“Linha de passe”, novo filme de Walter Salles e Daniela Thomas, exibido na manhã deste sábado (17) no Festival de Cannes é mais um gol de placa do diretor de “Central do Brasil” e “Terra estrangeira”. As histórias aparentemente diversas dos quatro irmãos da periferia de São Paulo, filhos de mãe solteira, se alternam com a cadência elegante de um bate-bola entre amigos.
Dario (Vinicius de Oliveira) quer ser jogador de futebol profissional, mas para isso tem de enfrentar a difícil peneira de acesso às ligas de base dos clubes.
Dario (Vinicius de Oliveira) quer ser jogador de futebol profissional, mas para isso tem de enfrentar a difícil peneira de acesso às ligas de base dos clubes.
O menino joga um bolão, mas Salles e Thomas nos lembram que há centenas de milhares de darios para cada Ronaldinho que aparece. É a “vida lôca”, a realidade sem finais felizes, que a dupla procura trazer à tela, do motoboy Dênis (João Baldasserini) que tira R$ 5 por hora de trabalho e acaba se rendendo à tentação de furtar bolsas nos faróis, ao jovem evangélico Dinho (José Geraldo Rodrigues) que se entrega a Jesus na tentativa de conter suas frustrações. Há também o pequeno Reginaldo (Kaíque Jesus Santos), inspirado na história de um menino de 14 anos que passava dias circulando por terminais de ônibus à procura do pai, motorista, que não conhece.
“Tentamos refletir um Brasil que está tentando se reinventar, mas sem romantizações”, explicou Walter Salles, em entrevista coletiva logo após a sessão para os jornalistas. “Não queríamos fazer um filme sobre tráfico de drogas, polícias e favelas. Mostramos essas áreas, mas sem que a violência seja o centro história. Queríamos mostrar personagens que são expostos à violência mas a recusam por opção, ser tridimensionais mostrando os motivos que os levam a fazer o que fazem, mas também oferecer a possibilidade de redenção”, disse o diretor.
“Tentamos refletir um Brasil que está tentando se reinventar, mas sem romantizações”, explicou Walter Salles, em entrevista coletiva logo após a sessão para os jornalistas. “Não queríamos fazer um filme sobre tráfico de drogas, polícias e favelas. Mostramos essas áreas, mas sem que a violência seja o centro história. Queríamos mostrar personagens que são expostos à violência mas a recusam por opção, ser tridimensionais mostrando os motivos que os levam a fazer o que fazem, mas também oferecer a possibilidade de redenção”, disse o diretor.
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