagem do jornal "Daily Sun", de Abuja, capital do país africano.
Sanusi diz que leva uma vida normal: come, bebe e se movimenta como qualquer pessoa da sua idade.
Mas, obviamente, a "façanha" do nigeriano tem um porém. E grande porém, diga-se de passagem. Por causa da prisão de ventre quase interminável, o nível de flatulência de Sanusi é recorde.
"Eu me alivio quando é mais conveniente e em um local que não cause desconforto às pessoas à minha volta", contou.
Bom, e quando as sete semanas de "greve" acabam? Não pense você que o nigeriano passa horas no banheiro. Não! Sanusi afirma que as fezes saem em peça única, “tão curta quanto o meu dedo indicador, com a diferença que é mais espessa e dura”. O homem conta que o processo é muito dolorido.
"Eu vou a um lugar distante para ver o que sai de dentro de mim. Mas não houve nada diferente nesses anos todos", disse. Sanusi, que é casado, afirmou ter procurado vários médicos e curandeiros, mas ninguém conseguiu resolver o seu problema.
Uma mulher em Noida (Índia) ficou viúva poucos minutos após ter se casado com Pankaj Kishore Karotia, de 24 anos. Isto porque Rajkumar, tio do noivo, decidiu, como forma de comemoração, dar tiros para o alto ao fim da cerimônia, no momento em que os convidados já se encaminhavam para a festa. Quando carregava novamente o revólver, uma bala foi disparada acidentalmente e atingiu a cabeça de Pankaj.
O pai do noivo contou à polícia que o autor do disparo estava muito animado com a cerimônia e quis dar o último tiro para celebrar o casamento do sobrinho. Ele foi levado preso e será acusado de homicídio culposo.
Nos últimos anos, dar tiros para o alto se tornou uma prática bastante popular em casamentos na Índia.
Em Piraju, a 334 km de São Paulo, uma moradora levou um susto ao encontrar uma família de gambás dentro de casa. Na hora de limpar a edícula (*) da casa, ela deu da cara com os animais, escondidos em uma prateleira. “Eu fui fazer faxina e escutei barulho. Assustei e saí correndo. Daí, chamei o bombeiro. Eu ainda não tinha visto. Assustei bastante”, contou a dona de casa.
A fêmea de gambá e os seis filhotes foram capturados pelos bombeiros e colocados em uma caixa. Acuada, a mamãe rosnava na tentativa de defender a cria. Para ficarem mais protegidos, os animais foram levados pelo Corpo de Bombeiros para serem soltos no habitat natural deles, uma reserva ambiental que fica às margens do Rio Paranapanema.
“Na verdade, a gente que entrou no habitat deles. Daí a gente faz a retirada e traz eles para cá. Aqui, ele encontra árvores para se abrigar e poder ficar tranquilo”, disse o soldado dos bombeiros Hélio Maranho.
Quando a caixa foi aberta, a gambá saiu brava e logo foi em direção à mata, carregando nas costas meia dúzia de filhotinhos. E foi assim, unida, que a família seguiu de volta para a verdadeira casa.
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O QUE É UMA EDÍCULA
Edícula (que significa algo como pequena edificação em latim) é uma palavra que em seu significado comum no Brasil, significa uma casa pequena, localizada no fundo de um terreno, normalmente dispondo apenas de um dormitório, sala, banheiro e cozinha e ocasionalmente uma garagem, com uma área de serviço externa e comumente com saída independente da casa principal.
As edículas surgem geralmente de três situações: A família morava em uma casa pequena no fundo do terreno e posteriormente constrói uma casa maior na frente, mudando-se para esta e alugando a casa pequena (agora uma edícula) ou a cedendo para outras pessoas da família.
Para abrigar mais gente, que não caberia na casa da frente, é construída uma casa no fundo, que será a edícula.
A casa da frente e a edícula são construídas simultaneamente e projetadas para serem independentes, sendo a edícula alugada.
As edículas são fruto do déficit habitacional brasileiro, que faz as cidades sofrerem um grande adensamento populacional em áreas menores, em função das dificuldades financeiras sofridas por muitos. Uma solução mais simples ainda que a construção de uma edícula é o puxadinho.
O corpo da ex-modelo Penha Ferreira do Nascimento, encontrada morta em casa, na Urca, Zona Sul do Rio, na noite da última sexta-feira (19), será enterrado às 14h deste domingo (21), na capela 1 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul. Conhecida como Pia Nascimento, ela tinha 66 anos.
A polícia já tem um suspeito do crime. Uma das hipóteses investigadas é a de latrocínio, roubo seguido de morte.
Na manhã deste sábado (20), era grande a movimentação na casa da vítima, que morava sozinha com dois cachorros. O imóvel possui sistema de segurança, mas segundo parentes, o alarme não teria funcionado.
Uma faca que pode ter sido usada no crime foi encontrada durante a perícia.
O corpo da ex-modelo foi encontrado na cozinha por uma amiga, e estava coberto por um lençol branco. Segundo a polícia, o pescoço da vítima possuía marcas de perfuração. Os agentes ainda investigam as causas do crime.
De acordo com a polícia, o segundo andar da casa, que tem vista para a Praia da Urca, estava revirado. Joias foram roubadas. Policiais da Divisão de Homicídios fizeram perícia no local em busca de digitais do assassino.
A representante de vendas Adriana Gilaberte, sobrinha de Pia Nascimento, esteve no local.
“Estou muito angustiada, porque a gente não consegue saber o que aconteceu. Eu deixei minha mãe em casa para acompanhar o trabalho da polícia de perto. A Urca é um bairro considerado extremamente seguro, a casa tinha sistema de alarme e os cachorros eram bravos. Não entrava ninguém lá que não fosse conhecido”, contou a sobrinha.
Pia Nascimento foi capa de uma revista masculina em abril de 1976. De acordo com a sobrinha, após ter encerrado suas atividades como modelo, ela continuou a realizar eventos ligados à moda e a ter uma vida social intensa. A ex-modelo passou a morar sozinha após a morte do marido.
“Ela morava sozinha, ficou viúva tem um ano. Mas ela sempre recebia muitas pessoas na sua casa. Ela tinha acabado de chegar de Búzios, onde passou o carnaval com amigos. Ela comemorou o seu aniversário em maio do ano passado com uma grande recepção, entre os convidados estava a atriz Teresinha Sodré, que era sua grande amiga”, completou Adriana.
Agentes da Divisão de Homicídios pretendem, ainda, ouvir vizinhos e amigos da ex-modelo.
No clássico das flanelinhas, o Cruzeiro não cedeu seu lugar ao Atlético-MG. Na noite deste sábado, a Raposa derrotou o Galo por 3 a 1, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro, e fez a festa de seus torcedores, que não se cansaram de provocar o arquirrival por não ter se classificado à Taça Libertadores, deixando a vaga para o clube azul e branco na reta final do Brasileirão 2009. A comemoração nas arquibancadas ainda ficou completa com a estreia de Roger, que deu assistência para o segundo gol, fez o terceiro e vestiu a cabeça da fantasia de raposa que um mascote estava usando. A vitória ainda ampliou a escrita a favor do Cruzeiro, que completou oito clássicos de invencibilidade contra o rival no Estadual.
Com o resultado, a Raposa chegou a 12 pontos e assumiu a vice-liderança do Campeonato Mineiro, ao lado do Tupi, que derrotou o lanterna Ituiutaba por 3 a 0 - o time de Juiz de Fora, no entanto, tem menos gols de saldo (sete contra nove). Mas o Ipatinga, que neste domingo enfrenta o líder Democrata, pode terminar a rodada com 13 pontos e no primeiro lugar, empurrando assim a equipe de Governador Valadares para a segunda posição.
