quarta-feira, novembro 16, 2011

COMPRADOR DE GADO CONFESSA CANO DE R$ 3,5 MILHÕES

O comprador de gado Wagner Pereira Braga (no centro da foto) solicitou autoinsolvência na justiça de Montes Claros, alegando impossibilidade de pagar quase R$ 3,5 milhões em dívidas acumuladas junto a pecuaristas da região.A ação tramita na 5ª Vara Cível de Montes Claros.
O juiz Danilo Campos indeferiu o pedido de justiça gratuita feito por Wagner. Ele alega que nem mesmo os bens que possui cobrem a dívida. O comprador de gado foi chefe de gabinete da prefeitura de Montes Claros até 31 de dezembro de 2008. Assessorava o irmão, o então prefeito Athos Avelino Pereira.
A autoinsolvência é como um pedido de falência, mas referente a uma pessoa física. Na ação, Wagner afirma que atuava como “atravessador de gado de corte” no Norte de Minas, sem a organização típica de uma atividade empresarial.
Ele alega que frequentava leilões e, aproveitando-se das condições para pagamento a prazo, adquiria lotes de bovinos e os vendia a preços superiores, perto da data do acerto. Mas “percalços naturais do mundo dos negócios” teriam feito com que ele acumulasse prejuízos e entrasse em uma ciranda financeira. Wagner alega ainda que “não se furta ao ônus do processo de insolvência, como o vencimento antecipado de todas as dívidas e a arrecadação de todos os bens suscetíveis de penhora”.
O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Quadros Laughton, que também é comprador e vendedor de gado, explica que todos os criadores estavam impressionados com a desenvoltura de Wagner nos leilões. Ele costumava, segundo Ricardo, dar grandes lances, “deixando de lado a cautela que o mercado exige”.
No relatório de credores que apresentou à justiça, Wagner cita que foram emitidos 112 cheques que totalizam R$ 3,4 milhões e outros R$ 100 mil em cartões de crédito.
A criação de gado de corte e de leite é uma das forças da economia dos 86 municípios do Norte de Minas. (Girleno Alencar)

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