A família toda, de boca aberta, cheia de tesão, se "comove" com o que vê. Já as crianças, com as novelas aprendem suas primeiras noções de sexo. Ou melhor, de genitalidade (pênis com vagina) e não de sexualidade (pênis, vagina, alma e espírito). Para não esticar nossa introdução, vamos direto ao que nos interessa. A revista "Veja" de 16/7/2008 nos levou para o artigo de Stephen Kanitz em seu Ponto de Vista. É alguém que se preocupa e pensa sério. Posso até imaginar que Kanitz leu Provérbios de Salomão para escrever seu artigo.
De fato, apesar dos mais de 3 mil anos que separam o capítulo 7 de Provérbios (livro da Bíblia) e do colunista Stephen Kanitz. Nosso colunista escreve que "o jovem hoje em dia terá sido exposto a 12 mil apelos sexuais antes de completar 14 anos, uma aberração cultural sem precedente na história da humanidade". Aqui faço uma pergunta: os senhores pais sabem e estão preocupados com isso? Ou para eles, isso é bom para a formação de seus filhos?
Salomão, há mais de 3 mil anos, um dos autores do livro Provérbios, descreve como um dolescente é exposto a um apelo sexual muito bem-feito a que ele não consegue resistir. O "boyzinho" acaba aceitando o convite da mulher mais velha que ele: "Venha, vamos embriagar-nos de carícias até o amanhecer, gozemos as delícias do amor" (Provérbios 7, 18).
Kanitz, na revista "Veja", explica que as mulheres reclamam que os homens só pensam "naquilo"; elas estão sendo tremendamente injustas porque o instinto do "não esquecimento" está em ambos os sexos e com a mesma intensidade". E para surpresa de muitos, o colunista da "Veja"acrescenta: "Hoje se suspeita até que mais mulheres traiam o marido do que vice-versa".
Pois é, a tal mulher que seduziu o adolescente, lá nocapítulo 7 de Provérbios, não era uma menina assanhada nem uma prostituta: era uma mulher que estava traindo deliberadamente o marido. Ela disse ao jovem: "Meu marido não está em casa, saiu para uma longa viagem e pela quantidade de dinheiro que levou, deverá ficar fora de casa por vários dias" (Provérbios 7, 20).
Kanitz, o colunista, não fala mal do sexo. Ele critica "o erotismo desenfreado, a preocupação exagerada com o sexo, o desempenho e a traição que trazem como conseqüência esta sociedade de consumo e de ostentação".
Salomão age da mesma forma. Ele encoraja o sexo com amor, com responsabilidade: "Alegre-se com a esposa de sua juventude (...) Que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer e sempre o embriaguem os carinhos dela" (Provérbios 5, 18-19).
Tanto nosso colunista citado quanto Salomão, o rei mais sábio da humanidade, pregam o compromisso conjugal: "Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço" (Provérbios 5, 15).
O Ponto de Vista de Stephen Kanitz foi algo surpreendente e de uma coragem sem par, pois ele termina seu texto com uma advertência: "Nossos professores, artistas e cineastas, nossos líderes espirituais, nossa igreja, nossos intelectuais estão se esquecendo de que sexo precisa ser de fato divertido, mas o segredo do divertimento são o comedimento, a surpresa e o mistério".
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