Na edição do jornal O NORTE que circula amanhã, sábado, o jornalista social João Jorge (foto) está publicando a lista dos melhores e piores assessores do prefeito de Montes Claros, Tadeu Leite, com o seguinte texto:
“Com a credibilidade de ser a coluna mais lida e polêmica da reportagem social e política do interior mineiro, corajosamente estamos lançando hoje a relação completa dos melhores e piores do staf do prefeito da terrinha de JJ, Tadeu Leite. O nosso agradecimento aos funcionários da prefeitura que enviaram mais de três mil e-mails desde o início de nossa pesquisa, em novembro, à população mais humilde, que também participou com cartas, e à rádio peão da prefeitura, que sempre mantém o titular desta coluna informado 24h por dia. O nosso objetivo é consagrar de vez este espaço como tribuna livre do povo, neste veículo que é o mais democrático. Sem liberdade para espinafrar, nenhum elogio é válido. Muita gente vai espernear, mas o choro é livre. Nosso objetivo não é derrubar ninguém, mas proporcionar uma melhor relação entre a população e o staf de Tadeu. Confira os felizardos e os infelizes para aprovar ou contestar.”
TROFÉU TOMOU DORIL FOI PARA BRASÍLIA E SUMIU! - Paulo Lopes - assessor especial de Tadeu.
TROFÉU FANTASMINHA DO ANO - César Emílio (secretário adjunto do Meio Ambiente, nem em Capitão Éneas ninguém acha o homem).
TROFÉU NEM CHEGA PERTO QUE SAI FAÍSCA – (Aparta logo, Tadeu!)
Mariléia e Fátima Pereira (Educação)
Roberto Amaral e Reinaldo Rebello (Agricultura)
TROFÉU DEMOCRACIA – Prefeito Tadeu Leite, por ser o prefeito que mais deu espaço aos gays na prefeitura, apesar de as bibas brigarem feio lá dentro.
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MELHORES SECRETARIAS DE 2009
1º lugar - secretaria de Indústria e Comércio (Edgar Santos Filho )
2º lugar – secretaria da Juventude (Igor Dias)
3º lugar – secretaria de Esportes (Sebastião Pimenta)
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SECRETARIAS EM BAIXA EM 2009
1º lugar – secretaria de Governo (Sérgio Amaral)
2º lugar – gerência Ação Social (Noélio de Oliveira)
3º lugar – secretaria de Saúde (José Geraldo Drummond)
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TROFÉU TRAPALHÃO DO ANO (PRÊMIO CHAVES ESPECIAL)
Paulistinha.
TROFÉU BARRACO DO ANO
Fabiane (ex-funcionária da prefeitura que rodou a baiana no 3º andar e só não chamou um secretário de bonito) no maior bafon do ano no palácio.
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MELHORES EVENTOS: Festival folclórico e festival de forró. Brilhantemente realizados pela secretaria de Cultura.
PIOR EVENTO: Carnaval de rua de Montes Claros (realizado pela secretaria de Cultura).
Sebastião e Carlos Pimenta em tempo de fraternidade, hoje biblicamente mais afastados do que Abel e Caim...
A notícia vazou devido à postura antiética do vice-presidente do PDT, Hélio Machado, dublê de jornalista e cabo eleitoral, que publicou a matéria no jornal onde trabalha, na intenção de dar um furo no resto da imprensa. É que seu partido negociara com o prefeito Tadeu Leite a substituição do secretário municipal de Esportes, Sebastião Pimenta - que trocara o PDT pelo PTC - pelo também ex-vereador Toninho da Cowan. Tudo sob as bênçãos do deputado estadual Carlos Pimenta, pedetista que vem a ser irmão de Sebastião e presidente do partido.
- Estive recentemente com o prefeito e ele não me disse nada (...). Agora, se porventura isso de fato acontecer antes da data-limite para a saída fixada pelo calendário eleitoral, dia 03 de abril, será um gesto de deslealdade de Tadeu Leite e do meu irmão, o deputado estadual Carlos Pimenta – diz o secretário, que se sente duplamente apunhalado pelas costas.
Uma pessoa foi morta a tiros por um policial reformado da PM por volta das 12h de hoje, sexta-feira, na Avenida Deputado Plínio Ribeiro, em Montes Claros, após uma tentativa frustrada de assalto. À PM, o mecânico Eduardo Luiz de Souza e o policial militar aposentado Geraldo César de Andrade Mendes contaram que realizaram um saque na agência do banco Itaú localizada na Avenida Deputado Plínio Ribeiro.
O mecânico Eduardo Luiz pediu uma carona ao policial militar, que é seu conhecido, pois havia sacado R$ 6.080 em dinheiro. Eles disseram que foram surpreendidos por dois assaltantes e retirados à força de dentro do Monza do militar.
De acordo com a PM, um dos bandidos puxou o militar pelo cabelo e apontou um revólver para sua cabeça, enquanto o outro exigia que o mecânico entregasse o dinheiro que havia sacado.
Um dos ladrões tomou de Eduardo R$ 480 que estavam num dos bolsos, mas sabia que havia mais dinheiro, pois a vítima havia tentado sacar R$ 5,6 mil no caixa do banco e, como não conseguiu, solicitou autorização ao gerente por telefone para efetuar o saque.
Testemunhas confirmam que o bandido estava na fila e ouviu toda a conversa da vítima com o gerente do banco. Como os bandidos só conseguiram R$ 480, começaram a exigir o restante do dinheiro.
Ainda de acordo com a PM, para ganhar tempo o policial contou que o dinheiro estaria no porta-malas. Apanhou a chave para abrir o porta-malas e simulou uma queda.
Segundo a PM, os ladrões, preocupados com a demora, se distraíram. O militar pegou sua arma no banco do carro e disparou duas vezes em direção a um dos bandidos.
Ele e o comparsa conseguiram fugir, porém, ao chegar ao semáforo do cruzamento com a Avenida Antonio Freire, Carlos Pathiele dos Santos Gomes, 18 anos, caiu da moto. O comparsa fugiu e abandonou o amigo no local. Carlos possuía uma passagem pelos meios policiais por porte ilegal de arma.
Informações de testemunha dão conta de que o policial e Eduardo, que os bandidos tentaram assaltar, foram até o corpo de Carlos Pathiele e, além de recuperar o dinheiro, pegaram um revólver calibre 38 com diversas munições. Eles foram levados para delegacia. (Reportagem: Rubens Santana)
Brasília de Minas recebeu uma tenda estrelada, um picadeiro e o maior espetáculo em fevereiro. Assim pode ser definido o desfile da Escola de Samba Bramoc na Coronel Sansão em Brasília de Minas nos dias 13 e 15 deste mês ( sábado e segunda-feira).
A Agremiação entrou na Avenida e levantou o público que cantou junto com a escola o samba enredo “ A magia do circo de todos os tempos”.
No sábado a Bramoc foi a segunda escola a desfilar. Já no encerramento do carnaval Brasilminense, a Agremiação mostrou porque é a melhor do interior de Minas Gerais.
A Bramoc apresentou uma comissão de frente inovadora onde um grupo de mulheres como um passe de mágica abria espaço para o espetáculo do circo.
No abre-alas a luz do sol convidava para a brincadeira dos palhaços malabaristas que vinham no segundo carro. Do carro surpresa surgiu a bailarina Flávia Leão que sambou com as pontas dos pés acompanhada dos 800 integrantes da Bramoc.
Em cada ala a estória de amor da bailarina e do palhaço Linguiça. A bateria comandada pelo mestre Tonão foi nota 10 na Coronel Sansão sem perder o ritmo e harmonia durante o desfile.
Brilho, magia e criatividade marcaram o desfile da Bramoc. Em seu último carro o carnavalesco Paulo Di Tarso montou uma fonte jorrando água como forma de homenagear o norte-mineiro que tanto precisa desse bem
O show de pirofagia encerrou o desfile convidando a todos para acompanhar a Bramoc no próximo carnaval de sonho, felicidade e alegria de Brasília de Minas.
A presidente da Bramoc, Olane Matos definiu o carnaval 2010 como de superação e união entre todos os bramoqueiros. (Reportagem: Melissa Mendes)
William Potter é o mais novo membro do Mensa, o clube de superdotados de inteligência - e sem fazer mágica. E ele tem apenas 3 anos! Oteste de QI do menino britânico teve resultado de 140.
