O delegado da PF, Fernando Antônio Bonhsack, mostra o material apreendido.
Polícia Federal estourou em Montes Claros e Pirapora uma gangue especializada em fraudes através da internet, que atuava na cidade há cinco anos, sacando dinheiro de clientes, fazendo transferências de uma conta para outra e quitando boletos bancários. Além disso, a quadrilha comprava carros financiados com dados falsos para depois vendê-los mais baratos para terceiros. Foram efetuadas três prisões, um tio e dois sobrinhos, determinadas pela Justiça Federal.
O delegado Fernando Antônio Bonhsack, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros, explica que a “Operação Piranet” permitiu desbaratar um esquema milionário. Os acusados, depois de presos, passaram a confessar como agiam, buscando a delação premiada. Um deles passou mal, na hora da prisão, e teve de ser levado ao hospital.
Há um ano, a Polícia Federal investigava a quadrilha, que dispunha de conhecimentos técnicos sofisticados, elaborando e operacionalizando programas para invadir computadores de outras pessoas e subtrair informações bancárias e pessoais, inclusive o acesso às senhas, embora nenhum dos “hackers” tivesse curso superior em informática ou em computação.
Nos nove mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal apreendeu computadores, veículos, um revólver calibre 38 e comprimidos de ecstasy. Os presos foram indiciados pelos crimes de formação de quadrilha e de furto qualificado, que podem redundar em pena de 11 anos de prisão. Os dois flagrados com a arma e a droga foram autuados em flagrante.
O delegado Fernando Antônio Bonsack explica que a quadrilha criava e operava programas de computador, ou seja, softwares conhecidos como vírus, bankers e trojans, que eram difundidos pela internet para contaminar programas de outros computadores e, a partir daí, subtraír os dados das vítimas. Quando o navegador abria o e-mail, imediatamente tinha seu programa contaminado, permitindo a ação dos hackers envolvidos.
“Normalmente, para invadir os computadores, se valiam de mensagens ardilosas, com apelos para que a vítima acessasse determinado local, conseguindo instalar o vírus. A quadrilha, frequentemente, aperfeiçoava seus programas para romper os sistemas de segurança das vítimas” , lembra o delegado.
Os presos são O.J.G, de 40 anos, e C.C.O, de 22 anos, residentes em Montes Claros; além de J.W.S.O, de 24 anos, residente em Pirapora. A Polícia Federal procura também os outros três integrantes da quadrilha H.R.S.J, de 22 anos, E.C.F, de 43 anos e I.G.B, de 20 anos residentes em Montes Claros.
O rombo provocado pela quadrilha ainda está sendo investigado pela Polícia Federal, que espera a apresentação de possíveis vítimas. (Girleno Alencar/HD)
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