terça-feira, janeiro 18, 2011

FALTARAM SUSPENSE E TENSÃO NO PRIMEIRO CAPÍTULO

Parecia que seria uma grande estreia. Uma cena de flashback, com a sombra de Fagundes e Natália do Vale na parede (truque esperto da direção para não precisar rejuvenescer os atores), e o vilão da história ainda criança, aprontando com o irmão caçula e mostrando que vilania pode vir de berço. Em seguida, surge Gabriel Braga Nunes, o grande destaque do primeiro capítulo. Não dá para sentir falta de Fábio Assunção vendo o ator provando que nem todo vilão precisa ser histriônico. O personagem surgia como um fantasma nas cenas, sempre com poucas palavras e olhar fixo.
Foi ainda no primeiro bloco que a marca de Gilberto Braga se fez presente com frases inspiradas. "Leo é linha de outra pipa", disse a personagem de Débora Evelyn, tentando explicar a diferença entre o Leo e seu irmão, Pedro (Eriberto Leão). "Você nunca pregou prego sem estopa", disse Ana Lúcia Torre em outra cena. A atriz, aliás, promete. Deborah Secco teve sua entrada triunfal, tendo seu corpo explorado pela câmera. Na hora de atuar, lembrou Darlene de "Celebridade", com seus tiques e linguajar chulo. A atriz ainda precisa encontrar o tom. Lázaro Ramos, sempre uma unanimidade, não convenceu desta vez como o Don Juan da trama. Mas ainda é cedo. É esperar para ver.
Aí veio a abertura, pouca inspirada, por sinal. A bela estreia começou a desandar quando era preciso juntar o casal principal da novela. Paola Oliveira e Eriberto Leão não comprometeram. Mas nas cenas de ação os equívocos aparecerem. A gente ainda é aluno iniciante nesse quesito. Ao mesmo tempo, somos um público catequizado com o cinema americano e, por isso, exigente. Não dá para pintar uma clima de romance com um avião em queda. Não dá para matar o sequestrador com uma faca de passar manteiga, que nem deveria estar num avião. Faltou suspense, faltou tensão. Sobra a expectativa de que melhores capítulos virão.  (Leonardo Ferreira)

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