quinta-feira, abril 24, 2008

PREFEITURA DE MOC VIRA PRAÇA DE GUERRA




Mais de três mil estudantes, com idades entre de 12 e 17 anos, saíram da praça Dr. Carlos em Montes Claros com destino à prefeitura da cidade, para reivindicar o meio-passe, direito já conquistado pelos discentes em grandes cidades mineiras e do Brasil. A passeata tinha como objetivo cobrar promessas feitas pela administração na manifestação realizada no dia 27 de março deste ano.
Na porta da prefeitura os estudantes pediram a presença do prefeito Athos Avelino para conversarem sobre o meio-passe. O chefe do executivo não foi ao encontro dos manifestantes e nem mandou representantes. Os adolescentes deram um prazo para que o chefe do executivo de Montes Claros comparecesse a porta da prefeitura, caso não acontecesse todos iriam entrar na sede da administração.
Vencido o prazo, as entidades estudantis lideraram a ocupação da prefeitura entoando gritos como Athos cadê você? Não adianta se esconder! e Aha! Uhu! A prefeitura é nossa!, esperando a presença do prefeito da cidade.
Os líderes estudantis avisaram que não iriam embora sem antes negociar a discussão do meio-passe com o prefeito.
Depois de cantarem e dançarem, como é a marca das manifestações da juventude, os estudantes se sentaram no piso da prefeitura e repetiam em coro palavras de ordem que ressaltava o objetivo do movimento.
Dabdson Max, 17, estudante da escola estadual Polivalente, diz que participa da manifestação porque sabe que o direito ao meio-passe ajudará a manter seus estudos, pois o custo com transporte é alto para a família.
O estudante Paulo Daniel,17, informa que mora no Bairro Vila Oliveira, que fica distante da escola onde estuda, a Polivalente.
- O meio-passe significa melhor condição de vida para mim, meus irmãos e meus pais. A economia do meio-passe representa mais comida na mesa de minha família- afirma o estudante.
Diego Antunes, 16, estudante da escola estadual Hamilton Lopes, ressalta que o meio-passe não é uma esmola, e sim um direito que deve ser respeitado em Montes Claros igual já acontece em outras cidades brasileiras.
Para a reivindicação vieram representantes dos movimentos estudantis da UBES de São Paulo e de Belo Horizonte, UEE, UCMG.
- Esse é um momento histórico que a cidade está vivendo, os movimentos estudantis de todo o país estão acompanhando a luta dos colegas montes-clarenses, e neste momento todos estão apoiando essa causa – salienta Luiza Lafetá, vice-líder da UBES/BH.
Mas o que parecia uma reivindicação pacífica tomou outras proporções, quando o Gate - tropa de choque da polícia militar, entrou na prefeitura. Os policiais usaram armas com balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo, cães e bombas de efeito moral para agredir os adolescentes. Mudando radicalmente o cenário na prefeitura.

1 comentários:

Anônimo disse...

Oi meu nome é Jackeline Lima, tenho 22 anos e sou servidora efetiva da Prefetura de Montes Claros. Eu assiste todo o protesco inclusive passei muito mal com o esprei de pimenta que se espalhou por todos os andares da Prefeitura. Porém você esqueceu de comentar uma coisa Reginauro. Os estudantes não foram pacífico em momento algum!!! Eu fique impressionada com as proporções que tomou aquele protesto. Os estudantes deixaram a recepção da Prefeitura destruida, quebraram um computador além de agredir uma recepcionasta que não tinha nada haver com a causa. Foi encontrado uma espécie de faca na mochila de um dos estudantes, até roubo foi constatado pelas pessoas que trabalham nas secretarias que ficam no 1º andar da Prefeitura. Fiquei morrendo de medo. Todos nós tivemos que abandonar nosso serviço e retirar nossas motos e carros do estacionamento. Acho a causa nobre e justa, inclusive sou universitária, mas acho que o protesto não tinha só essa intenção... No primeiro protesto dei a maior força, mas dessa vez fiquei assustada e digo mais...acho que a polícia não fez mais que a sua obrigação!!!!!!