O STF decidiu na noite de ontem, quarta-feira, por unanimidade, pela liberação da marcha da maconha. O Supremo levou em conta que a proibição do movimento ameaçava a liberdade de expressão e não fazia apologia ao uso de drogas. Cezar Peluso, último a votar, seguiu o voto do relator Celso de Mello, pela liberação das manifestações e a restrição da interferência do Estado em movimentos populares. Ao final, oito ministros votaram favoravelmente enquanto outros três - Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa - não participam do julgamento. A decisão do STF não legaliza o uso de drogas e nem discute se o uso de substâncias consideradas ilegais são benéficas à saúde.
Os organizadores da Marcha da Maconha programam um novo ato para o próximo dia 2 de julho, na Avenida Paulista. No próximo sábado, dia 18, haverá uma nova Marcha pela Liberdade de Expressão. Neste ato, haverá um bloco da Marcha da Maconha, em comemoração à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou que as marchas da maconha não representam uma apologia ao crime.
A primeira Marcha da Maconha, programada para o dia 21 de maio, foi proibida pela Justiça, que considerou que o evento faria apologia às drogas.Mas os organizadores decidiram fazer um protesto pela liberdade de expressão. Durante a manifestação, houve um confronto entre os mil participantes e a Polícia Militar, que deu tiros de borracha, usou spray de pimenta e jogou bombas de gás lacrimogênio. Jornalistas também foram agredidos. Dois PMs foram afastados de seus cargos, após sindicância da Polícia Militar.
- Agora sim é a constituição da democracia. A proibição lembrava os tempos da ditadura no Brasil. Tínhamos que torcer para poder ir para as ruas. Nesse período, ficamos mais em disputas jurídicas do que no debate político do tema - afirma Gabriela Moncau, uma das organizadoras da marcha.
O grupo pretende ainda ter um bloco na Parada do Orgulho Gay em São Paulo, que acontecerá no próximo dia 26, na Avenida Paulista. (Jaqueline Falcão)
0 comentários:
Postar um comentário