terça-feira, novembro 02, 2010

EUA DECIDEM SE DERROTAM OBAMA E APROVAM MACONHA

Além de renovar parte do Congresso e escolher novos governadores, os eleitores americanos comparecem às urnas nesta terça-feira para votar uma série de medidas polêmicas, entre as quais está a legalização da maconha na Califórnia. Os eleitores devem responder se o Estado deveria passar a autorizar o cultivo, posse, consumo e compra da droga pelos cidadãos maiores de 21 anos.
A rejeição à proposta, que é vista por muitos como um sinal de incongruência por parte dos Estados Unidos, foi manifestada inclusive pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, para quem a votação "enfraquece a luta contra as drogas" e teria consequências negativas para toda a América Latina.
Segundo as últimas pesquisas, no entanto, a maioria da população vai acabar se opondo à liberação da maconha, diante dos temores de que sua legalização aumente o risco de acidentes, tenha consequências no ambiente de trabalho ou crie uma plataforma legal para os narcotraficantes na Califórnia.
Se aprovada, a medida conhecida como Proposição 19 - cuja campanha recebeu a doação de US$ 1 milhão de George Soros - representaria uma importante fonte de renda por meio de impostos para os cofres do Estado, onde o consumo de maconha sob prescrição médica já é legal. No entanto, ela também entraria em contradição com as leis federais, que consideram a maconha uma substância proibida.

REPUBLICANOS

Segundo as últimas pesquisas divulgadas na segunda-feira (1), os republicanos são os grandes favoritos das eleições legislativas desta terça-feira e estão entre seis a 15 pontos à frente de seus rivais democratas. Os republicanos precisam de 39 cadeiras para se tornar a maioria na Câmara de Representantes, e 10 para prevalecerem no Senado.

A última pesquisa do instituto Gallup realizada entre quinta-feira e domingo com 1.539 prováveis eleitores coloca os republicanos na dianteira com 55% das intenções de voto, contra 40% dos democratas.

Outro levantamento conjunto do The Wall Street Journal e do canal de televisão NBC também prevê um grande avanço dos republicanos diante do que descrevem como "frustração" com o presidente Barack Obama e o Congresso de maioria democrata.
Na consulta encomendada pelos dois veículos de comunicação, os republicanos aparecem com uma vantagem de seis pontos e atingem 49% do apoio popular, contra 43% obtidos pelos democratas.
Quase a metade dos eleitores que se inclinam por um Congresso de maioria republicana assegura que se trata de um "voto de protesto" contra os democratas. Apesar de haver consenso de que a direita parte com vantagem na votação, não há acordo sobre o quão grande será a provável vitória.
Nate Silver, autor do blog FiveThirtyEight que antecipou corretamente os resultados em todos os Estados do país durante as eleições presidenciais de 2008, afirma que dadas as diferentes conclusões das pesquisas, "é difícil prever o tamanho da onda conservadora".
Se as previsões estiverem corretas, será a primeira vez nos últimos 80 anos que o Senado dos EUA não muda de liderança ao mesmo tempo em que a Câmara de Representantes. A mudança de forças prevista no Congresso deve complicar a agenda do governo dos democratas e alterar o rumo da Presidência de Obama.
O próprio assessor político do presidente, David Axelrod, lembrou nesta segunda-feira que alguns dos grandes temas pendentes, como a reforma migratória, não poderão ser tratados sem o apoio dos republicanos.
Os democratas foram incapazes de levar essa reforma adiante nos últimos anos, apesar de terem a maioria em ambas as câmaras. Com uma margem de representação reduzida, cumprir essa e outras promessas eleitorais pode tornar-se ainda mais complicado.

PROPAGANDAS

Analistas como Bruce Gronbeck, da Universidade de Iowa, e Erwin Hargrove, da Universidade Vanderbilt (Tennessee), atribuem grande parte da atual situação ao êxito da propaganda dos republicanos, que apresentaram os democratas como maus gerentes econômicos e responsáveis por um déficit que não para de crescer.

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