sexta-feira, outubro 15, 2010

BRUNO CHORA NA AUDIÊNCIA DA MORTE DE ELIZA SAMUDIO

Oito réus assistem a depoimentos nesta sexta-feira (15), no Fórum de Contagem. Bruno é o primeiro do lado esquerdo.

O goleiro Bruno se emocionou na retomada da audiência sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, às 14h50 desta sexta-feira (15). Bruno chorou, contidamente, na sala da audiência onde estão oito dos nove réus. Somente Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, não está presente. Ele foi dispensado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais das audiências depois de um pedido do advogado dele, de que Sales estaria sendo assediado por outros defensores.

A segunda testemunha desta sexta-feira (15) foi uma amiga da mãe de Wemerson Marques, o Coxinha. A senhora disse que conhece o rapaz desde a infância e que não sabe se ele tem envolvimento de droga. A mulher, que depôs por cinco minutos, diz que Coxinha é uma boa pessoa que estava recebendo seguro-desemprego quando foi preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio.

Em seguida, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, em Contagem, chamou a terceira testemunha a depor. Ela trabalha como diarista no motel onde Bruno e Fernanda, segundo inquérito da Polícia Civil, teriam passado uma noite com Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; o adolescente envolvido no desaparecimento; e o filho de Eliza.

O primeiro a falar foi o porteiro do condomínio do síto do goleiro Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele falou sobre o controle de entrada das pessoas ao condomínio fechado.

Estão no fórum o goleiro Bruno Fernandes; Dayanne Souza; Fernanda Gomes de Castro; Luiz Henrique Romão, o Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Elenilson Vítor da Silva. Sérgio Rosa Sales, primo do jogador, havia sido dispensado da audiência desta quinta-feira (14) e não compareceu nesta sexta-feira (15). O advogado Marco Antônio Siqueira alegou nos últimos dias que o cliente está sendo assediado por outros advogados e pressionado a trocar de representante.

Ontem, quinta-feira (14), foram ouvidos uma funcionária do jogador e um policial civil que participou das primeiras diligências no sítio de Bruno, em Esmeraldas, após a primeira denúncia de que um crime teria sido cometido no local. Outro investigador da Polícia Civil, que também esteve no imóvel, deve ser chamado para depor, segundo a juíza.

A pedido da defesa, os delegados Edson Moreira, Ana Maria dos Santos e Alessandra Wilke seriam ouvidos em audiência, mas a juíza determinou que eles não sejam testemunhas e nem informantes no processo que investiga o desaparecimento de morte de Eliza. Marixa acatou o pedido do Ministério Público Estadual (MPE), feito pelo promotor de Justiça Gustavo Fantini. Os investigadores estiveram presentes no fórum nesta quinta-feira (14) e apenas responderam a algumas perguntas da magistrada sobre uma acusação dos advogados dos réus de que os delegados teriam torturado Dayabbe Souza, durante o testemunho dela em julho, no Departamento de Investigações em Belo Horizonte.

PEDIDO DE DESCULPAS

Ao fim do depoimento da funcionária do sítio de Bruno, o advogado Ércio Quaresma pediu a palavra à juíza e se desculpou ao advogado de Sérgio Rosa Sales, Marco Antonio Siqueira, por qualquer desentendimento que eles tenham tido em outras audiências. Após o pedido de desculpas, Siqueira disse que aceita o pedido de desculpas de Quaresma e que considera “o caso como encerrado”.

Nesta quarta-feira (13), o advogado Marco Antônio Siqueira havia anunciado que iria renunciar à defesa do cliente no processo que investiga o desaparecimento de Eliza Samudio. O advogado alegava que foi ameaçado por Ércio Quaresma, que representa o goleiro Bruno. Segundo Siqueira, o motivo dessas ameaças seria porque ele não faz parte do ‘bloco de advogados’ que está defendendo os réus.

Siqueira afirma que decidiu deixar o caso na sexta-feira (8) e conta que, durante uma discussão, Quaresma teria dito que “ele podia esperar, pois o que era dele estava guardado”. Ele disse ainda, que os familiares de seu cliente dizem estar sendo ameaçados para que Sérgio troque de advogado. “Todos vocês viram o Ércio Quaresma me ameaçar. Se algo acontecer vocês já sabem quem foi”.

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