quarta-feira, setembro 01, 2010

DIVERGÊNCIAS SOBRE GÁS E FERRO DO NORTE DE MINAS

Há um cheiro de borracha queimada dentro do consórcio formado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e players da iniciativa privada na gestão operacional dos blocos para pesquisa e exploração de gás natural na Bacia do São Francisco, em Minas Gerais.

As divergências chegaram a tal ponto que, em determinado momento, surgiu a conversa da possibilidade de repassar os blocos arrematados em leilão da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os parceiros da Codemig na área são as empresas mineiras Delp Engenharia e Orteng Equipamentos e Comp. A parceria tem ainda área comprada da Cia. Energética de Minas Gerais (Cemig), em fins de 2008.
As divergências dentro do consórcio ficaram evidentes diante de inúmeros adiamentos do cronograma das perfurações. Em junho passado, a Codemig deu conhecimento que, em outubro, seriam iniciadas novas perfurações de pesquisa do potencial de gás natural nos blocas – para avaliar se era economicamente viável a exploração.
Pois bem. Em 22 de setembro, em painel dentro do 13º Congresso Brasileiro de Mineração, do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo de Minas, Sérgio Barroso, agendou nova época para aquelas sondagens: novembro. Esta data também foi vencida e ressurgiram, na época, as conversas da transferência dos blocos, que são vizinhos aos da Petrobras e da Shell.

A GRANDE JAZIDA DE FERRO
Mas não é apenas na busca do sonhado Eldorado do gás natural que o Governo de Minas passa por provação. Dentro da administração estadual há o sentimento que houve “exagero” no anúncio da megamina de minério de ferro no Norte de Minas.
Codemig e Indi anunciaram reservas de material ferrífero que poderiam representar de 10 bilhões de toneladas a 12 bilhões de toneladas, com teor de 25% (itabirito pobre), ou seja, uma produção líquida de 2,5 bilhões t a 3 bilhões t de minério.

Essa riqueza se estenderia em áreas dos municípios de Salinas e Rio Pardo de Minas.
Dentro do Consórcio Corporativo Novo Horizonte (CCNH), no qual a Codemig agruparia prováveis parceiros e já teria contactado a Vale S/A e a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN).

Mas estes ainda demonstram pouco entusiasmo em relação à pressa que o Governo de Minas tem para levar máquinas e montar equipamentos na área.
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(*) Texto reproduzido da coluna do Nairo Almeri, publicada no Hoje em Dia, edição de 19.02.2010

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