sábado, agosto 20, 2011

ATRAÇÃO DO FESTIVAL, SOLAR PRECISA DE R$ 2 MILHÕES

Embora reaberto apenas parcialmente (a parte de baixo), um casarão situado na Praça da Matriz vem encantando os frequentadores das Festas de Agosto, em Montes Claros. Centenas de pessoas percorrem o andar térreo do prédio e seu quintal, onde foram instalados palco para música ao vivo e um bar-restaurante com bebidas e comidas típicas do sertão mineiro. O agora Solar do Sertão tinha outro nome: Solar dos Oliveira, construído em 1856 e que abrigou o presidente da Províncias de Minas Gerais e Santa Catarina, Antônio Gonçalves. E precisa de R$ 2 milhões para o término das obras de restauração e instalação do Empório do Sertão. Tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal, o prédio foi adquirido pelo Centro de Agricultura Alternativa (CAA) e será aberto nesta quarta-feira (17), durante as Festas de Agosto, no andar térreo, onde funcionará a Gastronomia Extrativista e as Comunidades Tradicionais.
O diretor do CAA, Eliseu José de Oliveira, diz que o casarão foi adquirido por R$ 270 mil, tendo recebido R$ 85 mil através da ONG Internacional Agrecol. O casarão, que corria risco de desmoronamento, também recebeu R$ 425 mil da Fundação Banco do Brasil. Com os recursos recebidos foi possível fazer os estudos e prospecção da pintura e arquitetura, submetidos à aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico. Também foi construída uma fundação que afastou o risco de queda da estrutura.
O CAA está buscando o tombamento federal do Solar dos Oliveira, junto ao Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), como forma de captar os recursos federais ou mesmo de empresas nacionais. São necessários R$ 1,5 milhão em obras de engenharia no andar superior e de retoques finais na área térrea, além da construção de auditório em área anexa. Outros R$ 500 mil serão usados na estruturação do Empório do Sertão, que na parte térrea, mostrará as comidas típicas das comunidades tradicionais no espaço do Norte de Minas.
A abertura durante as Festas de Agosto, segundo os dirigentes, é uma forma de sensibilizar a população e as lideranças políticas e empresariais para a importância de restaurar o Solar dos Oliveira e viabilizar a captação de recursos, seja através da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Roaunet) ou mesmo do Fundo Estadual de Cultura. "O dinheiro da Fundação Banco do Brasil acabou e precisamos de recursos para dar continuidade às obras", afirma o diretor Eliseu José Oliveira.
A programação das Festas de Agosto no Solar dos Oliveira prevê o Encontro dos Povos e Comunidades Tradicionais, com debate sobre a educação convencional e étnica, dos remanescentes indígenas Xakriabá, Geraizeiros, Quilombolas e Vazanteiros, apresentação do Projeto Mapeamento de Povos e Comunidades Tradicionais e discussão sobre a Construção da Política Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais. O Solar dos Oliveiras foi construído em 1856 e tombado em 1999. (Girleno Alencar)

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