terça-feira, abril 22, 2008

POLÍCIA ADIA COLETIVA E MAIS INDICIAMENTOS

O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano, disse na tarde desta terça-feira (22) que vários motivos levaram ao adiamento da coletiva sobre os laudos do caso Isabella. Entre as razões, segundo o delegado, está a ausência de quatro depoimentos que ele considera “imprescindíveis” para conclusão do inquérito. Os depoimentos seriam os depoimentos do avô paterno e da tia de Isabella, Antônio e Cristiane Nardoni, e de mais dois vizinhos do casal.
As explicações foram dadas durante entrevista na sede do departamento, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. O delegado lembrou que o inquérito ainda corre em segredo e não deu detalhes sobre as testemunhas que ainda serão ouvidas.
Galiano mencionou também o questionamento dos laudos por parte da defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. “Os laudos foram questionados. Eles estão sendo anexados aos autos na data de hoje. As perguntas inerentes aos laudos que foram feitas aos indiciados, foram feitas com base em quando o delegado esteve no apartamento e quando conversou com peritos”, disse o delegado. Na segunda-feira (21), os advogados de defesa do casal informaram que iriam entrar com uma representação contra a Corregedoria da polícia civil de São Paulo. "A Polícia Civil não vai entrar em confronto com a defesa. A defesa é técnica e nós também somos técnicos", disse o delegado.

Seis volumes
Galiano negou ainda que o adiamento se devesse a qualquer fato novo nas investigações. "Não há nenhum tipo de equívoco, nenhum tipo de incidente. É a cautela para privilegiar o interesse público. Não há nenhum elemento novo. É cautela nas investigações", disse ele, acrescentando que a polícia tem até o final do mês para conclusão do inquérito.Indiretamente, ele disse não descartar a possibilidade de extensão do prazo das investigações (que são de 30 dias, renováveis por mais 30). O inquérito do caso Isabella, segundo Galiano, já tem seis volumes.
Também participou da entrevista o delegado titular do 9º Distrito Policial, Calixto Calil Filho, responsável pelas investigações do caso. Ele, porém, não fez nenhum pronunciamento. A coletiva sobre os laudos havia sido anunciada no sábado (19). Técnicos do Instituto de Criminalística (IC) e representantes da Polícia Civil iriam apresentar nesta terça detalhes do trabalho da perícia.

Reconstituição
Galiano afirmou ainda que, durante uma reunião na manhã desta terça, delegados envolvidos no caso decidiram realizar a reconstituição do crime antes da divulgação dos laudos à imprensa e da remessa do inquérito ao Ministério Público de São Paulo.
"As informações divulgadas hoje poderam servir de instrução (por parte da defesa do casal) na reconstituição", disse. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá devem participar da reconstituição.
O delegado do Decap mencionou também o período em que Anna Carolina Jatobá ficou presa no 89º Distrito Policial e informou que, em nenhum momento, ela ficou em cela junto com outras presas. A referência foi feita por causa de notícias de que ela teria sido agredida durante a prisão temporária. Segundo ele, Anna Carolina não informou ao médico responsável pelo exame de corpo de delito que teria sofrido ferimentos.
Ele não informou sobre o pedido de uma possível prisão preventiva do casal.

Depoimentos
Também nesta terça-feira (22) estavam programados os depoimentos do avô paterno e da tia de Isabella, o advogado Antônio Nardoni e sua filha, Cristiane. Os depoimentos também foram adiados e remarcados para as 16h esta quarta-feira (23) na sede do 9º Distrito Policial, no Carandiru, na Zona Norte da capital paulista. Essa é a segunda vez que os depoimentos de Antônio e Cristiane Nardoni são adiados. A SSP havia informado inicialmente que o motivo do adiamento era a entrevista coletiva sobre as investigações da morte da menina, que também foi adiada. Pouco depois das 14h30, ao saber que os depoimentos foram cancelados, os advogados de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá passaram pela delegacia no Carandiru e não quiseram falar com os repórteres que estavam na frente do local.

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