O pequeno notável adora resolver palavras cruzadas no computador, brincar com calculadoras e sabe algumas expressões em espanhol e chinês.
"No carrinho de bebê ele ficava lendo as placas dos carros. Agora, quando está no carro, ele fica no banco de trás com um mapa", contou ao "Daily Mail" Lynn Goldstraw, mãe de William.
Aos 2 anos, o fenômeno já sabia contar até vinte e conhecia todo o alfabeto, todas as crores e todas as formas geométricas.
"Ele é como uma esponja. Você tem apenas que dizer as coisas uma vez e ele já guarda", disse a mulher, que vive em Stoke-on-Trent (Inglaterra). William lê com a habilidade de uma criança de 7 anos.
Apenas 30 pessoas no mundo se tornaram membros do Mensa com menos de 10 anos de idade.
O suíço Peter Colat quebrou no último domingo (14) o recorde mundial para apnéia estática. Ele entrou para o Guinness depois que prendeu a respiração por 19 minutos e 21 segundos em uma piscina em St. Gallen, na Suíça.
Pelas regras do Guinness, Peter Colat pôde inalar oxigênio puro até 30 minutos antes da tentativa bem-sucedida de quebrar o recorde. Ele superou por 19 segundos a marca do italiano Nicola Putignano.
Imagem da decepção: jogadores do Montes Claros Funadem chutam a bola e abaixam a guarda na queda do último ponto do quarto set.
Depois de 19 dias longe do calor da torcida montes-clarense, o Montes Claros Funadem decepcionou os torcedores que estiveram presentes no ginásio Tancredo Neves na noite de hoje, quinta-feira. O time não foi páreo para o Fátima/Ucs/Medquímica do Rio Grande do Sul e perdeu por três sets a um.
Com parciais de 21x25; 25x19; 25x22 e 25x23, com o tempo de 26 min e 19 seg; 24m e 32s, 29m 05s, 28m 44s, totalizando quase duas horas de jogo, o time do Sul do País parecia estar jogando em casa.
Posteriormente, após a longa viagem pelo estado paulistano, onde a equipe de Montes Claros após quatro jogos conseguiu duas vitórias e perdeu consecutivamente para as equipes do Sesi e Pinheiro nas duas primeiras rodadas do returno da competição, apesar de reencontrar o apoio da torcida, o caminho da vitória não foi encontrado na partida de ontem.
Com a derrota, o Montes Claros continua com 32 pontos e pode ser ultrapassado pelo Pinheiros, Minas e Sesi que, antes do final da 3ª rodada, tinham 30 pontos podendo alcançar a equipe norte mineira.
Após a vitória de ontem à noite, a equipe do Montes Claros Funadem irá folgar durante a quarta e quinta rodada do returno. Depois da folga, o time norte mineiro voltará a jogar no próximo dia 25, contra o Brasil Vôlei, em São Bernardo do Campo. (Reportagem: Rubens Santana)
Mulher procura seus sapatos roubados em uma pilha com cerca de 1.200 pares nesta quarta-feira (17) em delegacia de Seul, capital da Coreia do Sul. O acusado dos furtos, identificado como Park, foi preso no início do mês.
Ele furtava os sapatos, de marcas luxuosas, durante velórios em grandes hospitais e os guardava em um depósito. Seu objetivo, de acordo com os policiais, era vender os sapatos na rua como camelô.
O norte-americano Brandon Jason Gilroy, de 23 anos, foi preso em Austin, no estado do Texas (EUA), depois que foi flagrado usando o celular para filmar mulheres em provadores de roupa de um shopping, segundo a emissora "KXAN".
A polícia de Austin está tentando encontrar testemunhas que tenham visto o jovem agindo de forma suspeita. Conforme as investigações, Gilroy prendia o celular em dos seus sapatos para poder filmar as mulheres enquanto elas trocavam de roupa.
O jovem trabalhava como policial na Universidade St. Edward's. Na última sexta-feira, três dias depois de ser detido, Gilroy pediu demissão do cargo.
Ao analisar o celular e computadores de Gilroy, os agentes encontraram dois vídeos de mulheres provando roupa. Ele foi detido na última terça-feira após ser flagrado pelas câmeras de segurança da loja Macy's entrando em um provador de roupa.
Um pênis está no centro de uma polêmica em Tempe (Arizona, EUA). O membro esculpido no tronco de uma árvore no quintal de uma casa é responsável por grande rebuliço na comunidade. Moradores estão se sentindo ofendidos com a exibição do símbolo fálico tamanho GGG.
"É extremamente inapropriado", protestou ao canal KOAT7 a vizinha Annette Willis.
Na verdade, a árvore foi cortada em pedaços depois que o dono da casa percebeu que ela havia morrido. Ele pediu que um amigo a derrubasse. O sujeito, por sua vez, resolveu deixar um presente de pé: uma escultura que pode ser vista pelos vizinhos de Adam Starr.
"Eu achei que ele fosse esculpir alguma coisa, mas não sabia que seria aquilo", defendeu-se o proprietário.
Mas a revolta não é unânime na vizinhança.
"Não vejo qual é a grande questão. Aquilo é engraçado", declarou June Thompkins.
Adam aproveitou a polêmica para colocar a peça fálica a leilão na web. O valor arrecadado, diz ele, será revertido para instituições de caridade.
Hoje, quinta-feira, às 19h, o Montes Claros Funadem volta a jogar em casa contra a equipe Fátima/Medquímica/UCS/SPFC pela terceira rodada do segundo turno da Superliga de Vôlei 09/10. A partida será em Montes Claros (MG), no Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves.
Jogando em casa e com o apoio de sua torcida, a equipe mineira busca a reabilitação depois de duas derrotas seguidas contra o Sesi/SP e Pinheiros/Sky, em partidas disputadas em São Paulo. O Montes Claros encarou quatro desafios fora de casa, vencendo dois jogos contra o Lupo/Náutico/Let’s e Vôlei Futuro, mas esbarrou nos adversários Sesi e Pinheiros.
No primeiro confronto contra o UCS, realizado em dezembro, em Caxias do Sul (RS), o Montes Claros venceu os gaúchos por 3 sets a 1.
O principal reforço da Fátima/Medquímica/UCS está no banco. O técnico Jorge Schmidt, tricampeão da Superliga (94/95, 97/98 e 98/99) e ex-técnico da seleção de Portugal, comanda o time nesta temporada. Também foram contratados o levantador Rodrigo Rivoli, o líbero Jair e o ponta Clint. Da temporada passada, permanecem o meio-de-rede Silêncio e o oposto Rodrigo Ceola. A UCS participa da Superliga pela oitava vez consecutiva. Na temporada 06/07, ganhou a parceria da Fátima e conquistou seu melhor resultado até hoje: a sétima colocação. O líbero da UCS, Jair (Jair Amintas Ferreira Neto), é montes-clarense. (Reportagem: Ana Maria Barbosa)
Destaque da Bramoc: apoio total da prefeitura de Brasília de Minas para o melhor desfile do interior de Minas.
Na tentativa de resgatar o esplendoroso carnaval de rua 22 anos depois, a prefeitura de Montes Claros corre o risco de enterrar uma das mais tradicionais festas populares do país em pleno sertão de Minas. Por falta de organização, criatividade, e por contenção exagerada de despesas ou simples incompetência, a administração Tadeu Leite ofereceu, de sábado a terça-feira, um verdadeiro festival de desrespeito ao público e aos esforçados carnavalescos, no que seria a volta do carnaval de época.
Passando de prefeito para secretário, deste para o adjunto e deste para meia dúzia de xeretas de gabinete, a organização do carnaval de rua pecou justamente pela desorganização... O público, comprimido entre arquibancadas escuras e um fiapo de passeio, compareceu por absoluta falta de opção carnavalesca numa cidade de 360 mil habitantes e polo regional de desenvolvimento. Tudo bem ao estilo de mau gosto e pão-durismo da administração Tadeu Leite, presente em praticamente todas suas obras.
Os foliões em Janaúba se refrescavam ora no Rio Gorutuba ora nas duchas espalhadas pela praia Copo Sujo.
