Carta de corso dada ao capitão Antoine Bollo, em 27 de fevereiro de 1809
"Você precisa somente de três homens e um barquinho, e no próximo dia você está milionário”. Foi assim que o ex-capitão da extinta marinha somali Abdullahi Omar Qawden definiu a ação dos piratas na costa do país. Desde o início do ano, mais de 80 embarcações foram atacadas na África, e 12 permanecem sob poder dos bandidos.
Apesar de sempre terem sido temidos e combatidos por nações, os piratas já lutaram lado a lado ao lado de governos, durante os tempos de guerra, nos séculos XVI, XVII e XVIII. Eles eram 'contratados' para capturar navios inimigos e geralmente tinham que entregar uma parte da riqueza conseguida ao rei. A acrobacia para tornar as ações 'legais' era legitimada pela Carta do Corso.
Segundo o especialista e autor de "Piracy: The Complete History" ('Pirataria: a história completa' - inédito em português), Angus Konstam, "isso não era nada menos que a pirataria legítima - e era conhecida como uma espécie de 'privatização'. Os piratas não custavam nada ao governo e eram usados para danificar a economia do inimigo."
Até Júlio César
A atividade dos criminosos dos mares existe desde que começaram as navegações. De acordo com Konstam, o primeiro registro de ação de piratas vem do Egito Antigo, no século 14 A.C - quase 3,5 mil anos atrás.
Na Roma e Grécia antiga aparecem as primeiras tentativas de se combater os ladrões dos mares. Nessa época eles agiam indiscriminadamente. Até o imperador romano Júlio Cesar foi vítima de piratas, quando navegava perto da ilha de Pharmacusa.
Conforme contou o capitão Charles Johnson, no histórico livro "Piratas - Uma História geral dos roubos e crimes de piratas famosos" (Ed. Artes e Ofícios), os piratas que capturaram César tinham o costume de amarrar seus prisioneiros dois a dois, de costas, para joga-los ao mar. Mas, imaginando que César fosse alguém importante, pelas roupas e quantidade de escravos que o rodeavam, decidiram cobrar o equivalente a 3.600 libras pelo seu resgate.
ésar sorriu e ofereceu o dobro. Os piratas então mandaram seus escravos buscarem o dinheiro, o que levou mais que um mês. Nesse tempo, ele conviveu ‘em paz’ com os criminosos. Quando o dinheiro chegou, César foi libertado. De volta ao trono, sua prioridade foi preparar uma poderosa esquadra. Ele capturou seus antigos seqüestradores, saqueou suas posses e os trancou num calabouço.
Violência
O principal atrativo para um pirata é o dinheiro. Na 'época de ouro da pirataria', entre os anos de1695 e 1730, a vida num navio da Marinha Real ou da marinha mercante não era fácil. O pagamento não era dos melhores e o tratamento era cruel. O autor Shelley Klein conta no livro "Os Piratas mais perversos da história" (Ed. Planeta) que “muitos capitães eram sádicos e adoravam mais do que tudo infligir torturas corporais naqueles que empregavam.”
"Você precisa somente de três homens e um barquinho, e no próximo dia você está milionário”. Foi assim que o ex-capitão da extinta marinha somali Abdullahi Omar Qawden definiu a ação dos piratas na costa do país. Desde o início do ano, mais de 80 embarcações foram atacadas na África, e 12 permanecem sob poder dos bandidos.
Apesar de sempre terem sido temidos e combatidos por nações, os piratas já lutaram lado a lado ao lado de governos, durante os tempos de guerra, nos séculos XVI, XVII e XVIII. Eles eram 'contratados' para capturar navios inimigos e geralmente tinham que entregar uma parte da riqueza conseguida ao rei. A acrobacia para tornar as ações 'legais' era legitimada pela Carta do Corso.
Segundo o especialista e autor de "Piracy: The Complete History" ('Pirataria: a história completa' - inédito em português), Angus Konstam, "isso não era nada menos que a pirataria legítima - e era conhecida como uma espécie de 'privatização'. Os piratas não custavam nada ao governo e eram usados para danificar a economia do inimigo."
Até Júlio César
A atividade dos criminosos dos mares existe desde que começaram as navegações. De acordo com Konstam, o primeiro registro de ação de piratas vem do Egito Antigo, no século 14 A.C - quase 3,5 mil anos atrás.
Na Roma e Grécia antiga aparecem as primeiras tentativas de se combater os ladrões dos mares. Nessa época eles agiam indiscriminadamente. Até o imperador romano Júlio Cesar foi vítima de piratas, quando navegava perto da ilha de Pharmacusa.
Conforme contou o capitão Charles Johnson, no histórico livro "Piratas - Uma História geral dos roubos e crimes de piratas famosos" (Ed. Artes e Ofícios), os piratas que capturaram César tinham o costume de amarrar seus prisioneiros dois a dois, de costas, para joga-los ao mar. Mas, imaginando que César fosse alguém importante, pelas roupas e quantidade de escravos que o rodeavam, decidiram cobrar o equivalente a 3.600 libras pelo seu resgate.
ésar sorriu e ofereceu o dobro. Os piratas então mandaram seus escravos buscarem o dinheiro, o que levou mais que um mês. Nesse tempo, ele conviveu ‘em paz’ com os criminosos. Quando o dinheiro chegou, César foi libertado. De volta ao trono, sua prioridade foi preparar uma poderosa esquadra. Ele capturou seus antigos seqüestradores, saqueou suas posses e os trancou num calabouço.
Violência
O principal atrativo para um pirata é o dinheiro. Na 'época de ouro da pirataria', entre os anos de1695 e 1730, a vida num navio da Marinha Real ou da marinha mercante não era fácil. O pagamento não era dos melhores e o tratamento era cruel. O autor Shelley Klein conta no livro "Os Piratas mais perversos da história" (Ed. Planeta) que “muitos capitães eram sádicos e adoravam mais do que tudo infligir torturas corporais naqueles que empregavam.”
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