Na última quinta-feira, 19, por causa de um infarto fulminante, por volta das 21 horas, faleceu José Geraldo Aguiar, em Brasília de Minas, tendo seu corpo sido sepultado no dia seguinte, em São Francisco. Ele estava em sua residência, em São Francisco e passou a sentir dores do peito, procurou o médico e foi aconselhado a procurar recursos médicos melhores e ele foi levado para Brasília de Minas e depois seria levado para Montes Claros, mas, nas proximidades da primeira cidade, ele sofreu o infarto fulminante, tendo chegado ao hospital já morto.
Geraldo Aguiar, como era conhecido, nasceu na Vila do Morro (município de São Francisco), em 16 de outubro de 1949. Iniciou o curso primário ali mesmo e o concluiu no Grupo Escolar Coelho Neto, em São Francisco. Cursou o ensino fundamental no Ginásio de São Francisco e na Escola Estadual Professora Dulce Sarmento, em Montes Claros.
Mudou-se para São Paulo, onde fez o curso técnico em contabilidade no colégio Santos Dumont, no bairro do Braz. Ainda em São Paulo , frequentou outros cursos, entre eles o básico e o superior de fotografia e foi diplomado também pelo curso de caligrafia Dê Franco.
Retornando a São Francisco em 1974, montou seu ateliê fotográfico, trazendo algumas inovações, como a fotografia em cores, a Polaroid (fotos instantâneas) e o pôster 50x60; era, também, identificador “ad hoc” aprovado pelo Instituto de Identificação do Estado de Minas Gerais. Sempre religioso, fez o Encontro de Casais com Cristo, era cursilhista e vicentino.
Geraldo Aguiar tinha 61 anos de idade e deixa a viúva, Edny Prestes Aguiar e três filhos: Roberto, Michele e Daniel Prestes Aguiar. Ele é oriundo de uma grande família, sendo o 12º filho de 17, do casal José Aguiar e Cecília Santos Aguiar.
Geraldo Aguiar exerceu a profissão de fotógrafo em São Francisco , por mais de 36 anos,. Com muitos contatos, tomou conhecimento dos rumores na região de que Lampião estaria vivendo naquele Município.
O fotógrafo e pesquisador José Geraldo Aguiar, o editor Reginauro Silva e o repórter Yago Cavalcante, em São Francisco, em setembro de 2009.
Passou a pesquisar e encontrou um homem sisudo, estranho, com um defeito no olho direito, usava óculos escuros e que não era de ter amigos. Procurou se aproximar daquela pessoa, travando conversas, puxando assunto, até que ficou sabendo tratar-se de João Teixeira Lima.
Os contatos foram aumentando. João Teixeira Lima passou a ter confiança em Geraldo Aguiar. Muitas informações foram transmitidas ao fotógrafo, até que num determinado dia, João Teixeira confessou que era, na realidade, Virgulino Ferreira da Silva, narrando toda a história de sua vida e como ele renunciou ao cangaço e fugiu para Minas.
Em 1992, Geraldo Aguiar disse para João Teixeira Lima que queria escrever a sua história, para corrigir o equívoco daquele episódio de Angico. Ele disse: “Meu passado foi muito problemático, não posso aparecer. Faça o que for possível, mas, não anuncie nada antes da minha morte. Vou morrer no ano que vem. Deixo minha mulher autorizada a colaborar com você em tudo que for possível.”
Realmente, João Teixeira Lima veio a falecer no ano seguinte, o óbito foi registrado em nome de Antônio Maria da Conceição, sepultado em Buritis-MG e a sua então mulher, Severina Alves de Morais, conhecida por Firmina, outorgou procuração para José Geraldo Aguiar, prestou todas as informações necessárias e entregou documentos importantes.
Geraldo Aguiar pesquisou o assunto durante 17 anos, entrevistou dezenas de pessoas ligadas ao cangaço e terminou de escrever o livro, sendo lançado em setembro de 2009, com o título “Lampião, o Invencível: duas vidas e duas mortes” pela Thesaurus Editora, de Brasília-DF.
O livro causou enorme repercussão, porque muda totalmente a história do cangaço no Brasil, tendo grande aceitação nos meios acadêmico e popular, por ser Lampião um mito e de grande aceitação entre o povo.
Ele já estava com as pesquisas bem avançadas para lançar a 2ª edição do livro com mais detalhes e outras provas de que João Teixeira Lima ou Antônio Maria da Conceição era o próprio Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. (Avay Miranda)
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