

No texto, Aguinaldo volta a 1957, quando estudava no Colégio Americano Batista (C.A.B), em Recife. Um dos meninos lançou a idéia de votar em Aguinaldo para rainha da primavera.
Na votação, os papéis que continham seu nome foram colocados de lado. "Até que, no final da apuração, pelo tamanho da pilha, fora eu o mais votado. Mas foi declarada vencedora a menina que teve mais votos depois de mim ".
O autor continua o relato dizendo como foi sua vida a partir daí. "Não chorava mais, porém estava ainda mais arrasado. Mas não tinha ninguém com quem pudesse conversar sobre o fato, e tinha que esconder tudo aquilo da minha família. Não podia chegar em casa e dizer: fui humilhado, espezinhado, quase linchado, violentado...".
Na escola, o caso foi abafado, afirma Aguinaldo. "Não houve qualquer comentário desairoso. Aos poucos eu soube: o caso provocara verdadeira convulsão na direção do colégio. Pensaram até em me expulsar como medida profilática. Afinal de contas, era eu o pobre, o feio, o esquisito e o efeminado, e por isso fora culpado de tudo".
A história voltou a mente dele após passear de cruzeiro pelo Recife. "Durante 52 anos guardei essa história comigo. Por isso nunca fiz análise, pra não ter que deitar num sofá e contá-la a um estranho. Na verdade, a essa altura da minha vida eu até já a tinha esquecido".
Ele conta que aproveitou que estava na cidade para revisitar alguns locais dessa época da adolescência. "A verdade é que de vez em quando ainda desmunheco. Mas acho que isso é destino!", encerra.
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