Uma vingança planejada há dois anos terminou na última quinta-feira (9) com o assassinato da estudante Débora Leite, 11 anos, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A garota foi espancada até a morte pelo servente Jairo de Jesus Agostinho, 23 anos. Ele estava de casamento marcado, para daqui a uma semana, com uma tia da vítima. Mas matou a garota porque, em 2008, Débora teria dito a outra namorada dele que o rapaz havia tentado violentá-la. A afirmação da menina levou ao fim do relacionamento amoroso. “Isso ficou gravado na minha memória. Na época eu ainda não conhecia a tia da Débora. Quando tive a oportunidade, me vinguei”, disse Jairo, na delegacia. Ele confessou o crime.
O homicídio foi descoberto na madrugada desta sexta-feira (10), após o corpo da garota ser encontrado em um canil próximo à casa da avó da menina, onde ela passava férias. Débora estava desaparecida desde a noite anterior. Ela brincava sozinha no quintal quando foi atraída por Jairo até o local do assassinato. O lugar, além de escuro, era distante o suficiente do imóvel para que ninguém escutasse os gritos da criança, disse o jovem.
“Peguei um pedaço de pau e comecei a agressão. Ela tentou se proteger, mas fui mais forte”, contou o servente, que trabalha na Prefeitura de São José da Lapa, na RMBH, e fazia um curso para formação de seguranças.
Em depoimento, ele revelou que a menina passou a unhá-lo e tentou fugir. Mas o rapaz a teria jogado no chão. Em seguida, deu mais pancadas na cabeça da criança e perfurou o tórax dela em oito lugares. Um dos golpes acertou o coração.
Jairo foi desmascarado durante as buscas pela estudante. Quando a família deu falta de Débora, começou a procurá-la pelas imediações. O servente, que tem um bebê de três meses com a tia da vítima, chegou a ajudar os parentes. Mas acabou denunciado pelo próprio nervosismo, que chamou a atenção dos policiais.
Para tentar despistar a família e a PM, ele indicou diferentes locais onde a garota poderia estar – todos distantes do canil. Foi quando os policiais perceberam que, além de ansioso, o rapaz tinha vários arranhões no braço direito. Questionado sobre os ferimentos, ele confessou o crime e disse que usou um pedaço de madeira e um outro material que encontrou no chão para golpear a menina. Apesar da suspeita inicial de que Jairo tivesse estuprado Débora, exame preliminar feito pela perícia descartou o abuso. Segundo o delegado Milson Barnabé, de Vespasiano, a garota também não teria sofrido violência anal.
O servente foi autuado em flagrante na madrugada de ontem e transferido para o presídio de Vespasiano. De acordo com o delegado, que planeja colher os depoimentos de parentes da vítima e do acusado nos próximos dias, o jovem poderá ser indiciado por homicídio qualificado. Entre os agravantes estão prática de crime contra pessoa incapaz de se defender e uso de meio cruel para matar. Ele também pode responder por ocultação de cadáver. Se condenado, poderá receber pena de 12 a 30 anos de prisão.
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