O senador Pedro Simon (PMDB-RS) reagiu neste domingo (2) à nota divulgada pela direção nacional do PMDB que “autoriza” os parlamentares que criticam a legenda a deixar o partido sem risco de perda de mandato. Em constante atrito com a cúpula da sigla, o senador gaúcho disse que não vai sair do PMDB. A nota não cita o nome dos dissidentes que estão “autorizados” a sair, mas Simon entende ter sido um dos alvos do texto.
“Há tempos eles (direção) querem a minha saída. Eles gostariam muito que eu saísse. Não saio porque o partido conserva toda uma história nas suas bases. Vou ficar defendendo a memória do velho MDB (Movimento Democrático Brasileiro, que combateu a ditadura e deu origem ao PMDB)”, disse o senador, por telefone, ao G1.
Simon afirma que a única possibilidade de deixar o partido seria por meio de um processo de expulsão. “O que eles podem fazer é pedir a minha expulsão, mas aí eu quero ver um debate nacional para expulsar o Pedro Simon”.
As declarações de Simon dizem respeito à nota divulgada neste domingo pela direção do partido. No texto, o presidente licenciado do partido, Michel Temer (SP), e a presidente em exercício, Íris de Araújo (GO), “autorizam” os dissidentes a deixar a agremiação sem o risco de perder o mandato. Eles afirmam ainda que o partido ficaria mais forte sem os dissidentes.
O texto destaca o tamanho do PMDB e os votos recebidos nas eleições para prefeito em 2008, 18,5 milhões, e governador em 2006, 16,8 milhões. A direção afirma que as divergências são normais até em agremiações de pequeno porte e empresas e dá o recado a quem estiver descontente no partido.
“O PMDB acata com humildade o descontentamento de alguns poucos integrantes que perderam espaço político e apostaram na fama efêmera oriunda de acusações vaias. E faz isso porque acredita piamente na democracia. A estes, o recado: podem deixar a legenda o quanto antes sem risco algum de perder o mandato. Ganharão eles, porque deixarão de pertencer ao partido do qual falam tão mal, e ganhará o PMDB, por tornar-se ainda mais coeso e musculoso”, diz o texto.
A nota não cita nomes dos dissidentes que são "autorizados" a deixar a legenda. Além das críticas de Simon, em fevereiro, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) também fez duras críticas ao partido dizendo que boa parte do PMDB "quer mesmo é corrupção".
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