Ao contrário, cidades bem menores, como Bocaiuva, Janaúba, Grão Mogol e Brasília de Minas, deram show de planejamento e participação do poder público. Bandas inclusive da Bahia foram contratadas para manter a alegria dos foliões até o amanhecer do dia. Assim, os moradores não foram obrigados a apenas bater palmas ou vaiar, como acontecia em Moc, sem direito ao ritmo alucinante do samba no pé.
O destaque maior ficou por conta de Brasília de Minas, que colocou na rua todo o luxo e criatividade do verdadeiro carnaval de época. As escolas de samba Bramoc e Jacarezinho capricharam na construção de figurinos, carros alegóricos e composição de alas e baterias, semelhante ao que se faz nas metrópoles. Para isso, a prefeitura deu a cada escola verba de R$ 60 mil, bem mais do que os 7 mil reais liberados em cima da hora pela administração Tadeu Leite, para cada bloco, forçando seus coordenadores a fazer das tripas, coração...
A esperança é de que uma próxima administração não se limite a copiar (mal) o que fez a anterior, só que em época diferente e, por isso, com o nome temporão. Nada diferente do carnaval-bombástico anunciado insistentemente pelo locutor oficial.
A exemplo de outras cidades da região, a prefeitura de Bocaiuva contratou bandas da Bahia para alegrar o povo.
Para o magistrado, a primeira emenda da constituição americana, que assegura a liberdade de expressão, permite que alunos divulguem sua opinião sobre professores pela internet.
De acordo com reportagem da CNN desta terça-feira (16), Katherine Evans, de 19 anos, foi suspensa pelo diretor da escola onde estudava, em 2007, após criar uma página na rede social com o título “Ms. Sarah Phelps is the worst teacher I've ever met” [“Sr. Sarah Phelps é a pior professora que eu conheci”, em inglês].
Depois do episódio, a estudante entrou na Justiça para limpar a suspensão de seu histórico escolar, alegando que a liberdade de expressão é garantida pela constituição.
O diretor da escola tentou se defender dizendo que a acusação da ex-aluna não teria fundamento e pediu que a ação fosse desconsiderada. Agora, o juiz Barry Garber determinou que a jovem tinha mesmo o direito de usar a página na internet para demonstrar seu descontentamento com a professora.
Para o magistrado, a página da estudante “era a opinião de uma aluna sobre uma professora, que foi publicada fora do campus e não foi vulgar, ameaçadora nem defendeu comportamento ilegal ou perigoso”.
Na opinião do advogado Ryan Calo, do Centro para Internet e Sociedade da escola de Direito de Stanford, a decisão é um marco importante. "[A decisão] assegura aos usuários da internet e estudantes que eles podem falar o que pensam. Uma coisa é usar aquela informação para identificar conduta ilegal ou perigosa. É outra bem diferente punir a opinião fora da sala de aula, que não interfere nas atividades em aula”, afirmou à CNN.
O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), apareceu na janela da sala onde está preso, no prédio da Polícia Federal, na noite desta terça-feira (16).
O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.
Em frente ao prédio, apoiadores rezavam e gritavam. O governador afastado apareceu várias vezes. No sexto dia de prisão, ele vinha até a janela, saía, voltava e surgia de novo em meio à persiana. Pouco antes, Arruda jantou com a primeira-dama. Durante o dia, só recebeu a visita do advogado.
Quem também pretende visitá-lo na Polícia Federal é Paulo Octávio, que vive um momento delicado. Desde que assumiu interinamente o comando do DF, a situação do governador em exercício só tem se complicado com as suspeitas.
Em depoimento à polícia e ao Ministério Público, o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, contou que entregou R$ 200 mil ao então vice-governador. Seria dinheiro de propina paga por empresários.
Pelo menos 54 concursos públicos em todo o país estão com inscrições abertas nesta quarta-feira (17) e totalizam 25.792 vagas para todos os níveis de escolaridade.
Além das vagas abertas, há concursos para formação de cadastro de reserva, ou seja, os aprovados são chamados conforme a abertura de vagas durante a validade do concurso.
A Prefeitura de Divinópólis (MG) inicia nesta quarta (17) as inscrições para 343 vagas com salários de até R$ 5.771,04.
Pelos menos quatro concursos encerram as inscrições hoje: o do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae-CE), o da Prefeitura de Presidente Prudente (SP), o do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo e o do Governo de Rondônia.
Entre os concursos abertos, os que oferecem os maiores salários são os do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul) e o do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15º Região (Campinas): R$ 20.953,17.
Uma equipe médica tcheca deve ser punida por ter esquecido um instrumento cirúrgico de 30 centímetros dentro do abdome de uma paciente operada há cinco meses.
Depois da cirurgia ginecológica a que foi submetida em Ivancice, no sSdeste tcheco, Zdenka Kopeckova, de 66 anos, passou a se queixar repetidamente de dores abdominais. O objeto, semelhante a uma espátula, foi encontrado há uma semana e removido com sucesso, quando Kopeckova já pensava em suicídio.
Agora, a paciente quer indenização e diz que a equipe médica tentou acobertar o erro dizendo que não havia nada a fazer contra a dor, exceto usar analgésicos.
"Eu disse ao cirurgião que se não tivesse dor não estaria me queixando. Não sou hipocondríaca", disse ela, acrescentando que pediu um raio-X, mas ouviu que isso a submeteria desnecessariamente a radiação.
Jaromir Hrubes, diretor do hospital de Ivancice, disse que as equipes têm de seguir rígidos procedimentos cirúrgicos. Um funcionário afirmou sob anonimato à TV Reuters que os responsáveis pelo erro seriam punidos.
- Depois de muita angústia durante a apuração dos votos nesta terça-feira (16), a Rosas de Ouro já pode gritar que é campeã. Concorrendo com outras 13 escolas, em nove quesitos, levantou a torcida que foi até o sambódromo acompanhar a revelação das notas.
Com o enredo “Cacau: Um Grão Precioso que Virou Chocolate e Sem Dúvida se Transformou no Melhor Presente”, a escola encantou os jurados e somou 270 pontos. O campeonato foi decidido no último quesito, quando a Mocidade Alegre levou dois 9,75 e, por tanto acabou 0,25 pontos atrás da Rosas.
A escola quebra um jejum de 16 anos - foi campeã pela última vez em 1994. Na década de 80 e também de 90 levou outros títulos do Grupo Especial, para onde subiu em 1975. No ano passado, a Rosas ficou em terceiro lugar.
Cada um dos quesitos foi avaliado por cinco jurados diferentes. Diferentemente do ano passado, a menor e a maior nota foram descartadas no somatório final. Se não tivessem sido, a Mocidade seria campeã já que fez 449 pontos no total - 0,25 a mais que a Rosas. Considerando todas as notas, a Rosas teve cinco abaixo de 10 (9,75) e a Mocidade apenas quatro. Duas delas em "Comissão de Frente", justamente o quesito de desempate.
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MURO DE LAMENTAÇÕES
ESTES ESTÃO NA COLA
DIDU, ALGUMAS LEMBRANÇAS...
Por Haroldo Tourinho
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"Ele, clarão de um meteoro iluminado/sem outro motivo a não ser sua/própria presença, se vai só a se extinguir."
MALLARMÉ, Sthéphane/sobre Rimbaud
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Meu querido irmão Roberto, Didu para os amigos, muitos, faria em 28 de fevereiro último 60 anos. Peça rara, raríssima - consenso - se foi, precocemente, aos 37. Nas teias da vida chocou-se com uma locomotiva vinda em sentido oposto.
Quando menino, ainda no marista São José, sabia de cor e salteado todas aquelas coisas maçantes que quase ninguém sabia ou queria saber: biografias de santos, datas históricas e, cacete!, nomes de rios e mares e capitais mundo afora. Fazia análise sintática! De textos de Camões!, a quem não poucos odiavam e chamavam de o Caolho. Quando, em casa, dava-se a recitar poesias, meu pai ficava de queixo caído: "Esse menino é
um gênio!"
