quarta-feira, abril 18, 2012

GRUPO DE SERESTA JOÃO CHAVES COMEMORA 45 ANOS

A personalidade que nomeia o mais antigo e atuante grupo de serestas do norte de Minas, o médico, historiador, cantador João Chaves, viveu numa época em que o Brasil estava apaixonado pela música romântica caracterizada pela seresta. Em homenagem ao bardo maior da nossa terra, o saudoso Dr. Hermes de Paula, em 1967, juntou bons músicos, cantores e amantes da música nostálgica e formou um grupo de seresta ao qual deu o nome de "Grupo de Seresta João Chaves". Desde então, o Grupo de Serestas João Chaves brada aos quatro cantos “Amo-te muito”, em uma carreira que dura 45 anos. O aniversário será neste dia 20 de abril, para comemorar, o grupo fará apresentação no Bar Free Chopp, nesta quinta-feira, 19, no Bairro São José, a partir das 19h. 
“A seresta sempre estará viva nos corações apaixonados. As músicas seresteiras foram feitas para serem cantadas em noites enluaradas. Sucessos como o “Bardo”, composta por Silva Reis, falam de amor ou de tristeza, mostram a pureza de tempos que não voltam mais”, destaca Adelcio Saraiva, no grupo há 33 anos. 

A história do Grupo de Seresta João Chaves começou com pé direito, visto que saiu vitorioso no primeiro concurso de serestas do qual participou, em Ouro Preto –MG. Logo depois, gravaram o primeiro L.P e não demorou para a fama chegar. Eram inúmeros convites para apresentações em festas, missas, casamentos, saraus em Montes Claros, outras cidades brasileiras e até mesmo no exterior, quando apresentaram em Buenos Aires – Argentina. Uma passagem marcante da seresta foi quando cantaram em versos um pedido para o asfaltamento da BR-135, na década de 60, diretamente para o presidente Costa e Silva, em Brasília – DF. Claro que o pedido foi acatado. 

Desde a década de 70, foram inúmeros os poetas, músicos e cantores que encheram de sons as madrugadas montes-clarenses: João Chaves, Hermenegildo Chaves, Hermenegildo Prates, Pedro Mendonça, Tonico Mendonça, Tonico Faria, Donato Quintino, Elpídio César, José Maria Fernandes, Manoel Silva Reis, Agostinho Guimarães, entre outros. No entanto, esse romantismo estava meio esquecido. Um dos maiores patrimônios culturais de Montes Claros, o Grupo de Seresta João Chaves, ficou um período sem cantoria. Foi aí que, em 2006, o empresário Jamil Curi estimulou a retomada das atividades. Através de shows gratuitos em bares locais e de outras cidades, levaram à população momentos de nostalgia e encanto, relembrando grandes sucessos que marcaram as noites enluaradas do sertão norte-mineiro. As modinhas voltaram a fazer parte da vida de todos. E seus poetas e autores devidamente reconhecidos. 
Nesses 45 anos, diversos seresteiros emprestaram suas vozes e instrumentos ao grupo. Muitos o deixaram para tocar no céu, como Nivaldo Maciel, Luis Procópio, Gilberto Câmera, Adélia Miranda, Mafalda Mafra, Beto Viriato, Denise Vilela. Outros seguiram outra história, como a cantora Maristela Cardoso, Rogério Botelho, Terezinha Fróes, e Clarice Sarmento. Hoje, o grupo é composto por novos e antigos, mostrando que a seresta continua forte e cantada bem alto. São eles: Adelcio Saraiva, há 33 anos no grupo; Terezinha Jardim, há 35 anos; Ademar Toledo, 33 anos; Alice Navarro, 28 anos; Luiz Porfírio, 33 anos no grupo; Dona Josefina de Paula, há 45 anos no grupo e os integrantes mais recentes: Marta Marcondes, Hélio Saraiva, Neide Saraiva, Marlene Oliveira, Marlene Cunha, Leila Geny, Carmina Correia, Fernando Ramos e Ney Gonçalves. 
Em julho de 2011, o Grupo de Seresta João Chaves lançou o primeiro CD, uma coletânea inédita para os amantes de modinhas e clássicos. Com o apoio cultural da FIEMG e do empresário Jamil Curi, o Cd intitulado “Vozes em Serenata” foi gravado em estúdio com o objetivo de levar o estilo para o maior número de pessoas. O instrumentista Luiz Porfírio integra o grupo desde 1978. Ele espera que “venham outros 45 anos, que todos possam saborear canções que marcaram e ainda marcam a vida de várias gerações. A seresta estará sempre viva nos corações”. Os amigos, membros desse grupo de Seresta, ainda se reúnem para os ensaios, todas as terças, na casa de Dona Fina, viúva de Hermes de Paula, fundador do grupo. (Nágila Almeida)

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