Na manhã desta quinta-feira (30), o Corpo de Bombeiros de Mantena, a 130 quilômetros de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, registrou mais quatro mortes em decorrência das fortes chuvas na região. Uma mulher e três filhos dela foram soterrados dentro de casa, no Bairro Santos Prates 2. As vítimas são Sandra Aparecida de Oliveira, 34 anos, e os filhos dela Patrícia Raimunda de Oliveira Siqueira, 13, Jussara Aparecida Siqueira, 8, e Nicole de Oliveira Siqueira, de aproximadamente 1 e 6 meses.
De acordo com os bombeiros, o córrego São Francisco, que corta a cidade, transbordou, inundando várias ruas e casas. Com esta ocorrência sobe para 15 o número de mortes causadas pela chuva que cai forte no Estado desde novembro.
A chuva não dá trégua em cidades do Leste e Zona da Mata mineira e o número de mortes chega a 11. Até ontem, os temporais já haviam afetado cerca de 1,169 milhão de pessoas no Estado. Além das mortes registradas, 29 pessoas ficaram feridas e mais de 10.213 desalojadas.
O corpo da 11ª vítima foi localizado na tarde de ontem às margens do Rio Maré Mansa, em Jaboticatubas, na Região Metropolitana. O vaqueiro Gilbert Magno Santos Maia, 39 anos, estava desaparecido desde a manhã de ontem, depois do temporal que desabou sobre a cidade. O corpo do vaqueiro teria sido arrastado pela correnteza, segundo a Polícia Militar.
No fim da noite de terça-feira, em Lajinha, na Zona da Mata, mãe e duas filhas morreram soterradas depois que um barranco de 30 metros de altura cedeu e atingiu a casa onde moravam, no Bairro Novo Horizonte. A tragédia ocorreu por volta das 22 horas, e chovia forte no momento. Maria Rosângela do Carmo, 35 anos, Eduarda Vitória Barros, 5, e Wendel Riam do Carmo Barros, 2, dormiam em um dos quatro cômodos do imóvel. O pai das crianças, o lavrador Agnaldo de Oliveira Barros, 33 anos, que estava na sala assistindo televisão, conseguiu escapar. Ele foi socorrido por vizinhos.
O Corpo de Bombeiros (Cobom) de Manhuaçu teve dificuldades para fazer a retirada dos corpos. Foi necessário o uso de uma retroescavadeira. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) isolou a área devido ao risco de novos deslizamentos.
"O homem que escapou trabalha na zona rural e a mulher dele vendia sorvete nas ruas. Foi uma cena muito triste. A mãe foi resgatada abraçada aos dois filhos", conta o representante da Comdec, Júlio da Silva.
Segundo ele, o imóvel atingido pelo deslizamento já havia sido notificado há cerca de dois meses pela Comdec. Os moradores foram orientados a deixar o lugar até que um muro de arrimo fosse construído. Há dez dias, Maria Rosângela foi à prefeitura pedir ajuda para fazer a construção. "Alegamos que, no momento, não tínhamos condições financeiras de fazer a obra e voltamos a avisar que deixassem o local", disse Júlio.
Na quarta-feira (29), 20 famílias tiveram que deixar suas moradias e foram levadas para uma escola. O prefeito Sebastião Bastos (PMDB) decretou situação de calamidade.
Em Ponte Nova, também na Zona da Mata, um aposentado de 73 anos morreu soterrado. O município vem sendo castigado por chuvas fortes desde domingo. A casa de Antônio Caetano da Silva foi destruída por toneladas de terra. A vítima dormia na hora do acidente. (Daniel Antunes e Gabi Santos)
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