Uma das mais potentes e perigosas drogas derivadas da pasta base de cocaína, obtida pela mistura com cal virgem, solução de bateria, gasolina ou querosene, mais conhecida como oxi (ou oxidado), pode ter chegado a Minas, já tendo sido feitas apreensões no Norte do estado, inclusive em Montes Claros.
A droga, que é 40 vezes mais potente do que o crack, pode viciar com apenas uma inalação e levar à morte após nove meses de uso. Dessa forma, o oxi é também conhecido como a “droga da morte”.
O entorpecente provoca euforia em dobro, com efeitos colaterais como aumento da pressão arterial, com alto risco para infarto ou derrame. Com o uso contínuo, o cérebro passa a deteriorar, gerando dificuldade de concentração, raciocínio e até perda de memória.
O efeito do oxi passa mais rapidamente, o que leva o usuário a se tornar dependente de forma mais acelerada do que com o crack. Ao ser inalada, a fumaça do oxi leva cal virgem, querosene ou gasolina direto para os pulmões. Pela sua toxicidade, pode causar queimaduras internas e perda da capacidade de respiração.
O oxi chegou ao país em 2005 pelo interior do Acre, na fronteira com a Bolívia, e logo se disseminou pela região Norte. A droga já foi encontrada em Manaus (Amazonas), Belém (Pará), Macapá (Amapá) e Porto Velho (Rondônia). Nos últimos seis meses, houve apreensões e registros de usuários no Piauí, Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Agora, parece que chegou a Minas.
Na última terça-feira, policiais do 50º BPM de Montes Claros, no Norte de Minas, prenderam duas mulheres com cerca de meio quilo de uma substância que pode ser a “droga da morte”. As mulheres, que atuavam como “mulas”, e a droga foram transferidas para a Delegacia da Polícia Federal de Montes Claros.
Alessandra de Jesus, de 25 anos, e sua amiga M.J.P.S, de 17, saíram de Januária, também no Norte de Minas, para buscar a droga e passaram a ser monitoradas pelo serviço de inteligência do Batalhão.
As duas foram flagradas quando tentavam retornar a Januária, em um táxi. Elas foram autuadas em flagrante pelo delegado Eduardo Maurício, na Delegacia da Polícia Federal de Montes Claros. Na quarta-feira, um agente federal daquela cidade revelou que exame preliminar teria confirmado que a droga apreendida se trata mesmo de oxi. No entanto, o delegado federal Walter Suzarte disse que peritos da Polícia Civil avaliaram que a droga apreendida pode ser crack. “Mas essa certeza só teremos mesmo com um laudo que vai identificar todas as substâncias do material”, disse.
A Subsecretaria de Políticas sobre Drogas do Estado de Minas Gerais entende que, assim como o advento do crack mobilizou e ainda mobiliza a comunidade científica, os serviços de atenção e os gestores das políticas públicas sobre drogas, no âmbito da defesa social, da saúde e da assistência social, a chegada do oxi causa apreensão e inspira preocupações em relação ao cuidado e realização das intervenções clínicas e sociais. (
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