Ítalo Matheus Souza (foto) estava desaparecido desde o Dia dos Pais; ele foi brutalmente assassinado por dois adolescentes.
A polícia civil confirmou a morte do adolescente Ítalo Matheus Souza Queiroz, 14 anos, desaparecido desde o dia oito deste mês. Dois adolescentes, de 15 e 16 anos, e Daniel Pereira, de 19 anos, namorado de C.S.F., de 15 anos, afirmaram ao delegado como foi praticado o assassinato.
Segundo a PM, o corpo de Ítalo Matheus foi localizado na Fazenda Morro do Fogo, próximo a uma lagoa da Copasa, no Anel Rodoviário Sul, Zona Rural de Montes Claros, por volta das 18h de ontem, domingo. Ítalo estava desaparecido desde a manhã do Dia dos Pais. Denúncias anônimas davam conta de que uma pessoa conhecida pelo apelido de Charlinho havia confessado a moradores do Bairro Alterosa I que teria matado Ítalo na manhã de domingo, 08, na lagoa da Copasa, na Fazenda Morro do Fogo.
Policiais militares, com o apoio de uma equipe do corpo de bombeiros, compareceram ao local, mas não conseguiram encontrar o corpo do adolescente. Por volta das 18h, outras denúncias davam conta de que C.S.F. e Daniel Pereira estavam indo para o Distrito de Lagoinha, Zona Rural de Montes Claros, quando foram abordados. Eles assumiram a autoria do homicídio e informaram o local onde estava o corpo de Ítalo Matheus e que houve a participação de M.V.S., de 16 anos, que ajudou C.S.F., de
Na sexta-feira, 13, Daniel Pereira e os adolescentes foram intimados a comparecer à delegacia de polícia, onde foram ouvidos pelo delegado titular da Aisp 99, Jurandir Rodrigues César Filho. No depoimento, os adolescentes e Daniel Pereira negaram a autoria do sumiço de Ítalo Matheus e foram liberados.
Algemado numa sala da delegacia, Daniel Pereira Mota Mendes, 19 anos, conversou com a reportagem e deu detalhes da morte de Ítalo. Segundo Daniel Pereira, ele trabalha como carroceiro e ajudante de carpinteiro, juntamente com o adolescente C.S.F., de 15 anos, com o qual mora há mais de quatro anos. De acordo com o carroceiro/carpinteiro, ele conheceu C.S.F. quando este tinha dez anos de idade, na Praça do Maracanã, região Sul de Montes Claros, e, a partir do encontro precoce, começaram a viver juntos numa casa localizada na Rua da Aliança, Bairro Alterosa I.
- Quando a gente se conheceu, ele tinha 10 anos e foi morar junto comigo na casa do meu pai. Meu pai mora no fundo e nós moramos num barraco na frente - diz.
Ainda de acordo com o carroceiro, no início do mês, Ítalo teve uma discussão com o parceiro, o adolescente C.S.F. Ele conta que ficou sabendo que o motivo do bate-boca foram os pombos que os dois adolescentes gostavam de criar.
- Ítalo falou para meu parceiro que ia matar ele por causa de uns pombos. Eu não sei o motivo certinho. Mas fiquei sabendo que era por causa de pombos - afirma.
Daniel conta ainda que, embora os adolescentes tivessem brigado por causa dos pombos, não sabia das pretensões do namorado de matar Ítalo. Na manhã do Dia dos Pais, oito de agosto, ele e C.S.F. convidaram Ítalo para pescar na lagoa da fazenda Morro do Fogo. Ao chegarem ao local, Ítalo e C.S.F. começaram a discutir.
- Eles começaram a discutir. Só vi a hora que meu companheiro deu uma paulada na cabeça de Ítalo. Gritei com ele para não fazer aquilo, mas ele não queria saber de nada. M.V.S. ficou segurando Ítalo enquanto C.S.F. batia com o pau. Eu segurei Ítalo também, mas era para poder separar das agressões. Quando eu tentei segurar C.S.F., ele e M.V.S. começaram a bater com uma pedra na cabeça de Ítalo. Ele já estava morto. Falei que não podíamos deixar o corpo lá - relata.
Daniel afirmou ainda que, passados alguns minutos, ele e os adolescentes resolveram cobrir o corpo de Ítalo com mato.
Daniel e C.S.F. foram detidos no distrito de Lagoinha, Zona Rural de Montes Claros. Daniel alegou que não estava fugindo, mas que estava com medo de morrer junto com o parceiro. (Reportagem: Rubens Santana)
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