terça-feira, julho 29, 2008

AFASTADO AMERICANO QUE MATOU BRASILEIRO

O policial militar da reserva Luiz Carlos de Castro Martins mostra foto de seu filho, André Luiz, morto pela polícia nos EUA

O policial norte-americano Christopher Van Ness, de 34 anos, suspeito de matar o pintor brasileiro André Luiz Martins com um tiro durante uma blitz na manhã de domingo, vai ficar afastado do serviço de rua até o fim das investigações.
André Luiz, de 25 anos, que é imigrante ilegal, foi morto em West Yarmouth, na região de Cape Cod, no estado norte-americano de Massachusetts. As autoridades alegaram que ele tinha nas mãos na hora do incidente um cigarro que parecia ser de maconha. Um amigo dele confirmou a informação ao Jornal Nacional.Segundo a versão da polícia local, Martins, que trabalhava como pintor, estava em alta velocidade em uma zona residencial e teria tentado manobrar para furar um bloqueio feito por dois policiais e jogado o carro em direção a um policial, e acabou sendo morto com um único tiro. A perseguição durou 90 segundos e terminou no gramado de uma casa. Ao seu lado no carro, estava sua mulher, Camila Campos, que teria saído do carro gritando, mas não se feriu.
A suspeita da polícia de que Martins tinha drogas no momento em que foi baleado não justifica a ação que levou a sua morte, segundo o pai dele, Luiz Carlos Martins, policial militar da reserva. “Eles podem dizer o que quiserem. Ainda que ele estivesse com maconha, nada justifica a ação deles. A polícia tem que cumprir a lei, tem que saber abordar. Havia várias formas de agir nesta situação sem tirar sua vida”, disse, de Cianorte (PR), onde mora, em entrevista ao G1. “Não quero dizer que ele nunca tenha experimentado nenhuma droga, mas isso nunca foi motivo para uma ação brutal como a da polícia”, disse Luiz Carlos. “Ele só não parou no bloqueio policial porque não tinha habilitação. Ele seria preso por estar ilegalmente no país. Ele poderia ser punido pela lei, se tivesse com drogas, mas não poderia ser morto desta forma”, disse.
Segundo ele, o corpo de André Luiz deve ser trazido ao Brasil para ser enterrado, e a comunidade brasileira está se reunindo para ajudar nisso e na defesa dele. “A comunidade brasileira onde ele vivia está se reunindo, ajudando a mostrar que ele era uma pessoa boa. O André era muito querido por todos”, disse.
O pai de Martins disse que André tentou fugir da blitz porque morava ilegalmente nos EUA -tinha ido com visto de turista há sete anos, mas acabou ficando por lá para 'tentar uma vida melhor'- e também não tinha carteira de habilitação, segundo a TV Paranaense.
Marlene Campos, sogra de André, disse, dos Estados Unidos, que os policiais não deram uma chance a ele. "Eles não chegaram e perguntaram se tem alguém no carro, ou "põe sua mão pra fora", ou "joga a chave", essa rotina de polícia", disse ela ao JN. "Ele não deu chance nenhuma, atirou sem chance de defesa. Foi assim... uma execução."

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