Desnecessário encaminhá-lo a testes vocacionais, o boletim escolar apontava-lhe o destino: em matemática, desenho (geométrico), educação física (não ia às aulas), ciências, música, caligrafia, ZERO; em história, geografia, português, inglês, francês, religião, DEZ.
Comportamento, idem. Só se dedicava ao que gostava, daí sua média mensal sempre baixa. Mas não chegou a tomar bomba no ginásio.
Na adolescência, como bons irmãos que éramos, começamos a divergir em alguns pontos. Ele, apaixonado, fanático por futebol, assinava a revista Placar e não deixava de ler um parágrafo sequer dos cadernos de esportes do Estado de Minas e do Jornal do Brasil. Seus novos santos eram agora jogadores. Dos favoritos sabia tudo: nome completo!, data e local de nascimento, prato e perfume prediletos, carreira - veio-de-onde, vai-pra-onde, valor do passe..., estado de saúde - está contundido, quebrou o braço, a perna, levou uma cotovelada no olho, operou os meniscos... Uma coisa! Eu criticava aquela inutilidade cultural e ele retrucava, marcando gol: "Uai, você não sabe a data de nascimento de cada um dos Beatles? Que Ringo Starr toma uísque com Coca-Cola? Que John, abandonado pela mãe separada do marido, foi viver com a tia Mimi?
Sua paixão futebolística tocou a trave da loucura ao resolver
pintar o quarto de vermelho e preto. Cores do seu adorado Flamengo, tricampeão carioca de 53-54-1955, feito que ele não cansava de repetir.
Nos outros times, com raras exceções, só havia pernas de pau, juízo que modificava quando passavam a ostentar a camisa do Mengo... Até curti a ideia de ver nosso quarto rubro-negro, mas mamãe vetou-a: "Aí é demais!" Minha bisavó Carlota, que morava conosco, veio a reboque: "Oh, meu filho, são cores do
demônio, do inferno, não faça isso, vou lhe mandar benzer."
Ele e vovó Carlota eram parceiros no jogo do bicho: ela financiava, ele ia ao apontador, o que para ela não ficava bem. Quando ganhavam dividiam o prêmio e eu ficava com uma ponta de inveja, mas acabava levando uns trocados.
Jogo, outra das paixões do Didu adolescente, fosse qual fosse,
lúdico ou contraproducente: damas, xadrez, ludo-real, dominó, varetas, banco imobiliário (o War viria mais tarde, mas ele ainda o alcançou), roleta, buraco em família, sete-e-meio, vinte-e-um, caixeta e pôquer com os amigos, esses últimos apostado. Para o pôquer - lembram os parceiros - paramentava-se com sua camisa-polo do Flamengo e acendia
uma vela sobre o aparador da sala de jantar. E entrava em campo para ganhar, frio, calculista, blefador.
Separamo-nos, enfim, de quarto. Fui para um outro com meus rocks, ele permaneceu no nosso com o seu futebol. Logo encontraria no meu irmão-de-leite Sérgio Deusdará um substituto. Nos fins de semana ouviam, num rádio portátil enorme, de seis ou oito pilhas, todos os jogos possíveis.
E não ficavam nisso. Encerradas as partidas, passavam aos comentários e mesas redondas, um saco! Eu ficava por ali, só, e os dois metidos no quarto com sucos e biscoitos. Devido ao avançado da hora, Sérgio acabava dormindo em minha antiga cama.
Seus pais, dr. Deusdará e Toinha, amigos dos meus, sabiam que, de sábado à tarde à noite de domingo, com o filho não podiam contar. Logo comecei a frequentar festinhas e não dava mais bola para eles.
Depois Didu mudou, por volta dos seus 14/15 anos. Continuou
Flamengo, sempre, mas encaixotou sua coleção de Placar e passou a lerRimbaud, Baudelaire, Mallarmé, Verlaine, Vinícius, Drummond..., poetas mais sérios dos que lia até então. E de mero espectador de cinema evoluiu para a categoria de cinéfilo, de carteirinha. Mesmo sem alcançá-los, que idade nem maturidade tinha para isso, só falava em Goddard, Glauber,
Welles, Pasolini, Antonioni, Fellini, e em nosso Carlos Alberto Prates, a quem chamava intimamente de Charles (ficaram amigos quando da filmagem local de Os marginais). John Ford, Howard Hawks? Apenas mestres do passado...
E assim como anotava em uma caderneta todos os livros lidos, com a sua cotação final, bom ou mau, abriu outra para os filmes. Ali se podia ver título, gênero, diretor, produtor, atores principais, coadjuvantes, enfim, tudo o que merecia créditos na película. Acrescentava o nome da sala que exibira a fita e o preço do ingresso! Finalmente, a sua cotação, que ia de uma a cinco estrelas.
Em Belo Horizonte, para onde foi pouco depois dessa época, tornou-se assinante dos Cahiers du Cinéma por algum tempo e consumidor de revistas e livros nacionais especializados que começavam a aparecer.
Em música, gostava das canções passadas - Billie Holiday, Louis Armstrong, Cole Porter, Chet Baker, Sinatra, Ray Charles, Elvis e outros -, do rock inglês que assolava a nação, mas tinha queda especial pela nascente bossa-nova, com João Gilberto, Tom, Vinícius, Toquinho, Chico, que amava.
Roberto ou Didu, como queiram, esteve pouco tempo entre nós, um cometa, mas deixou muitas outras lembranças. Viveu! Ficam essas para uma próxima oportunidade.
FRAGRÂNCIA MISTRAL
Por Antônio Augusto Souto ... Em livro acaso deixado em recanto escuso de prateleira, redescubro Gabriela Mistral, fragrância de mulher na poesia que suponho: América do Sal, do Sol e do Sul; Ameriquinha de sonho! Indiozinho que se recosta sobre a Terra, tambor que ainda contesta, em batida firme de ritmo certo que tange longe e tange perto. Sonido de trilhos e de festas. Nobel um dia dela e condores instigantes e perfume de roseiral andino: indiozinho de Gabriela, sonho dourado de menino. O que há é conformismo! Sem essa de destino! Dá-me tua mão, Mistral do mundo, e dançaremos. Dá-me tua mão e te amarei e esvoaçaremos sobre Andes, Aconcágua e Amazônia, sob a imensidão deste céu deslumbrantemente azul. Linda América do Sal, caliente América do Sol, inda inconsútil América do sul!
Por Antônio Augusto Souto ... Penso em noite enluarada, em suavíssimo violão e solo de flauta. Quero taças finíssimas de cristal e brindes moderados. Vou querer, amada, celebrar a tua longa e doce companhia. Penso em estrelas, no firmamento; nuanças de poesia e fragrâncias, no vento. Não direi palavras. Tu também, se assim quiseres, não o farás. Olhar-nos-emos, apenas. As marcas acaso deixadas pelo tempo nos remeterão ao passado que resiste, às coisas grandes da existência, às questões pequenas... Enlaçaremos as mãos e, a um tempo, recomeçaremos, libertados dos sobressaltos e das ocasionais dores. Sem os voos incertos do aprendizado, celebraremos o jardim que plantamos juntos. Quero que sejam tuas, exclusivamente tuas, as nossas flores. ... antonioaugusto@viamoc.com.br
360 DIAS DAS MÃES
Por Luiz Carlos Amorim
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Está chegando o Dia das Mães, um dia para lembrarmos que devemos reverenciar a mulher mais importante da nossa vida todos os dias, qualquer dia, sempre. Precisamos, antes de qualquer coisa, estarmos presentes, dar-lhe carinho, manifestar nosso respeito, nosso reconhecimento e nosso amor. Não apenas nesta data específica, nesta semana, mas sempre. Nada é mais importante do que a companhia, a presença tanto quanto possível, não interessa a idade que os filhos tenham.
Mas é tradição, para nós, filhos, darmos uma lembrança a ela, no seu dia, além de manifestar o sentimento que ela inspira em cada um. Comprar presente, sabemos, é uma questão de consumo, o comércio inventou essas datas comemorativas para vender mais. É que já virou tradição, já nos habituamos a dar um presente às Mães, no seu dia, tão bom quanto possamos dar. É uma outra maneira de dizer que ela é importante para nós, é uma maneira de homenageá-la, de provar que pensamos nela.
