sexta-feira, março 07, 2008

RESENHA DO RÊ

EM NOME DE GODÔ
A agente cultural, empresária e amiga das artes Walkiria Braga manda a seguinte mensagem a este filho de dona Laura e enamorado de Laura, a propósito do centenário de nascimento do saudoso, comemorado neste ano:

Regis,Mais uma vez muito obrigada. Você não tem idéia da dimensão do bem que está proporcionando à cidade e, principalmente, ao Patão, que adquire novo fôlego (ele ri de alegria) cada vez que vê o jornal.
Deus te abençoe.

Walkiria

O TEXTO
Foi a própria Walkiria que encontrou em seus alfarrábios um texto escrito por nós em 1984, i.é., há 24 anos, no Jornal do Povo, e que diz o seguinte:

Godofredo Guedes, além de artista, vem se constituindo num mágico da vida que aportou em Montes Claros há tanto tempo, trazendo a boa mensagem da gente baiana, deixando marcado na nossa história a sua passagem, não só através dele e de dona Júlia, como de Patão, Beto, Zeca e tantas outras pessoas que, trazendo na alma, no sangue, o dom da arte, vêm contribuindo para a formação dessa gente montes-clarense, dessa gente sertaneja.
Eu não ressaltaria apenas a retrospectiva de Godofredo Guedes como uma homenagem de Montes Claros a ele, ressaltaria principalmente o que deixaram de fazer por ele.
Godô na realidade parece que nunca foi levado muito a sério pela gente de Montes Claros, apesar de toda sua vibração como compositor, como artista da viola, apesar de suas qualidades como pintor, ele nunca foi considerado como um grande artista em Montes Claros, pelos montes-clarenses, ao contrário do que acontece fora daqui.
Então, eu acho que agora chegou a vez de Montes Claros pedir desculpas, de dar a mão à palmatória e prestar esse pleito de gratidão a um dos seus mais significativos moradores, um dos seus mais competentes habitantes, que é Godofredo Guedes, e assim homenagear também toda sua família, família de artistas.
Uma das coisas, por exemplo, que pouca gente sabe é que Godofredo Guedes é um dos maiores fabricantes de tintas do país. Usando gemas, claras de ovo, terra e tantas coisas que busca longe daqui, na Bahia, ele fabrica muitas tintas de ótima qualidade, superiores inclusive às que o Brasil importa hoje, e assim ele vai fazendo seus quadrinhos, fazendo sua arte, retratando, como diz o Konstantin, vai transmitindo a alma da Bahia, a alma de Montes Claros, enfim, a alma do sertão para uma platéia sempre ávida de coisas simples, coisas modestas, coisas que talvez por serem tão modestas fizeram com que Godô não fosse levado muito a sério até hoje.
Sua obra e seu trabalho, apesar de tudo, estão indelevelmente marcados na história de Montes Claros.
Reginauro Silva

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