A estudante Isis Bella Xavier Pessanha, de 15 anos, que desapareceu no dia 8 de junho foi rastreada até Sorocaba, São Paulo, na casa do rapaz com quem estaria se correspondendo pela internet desde fevereiro. Segundo as investigações da polícia, a adolescente está apaixonada por seu "namorado virtual". O comissário Hélio Cordeiro, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DCRI), vai neste sábado ao município paulista para trazer a adolescente de volta ao Rio. O pai da estudante, William Gomes Pessanha, disse, porém, ter falado com a filha nesta quinta-feira à noite pelo telefone.
- Eu só perguntei se ela estava bem e ela disse que estava. Ela parecia normal – afirmou o pai.
Isis desapareceu na quarta-feira passada às 9h depois de sair de casa dizendo que ia a uma gincana na Escola Estadual Raul Ryff, onde estuda. A polícia acredita que o paulista Nivaldo Moraes Leite Junior, de 23 anos, que usava o codinome de Matheus para conversar com Isis pela internet, tenha buscado a adolescente no Rio e a levado para Sorocaba, onde mora. Ao chegar a sua casa com a moça, o pai de Nivaldo teria os expulsado dizendo que o rapaz era mulherengo – cada hora aparecia com uma mulher diferente.
Dias depois, quando recebeu a ligação da polícia do Rio e soube que Isis era tida como desaparecida pela família, o pai de Nivaldo, um PM aposentado, foi buscar o filho em um quartinho alugado onde estava hospedado com adolescente carioca. O PM trouxe os dois de volta para casa para aguardar a chegada dos policiais cariocas.
Segundo amigas de Isis entrevistadas pela DCRI, a adolescente estava apaixonada por Nivaldo e sempre faltava aulas para ficar na lan house conversando com o rapaz. A diretora da escola havia informado à mãe de Isis, Fátima Maria Xavier, no dia de desaparecimento da estudante, que ela não frequentava a escola havia uma semana. Fátima havia tomado o celular e o computador da filha, que começou a usar o período escolar para se corresponder com “Matheus”.
Os dois conversavam pelo MSN e pelo Orkut. A ocorrência não é considerada crime, apesar de o rapaz ser maior de idade. A adolescente só seria considerada vítima se fosse menor de 14 anos ou obrigada a cometer algum crime por seu aliciador – o que, até onde a polícia investigou, não aconteceu. Segundo o comissário Hélio Cordeiro, casos como este são comuns na DCRI: há um caso por mês com o mesmo perfil. Entretanto, as pessoas dadas como desaparecidas não costumam sair do estado. (Manuela Andreoni)
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