Ao falar sobre a tomada da Favela da Rocinha por forças de segurança, ocorrida neste domingo, em entrevista ao telejornal “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que o episódio diminui o conceito de cidade partida no Rio de Janeiro:
- A porta da Rocinha está aberta desde ontem (domingo).
Beltrame disse também que o fato de os policiais que participam da ação na favela estarem proibidos de usar mochilas é uma obrigação da Secretaria. A medida foi tomada para evitar saques em casas de moradores, como aconteceu na tomada do Complexo do Alemão, há quase um ano.
- Uso duas palavras (para definir isso): resultado e lisura. Um sem o outro fica incompleto. Fazer com que os policiais se apresentem da maneira mais correta é também uma obrigação nossa - disse o secretário.
Ele também anunciou que está sendo investigada uma rede de policiais que trabalhavam na segurança de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha, preso na semana passada:
- Esperamos o oferecimento de alguma medida judicial para que ele pudesse contribuir com a Justiça e com a polícia. Qualquer tipo de palavra que tiver no depoimento dele vai ser minuciosamente examinada. Posso dizer que tanto a Subsecretaria de Inteligência quanto a inteligência das polícias procuram e acompanham no sentido de prender (os maus policiais). Temos policiais que prestam ajuda a ele fora da favela e também dentro.
O fato de um advogado que estava com Nem no momento de sua prisão ter insistido para que o grupo fosse levado para a 15ª DP (Gávea) e não para a Superintendência da Polícia Federal também está sendo checado.
- Temos que montar essa cronologia para proceder daí uma investigação - disse Beltrame.
Na manhã desta segunda-feira, o primeiro dia depois da ocupação, o clima é de aparente tranquilidade na Rocinha. Policiais militares continuam na favela.
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