quarta-feira, maio 12, 2010

SERVIDORES DA UNIMONTES OCUPAM A ASSEMBLEIA

Estudantes, professores e servidores da Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros lotaram o auditório da assembleia legislativa de Minas Gerais para protestar contra a situação da universidade. Por mais de quatro horas, eles participaram hoje, quarta-feira, de audiência pública da comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática para debater a autonomia da instituição e a necessidade de garantir recursos no orçamento do estado.

Com o apoio dos universitários, a unidade está parada por conta da greve do corpo docente e de funcionários técnico-administrativos, que pedem mudanças no plano de carreira, reajuste salarial, melhores condições de trabalho, além de uma política de assistência estudantil.

DCE PEDE LABORATÓRIOS, RESTAURANTE, BOLSAS DE PESQUISA

O presidente do DCE - Diretório Central dos Estudantes, Daniel Ferreira Coelho, criticou a situação da universidade e apresentou uma série de reivindicações, como a ampliação dos laboratórios, a construção de um restaurante universitário, a paridade nas eleições para reitor e a concessão de bolsas de pesquisa.

- Atualmente, menos de 3% dos alunos contam com alguma bolsa científica. Isso é só uma mostra do descaso com que a Unimontes é tratada - reclamou.


A comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, presidida pelo deputado Ruy Muniz, debate a autonomia da Unimontes e a necessidade de se garantir recursos no orçamento do estado para investimento na carreira dos servidores da universidade

SERVIDORES QUEREM GRATIFICAÇÃO DE 40%

A lista de reivindicação dos servidores também é extensa. Eles pedem, por exemplo, a criação de gratificação de 40% do salário-base, vinculada à avaliação de desempenho individual. Além disso, propõem mudanças nos níveis de ingresso na carreira e o cumprimento do decreto 36.829, de 1995, que concedeu, na época, reajuste de 10% aos servidores públicos estaduais.

- Só que os servidores da Unimontes ficaram de fora. Agora, a justiça está concedendo o reajuste aos que recorreram aos judiciário - explicou o representante da categoria, Ricardo Brandão.

O também servidor Isael Soares Queiroz afirmou ainda que muitos técnicos não ganham sequer um salário mínimo e relatou a situação difícil por que passa o Hospital Universitário Clemente Faria:

- No passado, o hospital já pertenceu à Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), que mantém até hoje servidores lotados na unidade. Só que esses profissionais exercem funções idênticas aos funcionários da Unimontes, mas têm salário diferenciado. A carreira não tem critérios mínimos de organização.

Já a professora Isabel Brito, diretora da Associação dos Docentes da Unimontes, denunciou que apenas 30% dos profissionais de ensino são concursados e efetivos. Ela criticou o fato de as gratificações formarem cerca de 50% da remuneração dos professores.

DEPUTADOS CONSEGUEM ENCONTRO COM SECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO

Aproveitando a presença da secretária de estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, na ALMG, os deputados interromperam a audiência pública para fazer uma rápida reunião com a representante do executivo, que informou que discutirá a pauta de reivindicações se a greve for interrompida. Ela acenou ainda com a possibilidade de cumprir pelo menos um item pretendido pelos servidores, que é o pagamento dos 10% de reajuste previstos no Decreto 36.829, de 1995.

Os parlamentares aprovaram também um requerimento para a criação de um grupo de trabalho composto de representantes dos professores, estudantes e servidores para tentar um entendimento com a Seplag.

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