sábado, abril 05, 2008

ANA CAROLINA PASSA PRIMEIRO ANIVERSÁRIO SEM ISABELLA

Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella Nardoni morta no sábado passado (29), completa 24 anos neste sábado (5). É o primeiro aniversário da bancária após a morte da filha. "Não tem clima de aniversário", lamentou o irmão dela, o designer Felipe Vicente de Oliveira, de 30 anos, que deve passar o dia com Ana Carolina.
A página de Ana Carolina no site de relacionamentos Orkut, que já recebeu mais de 100 mil recados de solidariedade, amanheceu com centenas de mensagens de apoio à mãe da criança e de cumprimentos por seu aniversário.“Apesar de seu sofrimento, parabéns por seu aniversário e que Deus te ilumine nessa caminhada”, diz um dos recados. Em mensagens, internautas ponderam a dificuldade em passar o aniversário longe da filha. “Este dia era para ser repleto de felicidades, mas será cheio de saudades... Mas tenha fé”, afirma outra mensagem.
LUTO
A mãe de Isabella mantém em sua página no Orkut uma declaração de amor à filha e exibe muitas fotografias ao lado da criança. “Filha maravilhosa da minha vida, você será eterna... Lutarei para conquistar tudo nessa vida em ‘nosso nome’. Te amarei para sempre”, escreve. Ana Carolina aderiu a comunidades que homenageiam Isabella e agradece ao apoio de milhares de brasileiros.
Na manhã desta sexta-feira (4), entre 8h45 e 8h49, a página da mãe de Isabella no Orkut recebia uma média de 40 mensagens de solidariedade por minuto. No período, foram contabilizados 201 recados.Recados, postados de todo o Brasil, pedem justiça pela morte da criança e se solidarizam com a dor da família. Também são enviadas orações e mensagens de conforto espiritual. Mulheres que se identificam com Ana Carolina por serem mães também deixam recados. “Como você, também sou mãe e estou muito triste por você. Mas Deus, em sua infinita bondade, vai te iluminar”, diz uma mensagem.
Na noite de sexta-feira (4), a Igreja Nossa Senhora da Candelária, na Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo, ficou pequena para abrigar as centenas de pessoas que foram acompanhar a missa de sétimo dia da menina Isabella Nardoni. “Ela era uma menina muito linda. Os avós gostavam demais dela. Era inteligente. Vivia brincando dentro da loja, brincava de comprar e vender”, contou Íris Navarro, de 50 anos, funcionária da loja de roupas dos avós de Isabella na Vila Gustavo, também na Zona Norte.
VERSÃO DO PAI
A polícia trabalha sobre a versão contada pelo pai da criança que, desde o primeiro dia, afirma ser inocente. Ele conta que deixou a menina em um quarto, dormindo, enquanto foi até a garagem ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos. A família havia chegado de um jantar na casa da sogra dele, por volta de 23h30. Alexandre Nardoni afirma que deixou o imóvel trancado depois de colocar a menina na cama. Quando subiu, viu que ela não estava no cômodo e percebeu que a tela de proteção na janela estava rasgada. Em seguida, relatou ter visto o corpo da criança no jardim. Em cartas divulgadas à imprensa nesta semana Alexandre e sua mulher, Anna Carolina Jatobá, dizem não serem culpados pela morte e afirmam que a “verdade prevalecerá”. A Justiça decretou nesta semana a prisão temporária do casal.
INVESTIGAÇÕES
O promotor Francisco José Taddei Cembranelli disse na sexta-feira (4) que não descarta a possibilidade de ela ter sido colocada na grama do jardim e não ter sido arremessada. “Isso vai se comprovar com a conclusão das investigações policiais”, disse ele, em entrevista coletiva à imprensa. Segundo ele, todas as hipóteses serão averiguadas. Na opinião do promotor, entre os pontos que devem ser esclarecidos, está o momento em que a família chegou ao prédio e subiu ao apartamento. De acordo com o inquérito, o casal teria chegado ao prédio por volta das 23h30 e o porteiro diz ter ouvido um barulho, que seria da queda de Isabella, entre 23h45 e 23h55. Segundo a versão dada pelo pai à polícia, não se passaram mais que cinco ou sete minutos o período em que ele leva a criança para o apartamento, retorna ao carro e volta a subir para o apartamento no 6º andar. Ainda segundo Cembranelli, até que os bombeiros e policiais chegassem, o corpo de Isabella não foi tocado. “Não foi mexido. Não houve desespero de ninguém em prestar um socorro imediato”, afirmou.

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