sábado, julho 03, 2010

ALEMANHA DEIXA MARADONA NU: KKKKKKKKKKKKKKKK

Que seria um confronto inesquecível, digno da tradição das Copas do Mundo, já se imaginava. O que o torcedor espalhado pelo planeta talvez não imaginasse é que o mais novo episódio de uma das principais rivalidades dos Mundiais se resolvesse com a supremacia tão avassaladora de um dos lados. Se Maradona afirmou que imaginava que "Deus queria ver a Argentina na final", os deuses da bola não concordaram com o Pibe de Oro. E quem esperava que os argentinos responderiam às provocações dos alemães em campo viram um amontoado de jogadores de camisas azuis e brancas incapazes de conter os homens de preto alemães. O repeteco das decisões de 1986 e 1990 acabou com uma goleada histórica e sepultou de vez a teoria de que o futebol alemão é pragmático e desinteressante. Se restava alguma dúvida sobre quem está jogando melhor nos gramados sul-africanos, ela acabou desfeita no Green Point, na Cidade do Cabo: 4 a 0. E Maradona, que prometera desfilar nu ao redor do obelisco de Buenos Aires, se a Argentina fosse campeã da Copa 2010, se sentiu pelado diante da fúria alemã, ainda nas quartas de final.

A ofensiva e habilidosa equipe argentina parece ter ficado nos vestiários do Green Point. Quem começou de forma arrasadora, unindo toque de bola rápido, marcação forte e apetite para atacar foi a Alemanha, que nos dois primeiros minutos já tomava conta da partida e viu o bom começo premiado aos 3min, depois de falta de Otamendi em Podolski. Schweinsteiger, que durante a semana ajudou a esquentar o clima acusando os sul-americanos de provocadores, cobrou e encontrou o novato Thomas Müller livre para abrir o placar, aproveitando-se da bobeada do goleiro Romero.

A essa altura a pergunta era: "quando a Argentina entraria em campo". Dominando o meio-campo, os jogadores de preto pareciam se multiplicar e, sem medo de apelar para as faltas, conseguiam neutralizar a armação de jogadas dos comandados de Maradona, levando perigo nos contra-ataques. Nas poucas vezes em que a bola passava pela linha defensiva alemã, Messi e Tévez não encontravam espaços para concluir, e ainda encontravam no goleiro Neuer uma barreira. Aos 23min, uma bobeada de Heinze deu a Müller a chance de encontrar Klose na área, mas o atacante chutou por cima.

Sem modificações, a Argentina começou a segunda etapa tentando sufocar e apareceu com mais frequência na área alemã, mas faltava o espaço para chutar e Neuer continuava fazendo sua parte. A Alemanha deixou clara sua postura, apostando nos contra-ataques. E foi num deles, aos 27min, que explorou a fragilidade defensiva dos argentinos e ampliou. A jogada de Podolski pela esquerda encontrou Klose livre para empurrar para o gol, seu 13º em Copas.

Maradona enfim resolveu mexer, tirando o lateral Otamendi e colocando o atacante Pastore. Mas viu, com uma expressão bem diferente da alegria que marcou as partidas anteriores, o zagueiro Friedrich transformar o resultado em goleada, numa jogada típica de treino, em que Podolski envolveu a marcação. E foi novamente dos pés do camisa 10 que surgiu a bola do quarto gol, em mais um lançamento açucarado para Klose, que iguala Gerd Müller como o segundo maior goleador da história dos Mundiais, e está muito próximo de superar Ronaldo, que tem 15. Com direito à presença da chanceler Angela Merkel, que mostrou ser pé-quente, a Alemanha avança, com todos os méritos. E ai de quem estiver pelo caminho.

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