terça-feira, dezembro 11, 2007

BRASIL TEM 48 FALHAS GEOLÓGICAS

A falha geológica na região de Itacarambi (MG) foi mapeada e classificada em 2002, pelo geomorfólogo Allaoua Saadi, do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas (UFMG), juntamente com outros 47 grandes falhas que existem no País. A estrutura tectônica encontrada no norte de Minas é do tipo inversa. "O solo é formado por várias fatias horizontais que fazem pressão de um lado para outro. No caso da falha inversa, a compressão faz os blocos se sobreporem, com a tendência de um deles apontar para a superfície", explicou.
As pesquisas de Saadi resultaram no Mapa Neotectônico do Brasil, que mostra mais sete falhas inversas no território brasileiro. Outras 40 são classificadas em transcorrentes ou normais e uma não foi encaixada em nenhum tipo. As mais comuns são as trancorrentes - 22 já localizadas. Nessas, o movimento dos blocos é na horizontal, mas não há sobreposição de blocos.
Apesar de o Brasil estar no centro de uma placa tectônica, a Sul-Americana, não está livre dos abalos sísmicos. Isso ocorre porque as placas não são monolíticas e inteiriças. Para o pesquisador, o território brasileiro certamente possui um número maior de falhas geológicas. "Identificamos as 48 maiores. Mas, se fizermos um trabalho mais minucioso e com mais recursos, claro que encontraremos mais." O estudo do geomorfólogo faz parte do Programa Internacional da Litosfera, projeto de pesquisa mundial da ONU.
Nas 48 falhas mapeadas existe potencial de tremores mas, de acordo com o pesquisador, é muito difícil saber quando eles vão ocorrer e com que intensidade. Apesar da dificuldade em prever um abalo sísmico, a probabilidade de um terremoto de 5 graus na escala Richter ocorrer nos próximos 30 anos na Região Sudeste é de 50%, segundo a professora Maria Cascão Ferreira de Almeida, da Universidade Federal do Rio (UFRJ). "Não é para se preocupar, é para ter consciência do que pode ocorrer e tomar precauções." Maria Cascão também calculou a probabilidade da ocorrência de tremores de 5 graus na costa marítima, que segundo ela aumenta para 80% nos próximos 30 anos na Região Sudeste. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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