sexta-feira, outubro 01, 2010

CANDIDATOS PISAM SOBRE OVOS NO DEBATE DA GLOBO...

A três dias da eleição e na última chance de convencer os indecisos, a expectativa de que os presidenciáveis partissem direto para o confronto não se confirmou no debate desta quinta-feira pela TV Globo, que seguiu morno, sem embates entre os candidatos.

Os dois candidatos que lideram a disputa - Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) - evitaram dirigir perguntas um ao outro, quando tiveram oportunidade. Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) se adaptaram ao formato, se atendo às perguntas sobre temas sorteados como informalidade no trabalho, política para o funcionalismo, reforma da previdência e infraestrutura, e pontuando críticas ao Governo Lula sem grandes polêmicas.

Primeira sorteada para fazer pergunta, Marina questionou Dilma sobre o que pretendia fazer para tirar os trabalhadores da informalidade. Dilma respondeu que esta foi uma das grandes conquistas do Governo Lula, que bateu recorde na geração de emprego com a previsão é de que até o final do ano chegue à criação de15 milhões de postos de trabalho. O aumento do crédito contribuiu para este resultado, além do combate à crise e, em consequencia, do desemprego, afirmou Dilma.

Marina achou que a questão não foi adequadamente respondida ao pontuar que 50% de trabalhadores continuam na informalidade. Ela defendeu a manutenção do emprego, e simplificar o processo de contratação para reduzir a informalidade. Dilma disse que até 2005 eram gerados mais trabalhos informais do que formais, e esta lógica se inverteu.

Na sequência, Plínio questionou Dilma sobre como fazer uma política para o funcionalismo sem optar pela tercerização do serviço público e sem privatizar mais. Dilma rebateu ao afirmar que o Governo Lula não privatizou, e, por outro lado, fortaleceu a Petrobras e só conseguiu isso valorizando o funcionário. O mesmo foi feito, segundo ela, em todas as empresas estatais. Ela defendeu a valorização do funcionalismo de carreira.

Plínio, por sua vez, questionou Serra sobre sua proposta sobre reforma tributária, que aumentaria carga dos mais pobres e reduziria dos mais ricos. Serra negou e disse que, ao contrário, ela alivia a carga tributária sobre os pobres. O tucano disse que quer fazer uma reforma que aumente a eficiência do sistema. E em contrapartida acusou Dilma de ter aumentado a alíquota de impostos sobre água e esgoto.

Marina concordou com Serra que existiria um grave problema na Previdência, que precisa passar por uma reforma. Caso contrário, segundo ela, o país pagará um preço alto. A reforma da Previdência estaria em um vácuo, segundo ela, já que nem o Governo do PSDB nem do PT resolveram o problema. Serra disse que sempre defendeu a divisão dos que já estão no sistema e os que vão entrar, e reajuste de 10% para aposentados, além de elevar o salário mínimo para R$ 600.

Marina disse que este grave problema tem duas pontas. De um lado, os idosos, que já deram sua contribuição ao país e não estão sendo acolhidos. De outro, a juventude, que não estaria sendo beneficiada por políticas do Governo.

A expansão das ferrovias e hidrovias foi tema levantado por Dilma. Marina defendeu a necessidade de se pensar a infraetrutura para o Século XXI. Ela considerou lamentável a ausência de um plano para infraestrutura, apenas um sistema de gestão que, segundo ela, inexistia no Governo anterior. Esta visão fragamentada, segundo ela, prejudica o país. Dilma rebateu ao afirmar que existe um plano nacional de logística e que em seu Governo serão ampliados os investimentos já em curso em ferrovias e hidrovias.

Marina referiu-se à questão ambiental ao questionar Serra sobre o que pretende fazer para evitar que desastres ambientais continuem matando pessoas. Ele disse que é preciso qualificar mais as prefeituras e garantir infraestrutura para os estados combater incêndios. Marina propôs a criação de sistemas nacionais de alerta e ativação do Fundo Nacional de Defesa Civil, e acusou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, de ter repassado recursos para municípios de sua base política. Serra disse que os recursos federais são escassos e mal distribuídos.

Marina elogiou o Programa Minha Casa Minha Vida, mas disse que é falho e, se eleita, vai direcioná-lo também para as mulheres. Segundo Dilma, mais R$ 2 milhões serão direcionados ao programa, que também atenderá as mulheres, que poderão ter a titularidade. Serra disse que vai dar ênfase na regularização da propriedade, dando preferência a quem ganha menos de três salários mínimos, e prometeu urbanizar as favelas. Marina disse que a segurança é um grave problema e os estados não têm como dar conta sem apoio do Governo federal. Dilma disse que a segurança pública é estratégica e precisa de ação articulada. (Dilke Fonseca – Repórter)

1 comentários:

Nalva Martins disse...

Nunca vi um debate assim!!! Sem surpresas e emoção!
Se dependesse de decidir votos pela apresentação dos candidatos todos seriam NULOS ou BRANCOS. Dilma como sempre não respondeu a nenhuma pergunta, sempre sai com balelas e fica sem responder. Marina fraquinha, fraquinha, sem demonstrar a sua garra e determinação que fez dela minha preferida... Serra???..eitaaa mole...sonâmbulou pelo debate o tempo todo! E o Plínio Arruda?? Ele que sempre me arrancou aplausos apesar de não votar nele mas sua coragem me contagia..Plínio estava quieto e parecia cansado foi simplesmente enfadonho e pedante o debate global o mais esperado do momento.