quarta-feira, setembro 19, 2007

PROCURADOR GERAL ANALISA DOCUMENTOS SOBRE O MENSALÃO MINEIRO

Conforme noticiou o Jornal Nacional em sua edição desta terça-feira, o procurador-geral da República está analisando as provas do inquérito que investigou o valerioduto que teria sido montado pelo PSDB mineiro na campanha a reeleição para então governador e hoje senador Eduardo Azeredo.
Nas próximas semanas, Antônio Fernando de Souza vai decidir de oferece denúncia contra os suspeitos de integrar um esquema que teria dado origem ao mensalão do PT.
A decisão agora será do procurador-geral da República. A partir do relatório da polícia federal e da análise de outros documentos, Antônio Fernando de Souza vai decidir nos próximos dias se pede a abertura de processo contra os acusados de envolvimento em um esquema de doações eleitorais não declaradas para a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.
Segundo o relatório da PF, as empresas de publicidade de Marcos Valério eram usadas "para lavar a origem de valores, que eram desviados de órgãos públicos ou repassados por empresários e por banqueiros".
O documento diz que "pelas provas reunidas, pode-se identificar ao menos dois métodos utilizados para desviar recursos públicos: patrocínios fictícios de eventos esportivos realizados pelas empresas Copasa, Comig - Companhia Mineradora de Minas Gerais, e grupo Bemge - Banco do Estado de Minas Gerais, além de simulação de gastos publicitários da Cemig".
De acordo com o relatório da PF, o esquema montado em Minas Gerais em 1998 foi o embrião do mensalão, escândalo de compra de votos no congresso, que levou o Supremo Tribunal Federal a abrir processo contra 40 pessoas, entre elas três ex-ministros.
Segundo a PF, o esquema de Minas teria movimentado mais de R$ 100 milhões com desvio de dinheiro público e empréstimos bancários.
O relatório da PF inclui uma lista de 159 nomes de políticos com valores ao lado.
A lista tem a "assinatura de Cláudio Mourão", coordenador da campanha de Azeredo. Mourão reconhece que a assinatura é dele, mas afirma que não elaborou aquele documento.
A PF declara que, segundo a perícia, o documento não foi forjado. Mas o relatório também ressalva que nem todo o valor declarado foi submetido à lavagem de dinheiro pelo esquema de Marcos Valério.
Segundo o relatório "também é possível que Mourão tenha inflado o valor que ajudou a arrecadar clandestinamente".
Eduardo Azeredo, hoje senador, negou as acusações. “Nunca houve mensalão em Minas Gerais. Nunca houve pagamento a deputados para que eles votassem de acordo com o interesse do governo. Eu não fui o responsável pelas questões financeiras da campanha de 98, todos que participaram da campanha sabem muito bem disso”.
O relatório da PF também diz que o atual ministro da Articulação Política, Walfrido dos Mares Guia, “teve participação no esquema de doações eleitorais não declaradas para a campanha de Eduardo Azeredo".
Na época, Walfrido era vice-governador do estado e candidato a deputado federal. Mares Guia negou a acusação. Disse ao procurador Antônio Fernando Souza que não era coordenador da campanha de Eduardo Azeredo e que vai apresentar documentos provando que é inocente.
“Através de documentos formais, inclusive com auditoria feita por empresas de caráter internacional, demonstrar com simplicidade, clareza e objetividade que tudo o que foi feito tinha razão de ser feito, tinha fundos documentados, registrados na contabilidade e com isso esclarecerei definitivamente estas questões”, declarou Walfrido.

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