Outro dia, dizia eu a uma amiga que minha vida é e sempre foi povoada por mulheres maravilhosas. E ela me disse que eu agradecesse a Deus por isso, o que é mais do que justo. Tive avós fantásticas, até uma avó postiça que ganhei nessas lidas literárias que a vida me proporcionou, professoras, minha esposa, minhas filhas, minha mãe, mulheres maravilhosas que talvez eu nem merecesse.
Minha mãe, claro, é quem esteve mais presente, pois me acompanha a vida inteira. Acho que no dia dela, quem ganha o presente, na verdade, somos nós, os filhos, por tê-las. O que somos, temos que reconhecer, devemos a elas, pois é com elas que passamos o maior tempo de nossas infâncias e adolescências, são elas que nos ensinam o que devemos saber para enfrentar o mundo dos adultos.
Por tudo o que ela representa, deveríamos dar-lhe um grande, enorme presente. Mas se não pudermos comprar nenhum presente – e isso pode acontecer com muitos filhos – que presente então lhe dar, a não ser nosso respeito, todo carinho e amor e uma pequena flor, gigante como ela própria? Sim, uma flor – símbolo incontestável do sentimento maior que ela nos inspira, junto com o abraço forte e o beijo grande, repletos de carinho e emoção.
Mãe – a vida se repartindo, coração se avolumando, amor se multiplicando... Todos os dias são seus, toda a vida lhe pertence; a natureza, perfeita, é sua irmã gêmea. E nós te festejamos, hoje e todos os dias.
MAMÃE, E COM TODAS AS LETRAS
Por Marli Gonçalves
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Até mais alguns muitos dias nossos ouvidos ainda vão aguentar tudo quanto é tipo de apelo para consumir, comprar, presentear, oferecer, dar. Os caras aproveitam essas datas, bem comerciais, para associar mãe a cada tipo de coisa que vamos, venhamos e convenhamos...
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Mamãe: cinco letras que choram. Desde bem menina ouço essa frase e só agora me toquei que ela parafraseava uma música linda dos Anos 50, Adeus, adeus, adeus, composição de Silvino Neto, eternizada nas vozes de Francisco Alves e Orlando Silva. A minha mãe, como boa canceriana, sempre foi muito emotiva, gostava de fazer draminhas que me lembram até hoje os boleros. Falava muito nas tais letras choronas, e num tal padecer que não era em paraíso nenhum. Era normal dela ouvir, naqueles momentos que brigava comigo ou com meu irmão, quase ameaçadora, mas sempre premonitória: "Vocês vão ver. Quando eu não estiver mais aqui é que vocês vão me dar valor, sentir minha falta, lembrar que eu tinha razão".
Ah! Não me diga que você também ouve ou ouviu essa frase? Mãe é mesmo tudo igual. Só muda o endereço. E o que é pior: elas sempre têm razão mesmo. Na grande maioria das coisas.
Pois bem. Minha mãe me disse adeus há nove anos. E todos os dias, por uma coisa ou outra tenho mesmo saudades e me lembro de algumas das suas falas e feitos, que ela era bem danada. Baixinha, gordinha, mineira, minha bichinha era arretada. Não gostava e não levava desaforo para casa, de jeito algum, uma das características mais fortes que puxei dela, além do tamanho e do peso sempre a ser controlado.
Por exemplo, lembrei esses dias o quanto ela odiava essas palhaçadas, como chamava dia das mães, dia dos pais, dia do c... (a língua era afiada também): "Uma falsidade que só serve para deixar as pessoas tristes" "Dia das Mães tem de ser todo dia, porque o que a gente aguenta de malcriação dos filhos!...", resmungava. Pensando no mundo todo, porque a gente com ela sempre pisou bem miudinho.
Na verdade, esse monte de lembranças tem vindo à minha cabeça desde que há mais de um mês começaram as campanhas publicitárias chamando e convencendo o pessoal a gastar. É um tal de mãe linda abraçando bebê fofinho, frases de efeito para vender linguiça e cerveja em supermercados, jingles chatos martelando. Um tal de mãe é isso, mãe só tem uma, avó mãe da mãe. Compre um carro, uma blusinha, uma bolsa, sapato, celular, geladeira. Se for no shopping tal, e gastar gostoso, a partir de, pode até levar brilhantes. Claro, só se for sorteado um daqueles cupons infernais. O barato agora é mostrar as mães sempre jovens, lindas, cabelos ao vento, dentes brancos, sorridentes, ricas, magras, sem sofrimentos de parto, dinheiro para dar e vender, maridos apaixonados.
Coitadas das mães reais. Devem se sentir um lixo vendo aquilo. As mães reais têm mesmo pouco espaço na mídia. A não ser quando se manifestam por seus filhos assassinados ou desaparecidos.
A gente não vê muito aquelas que tiram da própria boca para alimentar os filhos, as mães que são "pais" e paus para toda a obra, as abandonadas, as que quiseram continuar solteiras, aquelas que não têm com quem nem onde deixar os filhos, as desesperadas porque os filhos seguiram direções contrárias, inclusive à lei. Mães que trabalham fora e passam o dia inteiro muito preocupadas ou se culpando por não ter tempo de dar atenção, as mães da dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho. As tantas mães prostitutas que vêm para a cidade grande para ganhar algum para mandar, em geral para a mãe que cuida de seus filhos lá bem longe.
Essas imagens não vendem perfumes. Entendo. Mas se o Dia é das Mães também não podem ser esquecidas, nem lembradas só na hora das bolsas-família que as transformam em verdadeiras parideiras de salários. A cada filho ganham um pouco mais - parece aquelas ofertas de Leve 3, pague 1. E toma sustentar o malandro, que comparece só para fazê-la ser mãe mais uma vez.
Enfim, por mais que você seja preparado, terapeutizado e psicanalizado, datas como essa do Dia das Mães que chegam acompanhadas do tremendo massacre das campanhas publicitárias só servem realmente para nos deixar tristes, muito tristes. Não só quem não tem mãe, ou perdeu a mãe. Também entristece a quem gostaria de poder dar à sua própria mãe todas aquelas coisas. Não há musiquinha doce nem brinde de sanduíche que console.
E o que é pior: se você quiser ir almoçar fora no tal domingo, e não tem mãe, melhor arrumar logo uma postiça, para pelo menos arranjar um lugar na fila. Se tem, já vá se preparando, porque nunca haverá comida igual a dela, quentinha, feita com amor, saborosa. E ela vai fazer você saber disso, resmungando, pondo defeito em tudo, inclusive reclamando do preço da conta e fazendo cálculos do que poderia ter comprado com aquele dinheiro.
Isso, claro, se for uma mãe real, não dessas de propaganda. Muito menos dessas propagandas ridículas que estão no ar.
A NOVA VIDA DE DONA NEGA
Por Michelle Martins ... Lágrimas... Não são lágrimas de tristeza, não são lágrimas de sofrer, são lágrimas de carinho, de lembranças. Lembranças de algo que se passou com o tempo e que nunca se apagarão. - Ei vovó, vim fazer comida para a senhora. - Me dá uma florzinha do jardim? Saudades da sua mãozinha sempre acariciando a minha quando estava perto. Mesmo na dor, o bom humor sempre reinava. Saudades do seu tempero, do seu cheiro gostoso, do seu olhar feliz! Nega... nossa neguinha. Mulher forte, lutadora e que construiu uma vida cheia de carinho, amor, dedicação aos 9 filhos, 36 (+1 eu) netos e 16 bisnetos. Essencial na vida de alguns, um anjo na vida de outros. Sempre tentando ajudar quem precisa. Oferecendo espaço nesse enorme coração a quem quer que se aproxime. Hoje está ao lado do amor de sua vida - Vovô Ryl -, outro eterno nas nossas vidas e que, tenho certeza, "mexeu seus pauzinhos" lá no céu e me re-apresentou o grande amor da minha vida, Frederico Santos e Silva, seu neto. Quem diria, não é vovó Nega, nasci para ser sua neta mesmo! Não vou dizer que a senhora nos deixou. Apenas está descansando para nos encontrarmos em um outro mundo que é completamente diferente deste, onde todo o carinho, amor e humildade estão sempre presentes, assim como estiveram em toda a sua jornada. Vá, Dona Maria Alves dos Santos, vá descansar! Pegue a sua "Ferrari" e, antes que encontre o senhor, jogue-a fora, porque sua alma está livre. Livre de enfermidades, livre de qualquer limitação. Dê um enorme abraço em minha avó Alaíde. E que Deus a acompanhe e te dê paz nessa nova jornada repleta de vida!
