COMOÇÃO NO ENTERRO DO BEBÊ ATROPELADO PELO PAI

Sob forte comoção, o corpo do bebê José Artur Guimarães Santos, de 1 ano, foi sepultado ontem, terça-feira (26), em Montes Claros. A criança foi atropelada pelo próprio pai, o bombeiro hidráulico José Domingos Ferreira dos Santos, de 31 anos, na última segunda-feira. O caso está sendo tratado como uma fatalidade.
O acidente aconteceu no início da tarde. Segundo o Corpo de Bombeiros, José Domingos saía de casa, na Rua Valdir Gomes Costa, no Bairro Jardim Eldorado, com a caminhonete Ford F-1000, para levar a mãe até a Rua Abel Sena.
Os três filhos do bombeiro hidráulico pediram para ir com o pai. Porém, ele não permitiu e fechou o portão da casa.
Com raiva, o filho mais velho, de 6 anos, chutou o portão, que se abriu. Nesse momento, José Artur aproveitou para sair até a rua e parou em frente ao veículo. Sem ver a criança, o motorista passou por cima do corpo do bebê e só desligou o carro depois de ouvir os gritos dos filhos.
José Artur teve esmagamento do crânio e morreu na hora. O homem ficou em estado de choque após o acidente.
A Polícia Militar esteve no local e registrou o boletim de ocorrência. A perícia também realizou os trabalhos de praxe.
O corpo da criança foi velado na Rua Abel Sena e sepultado no Cemitério do Bonfim, por volta das 15 horas. José Domingos acompanhou o enterro, bastante emocionado, e não quis comentar a tragédia.
O avô paterno de José Artur Guimarães, Juscelino Ferreira da Silva, de 57 anos, considerou o acidente uma fatalidade.
A morte do garoto fechou um dia incomum para Montes Claros: três crianças morreram na segunda-feira. Uma delas, de 6 anos, foi atingida por bala perdida. A outra, uma menina de 4 anos, não conseguiu ser operada a tempo por falta de pediatras em hospitais da cidade. (Girleno Alencar)