O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, justificou neste domingo (15) a informação de que seu patrimônio teria aumentado 20 vezes durante os quatro anos em que foi deputado federal. A notícia foi publicada na edição de ontem, domingo, do jornal Folha de S.Paulo.
Em nota enviada à imprensa, o ministro alega que o crescimento de seus bens se deve à atividade de “prestação de serviços de consultoria econômico-financeira” da empresa Projeto, na qual ele detém 99,9% do capital.
"O patrimônio auferido pela empresa foi fruto desta atividade e compatível com as receitas realizadas nos anos de exercício".
De acordo com a reportagem, o ministro comprou - em nome da Projeto, aberta em 2006 com sua mulher, Margareth - um apartamento de luxo em São Paulo por R$ 6,6 milhões e um escritório por R$ 882 mil. Os altos valores são incompatíveis com o que ele recebeu em salários durante os quatro anos de mandato - ao todo, R$ 974 mil.
Quando se elegeu deputado federal, em 2006, o patrimônio declarado de Palocci era de R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação. Segundo o jornal, ele tinha uma casa, um terreno e três carros, entre outros bens. A Projeto não apareceu na declaração porque foi aberta duas semanas depois de encerrado o prazo para entrega da relação de bens.
Na nota, o ministro diz que, em dezembro, as atividades de consultoria foram encerradas “por força da função ministerial a que se dedica hoje”.
Palocci afirma que não mora no referido apartamento e que as alterações no contrato social da empresa foram registradas junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República no momento de sua posse como ministro. Ele ressalta ainda que as informações contábeis da Projeto são regularmente enviadas à Receita Federal.
"Ressalto que no período de atividade a Projeto prestou serviços para clientes da iniciativa privada tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos".
Palocci confirma que os únicos bens administrados pela Projeto são os dois imóveis em São Paulo.
O PPS, partido da oposição, divulgou nota neste domingo criticando a suposta evolução patrimonial de Palocci. O líder da legenda na Câmara, Rubens Bueno (PR), pretende levar o caso ao Conselho de Ética da Casa, uma vez que o ministro era deputado federal no período da aquisição dos imóveis. (R7)
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