Por José Ponciano Neto ... No dia 19 de abril os montes-clarenses e espinosenses terão de comemorar, não só o dia do Exército Brasileiro e do índio, mas, a posse da primeira mulher a ocupar um alto cargo na corte do TSE. Trata-se de uma montes-clarense filha de uma família tradicional em Espinosa. Diante deste fato histórico, o Grupo Escolar Francisco Sá de Montes Claros também entra para história. Por quê? A Ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha estudou neste educandário de 1962 a 1965, numa época literalmente conturbada. Era a pré e pós revolução militar. A escola pública era de alto nível. Quando o aluno passava pela “admissão” (tipo um vestibular para ingressar no ginásio), os do Francisco Sá destacavam, como destacamos no Colégio São José. Tínhamos grandiosas professoras, entre elas, a linda Maria Alice, Geraldinha Figueiredo, Zorilda Madureira (brava!), Zildete Viana e outras que me esqueci. Agora, campeã era a nossa educada diretora Terezinha Meira. Sempre que aprontávamos na sala, ela nos orientava com tanta educação que era melhor tomar palmatória na mão. Além da Carmem Lúcia Antunes, tinha as gêmeas Mercês e Maria Edwiges, Laura, Marina, Fatinha, tinha uma colega da família de Armando Chaves que não lembro o nome. Entre os alunos, Ernani Meira (o mais quietinho), Mario Lúcio Araujo (hoje general do Exército e filho de Zé Amaro), Silvio, Francisco, Eduardo Brasil, Nem padinha, Milton, Elton do Correio, Manoel Oliveira, José Alfredo, Jadir (Café Galo) e seu irmão Jader. Os mais atentados eram transferidos para sala de Dona Zorilda Madureira, inclusive eu, que sempre dava trabalho. Saudades do mingau caramelado da cantineira dona Lia, da beleza das nossas colegas que sempre nos faziam sonhar durante a nossa privacidade. A ministra e presidenta do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, as professoras, diretoras e todos os alunos citados é um exemplo da escola pública do passado. Quem não formou o terceiro grau, pelo menos não marginalizaram. Parabéns para o Grupo Escolar Francisco Sá e também o Gonçalves Chaves do Marcos Darcy e do sobrinho Ucho, outra escola de exemplo. Pena que não sou jornalista para aprofundar mais na história dessa ministra.
Por Leonardo Álvares da Silva Campos ... Exatamente no casamento de Babi, o padre foi de uma infelicidade gritante, se bem que não sabia que na sua frente estava uma mulher de dupla personalidade, dissimulada, pecadora e que traía por compulsão, para quem importava tão-somente os prazeres carnais. O respeito ao sentimento do próximo não constava de sua cartilha. Mentir era o seu delito mais ameno. O religioso, achando estar concitando o casal a compartilhar a nova vida a dois como unha e carne, fazia um sermão alegando que no mistério do amor o que estragava tudo era a ideia de posse, posto que as flores não precisavam ser apanhadas nos jardins, elas se davam naturalmente, arrematando por condenar o matrimônio indissolúvel. Era o verbo que Babi melhor sabia conjugar: dar. Ela vinha de outra cidade, na qual levara uma vida de devassidão e abominações a tudo quanto fosse honesto e a Deus. Para ela, o Criador não passava de uma fanfarronice. A mulher se deitava com qualquer um, por dinheiro ou não, e não dispensava as drogas. Homens para acompanhá-la em sua vida desregrada e imunda não lhe faltavam, afinal era de uma beleza ímpar. Aquela aberração da espécie humana, verdadeira erva daninha, mas que entendia tudo da arte da sedução, acreditava piamente que a justiça consistia em se dar, no sentido carnal, a todos. Assim dava o seu o corpo até para os pobres, entendendo que assim ficava próxima de um projeto inicial de criação, em que pese o seu ateísmo. Não admitia que fosse acusada pela exclusão social dos menos bafejados pela sorte, pelo menos no concernente a sexo. No fundo, quando ajudamos o pobre, estamos na realidade devolvendo o que lhe pertence por direito e que um dia lhe foi roubado - pensava inteiramente convicta Babi. Quem criou as diferenças foi o próprio homem, ela concluía, assim partindo para a sua atividade sexual frenética sem nenhum drama de consciência. Detentora de um esplendoroso corpo, malhado, sarado, a terrível criatura, no entanto, preferia os ricos, assim nunca faltavam em sua alcova bebidas da melhor qualidade, drogas e um carro para facilitar as idas e vindas em busca de novas fantasias para pôr em prática. Seu íntimo era, assim, um verdadeiro covil para aquele espírito imundo e detestável. Sonhava, por outro lado, em encontrar um dia um marido com quem mantivesse um casamento aberto, cada um contando para o outro detalhes dos seus relacionamentos extraconjugais, e mesmo ambos partilhando com outro homem ou mulher a mesma suíte de motel. Como regra, o ciúme seria abolido, não haveria lugar para a ideia de posse a estragar tudo. Ela chegava mesmo a alimentar a fantasia de, já na lua de mel, entregar-se ao marido e a outro homem, ou ao marido e outra mulher. É que certa vez leu em algum lugar sobre Afrodite, ou Vênus para os romanos, a deusa do amor erótico e da beleza, que foi casada com Héfeso e era amante de vários deuses, mitologicamente sendo considerada a deusa que mais aceitava, compreendia e amava os homens. Passou então a acreditar na existência real de Vênus, tomando-a como fonte de admiração e inspiração. Daí que lhe surgiu a ideia de ter um marido liberal que não lhe limitasse a liberdade. Tinha que conseguir um casamento aberto, era o seu ideal inarredável, sem esquecer-se da inédita lua de mel. Assim ela se rejubilou intimamente quando o padre, exatamente em suas núpcias, condenou o matrimônio indissolúvel e proclamou que era a ideia de posse a estragar o mistério do amor. Ou seja, mesmo sem qualquer intenção, o religioso lançou a infeliz colocação, dando mais asa para a cobra vestida de noiva ali em pleno altar. Todavia, a pecadora e cria do demônio teve de abandonar a sua cidade natal por corrupção de menores - adolescentes de ambos os sexos eram por ela envolvidos, logo aprendendo até mesmo a furtar e a usar drogas, adquiridas com o dinheiro advindo daqueles pequenos furtos - drogas inaladas e mesmo lambidas em corpos suados cheirando a sexo. A mulher não chegou a ser presa, vez que fora informada por uma autoridade, que era um dos seus companheiros de orgias, a desaparecer. As famílias das vítimas optaram então por não formalizar uma queixa, preferindo evitar o escândalo. Na cidade distante para a qual se mudou, todos admirando aquela beleza, mas sem saber de tanta luxúria que carregava em seu íntimo, Babi, instalada há pouco tempo num hotel e pedindo a todos que fosse tratada por Bia, questão de cautela, viu-se certo dia surpreendida por uma chuva forte, refugiando-se por instantes num templo evangélico. No local, coincidência ou não, o pastor, enquanto agitava nervosamente a Bíblia em uma das mãos, vociferava acerca de uma passagem do Apocalipse sobre a destruição da grande meretriz, prostituta de reis da terra e que, com o vinho de sua devassidão, se embriagaram os seus habitantes. Quase gritando, continuou ressaltando que a grande meretriz tinha nas mãos um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícies da sua prostituição. Babi, agora Bia, ria interiormente daquela pregação que achava uma boçalidade, percebendo após que o pastor passou a ler a parte final do texto bíblico, dando à voz todo o ar dos seus pulmões. “ - Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos. Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo suas obras, e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela. Quando a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso em um só dia sobrevirão os seus flagelos, morte, pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor que a julgou. Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaça do seu incêndio, e, conservando-se de longe pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! ai! tu, grande cidade, Babilônia, tu poderosa cidade! pois em uma só hora chegou o teu juízo.” A mulher, que mais parecia uma égua de rodeio e diuturnamente no cio, só parou de achar graça interiormente ao ouvir a palavra Babilônia, já que o seu nome constava das quatro primeiras letras da cidade mencionada na Bíblia: Babi. Já quase não chovia, ela se retirou do templo. Uma vez na rua, balançando com arte a bunda perfeita, com toda a beleza e a delicadeza próprias de sua idade, tudo na mais perfeita consonância com a ideologia ocidental, Babi percebeu quando um homem, bastante simpático e educado, parou o carro ao seu lado e lhe ofereceu uma carona, que aceitou imediatamente. Era um engenheiro, pessoa honesta, temente a Deus e de família tradicional do lugar. Ingênuo, o moço era um bom e respeitado profissional. Um ano depois estava casando-se com Babi, embevecido pela sua formosura, nem chegou a perceber a personalidade malévola de sua futura consorte, que para ele se disfarçava de séria, porém não passava de um imbróglio. No ínterim de sua chegada ao lugar e a data de suas núpcias, Babi, ou Bia, já conseguira seduzir o proprietário do hotel, então transformado em seu amante e quem lhe conseguia drogas, além de não lhe cobrar a hospedagem nem a alimentação, presenteando-a ainda com as melhores roupas. O hoteleiro era um dos padrinhos do casamento, convite que lhe fora feito com antecedência. A mulher também não se esqueceu dos pobres; fornicava, sempre que possível, com um jardineiro assalariado, com um comerciante falido e um cobrador. Tudo no mais absoluto sigilo, sem cair na boca do povo. Se as coisas estavam dando certo para a maquiavélica mulher, por outro lado ela se sentia vazia e fracassada. Era que o futuro marido, ao contrário de ser liberal, nutria-lhe um ciúme doentio. Dizia-lhe mesmo que sexo só após o casamento. Com o tempo certamente ele estará como planejei o meu marido, mormente se ele passar a usar drogas comigo, pois a droga faz o macho baixar a guarda, perder o caráter, aceitar qualquer coisa numa bacanal - entabulava aquela mente satânica. Na cerimônia de casamento, o padre apregoava por conseguinte uma justiça igualitária, com distribuição dos bens entre todos. A mulher estava impecavelmente a rigor para a cerimônia: vestido longo e luvas brancas, véu e grinalda. Sentia um frescor subindo-lhe pelas pernas, pois nada vestia por baixo. Vez ou outra, fitava o hoteleiro seu amante e agora padrinho. Por outro lado, ostentava uma novidade: colocara um piercing no umbigo, que julgava ser o acessório feminino número um para agradar aos homens. O mais novo esposo da cidade não economizara com despesas na festa de recepção no clube com decoração suntuosa, arranjos florais em todos os cantos, se bem que Bia gostava realmente era das trepadeiras, lugar-comum em sua vida desregrada. Políticos, empresários, delegado de polícia, autoridades judiciárias e outros se faziam presentes, enfim toda a alta sociedade era vista na recepção. No clube trabalhava o jardineiro assalariado, que já vinha recebendo a caridade da mulher. A recepção, com certeza, vararia a madrugada. Enquanto a orquestra, famosa e trazida de longe, tocava, o padre, que como outros de destaque social se fazia presente, em determinado momento passou a ler para um dos convidados um trecho da Bíblia, atraindo a atenção de outros, inclusive do marido: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço, isso faço.” O religioso prosseguia em sua leitura sob os olhares atentos de quase todos. Foi quando a noiva deu um toque de longe para o hoteleiro acompanhá-la ao banheiro. Com a porta trancada por dentro e ainda com o vestido do casamento, que ergueu até a cintura, ela entregou-se ao amante. Durante o coito ainda divertiam-se olhando o ato no enorme espelho, adaptado para uma peça de mármore de Carrara e que, numa de suas saliências, tinha uma estátua de Amon-Ra, divindade egípcia representada por um homem com cabeça de carneiro, hoje jocosamente apontado como o deus dos chifrudos. Deu-se um orgasmo rápido e simultâneo. Os lascivos ainda escutavam a orquestra tocando do lado de fora enquanto faziam uma rápida limpeza. Voltaram ao salão sem despertar suspeitas. O padre, tomando refrigerante, continuava falando sobre temas bíblicos para alguns, porém novos grupos se formaram, alguns discutindo política, outros aproveitando o tempo tratando de negócios, em meio a bebidas caras, como o vinho Vega Sicilia e champanhe Laurent Perrier, e salgados, enquanto esperavam pelo jantar encomendado da capital. Havia ainda pares animados na pista de dança. A mulher, parecendo insatisfeita, foi até o jardim e, na relva úmida mesmo, foi possuída pelo jardineiro sob a proteção de uma baixa vegetação arbustiva. Ela retornou ao banheiro para nova limpeza, banho de passarinho, inclusive despindo-se para retirar pedaços de relva que ficaram grudados ao vestido. Retocou a maquiagem, passou batom novamente, perfumou-se e voltou para o salão. O marido estava numa das mesas com uns amigos mais íntimos, já levemente embriagado, parecendo não ter pressa na consumação do casamento pela primeira relação sexual. Os convivas prestaram novas reverências à noiva ao lado, mas nenhum deles teve a educação de oferecer-lhe uma cadeira. Babi parecia zangada diante da tranqüilidade daquele que seria teoricamente o seu companheiro para o resto da vida, mas nada deixou transparecer ao retirar-se. Ela se reuniu então a um grupo de mulheres, uma das quais, uma linda loira divorciada do tipo ariano, corpo bem feito que o longo vestido branco, um pouco transparente, desenhava com detalhes, passou a cobri-la de atenções e gentilezas. As duas se entenderam imediatamente. Levando suas taças de champanhe, seguiram até um reservado do clube, com total privacidade para conversas particulares, com enormes sofás, tapetes persas pelo chão e quadros de pintores famosos pelas paredes. Não demorou muito e as duas estavam nuas e entrelaçadas num dos sofás. Tinham pressa em variar as posições. Foi assim que uma bola de ouro do piercing da noiva soltou-se sem ser percebida quando ela levantava o rosto do meio das pernas da loura para buscar o seu rosto. Naquele frenesi sexual, a peça de ouro do piercing já desprovida de sua bola transfixou o clitóris da fêmea representante da raça ariana, lacerando a sua carne. Os gritos de dor vindos do reservado foram escutados no salão, mesmo com o som da orquestra. Foi o próprio delegado, de arma em punho já pensando numa tentativa de assassinato, a arrombar a porta, que não dada passagem a todos os convidados, entre curiosos e temerosos. Cena inusitada. Era inteiramente impossível desatrelar ali a noiva e a loira inteiramente nuas, o umbigo da primeira parecendo costurado ao clitóris da outra pelo fino e delicado fio de ouro do piercing, enquanto o sangue derramava das carnes dilaceradas. Só mesmo no hospital. A ambulância chegou rapidamente. Não chegou a haver separação, o casamento foi anulado mesmo por erro sobre a identidade de outro cônjuge, posto que o homem desposara mulher decaída sem que o soubesse, tomando conhecimento do seu baixo caráter e depravação de costumes somente quando das núpcias, situações antes encobertas. Bia, que abandonou de vez o seu nome de registro, ficou pela cidade mesmo, afinal não era caso de polícia, todos provando de sua luxúria e abominações, tanto os ricos quanto os pobres. Menos o ex-nubente, que continuou em sua vida metódica, mantendo sua honra e boa fama.
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