Em um novo capítulo do duelo franco que vem sendo travado entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tucano desafiou o petista a disputar mais uma eleição contra ele. A declaração foi uma espécie de tréplica às críticas de Lula a um artigo publicado por FHC na semana passada.
Em entrevista à rádio Cultura de São Paulo, o tucano afirmou que "Lula está tomando gosto pelas bravatas". "Ele agora fica refestelado em sua nova vocação de palestrante e se dá o direito de gozar dos outros", afirmou. "Ele (Lula) se esquece que eu o venci duas vezes. Quem sabe ele quer outra? Se ele quiser uma terceira disputa, eu topo", desafiou Fernando Henrique, em referência às eleições presidenciais de 1994 e 1998, quando o então candidato petista acabou derrotado, em ambos os casos, no primeiro turno.
Anteontem, em Londres, onde participou como convidado de uma série de eventos empresariais, Lula havia respondido ao artigo de Fernando Henrique - em que o tucano faz críticas ao governo federal e à própria oposição. O ex-presidente petista atacou seu antecessor por defender que os tucanos passem a mirar na classe média e deixar de lado o apoio do "povão".
Dizendo não ter entendido o sentido da manifestação de FHC, Lula declarou considerar que "povão" são brasileiros de todas as classes e, por isso, a razão de ser do país. "Eu sinceramente não sei o que ele (FHC) quis dizer. Nós já tivemos políticos que preferiam cheiro de cavalo que o do povo. Agora tem um presidente que diz que não precisa ficar atrás do povão, que pode esquecer o povão. Eu não sei como é que alguém estuda tanto e depois quer esquecer do povão", afirmou Lula.
Logo no dia seguinte, o bate-boca público entre os ex-mandatários se seguiu com nova declaração do tucano, que afirmou que "o povão" esteve ao seu lado quando Lula foi derrotado - também em menções às eleições presidenciais de 1994 e 1998.
O artigo. A polêmica afirmação de FHC foi retirada de um artigo publicado na revista "Interesse Nacional". No texto, ele defende que a oposição deve se voltar mais para a classe média e desistir do "povão". (Anderson Alves)
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