terça-feira, agosto 09, 2011

DESVIO DE 3 MILHÕES NA PASTA DE TURISMO; PF PRENDE 33

A superintendência da Polícia Federal em São Paulo prendeu 13 pessoas na capital paulista e apreendeu R$ 610 mil na casa de um dos detidos na manhã desta terça-feira (9) durante a Operação Voucher, que investiga irregularidades no Ministério do Turismo. Ao todo, a PF prendeu 33 pessoas em São Paulo, Brasília e Macapá (AP).
O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa (foto), que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro, está entre 38 presos na Operação Voucher.
Segundo informações da delegada da PF em São Paulo Patrícia Zucco, das 19 prisões preventivas (sem prazo determinado) da operação, oito foram cumpridas em São Paulo e os presos foram encaminhados para a superintendência da PF no Amapá, que centraliza as investigações.
A PF apura "o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União". A origem da investigação é um convênio de qualificação de profissionais de turismo no Amapá.
Entre os outros 19 presos temporariamente na ação, cuja prisão dura cinco dias prorrogáveis por mais cinco dias, cinco mandatos foram cumpridos na capital paulista.
O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, afirmou nesta terça-feira (9) que estima que tenham sido desviados do Ministério do Turismo dois terços do valor do contrato entre a pasta e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). Isso equivale a quase R$ 3 milhões dos R$ 4,445 milhões do contrato destinado à qualificação de 1,9 mil profissionais de turismo no Amapá.
Em entrevista em Brasília, o delegado afirmou que os desvios eram feitos por empresários, funcionários do ministério, Ibrasi e empresas de fachada. Segundo ele, na busca realizada em São Paulo na casa do diretor-executivo do Ibrasi, que está preso, foram apreendidos R$ 610 mil em espécie.
Teixeira disse que o dinheiro destinado à capacitação de profissionais de turismo era repassado pelo Ibrasi a empresas de fachada. “Os recursos eram pagos a empresas que não existiam. Elas constavam no papel, mas ao checarmos os endereços, encontramos terrenos vazios ou outros estabelecimentos”, disse.
O secretário-executivo do ministério teve decretada a prisão preventiva e será levado para o Amapá. Segundo o delegado, há indícios "fortes" de envolvimento de Frederico Costa da Silva no esquema. “Se não tivesse provas mais robustas, a prisão decretada seria temporária e não preventiva”, declarou.
Ele afirmou que o objetivo da busca era encontrar provas da fraude, como documentos e dinheiro em espécie. A Polícia Federal espera concluir a investigação em um prazo de 15 dias. Os envolvidos devem ser indiciados pelos crimes de fraude a licitação, estelionato qualificado, falsidade e peculato. O contrato que está sob suspeita vale até o dia 24 de novembro de 2011. (Thaiane Stochero)

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