terça-feira, outubro 06, 2009

MULHER LARGA TUDO POR AMOR BANDIDO

Sandra Regina Martins: - Foi um amor louco, um amor bandido.

Um flerte nas escadarias da estação Sé do Metrô se transformou em “um amor bandido” vivido pela auxiliar administrativa Sandra Regina Martins, de 39 anos.

Narrada com detalhes, a epopeia pela qual passou Sandra é digna de romance policial misturado com comédia romântica dos anos de ouro de Hollywood e pitadas de aventura e mistério. Não faltaram nem mesmo caminhadas intermináveis, de dia e de noite, por várias regiões de São Paulo, passeios seguidos de Metrô e pernoites em hotéis fuleiros do Centro da capital.
Sandra Regina desapareceu no último dia 29, uma terça-feira, e só reapareceu na noite de sábado (3). Nestes cinco dias, ela abandonou o emprego no qual ficou apenas um dia, a segunda-feira (28), deixou um carro com a bolsa dentro em pleno Largo São Francisco, no Centro, vendeu o celular para poder se alimentar e pagar um quarto onde pudesse passar a noite e até entregou o cartão do banco, com a respectiva senha, para uma pessoa que acabara de conhecer. Tudo para viver um grande amor.

“Quando o conheci, ele me disse que tinha lido a seguinte frase no Metrô: ‘O amor faz perder o fôlego, mas também faz perder o juízo’. Foi o que aconteceu comigo”, admitiu Sandra Regina, depois de passar a segunda-feira (5) prestando depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP) da Polícia Civil.
O ‘ele’, no caso, ao qual ela se refere é Juan, que se apresentou, inicialmente, como médico da Santa Casa de Misericórdia, no Centro, virou assaltante de banco no desenrolar do romance e afirmou ser bacharel em Direito com condenações por vários artigos, incluindo latrocínio (roubo seguido de morte), do Código Penal Brasileiro, segundo afirmações do próprio a Sandra Regina.
A princípio, ele alegou morar no Espírito Santo, mas foi cumprimentado por vários frequentadores do Centro, segundo ela, e a todo instante demonstrava temor de ser reconhecido por algum policial. Nada disso, no entanto, importou. Desde o início, Sandra Regina se encantou por Juan. “Me senti muito atraída. Ele é muito charmoso, muito gentil, muito cativante”, contou.

FLERTE FATAL

A história começou com um flerte no último dia 21 de setembro na Estação Sé do Metrô. “Nos encontramos ali, mas ele me seguiu até a estação Vergueiro. Ele desceu atrás de mim, me apontou e disse: ‘Foi por causa de você’. Percebi que ele me olhava muito”, disse. Depois da tradicional troca de telefones, mais um encontro no dia seguinte, uma terça-feira (22), e o consequente primeiro beijo, também na escadaria da estação do Metrô.
Depois disso, apenas no sábado seguinte (26), ela recebeu notícias dele por meio de um torpedo de celular: “Esqueceu de mim!”, dizia a mensagem, segundo ela. A partir daí, a troca de mensagens foi incessante – e a vontade de reencontrá-lo, de permanecer junto, só crescia.
“Ele me disse que era divorciado e que tinha um filho, que era um médico bem-sucedido, que morava em um apartamento de R$ 1 milhão no Espírito Santo e chegou a me mostrar um extrato bancário com um saldo de R$ 15 mil. Pensei comigo: ‘Será que ele está querendo me comprar’”, afirmou, ainda com um pé atrás em relação ao novo – e desconhecido – amor de sua vida.
Com muitas gentilezas, cavalheirismo e histórias bem contadas, Juan, aos poucos, foi minando a pouca desconfiança que havia da parte de Sandra Regina. Em uma destas investidas, ele disse a ela que tinha vindo a São Paulo para tratar e operar um paciente na Santa Casa.
Em um dos encontros, ele, inclusive, se ofereceu para fazer uma operação em uma mulher com uma grande cicatriz de queimadura no braço que havia acabado de conhecer tomando cerveja em um bar próximo do hospital. “Fiquei até emocionada quando ele se ofereceu para ajudá-la. Ninguém ajuda ninguém nesta cidade e ele se ofereceu em troca de nada”, narrou.

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