domingo, março 20, 2011

IGUARIAS DO NORTE DE MINAS VÃO PERCORRER O PAÍS

Um time de 11 ingredientes de primeira linha entra em campo a partir de 15 de abril para a disputa do maior campeonato gastronômico de Minas Gerais. Na data, começa a 12ª edição do Comida di Buteco, tradicional competição onde o público e um corpo de jurados elegem, a cada ano, o melhor tira-gosto entre 41 bares de Belo Horizonte.
No ano passado, quando 155 mil pessoas votaram no petisco preferido, todos os pratos tiveram que levar jiló. Neste ano, a escalação tem iguarias do Norte de Minas.
Na estratégia para montar o prato perfeito do festival de 2011, o“Mano Menezes” dos botecos terá à disposição carne de sol, peixes do Rio São Francisco, manteiga de garrafa, feijão andu, requeijão escuro, rapadura, cagaita, seriguela, buriti, coentro em grão e o pequi - seja in natura, em conserva, congelado, farinha ou castanha do fruto.
Os chefs dos bares poderão usar um ou mais ingredientes. O gourmet Eduardo Maya, criador do Comida di Buteco, explica que a novidade deste ano veio para divulgar produtos típicos do Estado, mas pouco conhecidos pelos mineiros que não vivem nas regiões ao norte de Minas. “Trata-se da área mais rica do nosso território, em termos de ingredientes. E nossa missão é exatamente essa. Vamos mostrar esses produtos para pessoas de dentro e fora de Minas Gerais”, disse Eduardo Maya.
Segundo ele, a seleção das iguarias foi feita com base em pesquisas e conversas  com moradores de 11 microrregiões do Estado. Entre os exemplos citados pelo chef está o buriti, chamado por alguns de cogumelo do sertão. “Você descasca ele, tira as lascas e deixa secar. É um ingrediente que nos oferece inúmeras possibilidades”, afirma o gourmet. Outro exemplo destacado pelo chef é o requeijão escuro, feito à base de creme de leite frito, agregado a outra parte do requeijão tradicional. O produto pode ser usado de várias formas, inclusive derretido, como um molho.
 Enquanto o festival não começa, a expectativa de comerciantes que trabalham com os produtos do Norte de Minas é de aumento nas vendas. Em 2010, a procura pelo jiló, principal ingrediente do festival, fez com que o preço do fruto subisse 300%. Neste ano, a organização do evento acredita que a bola da vez está dividida entre a carne de sol, o pequi ou a manteiga de garrafa. “Estou preparado para isso”, assegura o comerciante José Antunes Moreira, o Zezinho, dono de uma das barracas que vendem pequi no Mercado Central.
Segundo ele, a data do festival não é a ideal para quem pretende usar pequi, já que a época do fruto é de novembro a fevereiro. “Me preparei para este ano. Tenho quatro mil quilos de polpa congelada em casa. Espero que a procura seja grande”, acrescentou o comerciante. Para o vendedor Argeu Lúcio de Souza, que trabalha na Feirinha do Mercado – uma das barracas especializadas em produtos do Norte –, os chefs que pretendem utilizar os frutos da lista deverão contar comum grande estoque  de antemão.
Isso porque alguns produtos são difíceis de serem encontrados, pois só chegam a Belo Horizonte in natura e apenas durante o mês de dezembro. Na lista estão o buriti, cagaita e seriguela. “Passou janeiro, é polpa congelada. No Norte de Minas e nos estados do Nordeste até podemos achá-los. Porém, o frete encarece muito o produto”, assegura Argeu de Souza. (Augusto Franco)

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