domingo, março 20, 2011

INTOXICAÇÃO MATOU CASAL DE NAMORADOS EM BELÔ

Laudo do exame de dosagem de monóxido de carbono realizado nos corpos dos universitários Gustavo Lage Caldeira Ribeiro, 23 anos, e Alessandra Paolinelli de Barros, 22, revelou presença de carboxihemoglobina acima do tolerável. A carboxihemoglobina é a união do monóxido de carbono com a hemoglobina, o que impede a circulação do sangue no corpo, provocando a morte.
De acordo com a Polícia Civil, a concentração da substância foi de 62% em Alessandra e de 68% em Gustavo. A exposição, por mais de uma hora, a níveis acima de 60%, de acordo com a perícia, leva à morte rápida.
Os corpos do casal foram localizados na última quinta-feira em um chalé da Pousada Estalagem do Mirante, em Brumadinho, na Grande BH. Exames toxicológicos complementares ainda estão sendo processados.
Outra providência determinada para esclarecer o caso é a perícia feita no local pela equipe de engenharia legal. Os peritos apuraram que a lareira, a lenha, e o chuveiro, a gás, foram usados pelas vítimas.
Na última sexta-feira, o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML) apontou como “indeterminada” a causa das mortes, o que alimentou ainda mais o mistério.
Alessandra era estudante de Medicina e Gustavo cursava Engenharia de Produção.
Eles se hospedaram na pousada na última terça-feira para comemorar um ano de namoro. As mortes foram descobertas depois que a família de Alessandra estranhou o sumiço da jovem. Ao sair de casa, ela teria garantido ao pai que retornaria no dia seguinte, o que não aconteceu.
Preocupada com a falta de informações, a família procurou a polícia. Os corpos dos universitários foram encontrados sobre a cama do chalé. Gustavo estava nu, caído sobre Alessandra, que usava apenas peças íntimas. O rapaz tinha um corte de cerca de um centímetro no supercílio esquerdo. No corpo de Alessandra não havia ferimentos aparentes.
Pacto de morte ou assassinato seguido de suicídio foram as duas hipóteses inicialmente levantadas pela Polícia Civil. Mas as famílias de Gustavo e Alessandra se agarraram à versão de que o casal morreu intoxicado por gás carbônico emitido durante queima de lenha na lareira, ou por alimentação. Segundo eles, os jovens tinham um relacionamento tranquilo, apoiado pelas famílias, o que não justificaria as primeiras linhas de investigação policial.
Sob forte comoção de parentes e amigos, o corpo de Gustavo Caldeira foi sepultado no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte, na última sexta-feira, e o de Alessandra Barros no Cemitério Municipal de Carmópolis de Minas, na Região Central de Minas. (Jáder Rezende)

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