Florencio Ávalos, de 31 anos, foi o primeiro mineiro a chegar à superfície a bordo da cápsula Fênix, à 0h11 (horário de Brasília) desta quarta-feira, na jazida de San José, norte do Chile. O resgate dos 33 mineiros presos há 69 dias começou às 23h18 da terça-feira, quando o resgatista Manuel González Pavez iniciou uma descida de 17 minutos rumo ao abrigo no qual estavam os trabalhadores.
Inicialmente previsto para às 20h, o procedimento atrasou por conta de seguidos testes com a cápsula e o guintaste que transportam os trabalhadores soterrados a 622 metros. A cápsula fez duas descidas sem tripulantes antes de finalmente levar Manuel González Pavez ao encontro dos mineiros. Chegando ao abrigo, o técnico começou a explicar como seria o resgate para o grupo e logo preparou a saída de Florencio Ávalos, que iniciou sua subida às 23h55.
Os mineiros estão sendo içados para a superfície em uma cápsula de 4 metros de altura e 450 quilos dotada de tubos de oxigênio, equipamento de comunicação e de um sistema de aferição dos sinais vitais de alta tecnologia. Os mineiros usam roupas feitas de material especial, luvas, água e óculos escuros para que não sofram danos oculares depois de tanto tempo na escuridão.
Foram identificados quatro mineiros considerados mais hábeis. Estes sobem primeiro pois podem resistir melhor em caso de imprevistos dentro do túnel. Depois é a vez dos frágeis, entre os quais estão os mais pesados, o mineiro que sofre de diabetes e outro que sofre de problemas respiratórios, enquanto que os últimos a sair serão os mais fortes, capazes de seguir colaborando e controlando a ansiedade da espera.
Cada mineiro que chega à superfície é recebido por médicos e paramédicos da Corporação Nacional do Cobre (Codelco) e da Marinha, que fornecem assistência médica rápida em uma tenda instalada logo ao lado da saída do buraco. Depois, são levados para uma área de estabilização a poucos metros dali, onde recebem soro, algumas vitaminas e antibióticos, além de sofrerem uma avaliação psicológica presencial.
Depois de verificar que o mineiro está em boas condições físicas, ele é levado a um módulo especial isolado, a poucos metros da tenda médica. Neste local pode se reunir com dois ou três parentes.
Depois, serão levados de ambulância para um heliporto na mesma mina e levados em helicópteros militares para uma base militar (em um trajeto de cerca de 12 minutos) e de lá percorrerão em uma ambulância cerca de 300 metros em direção a um hospital estatal da cidade de Copiapó. Eles passarão pelo menos 48 horas no local para uma revisão mais exaustiva.
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